segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Ó pra nós, coitadinhos


Aí está o célebre vídeo idealizado por Marcelo Rebelo de Sousa e dirigido aos nossos patrões alemães. O filme foi publicado na edição de hoje do Expresso (em versão portuguesa e alemã, mas fica aqui a portuguesa) e por incrível que pareça leio na secção de comentários da página online daquele semanário que "está bem feito". Isso depende do ponto de vista. Para mim não passam de cinco minutos de esforço patético a tentar agradar aos alemães e pedir-lhes que tenham pena de nós, coitadinhos. Ah, comprámos carros alemães...electrodomésticos alemães...submarinos alemães (erm)...e mesmo a construção das infra-estruturas do Euro 2004 foi adjudicada a empresas alemãs. A balança comercial entre os dois países é claramente favorável à Alemanha. Mesmo assim fizemos cortes na despesa, aumentámos impostos, aumentámos a idade da reforma, e ainda por cima "trabalhamos" mais horas por semana que eles, e até temos menos férias e feriados, que injustiça! E ainda levamos com a fama de "mandriões". Ah mas eles sabem que não somos, pois afinal os 150 mil portugueses residentes na Alemanha são uns tipos que trabalham que se desunham. Pudera...trabalham na Alemanha!

Ora bolas, dêm-nos lá um desconto, pá! Tende misericórdia de nós, ó altos e louros. Um bocadinho de comiseração para o tuga baixote, seboso e de bigode. Ainda bem que os gajos não deixaram passar lá isto, senão era uma barrigada de riso para eles. Lá tinham de interromper o que fazem durante apenas 35 horas por semana ou o conforto de que usufruem na terceira idade depois de uma vida de gestão competente e decisões sensatas para rir durante cinco minutos dos pobrezinhos engraxadores. Mas pronto, quem pensa que isto foi bem feito e acha que os alemães deviam ter visto, isso é lá consigo. Têm direito ao contraditório, as opiniões são diversas, e ainda bem. Só que depois quando eu fosse outra vez à Alemanha tinha que dizer que era de outra nacionalidade...turco, talvez, até porque já me confundiram com um. Nota negativa, professor Marcelo.

Sem comentários: