quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

George embuste


Uma violinista americana a viver em Portugal e a trabalhar na orquestra do Porto, disse da eleição de Barack Obama: "pelo menos vamos lá ter alguém que parece ter algumas células na cabeça". Isto é a única que pode ser dita a respeito do presidente George W. Bush, e não vou falar mais dele.

9 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente caro Leocardo,

Gostaria apenas de acrescentar o mais um comentário sobre o Bush, desta feita de alguém que não é tão famoso como esta célebre pianista americana no Porto: Sir Bob Gedolf (desconheço quem seja).

"Mr. Geldof praised Mr. Bush for his work in delivering billions to fight disease and poverty in Africa, and blasted the U.S. press for ignoring the achievement.


Mr. Bush, said Mr. Geldof, "has done more than any other president so far."


"This is the triumph of American policy really," he said. "It was probably unexpected of the man. It was expected of the nation, but not of the man, but both rose to the occasion."


"What's in it for [Mr. Bush]? Absolutely nothing," Mr. Geldof said.


Mr. Geldof said that the president has failed "to articulate this to Americans" but said he is also "pissed off" at the press for their failure to report on this good news story.

The Washington Times


February 19, 2008

Anónimo disse...

Geldof (o gajo é mesmo desconhecido), peço desculpa

Leocardo disse...

Sim, o W. Bush fez muchas cosas buenas. Uma delas foi livrar o mundo desse ditador sanguinário que foi Saddam Hussein, e hoje no Iraque vive-se uma paz edílica (permita-me usar o sarcasmo, como o senhor fez). Foi um verdadeiro caso de curar uma unha encravada, arrancando-se a perna.

Quanto à simpatia com os pobres de África que o bom do Geldof tanto preza (tem "feito" muito nos últimos 25 anos, não que a África esteja melhor, ou estivesse pior sem ele) é de facto uma desculpa fantástica para os oito anos de humilhação a que os americanos foram submetidos.

A violinista (não pianista) americana vive e trabalha em Portugal, e as suas declarações foram feitas no âmbito de uma reportagem da RTP sobre americanos a viver em Portugal, e de como eles acham que com a eleição de Obama o mundo passou a olhar para os EUA com outros olhos que não os que assistiram à desastrosa administração Bush.

Então tudo bem, Bush deixou a América no caos, mas deu umas massas para África. Conhecendo o personagem, duvido que tenha tido noção que era isso que estava realmente a fazer. Mas nisto de massas, os contributos evoluiem com a própria economia. Antes de Bush foi Clinton quem mais deu, e depois de Bush será Obama, e depois disso o próximo. A dívida externa é que parece que nunca mais vão resolver.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Caro Leocardo,

Claro que lhe permito o sarcasmo, o blogue é seu.

Eu apenas quis transcrever outra coisa que podia e foi dita sobre o Bush, mas afinal não se pode (só musicos desconhecidos no Porto) e nem conta pois África não melhorou com o Geldof, que o digam os etíopes (os dois ou três que sobreviveram com as campanhas do músico desconhecido).

Os curdos iraquianos concordam consigo nessa coisa do sarcasmo, da unha e da perna.

Que saudades que eles têm dos belos tempos de gaseamento pelo Saddam em 4500 aldeias curdas, matando cerca de 200 000 unhas encravadas e deslocando cerca de 1 500 000 de curdos. Bem, pelo menos nessa operação de corte de unhas o Ali ganhou a alcunha de O Químico. Coisa pouca não ligue. É, segundo a sua bitola, mais uma prova do grande embuste e suas consequências humilhantes e nefastas, neste caso interrupção de uma carreira de décadas de investigação científica.

Quem igualmente concorda consigo são os xiitas, especialmente os 150 000 assassinados, só em 1991.

Outros exemplos de coisas amputadas pelo Bush com a guerra do grande satã americano foram: Proibição de entrada das ONG no Iraque, salvo de forma limitada; Democracia e partidos para além do Baath nem pensar (só para ver o incómodo, em 2005 foram votar 12 milhões e meio de almas, imagine como isso é ruim e os custos com a impressão dos boletins de votos, campanhas, etc.); As mulheres não tinham liberdade de movimentos; Inexistência de água, electricidade e saneamento básico (não, não existia antes); Os jogadores da selecção iraquiana deixaram de ser mortos e torturados pelo Uday Hussain (filho do dito) e parece que agora já conseguem correr um pouco mais e ganhar qualquer coisa (já viu o que se gasta agora em prémios de jogo e antes não); Amputação de membros à rapaziada que não comparecesse ao SMO; proibição de reunião; etc, etc, etc.

Outra das amputações foi a de não se ser imediatamente fuzilado quando se atira um sapato contra um Presidente. Espera-se que o tal jornalista, que de certeza canta todos os dias “Oh tempo volta para trás”, recupere rapidamente do seu desgosto pelos tempos em que agora vive. Pelo menos vai viver para poder recuperar.

Que pena que se tenha perdido isso tudo que enchia de felicidade e orgulho 29 milhões de almas iraquianas.

O Embuste apenas conseguiu remover o assassino ditador, criar as condições para uma constituição nova, a realização de eleições livres em que participaram as várias facções e chegou a um acordo para a retirada total das tropas em 2011, sendo que das zonas urbanas a retirada completa-se em meados de 2009. Meu Deus, que humilhante.

É uma pena que as guerras não possam ser mais limpinhas e de um momento para o outro desaparecerem todos os actores da ditadura derrubada, apesar de nos últimos meses terem diminuído os focos de violência, as bombas e as mortes, algo que não relata a boa da comunicação social de referência (ou de esquerda como queira), a quem uma bomba dos resistentes é mais popular do que a vida a regressar à normalidade

Algo nada humilhante foi o bom do Clinton, famoso pelas belas actividades com secretárias, estagiárias e charutos embargados e de mentiras ao congresso e ao povo americano (em directo pela TV para quem não quis perder esse momento nada humilhante e histórico) e os belos impeachments (algo que esta geração nunca teve oportunidade de ver pois o útimo tinha sido há mais de 20 anos). Mas isso não foi um embuste nem foi humilhante para os americanos. Essa senhora que vive no Porto recorda, decerto, orgulhosa esse belo passado. Pelo menos não tão humilhada como ficou com o embuste. Afinal, digam lá quem não gosta que os outros povos olhem para o seu presidente como um mentiroso, adúltero e criminoso (perjúrio é crime). O Bush, em mais uma prova de incompetência não conseguiu ser alvo de dois processos de impeachement como o Clintoneiro.

Ahhh, que saudades desses tempos pre-Bush, em que o Presidente era um arauto da verdade, modernidade e de um gajo que não era um embuste e que continua aí, de um lado para o outro, agora como principal apoiante durante as campanhas do milagreiro mor. Quem não se lembra de tudo aquilo que o charuteiro fez em prol da segurança e que foi destruído em pouco menos de 9 meses pelo W que se deixou atacar em solo americano.

Quanto à teoria da economia em caos, meu caro Leocardo, parece-me que li em qualquer lado (hummm....terá sido nos relatórios do Banco Mundial, OCDE, ou outra dessas coisas de pouca importância como o FMI) que a economia americana cresceu em termos reais mais no tempo do Bush Embuste do que durante os tempos do Clinton. Parece-me igualmente que a economia em caos não é um exclusivo do Bush, o Socratino também, o Japão também, a França também, a Alemanha idem (a menos que entenda que o Bush é também culpado do caos na economia destes países)

A dívida externa é de rir meu caro Leo. Foi o melhor que conseguiu? Algo que nenhum Presidente americano conseguiu resolver este tinha de resolver ou tinha de parar com os donativos e desviar o dinheiro para aí? Só um segundo caro Leocardo. Oh Santo Obama, meu caro, nada de donativos, subsídios, cortes nos impostos, etc etc. Mete tudo no pagamento (completo) da dívida externa, caso contrário o Leocardo não perdoa.

Eu sei que é difícil uma pessoa manter-se a par disto tudo, mas a jornalada de referência (ou de esquerda como quiser) publica aquilo que quer que a carneirada coma. Mas tente caro Leocardo, tente.

Com tudo isto e com tantos pianistas/violinistas revoltados e humilhados, e com os histéricos de serviço, o que não se compreende é que o Milagreiro-Mor tenha ganho com apenas uma diferença de 9 milhões de votos num total de 131 milhões de votantes. Mas é claro isso seria de esperar apenas por quem come os mass media (dos porreiros de esquerda) que apenas vão buscar a opinião dos camaradas passando com isso a ideia de que todos os americanos se sentiam humilhados com o Bush, pelos vistos nem todos.

Mas tudo bem caro Leocardo, eu que tanto aprecio este seu blogue (sem qualquer ponta de sarcasmo meu pois aprecio a sua prosa e esforço - menos nesta posta confesso) lamento ter causado a quebra da sua promessa (?) de não voltar a falar no embuste e coisas humilhantes.

Aguardam-se postas sobre o emissário divino que ocupou o cargo de Presidente dos EUA. Aquilo esteve foi um pouco tremido, por pouco não fazia o juramento.

Cumprimentos,

Leocardo disse...

Deixe-me em primeiro lugar elogiá-lo pelo seu extensivo e inteligente comentário (sem sarcasmo) onde concordo em muitos pontos. É este tipo de discussão que gosto de ter aqui no Bairro.

Em primeiro lugar gostava de deixar claro que não sou de esquerda. Considero-me de centro-direita e como tal não me identifico nas políticas do presidente Bush, ou no homem em si.

No que toca à humilhação de que falo, deixe-me dizer-lhe que ela existe. Existem americanos, bem ou mal lidos, que encontram má vontade onde quer que vão. Os EUA são o país mais impopular do mundo, W. foi o presidente mais impopular de sempre, e isto entre bem e mal lidos, gente de esquerda e de direita. Não me parece muito descabido que com Obama na Casa Branca consigam ganhar um pouco mais de respeito. Se o homem vai fazer bem ou mal, vamos estar aqui para ver.

Apontar os "feitos" do presidente Bush é como dizer que o homem é um "génio incompreendido", e dessem-lhe mais oito anos e o mundo tornava-se um lugar melhor. Apontar os "defeitos" é muito mais fácil, é como pescar peixe num barril. O Iraque não está bem, e os americanos arriscam-se a mais uma retirada como no Vietname. Só que ao contrário daquele país do Sudoeste Asiático, o Iraque não vai encontrar uma solução na forma de um governo de unidade nacional.

Quanto à sua opinião sobre o presidente Clinton, permita-me discordar. O presidente Clinton presidiu ao maior período de sempre de crescimento económico dos EUA, e conseguiu diminuir o número de americanos no "welfare" para a taixa mais baixa em 35 anos. Não quero saber se mentiu a propósito da chucha-na-tola da Monica, ou se a comeu, isso foi lá com ele.

Mas mais uma vez, brilhante argumentação com pontos bastante sólidos, que nem o facto de eu discordar invalidam a legitimidade. Obrigado pela participação e quem me dera que fossem todos assim.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Faltou referir que o Governo de Clinton deixou um superavit brutal nas contas públicas que logo foi desbaratado por Bush,para financiar as suas brilhantes campanhas militares e os cortes nos impostos das classes mais altas.
Tanta preocupação em redor da charutada com a Mónica lembrar o ridículo puritanismo da sociedade americana.
São todos muito púdicos com o sexo,mas qualquer adolescente compra uma arma.

Anónimo disse...

correcção:

"faz lembrar"

Anónimo disse...

Caro Hugo,

Recorde já agora e igualmente as contas boas herdadas do Bush pai, assim o superavit de que fala tá explicado. Fale também do alargamento brutal do crédito e das suas facilidades concedido pelo Clintoneiro, e que esteve na origem da crise actual.

Quanto às actividades lúdicas na sala oral nada a apontar ao seu comentário nem às mesmas. As actividades lúdicas foram apenas referidas a propósito do perjúrio, repetido, várias vezes, em tribunal, no congresso e na TV. Mas o que é isso quando estamos a falar de um Presidente de uma das mais poderosas nações, ainda por cima de esquerda. Há que mentir mentir mentir.

E não é que o milagreiro mor teve de fazer outra vez o juramento? Aguardam-se os cartoons e os vídeos no youtube, como tinhamos com os engasganços do Bush Embuste. Dos jornaleiros de refeência é que nem uma linha sobre isto.

Cumprimentos,

Anónimo disse...

Onde é que o Leocardo arranjou esta fotografia do Bush e do Miguel Portas???