quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Hoje vou de...



Ryan Wigley tem 22 anos, e é rabeta. Não, esperem: é fufa. Não, nada disso, tem namorada, portanto é só esquisito e alguém lhe devia dizer que é parecido com um jovem Jim Steinman, e que isso "é mau" porque é um visual que se deixou de usar lá para 1970 e coiso. Parece que nem uma coisa, nem outra, nem outra - só acertei na parte da aparência foleira de retrossauro. Acontece que Wigley é "bigénero", o que significa (caso não esteja a fazer toda a gente de parva), que é "ficha-tripla", "cotonete", "multiusos", "Head & Shoulders" e todas os outros eufemismos para designar este tipo que nada mais faz senão cumprir com um dos princípios mais válidos do cristianismo: a partilha, dar e receber. Nada de especial, e já que mencionei a religião, fica aqui uma dúvida: se o sexo fosse uma crença, e não sendo ele hetero nem homossexual, ou sequer bissexual (pelo menos é o que diz), será um "agnóstico" do sexo? Sendo eu agnóstico, mas do que não introduz membros genitais masculinos na boca e no ânus, sentirme-ia ofendido (sim, como sou agnóstico não tenho nenhuma moral que me regule, e por isso posso fazer as minhas próprias) e para mim ele é apenas uma daquelas retretes dos restaurantes que só têm uma casa-de-banho.



Medicamente falando, sofre de um transtorno bipolar, completo com dupla-personalidade, que o leva a assumir uma indentidade masculina e outra feminina "conforme os dias" - às vezes acorda homem, outras mulher. Se existe um melhor pretexto para se voltar a debater a importância dos sonhos, desconheço, mas também nunca me deu para pensar muito no assunto. Wigley é britânico, o que chega a ser o menos surpreendente de tudo isto, e adoptou um nome para a sua versão feminina: Ria. Uns dias é Ryan, noutros Ria, e qual deles o mais assustador. Um dia estava a navegar no Facebook com a conta de Ria, e mandou um pedido de amizade a uma rapaz gi-rí-ssi-mo. No dia seguinte, já como Ryan, viu um pedido de amizade na rede social, vindo de...Ria! Se este tipo nos está a "enrolar", temos que reconhecer que é um grande artista. Senão é um narcisista, qualidade que junta a psicopata. Mas o melhor é não me exceder, pois Ryan, que começou a sofrer esta "confusão" aos 13 anos, tem a sua sexualidade (?) reconhecida pelas associações transgender. A última coisa que eu quero neste mundo é ofender estes "semi-frios". As minhas humildes desculpas aos "siameses empacotados".



Agora o mais extraordinário é que o Ryan consegue arranjar namoradas! Bem, as relações não duravam muito tempo, pois nos dias em que aparecia aos encontros como Ria, as parceiras viravam-lhes as costas, com o argumento de não gostar de músicos de "glam rock". Mas finalmente apareceu Krystal Greggs, uma mocinha de 18 anos que conheceu na festa de um amigo (mocinhas: cuidado com os "amigos") e adicionaram-se um ao outro no Facebook. No dia seguinte "Ria" contactou Krystal, que reconheceu o novo amigo, mas pensou que ele fosse apenas "travesti" nas horas vegas. Agora que sabe que tem um namorado "especial", diz que não se importa, mas fico um pouco na expectativa quando acorda de manhã, "e não sabe se ao seu lado está o Ryan ou a Ria". (recordo que a moça tem 18 anos; ou tem uns pais bastante liberais, ou é orfã). Um dilema, de facto. Se for o Ryan e acordar com o pau feito, óptimo, se for a Ria, sempre podem fazer a manicure uma da outra. Agora se for a Ria nos mesmos moldes do Ryan no que toca ao líbido, bem, a reportagem não resolve essa dúvida, e minha curiosidade resume-se a isto: se fizessem um filme a explicar, eu não via.

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