segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Educação precisa-se


1) Arrancou mais um ano lectivo na Escola Portuguesa de Macau, e ao contrário da tendência dos últimos dez anos, o número de alunos aumentou. E o número de professores também. São agora perto de 500 os jovens que adquirem a sua educação no edifício da antiga Escola Comercial, alguns originários de sítios tão díspares como o Reino Unido, Colômbia, Filipinas ou Guatemala. O ano preparatório - introduzido há 3 anos para ambientar alunos cuja língua materna não é o português - tem sido um caso de sucesso, e a EPM ganha vantagem em relação às escolas internacionais do território pelos preços bastante mais acessíveis - e pela qualidade do ensino, porque não? É de salutar que a EPM esteja em alta, e talvez aqueles que tenham previsto o seu fatídico encerrar possam agora arrumar a viola no saco e ir pregar para outra freguesia.

2) A mão-de-obra em Macau não tem formação superior, e existem 78 chefias na Administração que não têm um curso universitário. Há quem diga que a competência está acima de tudo, mas isso é conversa para boi dormir. Quem exerce cargos de chefia na RAEM e não tem formação superior só se pode ter encostado à figueira, uma vez que os níveis de exigência actuais são (ou deviam ser) muito maiores. Já que os empregos na administração são agora os mais apetecíveis, é apenas normal que sejam reservados aos melhores, aos mais bem preparados, àqueles que estudaram, e não aos preguiçosos e aos nepotes. Quem não quer investir na sua própria educação não pode esperar um futuro equiparável a quem passa mais anos na escola e adquire mais elasticidade mental. Esta é uma diferença que se nota nos pequenos detalhes, e não vamos querer ter sapateiros a fazer-noa operações à vesícula, pois não? E este exemplo serve para qualquer outro caso.

3) Um estudo da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) revela que a população de Macau não está preparada para lidar com incêndios, revela o Hoje Macau na sua edição de hoje. Isto não é nenhuma novidade, a meu ver, e tem a ver com a natureza egoísta da nossa população. Basta ver a reacção dos indígenas cada vez que um elevador encrava, ou quando qualquer coisa rebenta: é um salve-se quem puder. Não existe preparação para casos de emergência, é claro, pois Macau não é conhecido por um local onde as tragédias são normais. Mesmo os exercícios de incêndio são autênticas pakhaçadas onde a maior parte dos intervenientes se diverte em vez de tomar consciência de que uma tragédia deste tipo pode mesmo acontecer. Enfim, mais educação é mesmo necessária.

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