sábado, 19 de setembro de 2015

Nova moda: sexo...vaginal!


Mais de um milhão já descobriram o sexo vaginal. E você, do que está à espera? Encomende já!

Ah, o velhinho "sexo vaginal" - ainda se lembram desses belos tempos, ó fanchonos? Ah pois, isto de nunca se estar contente com pouco leva-se a que se cometam certas faltas de respeito, sobretudo com a vagina. E a partir deste ponto não vou cometer o desagravo de afirmar que a vagina é o único orifício oculto onde se onde se pode (e deve, lógico) meter o pénis, que é um apêndice sensível e que merece toda a estima - e penso que ambos os géneros e até os aficionados das práticas ditas "alternativas" em termos de sexualidade concordam com esta ideia. Assim evito fazer referências jocosas à sodomia, do tipo "conduzir na contramão na auto-estrada do cagalhão" e outras que podem, e vejam bem isto: "magoar alguém". E ainda têm a lata de me dizer que isso "magoa", quando entretanto...ah, deixem para lá, e contemplem antes o número de pessoas que fizeram "like" da página do Facebook dedicado a esta actividade: mais de um milhão! Posso mesmo arriscar que a curiosidade de uns anda pela mesma bitola da indignação de outros: "Sexo vaginal??? Mas é dali que vêm os bebés! Que gente tão horrível". De facto, mas se soubessem mais desta ginástica que não requer adereços da gama dos lubrificantes e outros que ajudam a fazer caber o que não cabia sem muito custo, talvez se conseguisse sentar mais à vontade na cadeira. E lá estou eu outra vez, bolas! Passemos então a descobrir no que consiste esta extravagância, esta loucura que passa por procurar contacto íntimo com O SEXO OPOSTO! Ele há gente para tudo, realmente. Agora é o "sexo oposto", e depois não contentes com isso vão cães, vacas, lulas, frango cru...a perversão parece não conhecer limites!


O Governo adverte: o sexo vaginal pode levar ao orgasmo e à ejaculação

Em primeiro lugar queria a vossa condescendência estas imagens que podem ser consideradas por alguns "pornográficas" - se há quem considere a pintura da fachada do Hotel Estoril "indecente" vai olhar para isto e exclamar: "Pronto, podem matar-me à vontade, que já vi tudo!". Infelizmente o cumprimento deste desejo é comummente tido nas sociedades ditas civilizedas como sendo um "crime", e alegar "interpretação literal" não cola. Pronto, paciência. Mas vejam o rigor com que a mecânica do acto é descrita, naquilo que podia ser muito bem utilizado como argumento CONTRA a introdução de uma disciplina de Educação Sexual nos programas do ensino primário e secundário. Digo mais: a "introdução" de seja o que for fica prejudicada com esta explicação sobre...a introdução, neste caso de um tal "pénis erecto" na tal "vagina", que onde decorre a acção desta narrativa. Vejam só isto:


Todo este mar, todo este céu e "immisio penis"...

Aí está, fica de uma vez por todas assente que só "entrou em coito" quem cumpriu os procedimentos acima descritos. E não se esqueçam que não basta introduzir o "pénis erecto" na vagina para poder reclamar uma adesão ao mui distinto Clube do Coito; é preciso que "um ou ambos" se mexam um bocadinho, vá lá. Aquilo é como o champanhe: se não se abanar não há espuma para ninguém. Resolvida a questão mecânica do processo, nomeadamente sobre quem entra com a parte não-intelectual da empreitada, ou se entram ambos, seguindo-se a repetição continua deste acto de semi-contorcionismo "até que sejam atingidos o orgasmo a ejaculação". Quanto a estas duas etapas, não se fica a saber mais do que isto, mas penso que é o equivalente à parte das receitas de bolos onde se lê "batas as claras até ficarem em castelo" - a receita não descreve a aparência de "claras em castelo", nem diz quando tempo vai demorar: quando acontecer, logo vão saber. Adorei o detalhe da "fricção", que contém uma dica quanto à acomodação do pénis na vagina: "tipicamente sem remover totalmente o pénis". Sem o "tipicamente" como salvaguarda, não se fazia justiça a essa nobre modalidade do Coito Olímpico: a "estocada" - ouvi dizer que querem acabar com essa também! Ah não, desculpem, confundi com "tourada", que parvoíce a minha. Mas o melhor ficou mesmo para o fim, a designação de "intromissão", que no fundo faz todo o sentido para quem encontra um pénis com um gajo lá agarrado, onde antes só vislumbrava a própria flora vaginal. Aqui está um bom nome para juntar à lista de onde constam "pacheco", "cabeçudo" e "careca", entre outros mais e menos coloridos: "intrometido". E no que se intromete, este desocupado? Nos assuntos que só ao clítoris e à vulva dizem respeito, já viram isto? Deixa de ser um cavalheiro e começa a comportar-se como...um "ganda c...."? Ora aí está, começa tudo a fazer mais sentido, agora. Antes de passar à ultima parte deste guia de como fazer para trapalhões, elaborado por um pantomimeiro ainda mais trapalhão, queria chamar a atenção para o seguinte:


Olha quem chegou! Sai da frente Zézé Camarinha, seu lingrinhas!

Este jovem atleta sorri, certamente não por ostentar aquele apelido algo infeliz, mas quem sabe porque pratica com frequência o coito - mas qual? Isso ninguém sabe ao certo, pois ao contrário do que nos diz aquele professor Tournessol arraçado de Haddock, o coito tanto pode ser vaginal como anal. "Coito" é simplesmente outro nome para a relação sexual, assim como "concúbito", "cópula" (de acoplar, que significa unir, ou juntar) e outros nomes menos elegantes. Agora deixemos o João Coito em paz, até porque o rapaz alinha no Casa Pia, e onde entram "coito" e "Casa Pia" juntos no mesmo texto, estaremos a falar de tudo menos de "sexo vaginal". Antes assim fosse.


Para "obter o coito", é preciso estar recenseado, ser maior, ou ter o BIR?

E chegamos à última parte, que só por si daria para fazer mais um ou dois "posts", tantas são as tontices que o autor aqui expressa. Nada disto é completamente mentira, note-se, mas como é que este ou esta tipo ou tipa (inclino-me para "tipo", confiando que nenhuma senhora ou menina tema a lata e o despudor) sabe onde fica o mítico "Ponto G", onde supostamente fica a buzina do sexo fraco? Viu uma radiografia? Fica a cinco centímetros do quê?!?! Só pode ter ido com régua, para saber isto com exactidão, e "intróito vaginal"? U lá lá, faça de favor de entrar, doutor. E já agora sabem o que é um "suspiro de Vénus"? Um peidinho de cona! Que tal, ah? Inventei mesmo agora. E nem tudo é tão redutor como o autor dá a entender com aquela "estatística de bolso" que nos diz que "a maioria das mulheres prefere o sexo vaginal ao sexo anal"? Para se afirmar isto com tanta certeza era preciso ser mosca - nem todos comem a mesma coisa em casa, para bom entendor. E para acabar, fossem os disparates sardinhas e tínhamos aqui a frota completa das Caxinas a voltar com as traineiras a transbordar, as posições! Eu logo vi que isto que do sexo ser tabu era uma modernice, pois aqui descubro que "as civilizações estudavam alternativas" à "tradicional" posição conhecida por "missionário", e como exemplo de que não se pensava nem se falava de outra coisa, temos o  indiano "Kamasutra", aquele livro com uns marajás a levantar os saris do mulherame para afinfarem de onde menos se esporra espera. Mas isso é lá para os lados dos restaurantes de caril de intróitos vaginais, pois no Ocidente temos o clássico "Tratado da Canzana", e antes de Shakespeare já os britânicos se deliciavam com as famosas obras de Master Bates, das quais se destacam "Hamlet, Romeo & Juliet: the threesome", ou "A Midsummer's Night Reverse Cowgirl", entre outras. Mas já agora gostaria que alguém me explicasse uma coisa:

Vendo bem, ninguém teve verdadeiramente "sexo vaginal" - é preciso dois ingredientes.

Pois, este já entendi, mas e quanto às restantes modalidades de "sexo vaginal" além desta onde o pénis penetra na vagina? E quem não gosta de vagina, não tem direito ao "sexo vaginal"? E no caso de serem ambas ou mais meninas cheias de vontade de expressar a amizade entre elas através de sexo vaginal, e não lhes apetecer ter um pénis a intrometer-se nos seus intróitos vaginais? Ah? Tudo motivos para "se estudar" o sexo vaginal, e assim "adquirir mais conhecimentos", como faziam os antigos, antes de aparecer a televisão. 

Antes de me despedir, uma palavra aos que ficaram chocados com alguma coisa aqui escrita, ou alguma imagem mais gráfica, mas não apontem o dedo; afinal somos todos pecadores, com essa mania de "mover o pénis para a frente e para trás na vagina, causando fricção". E para quê? Para "atingir o orgasmo", e de seguida "a ejaculação", e tudo isto dentro do canal por onde saem os bebés! Não admira que Deus esteja tão zangado, e Ele que fez todas as coisas na Terra e no Céu menos esta. Com tanto lugar para se fazer sexo, vão logo para aquele?!?! Sinceramente...


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