A situação na província de Cantão e outras regiões do centro, sul e leste da China ameaça piorar à medida que são cada vez mais os viajantes impedidos de regressar a casa para festejar o Ano Novo Chinês. Só em Cantão continuam 800 mil passageiros à espera de transporte de regresso aos seus locais de origem. Para milhões de chineses migrantes, o ano do rato começa da pior forma.
Alguns migrantes não arredam pé das estações de comboio e aeroportos onde as partidas têm sido consistentemente canceladas. Alguns não vêem os familiares há já alguns anos. De lembrar que os chineses só tiram férias nos feriados do ano novo e do dia da RPC (1 de Outubro). O governo retirou no ano passado a semana do 1º de Maio do calendário de férias, situação que poderá ser repensada depois desta crise.
As piores tempestades na China dos últimos 50 anos já causaram 64 mortes, falhas de energia que já afectaram mais de 30 milhões de pessoas e prejuízos na ordem das dezenas de biliões de renminbis. A crise é mais grave do que a vivida durante o período da pneumonia atípica, vulgo SRAS, em 2003.
O governo chinês tem feito os possíveis para averter a crise, e o presidente Hu Jintao visitou ontem uma mina de carvão, onde apelou os mineiros a "trabalhar mais" para fornecer carvão às zonas mais afectadas. Espera-se que demore pelo menos uma semana a restabelecer a energia em muitos pontos da China. O carvão é a fonte de 3/4 da energia do país do meio.
Enquanto que a máquina de propaganda começou já a funcionar, com a televisão a passar vídeos musicais que mostram o exército em operações de limpeza e salvamento, a situação promete agravar-se nos próximos dias. O presidente da administração metereológica chinesa, Zheng Guoguang, aconselhou os migrantes a não sairem das cidades onde trabalham.
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