Este vídeo da SIC dá conta de uma manifestação realizada no dia 20 de Setembro que contou com 150 participantes "de um total de 2200" que disseram ir aderir, e que visava, vejam só "impedir a vinda de refugiados para Portugal". Os motivos que são do conhecimento público já são conhecidos, são repetidos "ad nauseum", mas o verdadeiro fica sempre recalcado, vindo ao de cima na hora em que se atrapalham com os restantes, que como vamos ver não se justificam de todo.
Parece que afinal a "causa" tem um rosto: Nélson Dias da Silva, que tinha uma página "que o Facebook mandou fechar", onde contava com, sei lá, 50 milhões de seguidores? Esta gente tem uma coisa com os números que lhes dá uma crise de epilepsia quando teclam nos zeros, e aparecem sempre mais algarismos. Segundo o organizador, "muita gente não quis dar a cara", pois não queria "ser insultada". E que insultos são esses? Lixo? Pedófilos? Assassinos? Não: xenófobo. Os anteriores que mencionei não são insultos para esta gente, são "traços característicos da cultura islâmica".
Dá a cara na manifestação mas no Facebook, onde é mentor do grupo "Portugueses contra o Islão", que conta com 11 (onze) membros (foram os restantes 300 mil que não quiseram dar cara) é mais reservado, e vejam lá vocês que....
...esteve em Macau há pouco tempo, o rapaz. Imaginem só, eu nem fazia ideia que tivemos por cá tamanha celebridade. Alguém sabe se ele expulsou alguém? É que a maior parte dos residentes naturais de Macau são descendentes de refugiados da Guerra do Pacífico. As coisas que ficamos a saber.
Poucos quiseram falar, pois nunca diriam nada de jeito. Este senhor, por exemplo, tem medo do "terrorismo", e por isso "devemos sair do espaço Schengen". Afirmação triste, uma vez que implica que não temos gente com potencial para cometer actos terroristas, enquanto se sub-entende que entre os refugiados viriam terroristas - mas já se sabia que estes tipos não batiam bem. O jornalista da SIC, que esteve muito bem ao desmontar estes argumentos toscos, fala do 11 de Setembro, que aconteceu "fora do espaço Schengen", facto que o indivíduo reconhece, anuindo que realmente "não estamos livres" de que nos aconteça um atentado - basta haver pessoas, e se calhar se ele fizesse uma pequena reflexão, via que nem era preciso motivos por aí além para que isso acontecesse. Bastava aperceber-se da linda figura que se aprestou a fazer.
Este tira o argumento religioso do saco: eles vêm impor a religião deles. Eu não tenho religião e não me conseguem impor nenhuma, por isso ignoro como é que os portuguesas iam tão facilmente mudar a sua. Ele diz que "andou pela Europa", e que vai acontecer em Portugal "o mesmo que na França". Como, pergunta o jornalista, "vocês vão ver", responde ele num jeito infantilóide, "esperem e vão ver". Ainda há quem não tenha percebido que estes gajos são duros que nem uma pedra, e nem vale a pena discutir com eles?
Mas vamos dar-lhe o benefício da dúvida, e imaginar que ele vai a Paris e anda "às mouras". Aquele gráfico em cima indica a "percepção do Islão" nos países europeus onde residem as maiores comunidades islâmicas. Em França, por exemplo, os franceses responderam em média que entre a sua população há 31% de muçulmanos, quando na verdade há apenas oito. Pior ainda na Itália, onde em cada muçulmano os italianos vêem 5. Isto só pode ser narcisismo: "se não for igual a mim, é muçulmano".
Esta pobrezinha foi a que mais se espalhou ao comprido. Burra que nem uma porta, foi buscar a questão da hipocrisia e da cultura. Segundo ela não temos o dever de ajudar ninguém coisissima nenhuma, "há muita Angola em Angola" (eu diria que há 100%), guerra e não sei quê. Quando o jornalista lhe diz que não há guerra em Angola desde 2002, ela diz que há "gente a chorar", para depois ficar farta dessa desculpa e dizer que "são pessoas com uma cultura que não tem nada a ver com a nossa". Eu é que não tenho nada a ver com esta gaja, mas permitam-me que vos mostre uma coisa.
Esta é a Igreja de Mértola, que já foi uma mesquita. Se o argumento passa por ser uma cultura "completamente diferente da nossa", cai em saco roto. Qualquer pessoa com meio palmo de testa sabe perfeitamente o que pretendem estes gajos da extrema-direita: a mesma coisa de sempre.
Outra manifestação, desta vez com José Pinto Coelho, o palermóide do PNR, que nos fala de uma "invasão de migrantes", mas "nada contra" os refugiados. Tá bem tá. Vamos lá ver isso da "invasão":
Pois é, e assim percebemos melhor porque é que tanta gente se começou a considerar "europeia" ultimamente: na falta de um problema nosso, toca a meter o bedelho nos problemas dos outros. Disseram-me que na Alemanha, por exemplo, sente-se um desconforto como se os atentados de Paris tivessem ali ocorrido, o que nem se pode considerar bem uma loucura, se atendermos ao mapa ali em cima, mas Portugal, que nem se situa na rota dos refugiados clandestinos e tem a comunidade islamica mais reduzida da Europa, devia era antes fazer pela vidinha, e depois no tempo livre ir cantar e bailar.
Para esta arruada este imbecil resolveu mascarar outros imbecis de estereótipos do Islamismo radical - esqueceu-se foi de um homem bomba para os mandar pelos ares, que seria muito mais convincente. Ficou-se antes pelo jihadista e pelas buqcas.
Sim, as burqas, no sentido de "mais do que uma burqa", pois trata-se do tipo de véu islâmico MENOS usado entre as mulheres muçulmanas. Naquele gráfico vê-se a percentagem de mulheres que prefere cada véu em sete países islâmicos, e como podem ver só na Arábia Saudita se considera mais aceitável - e espero não ser preciso dizer que estas mulheres escolheram a resposta conforme o véu que usam. A burqa é mais comum no Afeganistão, que não surge nesta lista, mas sabemos porquê: os talibã, um grupo de malucos que alguém se lembrou de associar ao Islão, e não foi de todo descabido, mas seria o mesmo que ligar os cristãos ao feudalismo, no tempo em que comiam restos e eram fornicados pelos padrecos como se fosse uma coisa normal. Os homens têm uma coisa engraçada: para fazer o Islão parecer "horrível", são capazes de dizer que "deixam a mulher usar o que quiser", ou "falar com quem quiser", mesmo que seja um estranho. A única diferença entre um tuga machão e um talibã é o chicote, se o talibã tiver algum, pois se um manitas qualquer for meter conversa com a febra, é logo "oi oi pera aí, quem é que este pensa que é, ah?". Se não fez a barba dois dias até parece o Mullah Omar.
Ali na imagem temos o bioco e o rebuço, dois tipos de vestimenta que, imaginem, eram usados pelas mulheres algarvias ate ao inicio do sec. XX. Nunca seria capaz de fazer a defesa das burqas, longe disso, mas mais do que outra prova da proximidade cultural, demonstra que nao se trata aqui de nada de outro planeta para merecer um certo tipo de repulsa que tenho visto ultimamente.
Aqui noutra manifestação em 10 de Junho, esta canalha fala com mais entusiasmo da "invasão do Islão", e um dos argumentos passa pela "imposição de hábitos alimentares. Penso que ele se referia à carne de porco e derivados, o tabu alimentar dos islâmicos. Isto de não querer comer algo passou a ser um problema não sei porquê. Subitamente "comer porco" tornou-se uma coisa muito nobre, quase digna da realeza! Sempre se soube que os islâmicos E OS JUDEUS não comem carne de porco, e nunca foi nada de andar por aí alertar, que se "eles não comem, depois vêm aí e não nos deixam comer também" - isso é que é uma valentia para que eles não venham, e um bocado "manso demais" no caso de virem na mesma, não concordam? Olhe o senhor não me toque no ombro, ooops, já tocou? Então pode-me ir ao... acho que já entenderam onde eu quero chegar, não é? E o pior, é que isto leva a que de repente considerem um "insulto" ou uma "rejeição" da cultura ocidental se eles não quiserem comer porco. Perguntam-lhes se querem, senão porquê, mesmo estando fartos de saber a razão, e olham para eles com um ar de espanto, condensando toda opressão e o horror que constitui o Islão mais a ignorância sobre o mesmo num chispe de porco alemão. E ainda comem aquilo como selvagens, como que para mostrar que não vão impor a religião deles sobre...bom, ele vai pensar que são badalhocos - eu também não quereria impor nada, e muito menos converter-me.
Os chineses "comem cão" (ou como eu diria, "come-se cão na China", bastando para isso querer e dentes), e muita gente no Ocidente acha isso repugnante e primitivo, e rejeita a ideia, quanto mais a perspectiva. No entanto, uma vez na China, podendo evitar comer cão, e atenção: SÓ COMEM CÃO SE PEDIREM CÃO NUM RESTAURANTE ONDE HÁ CÃO, e que não são tantos quanto isso, nem "um em cada esquina". Agora imagine que estava na China, e tinha um jantar de negócios com chineses, num restaurante onde se come cão, e precisava de manter a sua compostura de ocidental. A certo ponto um dos convivas pede cão, pergunta se você quer, você rejeita, ele insiste, faz cara de quem se sente insultado, mas você nunca poderia aceitar, e desfaz-se em "obrigado mas não". Durante a refeição toda o gajo abocanha o cão com um ar sôfrego, olhos esbugalhados, e ainda insiste mais duas ou três vezes consigo, e numa delas segura na cabeça assada do animal, aponta na sua direcção e faz um número de ventriloquismo dizendo: "come-me, uof!" - como é que você se ia sentir, não podendo mandar o raio do chinês para aquele sítio? Tirando algum exagero da minha parte, isto é mais o menos o que acontece quando no Ocidente alguém descobre virtudes nas salsichas só para chatear os islâmicos, chegando ao ponto de dizer coisas como "não gosta, volta para o país dele", apenas com o pretexto da carne de porco. Outro que seja cristão e por acaso naquele dia não lhe apeteça iscas, despacham-no com um "mais fica" e comem a parte dele. Agora, isto é o Islão que não se quer adaptar a vocês, ou são vocês que não querem que eles se adaptem? Ou estão à espera que lhe falte o chá e berre coisas como "eu mato-vos! infiéis! allah akbar!". Como vou demonstrar noutro "post", se aqui a disputa tivesse apenas a ver com aspectos religiosos, ele tinha razão em não comer porco, e você está a trair as leis de Deus. Ele não o vai proibir de comer porco na mesma, mas depois eu desenvolvo melhor essa ideia.
Portanto posto isto, e muito mais havia para dizer, ficamos convencidos de que os receios nada tem a ver com economia, cultura ou terrorismo, pelo menos no imediato. Foi tudo um caso de burrice, acomodamento e teimosia. Que gentinha teimosa, esta! Portanto deixem-se de MERDAS, porque quem já se começa a parecer com terroristas são vocês. Se disto tudo deu para retirar alguma coisa, foi que afinal em vez de um país de gente de fibra, temos um país de cag…ah deixemos as coisas assim. Fazer pior pode-se considerar uma forma de "terrorismo".
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