segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Contra o monopólio marchar, marchar


Não é novidade nenhuma para ninguém que o serviço de internet em Macau é um dos mais lentos, caros e merdosos do mundo, tudo graças ao monopólio nojento que a CTM detém, e que deixa reféns todos os residentes do território, que vão “comendo e calando”. Boicotar a CTM significaria isolar-se da civilização, pois os fascistas são donos e senhores dos serviços de rede móvel e de internet, e por isso podem, querem e mandam, e ainda nos mandam à fava se nos queixamos do serviço miserável que providenciam. Recentemente foi atribuída a outra companhia o fornecimento do serviço da rede fixa, onde finalmente a CTM encontrará competição. Que atencioso da parte dos nossos chefes, que o Buda lhes acrescente, mas isto é apenas simbólico, e se calhar pensam que assim nos conseguem calar: ninguém, mas ninguém quer saber da rede fixa, e são cada vez menos os assinantes. A seguir fazem o quê? Liberalizam o mercado dos telegramas, mensagens em morse e sinais de fumo?

A minha fúria que ocasionalmente me leva a produzir um texto desta natureza – para que se lembrem que existo e continuo insatisfeito – tem a ver com a lentidão exasperante do serviço de internet durante o dia de ontem, Domingo, especialmente durante o serão. Não foi até à uma da manhã que obtive uma conecção de jeito que me permitisse navegar acima dos 1 kb (um quilobite!) por segundo de sinal. Acontece que utilizo o serviço móvel através de uma “pen”, rede 3G, que sendo caro deveria ser supostamente uma maravilha. Mas raros são os dias em que não necessito de recomeçar o “router” para ver se consigo uma ligação decente, qualquer coisinha melhor do que a ligação que teria caso vivesse no topo do Monte Evereste ou nas tundras da Sibéria. São precisos nervos de aço para não apanhar um esgotamento, e o leitor nem imagina o que vai de caixas de chá de tília vazios pelo chão à volta da secretária de onde vos escrevo estas linhas – que quando a CTM e o seu serviço de caca permitem, consigo publicar. Já cheguei a acordar várias vezes às seis da madrugada para assim poder apanhar menos tráfego e publicar os textos escritos e gravados no Word na noite anterior. Como este, por exemplo.

Com as telecomunicações em regime de monopólio, é evidente que a companhia que o detém não vai querer melhorar os seus serviços, adqurir equipamento moderno, ou sequer perder o sono cada vez que se dá um apagão, seja por burrice de um dos gajos que lá trabalha, ou porque um tubarão mordeu um cabo submarino. E o que interessa, se não podemos optar por outra solução? Bem sei que de nada adianta queixar-me, insultar ou rogar por um serviço compatível com os progressos tecnológicos e com o século onde vivemos, e já seria bom que tivesse metade da qualidade de outros territórios da região, como aqui ao lado em Hong Kong, por exemplo, mas já sei que não dá. O modelo a seguir é, como sempre, o que vem lá de cima, da China, os nossos "tai-lous". Mas pelo menos vou protestar, fazer barulho e bater com o pé. Nem é pela internet mais livre, mais rápida para todos ou algo assim, mas para ter um serviço pelo qual pago pontualmente todos os meses, sem ficar horas tentar conseguir uma ligação decente. Que esta voz do Céu chegue de alguma forma aos burros.

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