segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Ched Evans: culpado por via das dúvidas



Ched Evans está de volta aos relvados, pelo Chesterfield FC! Que boa notícia! Que bom para ele, parabéns! Que bom para a sua família, para os amigos que lhe restam, e que pena que tenha que fazer este "post" sobre um jogador de futebol que nem sequer conheceria não fosse pelo infeliz processo judicial que lhe custou a carreira, e o privou da liberdade durante dois anos - ou será que conheceria? O avançado-centro Chedwyn Michael Evans nasceu a 28 de Dezembro de 1988 em St. Asaph, no País de Gales, e com 10 anos iniciou-se no Rhyl F.C., um clube desse país, mas o seu faro para o golo cedo chamou a atenção do departamento de prospecção de jovens talentos do Manchester City, que um ano depois o levou para Inglaterra, e foi de camisola azul que fez toda a sua formação. Apesar de se ter revelado desde muito jovem uma promessa, não se conseguiu impor na equipa principal dos "citizens", mas para isso contribuiu o facto de ter chegado a sénior numa altura em que o clube foi adquirido pelo consórcio árabe que actualmente o dirige, que apostou forte em jogadores com créditos firmados, e com os resultados que se conhecem. Assim sendo, Evans mudou de ares e na época 2009/2010 assinou um contrato de três temporadas pelo Sheffield United, que disputava o Championship, segundo escalão  do futebol inglês. Nos "blades" só se viria a afirmar na segunda época, sendo o melhor marcador do clube, mas os seus 9 golos em 34 jogos foram pouco para evitar a despromoção à League One. Foi na época seguinte e nesse escalão que Evans atingiu a maturidade como futebolista; apontou 35 golos em 42 jogos no total das competições, e mais poderiam ter sido, não fosse pela tremenda injustiça que o tornou numa espécie de bode expiatório de todos os males do mundo. Evans não terminou a época pelo United, que já sem ele viria a perder a final do "play-off" de promoção frente ao Huddersfield, no desempate nos pontapés da marca de grande penalidade. Tudo isto porque...


...a 20 de Abril desse ano, a um mês do final da época em que apontou 35 golos em 42 jogos, Ched Evans foi condenado a uma pena de cinco anos e meio de prisão por violação. Isso mesmo, a fazer fé na Justiça que o condenou, eis o sacana mais "sangue-frio" de toda a história: durante o processo judicial em que era julgado por factos que se reportavam a Maio do ano anterior, teve a destreza de marcar todos aqueles golos, e fazer a sua melhor temporada de sempre. Ou isso, ou estaria plenamente convencido da sua inocência, e tanto eu como qualquer pessoa com o mínimo de bom senso estariam também, mas o problema teve a ver com o crime de que era acusado, e a forma como é visto pela sociedade em geral, e pelas mulheres em particular. Perante este travesti de Justiça, tanto é um violador alguém que se esconde num beco escuro a aguardar uma inocente que depois agride violentamente e desonra sem hesitar, como o Ched Evans, que...e o que é que ele fez? Em primeiro lugar gostaria de deixar bem claro que Ched Evans, o homem, agiu de forma incorrecta, e Ched Evans, o atleta, teve um comportamento condenável como profissional de futebol, e como tal um exemplo para os mais jovens - mesmo que neste particular os jogadores da bola não sejam propriamente uns meninos de coro - mas nunca, em circunstância alguma, é culpado dos crimes que lhe imputam, e com a gravidade que lhes atribuem. Vamos aos factos, que se faz tarde.

Em Maio de 2011, como referi no parágrafo anterior, Ched e o seu amigo e também jogador Clayton McDonald, na altura a representar o Port Vale, foram beber uns copos em Rhyl, cidade do País de Gales de onde o primeiro era originário. No bar onde foram beber conheceram uma jovem de 19 anos, que já tinha passado de longe da dose recomendada - é o "mundo livre" que temos, que permite a uma jovem no limite da idade legal ir beber sozinha à noite, e não nos passa sequer pela cabeça pôr esta "liberdade" em causa, certo? Pois, só que aparentemente levada pela desinibição que o álcool normalmente provoca, a eventual "vítima" aceitou ir para um hotel ali próximo com Clayton McDonald, conforme a própria viria a confirmar em tribunal, e Ched Evans foi junto. Escusado será dizer que não foram lá apenas para conversar, ou passar uma boa noite de sono para "cozinhar a bebedeira", e como uma coisa leva à outra, os dois atletas acabaram por usufruir dos prazeres do etilizado corpo da jovem. Até aqui tudo normal, e aposto o que quiserem que isto acontece todos os dias um pouco por todo o planeta, mas neste hotel em Rhyl, País de Gales, existe um porteiro excessivamente zeloso, que "escutou ruídos" vindos do quarto que os três haviam alugado, e resolveu chamar a polícia. Se calhar o pândego trio entrou por engano num hotel gerido por monges trapistas durante o momento em que cumpriam o voto de silêncio, ou então o mais certo é que o tal porteiro seja um daqueles tipos que gosta de escutar às portas, o que faria muito mais sentido.

A polícia galesa chega ao local, e ao deparar com o estado lastimável em que a jovem se encontrava, não porque tinha sido vítima de agressão sexual, mas porque estava tão bêbada que mal se conseguia manter de pé, resolveram levar toda a gente para a esquadra. Já mais ou menos recomposta, a jovem admitiu ter ido para ido para o hotel voluntariamente a convite de Clayton McDonald, mas diz "não se recordar" de ter dado consentimento a Ched Evans para "limpar o prato" onde o outro havia comido (peço desculpa pela linguagem, mas não estamos aqui a falar de anjinhos). Evans, contudo, afirma a pés juntos que sim, que ela consentiu - e o que mais estaria ele ali a fazer no quarto, que suponho estar equipado com energia eléctrica e não ser preciso levar uma vela. Ele garante que ela consentiu, ela não se recorda de ter dado consentimento, e é possível que não recorde do próprio acto, e não fosse pelo porteiro "peeping Tom" de Gales, nunca teria sabido sequer que o Ched Evans lhe tinha feito uma "visita". Mas lá está, neste tipo de situações, em que a opção é dizer às autoridades que foi "vítima de violação", ou que "é uma situação frequente" e um dia destes se os senhores agentes quiserem ela "passa lá pela esquadra e dá a volta a todos, que tal?", nem sempre é fácil ser-se honesto. A juntar ao facto que tem 19 anos, estuda e vive na casa dos pais, a escolha só pode ser fazer o ingénuo do Ched pagar pela sua badalhoquice. E falando dos pais, mesmo que saibam o que ali  têm mas prefiram não prender a dócil rapariga em casa com uma trela, as consequências do impacto social que uma coisa destas tem nem os leva a pensar duas vezes. Se for preciso dizem que a filha é uma impoluta criatura, e que estava sozinha naquele antro de degredo àquelas horas da noite a tentar converter as almas pecadoras, e que aqueles malandros "puseram qualquer coisa" na bebida dela. Nas bebidas, quer-se dizer. Em todas as 20 ou 30 delas. 

O caso foi para julgamento, e enquanto decorria o apuramento dos factos, Evans iam somando e seguindo, marcando golo atrás de golo, perfeitamente convencido da sua própria inocência. As perspectivas eram animadoras; 13 vezes internacional pelos sub-21 de Gales, onde apontou 13 golos, e outras tantas pela selecção "A", com um golo apontado, falava-se da possibilidade do jovem avançado ser chamado para a equipa da Grã-Bretanha, que ia participar nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012 como novidade, e com toda a certeza que a sua folha de serviços iria despertar o interesse de clubes com mais ambições do que o Sheffield United. Sonhos que se viriam a transformar num enorme pesadelo no dia 12 de Abril de 2012, quando o tribunal condenou Evans a cinco anos e meio de prisão por...violação! E porquê? Porque a acusação conseguiu provar que "a jovem estava demasiado embriagada para dar consentimento". Ai é? Portanto, se do bar fosse meter-se atrás do volante de um automóvel e ceifasse a vida a dois ou três peões inocentes, a culpa seria do veículo, pois ela "estava demasiado bêbada para conduzir", e por isso não é responsável pelos seus actos. Coitada! Já sei o que estão a pensar, que a violação é um crime demasiado sério para se tratar de forma tão ligeira, e que o acto sexual requer o consentimento de ambas as partes, pois caso contrário é o mesmo que violação. Mas isso é motivo para que se condenem inocentes "pela via das dúvidas"? Sim, o Ched Evans não é propriamente "inocente", e moralmente o seu comportamento foi uma desgraça, porque tinha namorada, e sabem o que mais? 



Ainda tem, e é a mesma, uma tal Natasha Massey - vejam aqui outra imagem anterior à prisão de Evans, se não acreditam. A jovem não só perdoou a escapadela do namorado, como ainda esperou que ele cumprisse a pena, e acredita na sua inocência. E sim, é uma mulher, e como qualquer mulher normal repudia o crime de violação, e tudo o que isso implica. Mas também deve ser uma pessoa que pensa pela própria cabeça, e mesmo sob o risco de passar a ser vista como "a mulher do violador", manteve-se firme ao lado do seu companheiro. Isto sim, é uma mulher de coragem, ao contrário daquelas que aproveitam o mínimo envolvimento que seja de um homem num caso de violação, mesmo que não fique provada a sua culpa, para lhe imputar os maiores horrores, acusá-lo das piores intenções, exigir a sua exclusão da sociedade, e pior, acusar quem o defenda de "ser ele igualmente um violador". Sim meus senhores, esta é a falácia preferida das fufas feministas que odeiam homens e mordem-se todas de raiva quando vêem uma mulher feliz ao lado de alguém do sexo oposto: quem levante a mínima reserva que seja à  uma acusação de violação, é também ele um violador. Pena que não é só a violação que é punível por lei como forma de agressão, pois viesse uma fissureira com esta conversa para cima de mim, e ia passar a excluir os alimentos sólidos da sua dieta. E não falo apenas por falar, pois não sou o único  a acreditar na farsa que constitui esta condenação, e de como relativiza o próprio crime de violação, colocando no mesmo saco as vítimas passivas deste horrendo acto, com umas flausinas levianas que não se importam de arruinar a vida a alguém só para que a sua "barra" não pareça tão suja. E nem é a namorada de Evans a única a questionar a validade da condenação do homem que conhece melhor que ninguém, só que...


...esta é uma convicção que requer um estômago bem resistente, e uma grande firmeza de carácter. Esta na imagem é Judy Finnigan, que apresenta um programa da manhã em Inglaterra, juntamente com o seu marido, e que cometeu a ousadia de considerar que "o crime que Evans cometeu não foi violento", e ainda referiu as circunstâncias em que a alegada violação foi cometida em defesa do jogador. Dito e feito, foi imediatamente acusada de "delegar a responsabilidade para as vítimas", e claro que não podia faltar a generalizaçãozinha da ordem, e ainda lhe foi posta a cabeça a prémio, com cartas dirigidas à estação de televisão onde trabalha exigindo que fosse despedida, e ataques nas redes sociais (claro) que incluíam, imaginem só, sugestões que a sua filha Chloe, também ela uma celebridade como instrutora de ginástica de manutenção, "devia ser violada, também". Ironia das ironias, isto vindo de pessoas que afirmam repudiar veemente a violência contra mulheres. E nem é difícil adivinhar de onde partiu a "gracinha".


O que para aqui vai, meus senhores. Reparem no que diz a "Lauren", que acusa Judy Finnigan de ter dito...a verdade? Sim, a verdade, tal e qual como aconteceu, e que ficou provado em tribunal, e depois? O ridículo quer da condenação, quer da histeria destas tontas, é que a acusação baseou-se no facto da suposta vítima "não estar em condições para ter relações sexuais, devido a estar demasiado bêbada para consentir o acto" - minutos antes, quando acedeu a ter relações com Clayton McDonald, que saiu intacto desta confusão, estava fresquinha como uma alface, ao ponto de ter confirmado que foi voluntária e conscientemente com os dois atletas para o hotel. Minhas senhoras, não é uma questão de "responsabilizar a vítima", ou "desvalorizar o crime de violação": trata-se de apreciar os FACTOS. E é isto que nos separa da selvajaria, e foi graças à EVOLUÇÃO da sociedade, e ao PROGRESSO, que nos livrámos das piras inquisitórias. E já que falamos de bruxas, e que tal imitar aqui as senhoras, que se acham acima da lei, não precisam de provas para afirmar que alguém é culpado do crime de que é acusado, e fazer eu próprio as minhas presunções? Sois nada mais que sapatonas amarguradas que queriam ver os homens todos na cadeia para poderem ficar com o "filete" todo para vós, e assim devorá-lo à tesourada. Que tal? Falta de nível? Bem, não é crime ser-se fufa - já não é pelo menos - mas uma condenação por um crime da natureza da violação pode não só valer uma temporada "ao fresco" (que não aparenta ser nada fresco, honestamente...), uma carreira arruinada, e a censura da sociedade. E a reabilitação, como é?



É o tanas, é o que é. Evans é condenado nas circunstâncias que referi neste texto, foi a sua primeira infracção, e a simpática imprensa tablóide britânica espeta-lhe com o epíteto de "violador". Pois é, de facto, e quem sou eu para o desmentir, se foi condenado por esse crime? Aparentemente jogava futebol nos intervalos dos abusos que cometia contra as suas pobres vítimas. Cumpriu a pena, pagando assim a sua dívida com a sociedade? De facto, e na sentença ficou estipulado que Evans cumpriria metade da sentença caso revelasse bom comportamento, e durante os dois anos que esteve encarcerado, o atleta não só continuou a tentar provar a sua inocência, como nunca abandonou o sonho de voltar a jogar futebol. Assim arranjou trabalho na prisão como reparador e pintor, de modo a conseguir ganhar algum dinheiro para levar uma alimentação mais saudável, e assim que se viu de novo em liberdade, voltou ao seu clube, o Sheffield United. Foi este o mote para o programa onde Judy Finnigan teve a coragem para dizer o que pensa, e que no fundo não é senão do mais elementar bom senso: cumpriu a pena, o crime não se revestiu de contornos violentos, qual é o mal de voltar a fazer a única coisa que sabe? Num rectângulo de jogo onde anda com mais 24 homens a correr atrás de uma bola não há o risco de violar ninguém, pois não? Ah, pois é, e as crianças, e tal, que exemplo lhes estamos a dar ao reintegrar o "violador" na equipa, "como se não fosse nada"? Os jovens "vão pensar que os seus actos não têm consequências", e vão desatar por aí a violar a torto e a direito. Bardamerda, pá! Não teve consequências? Não esteve preso, afinal? Mas pelos vistos "merece muito pior".


Aí está: mal o Sheffield United ponderou voltar a contar com o jogador, aparece uma petição dirigida ao director do clube, numa atitude que só pode mesmo ser entendida como chantagem. Pois é, "foi condenado, é assim que a justiça funciona, ponto final". Isso mesmo. Cumpriu os dois anos da pena, foi libertado, e agora caso volte a fazer o que fazia antes de pagar por um crime de que foi condenado fora do âmbito da sua profissão, "insultam-se as vítimas de violação". E aquela parte que sublinhei ali a meio é muito boa: "ninguém vai acreditar nas mulheres quando disserem que foram violadas, mesmo que um tribunal acredite nelas". Quer dizer, não acham que aqui a história está a ser contada ao contrário? A única mensagem que todo este lamentável incidente passa para os jovens é esta: "Levem convosco um notário oficialmente reconhecido que possa atestar que tiveram o consentimento de alguma badalhoca que engataram num bar, ou no caso da pobrezinha se arriscar a passar por pêga, nega que deu esse consentimento". Sim, de facto "estava demasiado bêbada" para dar o consentimento, e afirma "não se recordar" de o ter dado, enquanto o "violador", que não estava bêbado e não tinha quaisquer antecedentes criminais, garante que deu - ei, vamos acreditar na flausina que aceitou ir com dois gajos para um hotel e depois "esqueceu-se" de autorizar o segundo a entrar-lhe na gruta, fazendo desse um violador perverso e malvado. Não concordam? Ora, ora. Só podem ser vocês próprios "violadores", também.

A tipa que iniciou aquela petição assinada por 170 mil pessoas (todas com receio de serem confundidas com violadores, suponho), uma tal Jean Hatchet, de  Londres, queixou-se que depois ter iniciado a petição "começou a ser assediada na internet", com comentários do tipo "vai mas é lavar a loiça" - que horror, que medo! Esta tipa não bate bem da cabeça, é mais que evidente que odeia o sexo oposto, e passa a vida a procurar um jeito de lhes lixar a vida. O pobre Ched colocou-se a jeito, e a desocupada passou a fazer-lhe marcação cerrada:


Mais duas petições para impedir que o jogador encontrasse um clube onde jogar, incluindo uma para o Ministro da Justiça pedindo para proibir a agressores sexuais condenados que viajem para fora do Reino Unido perante autorização das autoridades, e isto porque um clube maltês, o Hibernians, fez um proposta a Ched Evans. Mais tarde uma outra petição, desta feita ao presidente do Oldham Athletic, que demonstrou interesse no concurso de Evans, salientando que o jogador não deve assinar por nenhum clube até admitir a culpa. Se isto não é chantagem, o que é? Mas Evans não admite a culpa de forma alguma, e conseguiu mesmo que se realizasse a repetição do julgamento, marcada para Outubro deste ano. Isto pode ser bom e pode ser mau, uma vez que perante novas provas pode ser considerado inocente, e limpar o seu bom nome e reputação, ou voltar para a cadeia, caso fique provado que insistiu em ter relações com a "vítima", sem que esta tenha dado consentimento. Como é que se vai provar isto, se a própria já afirmou que "não se lembra"? Não me surpreende nada que a senhora esteja com pressa para saciar o seu ódio de género.


Enquanto isso o calvário de Ched Evans prosseguiu, sem conseguir encontrar um clube onde jogar. Depois do seu antigo clube ter sido obrigado a desistir da sua contratação, outros pensavam duas vezes e não arriscavam. Valeu-lhe o Chesterfield, cujo treinador é Danny Wilson, que trabalhou com Evans em Sheffield e convenceu a direcção a contratá-lo por um ano, apesar da repetição do julgamento em Outubro. Este receio nada tem a ver com as petições da outra maluca, mas com o impacto negativo que isso podia ter junto dos patrocinadores. E mal o avançado assinou  Julho...


...esta empresa local de instalação de soalhos de casa-de-banho e cozinha retirou o seu patrocínio ao Chesterfield, alegando "querer preservar o seu bom nome e imagem, pretendo distanciar-se de polémicas". Apesar destes rústicos de Derbyshire contribuírem apenas com o suficiente para manter uma placa publicitária na zona junto do relvado, é um exemplo daquilo que Evans e o Chesterfield ainda podem esperar. E não é tudo:


Até os adeptos do Chesterfield entraram na dança, como se pode ver por estes comentários na página oficial do clube na rede Twitter. Humor britânico, com certeza, e quem sabe se as mensagens dando conta dos golos do jogador não convidam mesmo a piadas fáceis como "violou as redes" ou "teve consentimento ou marcou de qualquer jeito?". Nada como estar de fora a rir do infortúnio alheio. E sãoos adeptos quem menos razão de queixa, pois mesmo que as opiniões se dividam no que toca à imagem do clube, Evans tem mostrado serviço, apontando quatro golos nas primeiras quatro jornadas da League One, que até à derrota deste Sábado frente ao Millwall iam deixando a equipa nos primeiros lugares da tabela. Quem sabe não esquece, e digam lá: é isto que se espera de predador sexual, que ainda por cima se recusa a admitir a culpa, pretendendo ainda por cima passar a responsabilidade para a vítima? Contem outra que com essa não me convencem. Há que tirar o chapéu a Chad, que nunca virou as costas à luta, e contra tudo e contra todos foi atrás do sonho de continuar a fazer o que mais gosta e o que melhor sabe.

Este caso veio demonstrar mais uma vez que os ingleses têm uma grande dificuldade em lidar com os "monstros" que eles próprios ajudaram a criar, ou com os quais têm uma contabilidade vasta e antiga. Vêem o tal "racismo" em toda a parte, até numa anedota sobre italianos,  se for preciso, mas levam com o título de um dos povos mais arrogantes da História, com os seus tiques supremacistas.  Neste exemplo em que entra a todo o vapor o "feminismo de calças" lamenta-se a despersonalização que se faz de um homem, que seja lá qual for o crime de que é suspeito, é inocente até prova do contrário, é nesta história em que a Justiça parece sair muito mal servida, tem direito a limpar o seu nome.

As feministas, ou "feminazis", comoalguns as chamam, chegam a ter alguma piada, especialmente quando caem em contradição ao afirmar que "são tanto ou mais que os homens e por isso assistem-lhes os mesmos direitos", para depois alegarem a condição feminina para exigirem privilégios e  se isentarem de responsabilidades. O mais irónico aqui nem é o facto de no caso dos pais da menina lhe metessem uma rédea curta e não a deixassem andar aí pelos bares a encher as trombas de bebida e a oferecer-se a estranhos, estariam a "oprimir a liberdade da jovem e a interferir na sua emancipação sexual", e seriam chamados de "trogloditas" para cima. O que é mesmo grave é meterem no mesmo saco esta que se for virgem só pode ser de signo com outras mulheres que sem saberem ainda como, caíram nas garras de predadores a quem claramente não deram consentimento algum, e não há um dia que passe sem que esse pesadelo as venha assombrar. Isso simé o verdadeiro insulto.





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