...lhe oferecer flores? Isso é impulse. Daqueles mesmo grandes, e dos caros. Compro flores para a minha mulher pelo menos uma vez por mês. Não precisa de ser uma ocasião, uma graduação ou um aniversário, ou sequer o Natal e muito menos o Dia dos Namorados, essa vergonha que serve para que as floristas do território expremam os bolsos dos mais apaixonados. Não há romantismo que resista aos preços destas floristas. Aliás este ano vamos ver se a crise chegou aí também, e se se contêm mais nos preços criminosos que praticam. As mulheres pelam-se por flores. Se não gostam é porque há mesmo algo de errado com elas.
Confesso que sou um parvo, um pinga-amores, daqueles que gosta de dar negócio às tais floristas. Menos no Dia de S. Valentim, é claro. Qualquer altura do ano menos no dia 14 de Fevereiro, gosto de expressar a muinha atenção com flores. A alegria na cara da minha amada, quando acorda ao lado de um ramo de rosas, orquídeas, e outras paneleirices, vale as centenas de patacas que se gastam, e o encanto dura pelo menos uma semana. As flores do mercado, aquelas que custam 10 patacas por meia dúzia de rosas desnudadas, só servem mesmo para consumo imediato ou para decorar campas do cemitério. Ao fim de dois dias em casa começam a tornar-se castanhas, com as pétalas a cair.
Quando apanho as flores na florista - normalmente aos Domingos de manhã - faço o resto do caminho a pé para casa. Pelo caminho deparo com um monte de pessoas, principalmente senhoras, que olham para mim com olhos de carneiro mal morto, e que me fazem sentir como o último dos românticos. Afinal se este "kwai-lou" está a investir 500 patacas num bouquet, este deve ser um dia mesmo especial; um ainversário de casamento, um recém-nascido, ou aquele dia especial em que finalmente me vou declarar ao amor da minha vida. Passando pelos mais audazes (filipinos, indonésios, turistas de Hong Kong, etc) chegam mesmo a perguntar "essas flores são para mim?".
O que há em Macau é uma enorme falta de romantismo. Falta o tal impulse, a vontade de oferecer flores. Algo vai mal quando o grosso das meninas de Macau se pelam quando um homem anda pela rua com um ramo de flores, num dia qualquer do ano, sem que seja uma ocasião especial. É uma juventude muito alienada esta. Na escala da evolução as meninas ficaram pelas flores, e muito bem, e os homens andam mesmo muito distraídos.
4 comentários:
Caro Leocardo
O Bairro do O já está em link no Risco-Contínuo. Abraço
Em Macau a moda pegou no dia dos namorados, é verem-se as mocoilas carregadas de flores, e os moçoilos também, há uns anos atrás não se via este romantismo, porém eu devo ser um felizardo pois sempre nessa dada recebo imensas flores, o que não será de admirar pois nasci nesse dia.
A sociedade de Macau mudou imenso e as flores, tipo coração e com inscrições I Love You estão na moda, as alunas das escolas gastam rios de dinheiro.
E por Rios conheço um tipo chamado Ribeiro que não deve gostar desses romantismo, pois o amor para ele é a ofensa.
Mas nada é de estarnhar em Macau, haja flores paz e amor.
Caro Cambeta, podia elaborar melhor esse comentário do "tipo chamado Ribeiro"?
Porque não dizer as coisas até ao fim?
Caro anónimo terei todo o prazer de responder, não aqui no blog do amigo Leocardo, mas para tal por favor identifique-se, pois não dou informações a anónimos.
E não será estranho, pois ninguém oferece flores a quem não conhece ou não ama.
Enviar um comentário