domingo, 19 de julho de 2015

Ó Deus, ajuda lá o homem, fáxavôr



Quem vê sem saber do que se trata vai pensar: "este gajo está com os cornos cheios de droga" - e como! O indivíduo que vemos na imagem completamente nu a rebolar no chão está sob o efeito de Fenilciclidina, uma droga que é conhecida nos Estados Unidos como "pó de anjo" ou "PCP" (sigla de "Phenyl Cyclohexyl Piperidine"). Inicialmente usado para fins anestésicos, o PCP é um neuro-bloqueador sintético que uma vez consumido (fumado, inalado ou injectado) provoca o efeito oposto do DMDA, vulgo "ecstasy" - isto quer dizer que em vez de ficar "na boa" e "na sua", o consumidor comporta-se feito uma babuíno cuja cauda acabou de ser cortada a sangue frio. O forte efeito dissociativo que a substância provoca faz dela a droga de eleição entre elementos de gangues que cometem crimes especialmente violentes, que impliquem limpar o sebo a alguém. Eu diria antes que se sentem mais seguros, pois no caso de lhes rebentarem a mioleira, vão desta para melhor sem que dêem por isso. No título do vídeo lê-se "homem sob efeito de PCP ataca mulher em centro comercial de Filadélfia, mas trata-se de um nítido exagero: nem ele "ataca", e nem fica dez segundos encostado ao carro da senhora até que o segurança do tal centro comercial o detenha. Por baixo do vídeo, após a descrição, lê-se ainda "vamos rezar muito por este homem" (não, obrigado), e ainda mais em baixo um número de telefone para quem quiser ligar no caso de "conhecer alguém dependente das drogas". Ou muito me engano, ou aqui temos mais uma daquelas propostas de lavagem cerebral, que consiste em deixar uma droga (PCP, neste caso), e meter-se noutra (a religião) - e qual delas a mais perigosa! O que eu recomendaria no caso de saber de alguém que consome estupefacientes e constitui um perigo e para a sua comunidade, o melhor que tem a fazer é denunciá-lo, para que fique referenciado, ou chame directamente a polícia no caso de se entrar em vias de facto. Caso saiba que ele consome mas entretanto não chateia ninguém, aí sim, rezar apresenta-se como uma boa alternativa, desde que deixe o desgraçado em paz...

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