quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Manson Grand Prix




Realizou-se no passado fim-de-semana mais uma edição do Grande Prémio de Macau, que é uma daquelas coisas que, ou se gosta, ou se ignora – ou pelo menos se tenta ignorar. A minha relação com este evento, o maior cartaz desportivo (?) do ano no território, é um misto de desencanto, comunhão amigável e indiferença. É assim um bocado como uma pessoa de quem não tínhamos uma boa primeira impressão, depois chegamos a desenvolver uma relação cordial de quase amizade, e que depois ficámos sem ver por uns tempos, e actualmente cumprimentamos mais ou menos timidamente.

Quando a cheguei a Macau julgava que o Grande Prémio era uma espécie de “monster meeting” depois de finda a época de Fórmula 1, onde os pilotos desta disciplina realizavam uma etapa extra-campeonato (vejam só a minha inguenidade!). Após o abismo dessa desilusão para o qual me encaminhei direito que nem um patinho, aprendi a aceitar o Grande Prémio e até pensei que gostava dele, como requerimento para me considerar um “local”, completamente “integrado”, mas depois percebi que era um amor por interesse que não tinha interesse nenhum.

Para quem não acha aquilo tudo “o máximo”, o melhor é aprender a manter a televisão desligada durante os quatro dias do Grande Prémio, ou melhor ainda, sair do território na quarta-feira à tarde e regressar no Domingo à noite. Mas isto é para quem pode, pois os que precisam de trabalhar na quinta e na sexta-feira encontram uma espécie de “muro de Berlim” construído em redor do circuito da Guia, e quase tão aborrecido de passar quanto o original (eu próprio não tenho muita razão de queixa, pois vivo e trabalho em “Berlim Ocidental”). E uma dúvida que ainda ninguém me conseguiu esclarecer: o que acontece à população que vive na Estrada dos Parses? É recolocada temporariamente, é indemnizada por ter lá os carros a rugirem-lhe à porta, ou é toda “aficionada” do “circo”? O Grande Prémio é a nossa versão revista, aumentada e um bocadinho mais poluidora do Carnaval brasileiro; em comum tem o facto de mal ter terminado esta edição, já se estar a pensar em preparar a próxima.

No mesmo dia em que caiu o pano do Grande Prémio de Macau, faleceu Charles Manson. E agora pode ser que o título deste artigo faça algum sentido. Não vou fazer aqui a apologia da violência e do horror como alguma forma de “arte marginal”, ou tentar relativizar os crimes hediondos cometidos por este indivíduo: Charles Manson não merecia estar vivo e muito menos solto. Posto isto, trata-se aqui de um génio, mas do mal. Um indivíduo que só precisou de passar 19 dos 83 anos da sua vida em liberdade para ter deixado uma ferida aberta na humanidade e de que ainda se fala 50 anos depois.

Manson conseguiu convencer um monte de gente de que “era Deus” através dos argumentos mais absurdos (e muito LSD, também) , e ainda teve uma carreira literária e discográfica na prisão, enquanto cumpria as 12 perpétuas a que foi condenado. A questão que urge perguntar é a seguinte: quem são os Mansons dos nossos tempos? E a que “família” pertencemos nós, também?

Adeuzinho que foste tarde, ó Charles Manson. E longa vida ao Grande Prémio de Macau, já agora.




Com "o meu dinheiro", não!



Macau continua a ser um oásis, caros leitores. O Chefe do Executivo foi anunciar as Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2018, e nela está incluída a sempre tão aguardada “participação pecuniária”, vulgo “os cheques” distribuídos a meio do ano pela população, que aquando do início da sua distribuição, há dez anos, foram tidos como uma medida para fazer face à elevada inflação.

A inflação vai e vem, e os cheques foram ficando. Isto em termos leigos quer dizer mais ou menos que o Governo “dá” dinheiro à população, mas também cobra impostos – claro, nem poderia ser de outra forma. Aqui não se discute muito, ou de todo, no que são aplicados os impostos, talvez porque não tenhamos assim muitas razões de queixa, ou não hajam motivos de indignação nesse particular. Já em Portugal o caso muda de figura. Portugal é a capital mundial da indignação, e aquilo que o(s) Governo(s) faz(em) como o “o nosso dinheiro”, que é como quem diz, o dinheiro “dos nossos” impostos, não é excepção.

Tenho visto bastante disto, quer em comentários em artigos de opinião na imprensa, quer nas redes sociais (especialmente aí), e é claro que o factor da simpatia partidária não é despeciendo para explicar desta nova tendência para cada português se tornar especialista em fiscalidade – há uma tendência para cada um puxar a brasa à sua sardinha, portanto. Olhemos para o exemplo de requalificação da zona da Mouraria, em Lisboa, que inclui a construção de uma nova mesquita, num total de três milhões de euros – dos “nossos impostos”, lá está, e que equivale a menos de um euro por contribuinte. Aqui pesa a notória antipatia pela confissão maometana (leia-se islamofobia), que leva a que certos grupelhos apelem ao argumento da “ida ao bolso” dos portugueses para criar a ideia (errada) de que sem mesquita, o dinheiro seria aplicado noutra coisa qualquer, ou revertia directamente para a carteira de cada contribuinte. Curiosamente ninguém se importou muito com outras obras que, isso sim, podem ser considerados elefantes brancos. O Estádio de Aveiro, por exemplo, construído para a organização do Euro 2004, custou 60 milhões de euros na altura, e foi utilizado cinco vezes desde então. E não, não pode ser utilizado para se fazerem ali piqueniques, por muito que “o vosso dinheiro” o tenha pago.

E não é apenas nas obras públicas que se reclama pelo dinheiro “dos nossos” impostos. O canal público de televisão também tem sofrido com esta nova escola de pensamento, que atribui a cada português o super-poder de achar o que deve ser feito ou não com “o seu dinheiro”. Se a RTP (a agradeço desde já ao canal público pela RTPi, que aqui a milhares de quilómetros de distância nos aproxima mais das origens) passa um programa que não é do agrado de alguns, toca a sacar do argumento dos impostos, refilar, barafustar e bater com o pé, quando o mais fácil seria simplesmente mudar de canal. Os fiscalistas de trazer por casa preferem dar a entender que por cada programa que um português não gosta, foi “do próprio bolso” que o pagou. Claro que aqui o contraditório não existe; ninguém vai gostar de um programa e dizer “sim senhor, isto é o que eu chamo de uma aplicação bem feita do dinheiro dos meus impostos!”, pois não?

Esta ideia mesquinha e errada de que um português está a pagar do seu bolso por coisas de que não gosta ou que não lhe interessam pode servir para tudo e mais alguma coisa. Por esta lógica, uma estrada que liga o interior ao litoral do país pode dar muito jeito a quem vive nas povoações mais remotas, mas lá está, porque é que EU tenho que pagá-la, se não me serve para nada? E se o tio Zé dos Nabos, de Carrazeda de Ansiães, apanhar uma bebedeira de caixão à cova, ao ponto de precisar de ficar internado no INEM durante dois dias, com o MEU dinheiro? Eu não sou obrigado a pagar pelas bebedeiras do tio Zé dos Nabos, pois não? Ou será que sou, tal como ele é obrigado a pagar pelas minhas? Mais contenção amigos. O tal dinheiro é de todos, é verdade, e obviamente que desejamos uma aplicação sensata do mesmo. Mas alto lá, e para concluir, “olhem que não é bem assim”. Não caiam no conto dos vigários que pensam que sabem o que deve ser feito com o tal “dinheiro de todos”.



Um século



Assinalou-se na última terça-feira um século desde a Revolução Bolchevique, que após a queda do império russo e do fim da dinastia dos Romanov, deu início a mais de 60 anos de socialismo na Rússia, e um pouco por todo o mundo. Pode-se dizer portanto que no dia 7 o comunismo fez cem anos. Este é um tema sensível, que nunca pode ser analisado sem a devida contextualização no seu tempo, que foram os anos de mil e novecentos, a quem alguém chamou, e bem, “o século das ideologias”. Fazendo uma análise mais superficial, pode-se dizer que os ideais socialistas fracassaram nos países onde foram tentados, deixando um rasto de miséria e de morte. Só que, e sem querer desvalorizar esse facto, nada acontece por acaso.

A Rússia pré-revolucionária não era o que se pode chamar um lugar recomendável; existia fome, desigualdade, injustiça, em suma, vivia-se num regime semi-feudalista. O mesmo se pode dizer da China, onde a República Popular foi fundada mais de trinta anos depois, e destes dois exemplos, os maiores deles, podemos depreender que o comunismo não apareceu onde estava “tudo bem”, e os povos viviam em prosperidade até à implantação da utopia socialista. Não deu certo, é verdade, mas durante algum tempo deu-se voz aos oprimidos, e até se retirarou algo de positivo, quer em termos de direitos laborais, que na área do progresso científico. Nos tempos que vivemos sabemos o que falhou, onde se errou, e certamente que não ousaremos repetir. Mas será mesmo assim?

Não foi apenas por culpa própria que o comunismo fracassou. Podemos dizer que não resultaria de qualquer jeito, mas para isso também contribuiram a força dos seus antípodas, o grande capital, o imperialismo, e é preciso não esquecer que tivemos pelo meio uma guerra que supostamente devia ter acabado com todas as guerras, e não foi isso que aconteceu. Assistimos cada vez mais a uma tendência para o extremismo, para a rejeição daquilo que nasceu das cinzas da agressão nazista: o Estado Social. A lei do mais forte tem o seu lugar na teoria evolucionista, mas o Homem moderno tem o dever não só de apontar no sentido do progresso e da geração de riqueza, mas também a de cuidar dos mais fracos, dos mais pobres e dos desfavorecidos. Não podemos ser todos iguais, é verdade, mas tentemos pelo menos não criar o fosso que permitiu que um projecto como foi o comunismo internacional medrar. Da próxima pode ser algo bem pior.

PS: Mais um massacre nos Estados Unidos na última segunda-feira, quando um indivíduo armado entrou numa Igreja do Texas, disparando aleatoriamente, provocando 27 mortos e mais de 30 feridos. Não vou aqui desenvolver o que penso sobre a tal segunda emenda da constituição norte-americana, que contempla o direito a qualquer cidadão de ter porte de arma, e nem é necessário; num país onde só no ano passado aconteceram 3,85 mortes violentas relacionadas com armas em 100 mil habitantes, 30 vezes mais do que países como a Alemanha, Japão ou Reino Unido, o problema parece demasiado óbvio. Só não vê quem quer.



O Bar do Temporal



Artigo de 26 de Outubro do jornal Hoje Macau. 

O ano de 2017, agora a dois míseros meses de findar, fica marcado em Portugal pela tragédia dos incêndios, marcado pelo elemento do fogo. Aqui no nosso território à beira-China plantado foram outros os elementos que contribuíram para a nossa pior memória dos últimos dez meses: a água, na sua vertente transbordada, e o ar, na sua versão de ventos ciclónicos. Foi o tufão Hato, que literalmente “sacudiu a cabana”, aos mais vários níveis. Como epílogo tivemos no final da semana passada o relatório do “Bar do Temporal gate”, publicado pela ASAE local, e que nos deixou saber detalhes do que se passa um pouco pelo mundo dos comes e bebes. Alguns deles sórdidos. Mas o que é o Bar do Temporal?

Como o próprio nome indica, o Bar do Temporal é procurado pela sua clientela apenas quando chove muito, ou sopram rajadas com uma intensidade maior que o normal. Durante o resto do tempo até dá para esquecer que ele existe. A motivação é simples; o Bar do Temporal decide se a malta vai dali para casa para ouvir o vento a assobiar pela janela, ou se vai bulir, o que nesse caso costuma ser uma chatice. As críticas aparecem com frequência, nomeadamente no que diz respeito à forretice do bar, que teima servir em copinhos “de três”, enquanto a sua congénere de Hong Kong, o Stormy Weather Pub, saca muito mais facilmente dos generosos copos “de oito”. Teorias da conspiração não faltam, e entre essas há uma que fala de interferências externas, nomeadamente da parte de uns tipos que até não gostam de beber, mas mamam. E muito!

Em tempos idos, o Bar do Temporal não se apresentava como uma carreira atractiva para baristas, sommeliers e técnicos de atendimento à mesa locais, pois apesar de pagar o mesmo que outros estabelecimentos do género, era mais parco no departamento dos brindes e outras ofertas – tudo isto alegadamente, entenda-se. Contudo, e com o virar do século, o Bar do Temporal ganhou um novo élan, pois ali não se fala de política (que é sempre uma coisa muito chata), e a estabilidade do tempo meteorológico que se verifica durante grande parte do ano ajuda a passar o tempo cronológico com menos stress. Tudo estava (mais ou menos) bem até um belo (ou não) dia de Agosto, que não podia ter sido o pior para o Bar do Temporal enganar-se na dose, e servir as bebidas erradas. Com a mostarda e a água do rio a subir-lhe ao nariz, a já muito impaciente clientela chateou-se a valer, demitiu-se o manager do Bar do Temporal, e veio ao terreno a ASAE dos costumes.

E o que encontrou, esta espécie de ASAE, só que de colarinho? Muita coisa que uns já suspeitavam mas não tinham a certeza, e que outros já sabiam mas não queriam dizer. Aparentemente existiam dificuldades de comunicação entre o manager e os barmen, com o primeiro a ignorar as sugestões dos segundos, e a confeccionar os cocktails à sua maneira. Diz-se ainda que o referido manager escolhia música a tocar do bar muitas vezes da sua casa, o que não lhe permitia detectar o ambiente nocivo que isto provocava. Não despeciendo é o comportamente da sua assistente, que mantinha uma capelinha junto do balcão, e quando fazia as suas orações perturbava os empregados, que acabam a despejar os whiskeys metade no copo, metade na mesa. Um relatório contundente. Actualmente o Bar do Temporal está sob a gestão do antigo responsável pelo Bar das Tabuletas. Será que vão soprar ventos bonançosos de pequena vaga no Bar do Temporal? Só o tempo o dirá. E o tempo, também.


quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Re-retorno


Como os leitores mais atentos (se é que os há) podem ter reparado, fiz uma pausa sabática de mais de um mês aqui no blogue. Por nenhuma razão especial, foi simplesmente para me actualizar intelectualmente; ler uns livros, ver uns filmes, em suma, fazer um pequeno "reboot". Mas o blogue está de volta, pelo menos para já, só que como devem compreender, entre os afazeres profissionais e a escrita, não me sobra muito tempo para o resto. 

Amanhã vou fazer uma pequeno "update" dos artigos do Hoje Macau das últimas semanas, e na sexta-feira o Bairro do Oriente comemora o seu 10º aniversário - sim senhor, ah, já viram? Não estou planear em fazer em nada de especial, mas espero pelo menos assinalar a efeméride. Obrigado mais uma vez a todos os que estão aí desse lado, e desculpem qualquer coisinha. 


زيت الزيتون Azeite



Ana Malhoa tem um vídeo novo, este que vemos aqui em cima, e que se chama "Ampulheta", e que já tem mais de 250 mil cliques em menos de uma semana. Normal, atendendo à popularidade da artista, que ao contrário do que fazem os seus detractores (e há bastantes) vou evitar chamar de "azeiteira". Não gosto, acho do mais foleiro que há, mas pronto, não como. Ninguém me obriga a visualizar os vídeos ou a escutar a música da Ana Malhoa, que leva já quase tantos anos de vida quantos de carreira, e é pessoa que trabalha imenso, além de ser igualmente uma excelente profissional - diz quem a conhece. Posto isto, este vídeo chamou-me a atenção devido a uma série de comentários que li na publicação online do jornal Blitz, que lhe deu destaque, e dos quais selecionei alguns, para que se tenha uma ideia do "problema":


E pronto, a Ana Malhoa resolve dar uma de odalisca, veste-se de semi-arabesca, vai filmar para um "deserto" (que na verdade é uma pedreira), e salta logo a histeria islamófoba da "invasão do Islão". Onde diabo está aqui a Ana Malhoa a "ofender", ou a "promover" o Islão ou outra coisa qualquer? É a Ana Malhoa, cum raio! Eu imagino o sofrimento das pessoas que padecem desta maleita quando se deparam com coisas destas; entortam a boca, piscam compulsivamente de um olho, e pimba! não resistem e vão desabafar nas redes sociais, aprestando-se a fazer estas figuras tristes. Se forem ver a contabilidade dos "likes" no vídeo da cantora, vão verificar que são poucos mais que os "dislikes", o que é pouco habitual para a artista em questão. Ou a Ana Malhoa é realmente uma pessoa acima destas parvoíces, e nesse caso tiro-lhe o chapéu que não uso, ou deu um passo em falso em matéria de "marketing". Seja como for, daqui a uns tempos todo a gente se esquece. E ainda bem.



Sinceramente tenho saudades dos tempos em que as pessoas eram saudavelmente ignorantes. Lembram-se das Doce, e do seu "Homem das Arábias", que no início dos idos anos 80 nos deixavam a cantarolar "Ali-Babá, bá-bá-ali"? Que bom que era, quando falar de árabes era sinónimo de mil e uma noites, do Aladino e do génio da lâmpada. Ai, suspiro. Hoje, enfim, é disparate em cima de disparate, e um simples véu é mote para conversas sobre "terrorismo", "opressão", e toda a loja dos horrores. Haja paciência. É só para concluir:


Foge, Roberto Leal! Vem aí o Daesh!


O melhor pior anúncio de sempre



Este é possivelmente o pior anúncio da história da publicidade. É tão mau que chega a ser encantador, e ganhou um estatuto de culto no Brasil, de onde é originário, mais precisamente do Estado de Minas Gerais. Esta é uma empreitada que é tão má em todos os aspectos, mas de uma maneira tão equilibrada que chega a ser uma forma de arte. Se Ed Wood Jr., considerado o pior realizador de cinema de todos os tempos, tivesse feito um anúncio, seria este, com toda a certeza.

Nele vemos um casal interracial deitado numa cama, trocando carícias pós-coito (aparentemente), e ficamos com a ideia de que se trata de um anúncio de contraceptivos, ou quem sabe "lubrificantes", como o título do vídeo sugere. Sim, de facto são lubrificantes, mas já lá vamos. A fêmea do casal desabafa com o parceiro que "foi a uma loja de cosméticos", e ao contrário do que prometia "o comercial", ali os preços eram "um absurdo". O parceiro responde-lhe que não acredita em publicidade, e é por isso que troca o óleo do carro na "Patos Lubrificantes", e sai de lá com o carro "uma maravilha". É que lá na Patos Lubrificantes, "eles não fazem propaganda, não", o que pode ajudar a explicar a tragicomédia que foi este anúncio: eram marujos de primeira viagem.

Em primeiro lugar a explicação quanto a este nome tão curioso, "Patos Lubrificantes": é uma oficina de manutenção de automóveis localizada em Patos de Minas, uma cidade de MG, que parecendo que não, ainda tem cerca de 150 mil habitantes. E para que não restem dúvidas que não se trata de uma brincadeira...


...aqui está ela, a oficina da Patos Lubrificantes, na Rua Major Gote, nº 2200, Patos de Minas, MG. Espero sinceramente e para o bem dos seus clientes que eles entendam mais de carros do que de publicidade. Mas voltando ao anúncio, mais precisamente àquilo que lhe dá um toque de surrealismo...


...o cenário. Quer dizer, qual foi o génio que se lembrou deste quadro para fazer um anúncio de uma oficina de automóveis? É que aquela conversa podia ter decorrido...sei lá, em qualquer outra localização existente, que seria sempre menos estranha que esta? Será que tinham um orçamento tão reduzido que aproveitaram o intervalo da rodagem de um filme pornográfico para poupar nos actores? E aqui uso a palavra "actores" muito livremente - aqueles jovens estão nitidamente a ler as suas falas (e pela primeira vez, a julgar pela entrega). Se esta é uma "escola" qualquer de publicidade, é completamente nova, e única. 

Seja como for, o vídeo propriamente dito tem 260 mil visualizações no YouTube, mas o vlogger Filipe Neto incluiu-o na sua lista de "Comerciais mais bizarros", e "captou" mais de 3 milhões de espectadores (que bom para ele, será que lhe pagam?). É bizarro, sim. E é maravilhoso, também. Fico feliz por puder ter testemunhado uma coisa destas no meu tempo de vida.

E já agora, e para terminar, um pequeno conselho. Se estiver em Patos de Minas e tiver problemas com o óleo do carro, já sabe onde ir - ao Patos Lubrificantes, claro - mas se a avaria for eléctrica, não hesite...


...e vá à Eletropatos, elétrica para autos. Fica na Rua Piauí, nº 507 - Cristo Redentor, Patos de Minas, MG. E estão ver como se faz publicidade, e sem precisar de meter ninguém na cama de um motel?