sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Os blogues dos outros


Por estas bandas, não se celebra o Carnaval e digo que não me faz falta nenhuma!
Por norma, nunca tive pachorra para aqueles dias onde supostamente toda a gente deve estar alegre, transbordando de felicidade, mas o Carnaval bate todos os recordes.
Compreendo que seja uma altura de festa para a pequenada, mas ver todos aqueles adultos horas a fio à espera de ver os corsos passar, é algo que não consigo encaixar.


El Comandante, Hotel Macau

Hoje começa o novo ano Tibetano chamado Losar. Há uns anos tive oportunidade de passar esta data no Tibete numa festa com músicas e cantares tibetanos.
Os anos tibetanos andam a outro ritmo que não o de Pequim que, assustado com aniversários sensíveis, mandou há já alguns dias patrulhar ainda mais as fronteiras.
Hoje noticia-se a proibição da presença de turistas na região. Só que também aqui não se trata de nada de muito novo. Apenas que este ano é mais a sério e vai ser muito difícil para um ocidental conseguir viajar por aqueles lados.


Maria João Marques, China em Reportagem

O SCP perdeu por 5-0 com o Bayern. Mas não é disso que quero falar. O resultado é desproporcionado e afecta o orgulho nacional. Enfim, a derrota é triste, mas não é vergonhosa. A bem do SLB, espero que o Sporting recupere e empate no Dragão. O que tenho por vergonhoso é a atitude do pasquim “Record” – supostamente um jornal nacional. Ontem, a capa do jornal era a que consta acima. Ora, no dia anterior a esta edição, o FCP fez um jogo notável em Madrid e recebeu os maiores elogios da imprensa espanhola. Empatou, mas poderia – e merecia! - ter vencido. Está, inclusive, com um pé nos quartos-de-final da prova. Lisandro e Hulk foram gigantes. E o que é que faz o “Record”? Faz capa com a antevisão do jogo do Sporting. Há muito que venho perdendo o respeito pelo jornal em causa. Para mim, não passa de um jornal de cariz regionalista, tal como o era “O Jogo” há 20 anos. Orientado em função das preferências dos habitantes da capital, despreza propositadamente o resto do país. O ano passado, as capas deste jornal foram 90% sobre SLB e SCP. A esmagadora maioria das vezes ocupando as parangonas com notícias mentirosas, superficiais ou populistas.

VICI, MACA(U)quices

O livreiro de Braga não tem mãos a medir. O livro 'Pornocracia' que foi apreendido pela PSP está a ter um êxito tal que não cessam os pedidos de exemplares. De momento, o livreiro anunciou que está consecutivamente a pedir mais exemplares à editora porque vão esgotando... Boa!

João Severino, Pau Para Toda a Obra

Ocorrência relatada justificou ou não a intervenção das autoridades (PSP) por violação da ordem pública e dos bons costumes. Até admito que sim. Agora, não deixa de ser estranho que em tão poucos dias e sempre a pretexto da pornografia pudéssemos assistir à rábula dos autocolantes carnavalescos do Magalhães, protagonizada pelo Ministério Público e agora a este episódio em Braga, digamos, mais artístico…. Juraria que já vi cenas análogas no “Conta-me como foi“ e, independentemente da razoabilidade (ou não) da intervenção da PSP, é isso que me deixa a pensar…

Pedro Froufe, Blasfémias

... o caso Courbet é das coisas interessantes que aconteceram nos últimos tempos em Portugal. Repito a pergunta que fiz ontem: Mas que obrigação tem a Polícia de saber que se trata de uma obra de arte? Hoje tenho mais. Há obras de arte feias? É possível amar toda a obra de Courbet ao mesmo tempo que se ignora com idêntica força o quadro em questão? Os cidadãos e as cidadãs têm a obrigação de ter uma "sexualidade resolvida" aos olhos de quem não tem nada a ver com isso? Um homem adulto que se perturbe com uma imagem daquelas é forçosamente uma pessoa esquisita? As mulheres da cidade são mais eficazes que as do campo? O Comando da PSP de Braga devia ser sujeita a um curso intensivo em História de Arte com deslocações a museus e exposições na Gulbenkian? As pessoas deixaram de confiar nas elites por causa de escolhas gananciosas como a de este editor? O desleixo das francesas já era bem conhecido no século XIX? A origem do mundo podia alguma vez aparecer depilada? Provavelmente não. No início é sempre tudo um bocado confuso.

Carla Quevedo, Bomba Inteligente

O acontecimento de Braga, em que foram apreendidos pela PSP volumes de uma obra, cuja capa correspondia ao quadro de Courbet, devido a queixas de alguns adultos que viram algo de maléfico para as crianças, parece-me mais do que excessivo, uma atitude deveras perigosa. Quanto aos adultos que fizeram a queixa não tenho nada a comentar. Têm todo o direito de mostrar a sua indignação face aquilo que consideram ser moralmente condenável. Querem proteger as crianças do mal e do vício. É certo que as crianças são muito curiosas e, desde sempre – não é só de agora -, que querem ver certas “coisas”. Mas quem é que não as quis ver? Muito poucas, decerto. E as que viram, em que é que se tornaram mais tarde? É bom não esquecer que, na altura, não tínhamos com dois clicks a oportunidade de ver o que se vê hoje e até sem clicks! Basta ver a televisão. O que está a acontecer não augura nada de bom. A justiça e a polícia já começam a proibir e a apreender obras com base em pressupostos moralistas. É certo que no dia seguinte arrepiaram caminho. Apreendem livros. Qualquer dia passam a queimá-los. A seguir prendem pessoas e depois passam a “queimá-las”, também. Primeiro os livros, a seguir os homens. Quando voltar a Paris, vou dar uma saltada ao Museu d´Orsay. Não vale a pena andar sempre a adiar...

Salvador Massano Cardoso, Quarta República

Estou a ver o Aqui e Agora, um programa de debate da SIC onde estão a participar alguns conhecidos da nossa praça. Ainda agora, o especialista em novas tecnologias da SIC, cujo nome não fixei, deu conselhos aos pais preocupados:
1. Que os computadores dos filhos estejam em lugares comuns, na sala, por exemplo;
2. Que os pais tenham hi5's e contas de e-mail;
3. Que tenham acesso às páginas que os filhos consultam;
4. Que tenham acesso às conversas dos filhos pelo messenger.
Pois este senhor, cuja intenção certamente é boa, acabou de depositar uma bomba em vários lares. Certamente que se adivinha os pais de cabelos em pé a pedir aos Joãozinhos que lhes expliquem como funciona a máquina e a perguntar-lhes onde raio andam metidos. Estes especialistas não conseguem compreender que relações como as de pais-filhos, irmãos e todo o tipo de relação próxima, familiar ou não, tem de ter uma sólida base de confiança. Os limites são estabelecidos e a confiança é a "primeira arma": eu confio em ti, por isso não queiras trair a confiança. Se a confiança é substituída pela supervisão constante, pelas câmaras de vigilância, por um serviço de informação à escala familiar, então, os laços que se pretende que se criem são certamente postos em causa e cria-se o clima de desconfiança. O acesso às conversas dos filhos pelo messenger, por exemplo, não é em nada diferente a colocar microfones na roupa para ouvir as conversas dos meninos com os amigos. A vigilância constante que a família faz a um computador num lugar comum cria o desejo de quebrar as regras e assim que ninguém estiver a olhar o risco vai ser pisado e as consequências são inimagináveis. Não sou pedo-psiquiatra, ou coisa que o valha, mas sei uma coisa: a proibição de algo é apenas uma formalização que vem depois do consenso em relação aos prejuízos dessa atitude. Se não for explicado ao jovem que os chats são perigosos, por exemplo, bem que se pode proibir, que haverá sempre o computador da escola, a biblioteca municipal, a casa do amigo. Quanto à pornografia, tenham juízo!, ou os carecas puritanos não se lembram de se masturbarem com as páginas da Gina?


Tiago Moreira Ramalho, Corta-Fitas

Quando ocorreu o caso Carolina Michaelis, não faltaram vozes ministeriais a dizer que se tratava de um caso isolado. Muitos casos de agressão e indisciplina depois, um aluno apontou uma pistola a uma professora e voltaram a ouvir-se vozes apregoando que era mais um caso isolado. Eu, habituado a frequentar escolas e a ver crianças com menos de 16 anos equipadas com facas, navalhas de ponta e mola e até armas, ficava perplexo. Cheguei a acreditar ser vítima de visões e que os casos que me foram relatados por vários professores eram fruto da sua imaginação prodigiosa.
Agora ficou a saber-se que, só em 2008, a PGR abriu 138 processos-crime relacionados com violência escolar. Provavelmente, serão 138 casos isolados. Só assim se justifica que o ME se tenha remetido ao silêncio e tenha optado por não divulgar o relatório do observatório de segurança escolar, referente ao primeiro período deste ano lectivo.


Carlos Barbosa de Oliveira, Delito de Opinião

Americana que deu à luz 8 gémeos está a ser disputada por 2 companhias da industria porno que lhe oferecem 1 milhão de dólares para fazer um filme ou fraldas para as crianças durante 1 ano. Será que eles acham que ela tem desempenho sexual extraordinário? Ou acham eles que a malta está interessada em ver os detalhes vaginais de uma senhora que pariu 8 crianças ao mesmo tempo? Não sei. O que é que vocês acham?

Francis, O Dono da Loja

O Fripóre, o Magalhães de Torres, o pornografia de braga... vamos continuar a chamar ao verão a “silly-season”?

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

1 comentário:

joãoeduardoseverino disse...

Obrigado pelo destaque. Abraço.