domingo, 17 de abril de 2011

Desporto é saúde (e a letargia também)


Esta é uma linda imagem recolhida ontem à tarde no campo de jogos da Rua da Praia do Manduco, que reabriu esta semana, depois de dois meses de obras – isto apesar de ter sido apenas inaugurado apenas no ano passado, mas deixem lá. Aqui vemos algumas dezenas de pessoas, talvez 60, a jogar ténis-de-mesa ou badminton, a correr de um lado para o outro, crianças com triciclos, idosos sentados nos bancos e senhoras a caminhar descalças nos seixos (aquela porra dói, nem sei como conseguem). O tempo ajudou à festa, pois apesar de não estar uma tarde tão espectacular quanto isso, fazia calorzinho e soprava uma brisa fresca agradável (ao contrário do dia de hoje, que esteve uma merda).

Isto tudo para falar de um tema que me é querido especialmente, o desporto juvenil. Acho interessante que tantos jovens chineses joguem, por exemplo, badminton. A primeira vez que vi jogar badminton foi quando vim para a Ásia, pois onde eu vivia este desporto tinha tanta popularidade quanto o corfebol (vão ver o que é; Portugal conseguiu um terceiro lugar no mundial da India em 1995) ou o polo aquático (não existiam piscinas). O badminton, que se fosse bom chamava-se “goodminton” joga-se com uma coisa chamada “shuttlecock”, ou em português simplesmente “volante”, e o objectivo é mais ou menos semelhante ao do ténis, é jogado com uma rede mais alta pode ser jogado individualmente ou em pares. Os meus filhos jogam badminton por influência dos primos, e nem lhes quero perguntar como fazem para acertar na minúscula borrachina na extremidade do tal “volante”.

Quando eu era puto era um diletante: jogava futebol, basquetebol e andebol sem que fosse realmente bom a qualquer uma dessas coisas. Participei em competições de atletismo e no Verão de 1990 quase morri de insolação depois de uma prova de corta-mato em Santarém. Ainda hoje gosto de ir correr para manter a forma, é prático, pode ser feito sozinho com o mínimo de equipamento e não requer muita técnica. Em Macau não existe um parque como em muitas cidades onde se possa correr à volta e com isso fazer dois ou três quilómetros logo de manhãzinha, mas existe o circuito de manutenção da Guia, que é em tudo semelhante. Só me chateia que apareçam lá tantos casais que depois levam os carros e enfim, mas não é grave.

Quanto aos meus filhos, chegam todas as semanas com uma nova pancada. Este mês o rapaz veio com uma de hóquei em campo, o que implica que eu lhe compre um "stick" (ainda bem que não lhe deu para o hóquei em patins, que isso dos patins sai caro), o que não é nada do outro mundo. A miúda inclina-se para as voleibolas (chamo-lhe assim porque o voleibol é um desporto para mulheres, e quando saltam em cima da rede balançam as "voleibolas", entenderam?), o que é provavelmente o único desporto que nunca me interessou. Certo dia na praia joguei voleibolas, mandaram-me um míssil nos pulsos e fiquei uma hora à rasca.

Uma coisa que chateia um bocado é quando no Verão vêm com a treta da natação. Aí lá tem o pai que os levar à Taipa, ao D. Bosco ou ao Canídromo para se enfiarem na piscina cheia de cloro (as de Cheok Van e Hac Sá não recomendo, uma vez que as crianças chinesas urinam constantemente na água), e o pior é que tenho que esperar que acabem lá a piscinada. Uma vez o miúdo veio com uma conversa sobre râguebi, mas por razões que talvez alguns dos leitores partilhem comigo, disse-lhe "tudo menos isso". O miúdo ainda gosta de andebol e basquetebol, que sempre são desportos que ajudam a "esticar" enquanto crescem.

O importante é que os miúdos se mexam, e como em Macau é fácil chegar lá aos ténis, aos badmintons, aos futebóis e tudo o que é preciso comprar são umas camisolas, calções e sapatilhas, podem ir onde bem entenderem. Mesmo que qualquer dia já não queiram ir a sítio nenhum e preferirem ficar em casa e tornarem-se goth ou emo, isso é lá com eles, desde que não façam parvoíces. Se não estiverem a queimar calorias, é sempre bom assegurar que pelo menos não andam a comer "junk-food" e outras porcarias. O mais importante não é tanto a forma como os mais novos passam o seu tempo, mas antes ter a certeza que estão a fazer algo inofensivo e que estamos sempre a orientá-los no sentido do bem. Amén.

14 comentários:

Anónimo disse...

Cá em casa é o rugby e o hóquei...

Anónimo disse...

Praticar desporto é sempre muito bom,senão os jovens metem na droga.Quando eu era jovem pratiquei muito desporto,não tinha jeito para nenhum desporto mas o que interessa mesmo é praticar qualquer desporto.

Anónimo disse...

Praticar desporto é saudável e faz crescer, mas era interessante que o IDM pensasse em adaptar o desporto da RAEM aos mais novos. Vai-se lá compreender como é que o campeonato de juniores de futebol é a trapalhada que é. Como e´que o IDM não é o primeiro a pôr ordem casa?
Né?
AA

Anónimo disse...

A IDM não faz milagres,há muitos desportos em macau para os mais novos mas se os mais novos preferem o computador nada feito,lembro que na decada de 90 quando nao havia internet e outras modernices,quase todos os jovens jogam futebol em macau federado,juvenis e juniores,havia várias equipas,e jogavamos no antigo campo de relva artifical de tap siak e muita gente nas bancadas

Anónimo disse...

Agora que se aproxima o verão e as temperaturas irão subir nada como pensar no aquecimento global, ups não, agora é alterações climáticas. Parece que a previsão de que em 2010 existiriam 50 milhões de deslocados por causa do aquecimento global saiu um pouco ao lado. Não só ninguém se deslocou como a população das ilhotas aumentou.

O pior mesmo é que as organizações que lavam a cabecinha à esquerdalhada verde tentaram apagar o dito estudo alarmista. Nada de novo, pois eles costumam martelar dados para vender mais autocolantes e gritar mais alto.

A esquerdalhada verde pode consultar mais aqui: http://wattsupwiththat.com/2011/04/15/the-un-disappears-50-million-climate-refugees-then-botches-the-disappearing-attempt/

Anónimo disse...

Na década de 90 existiam outras coisas para distrair os meninos. Já havia a televisão, o spectrum, a nintendo, o Game Boy e a TDM. Cabe ao IDM evoluir e tornar a prática do desporto interessante. Claro que para isso é preciso mais que muitos milhões de patacas.


O que é que o Bloco de Esquerda é para aqui chamado? Toda gente sabe que a União Soviética era um país exímio nos desportos.


AA

Anónimo disse...

"a União Soviética era um país exímio nos desportos" Era e
é,pudera,as crianças eram obrigadas sempre a praticar desporto quer queiram ou não,e depois o governo tem um programa especial que escolhe as crianças com mais capacidade para um determinado desporto,os países comunistas são assim,aliás na China ´
é igualzinho e depois não admira que a China e Russia(antiga união soviética) sejam potencias mundiais em tantas modalidades desportivas.A china só não presta para o futebol mas de resto é uma potencia mundial em quase todos desportos.

Nuno Lima Bastos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nuno Lima Bastos disse...

Aqueles edifícios à volta do campo são assustadores. Esses é que precisavam de obras!

Anónimo disse...

Não acho nada de assustador nos edíficios a volta do campo,são edíficios como muitos outros que existem em macau com aquelas "gaiolas" tipicas dos prédio na China ou Hong Kong,o que estão é muito sujas nas paredes,precisam de uma limpeza geral como em muitos prédios em macau.

Nuno Lima Bastos disse...

Pois, eu sei... Mas não deixam de ser medonhos.

Leocardo disse...

É assim, o Bairro da praia do Manduco é um dos tais "bairros antigos".

Cumprimentos a todos e um abraço ao Nuno.

Anónimo disse...

Faz lembrar as favelas de Brasil e Portugal.

Nuno Lima Bastos disse...

Um abraço, Leocardo! Continuo a ser leitor assíduo (tanto quanto possível) do Bairro do Oriente.