quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Feliz 2009 (uma mensagem de optimismo)
Estamos no fim de mais um ano, e à porta de mais um novo ano, o de 2009. O ano novo, novinho em folha, fresquinho como um alface acabadinha de apanhar, já cheira mal, infelizmente. Nunca em tantos anos se falou tão pessimisticamente do ano que aí vem. O ano que passa agora ficou marcado pelo grande tombo que aquela magnífica economia em que tantos apostaram tão forte deu. Quando desinvesti no mercado em 2007 (porque estava carenciado de capital) chamaram-me “maluco”, mas helas, como quem riu no fim etc, etc. Como o ano novo é isso mesmo, novo, prefiro ser optimista. Este blogue não vai fazer cortes de espécie nenhuma, não vai despedir nem obrigar ninguém a ir de ferias.
Celebrar o novo ano é como abrir um livro acabado de comprar e que nunca se leu e não saber o princípio, meio e fim. Os profetas da desgraça que levem sozinhos as mãos à cabeça, que esperem sentados por 2010, 2011 ou seja qual for o ano em que acharem que acaba este ciclo económico. Para mim 2009 é um ano repleto de mistério. Sei lá se vou sair dele com vida, quanto mais se vou perder ou ganhar dinheiro, ou se vai ser melhor ou pior que o último. É muita soberba achar que se sabe o que vai acontecer amanhã, no próximo mês, ou em Agosto. O passado existe, e dele trata a História, o presente é agora, e o futuro a Deus pertence. Tenham todos umas excelentes entradas, entrem com o pé direito, e sejam muito felizes!
San Nin Fai Lok!
Uma ediçao especial do "Cantonese in one minute", que deseja aos seus espectadores um feliz ano novo, e cheio de personalidades da vida do território. San Nin fai Lok! Feliz Ano Novo!
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Vir de "baixo"
Tive a oportunidade de passar esta última consoada, além dos restantes elemetos da família Leocardo, com alguns amigos dos meus pais e tios. Entre eles o Sr. Viegas, ribetejano de gema, homem corpulento, de braços curtos, orelhas de abano e calvície evidente. O Sr. Viegas tem perto de 70 anos, eviuvou há dois, e tendo os filhos no estrangeiro veio "matar" a solidão connosco. Um homem à antiga, o Sr. Viegas. Bom conversador, educado, só come peixe cozido e bebe água Vitalis. Só que como não há bela sem senão, o sr. Viegas tem um defeito: veio de "baixo".
O que é vir de "baixo"? Muito boa gente que está bem na vida hoje, veio do nada. O Sr. Viegas trabalha desde os 12 anos, foi agricultor, tratador de cavalos, trabalhou como mecânico na Alemanha nos anos 60, um verdadeiro homem dos 7 instrumentos. Em meados dos anos 80 adquiriu umas terras, que cultivou, e outras que revendeu. Ficou rico. O mais chato de tudo isto é ter de ouvir o velho a gabar-se dos seus feitos. Não que eu tenha alguma coisa contra as pessoas que subiram a pulso, em tempos votados à pobreza, sem estudos, que praticamente sem saber ler nem escrever construíram um império.
O pior mesmo é ter de ouvi-los a botar defeitos em tudo. De como os jovens de hoje são "mandriões", que a televisão é uma "merda", que os profissionais das áreas da educação e cultura "não querem trabalhar", que os pobres são assim "porque querem" e de que todos deviam ter passado as passas do Algarve, como ele passou. É atroz ouvir a forma como o senhor tratava os filhos (que são oito, e por alguma razão preferiram passar o Natal a milhas do velho), de como no tempo da outra senhora "é que era bom", e sobretudo de ouvi-lo a criticar os mais pequenos por deixarem uma ou duas batatas no prato. Um autêntico Scrooge saído do conto de Dickens.
Já me faltava a paciência quando o ouvi a rosnar enquanto os miúdos abriam os DVD's do Wall-E ou os jogos de consola "inúteis" que recebiam de presente. Se calhar preferia que lhes oferecessem uma enxada ou então uma carga de porrada, como no tempo dele. A tampa quse me saltou quando criticou a minha tia por ter sido mãe depois dos 35 anos. Os julgamentos que fazia sobre as mulheres ou sobre a educação das crianças eram verdadeiramente patéticos, e levavam-me a pensar que alguém havia trocado a Vitalis por bagaço lá da terra. Ofereceu a toda a gente cachecóis, peúgas e cuecas, como que em jeito de comentário social de um tresloucado.
Pessoalmente não me queixo da vida que levo, que é boa. Não endeuzo quem "passou fome" e "trabalhou toda a vida", até porque quem me tira o tempo livre, tira-me tudo. O tempo não tem preço, e a vida é curta demais (tenho uma teoria de que me vou lembrar de estar a escrever isto agora quando tiver 60 anos, e parecer que foi ontem). Por alguma razão as biografias do que foram sempre ricos são sempre mais interessantes dos que vieram "de baixo". Os primeiros sempre tiveram coisas várias, enquanto os últimos tinham todos o mesmo nada. Isto para não falar dos que enriqueceram à conta de expedientes menos limpos, e mesmo assim são "respeitados".
Quem veio de "baixo" sofre inevitavelmente de dois defeitos: ou se esquece facilmente do fundo de onde veio, ou guarda rancor de quem teve uma vida mais facilitada. Nada tenho contra quem faz a sua opção, se quer esquecer por vergonha, por despeito ou porque simplesmente despreza quem continuou "por baixo". Ou porque talvez não tenha recebido uma educação que o leve a acreditar que por muitos que vejamos quando olhamos para "cima", encontramos muitos mais quando olhamos para "baixo". Talvez a lógica seja a mesma que é aplicada ao alpinismo: nunca olhar para baixo. O que mais me chateiam são mesmo os Srs. Viegas desta vida.
A frase do ano
O(s) filme(s) do ano
Em cima: "Gomorra", um filme de Matteo Garrone, baseado no controverso livro de Roberto Saviano, que conta uma pequena história passada na Camorra, a infame máfia napolitana.
Em baixo: "Slumdog Millionaire", a comovente história de um indigente indiano que fica a uma resposta de ganhar 20 milhões de rupias (400 mil dólares) no concurso "Quem quer ser milionário", respondendo a todas as perguntas graças a experiências adquiridas na sua própria vida. Uma homenagem do conceituado realizador britânico Danny Boyle a "Bollywood", a indústria cinematográfica indiana.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Foi Natal
Mais um Natal que passou, mais um fim de ano que se aproxima. Este ano tive a oportunidade de passar pela segunda vez o Natal em Portugal, desde que vivo em Macau há 17 anos. Foi uma carga de trabalhos, para ser sincero. O jet-lag é insuportável, as malas ainda estão quase todas por arrumar, e só pude parar para respirar mesmo na noite do dia 24, só para passar a sexta-feira seguinte nas sacramentais compras. Mais tralha, mais malas, mais trabalho.
A lezíria continua linda, húmida e com aquele cheirinho a terra molhada que me deixa sempre tantas saudades. Os amigos estão todos óptimos, uns mais gordos, outros com mais filhos, e no fundo todos felizes. Chego à conclusão que sabem sempre melhor em pequenas doses, normalmente tomadas no Verão ou na quadra natalícia, quando as lamentações são sempre secundárias. O bacalhau estava divinal, os sonhos de abóbora (os meus favoritos) deliciosos, havia perú para quem gosta (deu umas belíssimas sandes nos dias seguintes). A mesa estava linda, com cães por baixo e tudo, lareira acesa, árvore ao fundo. Uma cena de pasmar.
O que mais me comove é ver os mais pequenotes abrir as prendas. Como abraçam o pai e a mãe por lhes ter comprado a playstation ou o DVD que queriam, como agradecem com educação ao tio ou à tia que lhes compraram uma camisola ou um par de peúgas ou outra porcaria qualquer, e como transformam a sala numa espécie de casa de jogos electrónicos, cheia de cor, luz e som. Fazem-me lembrar de outros tempos, quando eu próprio desembrulhava aqueles LP's enormes de vinil (o que será? perguntava eu...) ou os livros que tinha passado o ano inteiro a pedir. Era mesmo um 'ganda' betinho. Este ano recebi umas dez gravatas e outras tantas águas de colónia. Toma lá que cheiras mal.
Não tive tempo para ler jornais, ver televisão ou sequer ler blogues. Foi um estado de estupifidicação e letargia agradável, como a de alguns compatriotas nossos que passam uma semana numa ilha deserta qualquer em S. Tomé e Príncipe. Nem quis saber da crise, das gripes, ou do diabo a sete. De volta a Macau vejo que está tudo na mesma, como a lesma. Já queimei as pestanas (e preciso de queimar muito mais) para me inteirar da actualidade, e mais importante que isso, fiquei contente por saber que esta cidade do Santo Nome de Deus passou, isso mesmo, um santo Natal. Boas férias para quem ainda está de férias, e para quem trabalha, não se esqueça que a festa continua na quarta-feira.
A tradição inglesa
São uns gajos bestiais, os ingleses. Durante a época natalícia realizaram-se duas jornadas da Premier League inglesa. Parece que é tradição realizar-se uma jornada no "Boxing day" (26 de Dezembro), houve outra no Sábado, e ao contrário dos anos anteriores, não vai haver uma jornada no "New Year's Day". Acho bem que façam este maganos correr a valer, afinal são muito bem pagos para pisar os frios relvados ingleses nesta época natalícia, enquanto em Portugal e outros países os atletas ganham mais alguns quilos à conta do bacalhau, do bolo rei, da paella ou da pasta ou lá o que os gjaos comem na Espanha e na Itália durante o Natal. O público agradece, já que está de férias e sempre tem oportunidade de vibrar com os seus craques. Não sei se em Portugal isto era boa ideia, já que a malta gosta é de ficar em casa junto à lareira, só saindo eventualmente (de carro, claro) para um sítio qualquer onde se bebe "um bagaço caseiro muito bom". Os estádios iam ficar às moscas!
A dupla jornada termina amanhã com o embate entre o Hull e o Aston Villa, enquanto hoje ainda jogam Manchester United e Middlesbrough. O Liverpool, em grande forma, ampliou a vantagem sobre o Chelsea, ao golear Bolton, em casa, e Newcastle fora. Os pupilos de Scolari bateram o West Bromwich por duas bolas a zero mas deixaram dois pontos em Fulham - que já não perde desde 1 de Novembro - ao empatar a dois golos. Destaque para o Manchester City que goleou o Hull por 5-1. O treinador do Hull, Phil Brown, foi severamente criticado por ter dado o dia de Natal de folga aos seus jogadores, que lá se excederam no bolo inglês e apresentaram-se em campo "demasiado moles". Por falar em excessos, o médio do Liverpool Steven Gerrard foi detido a noite passada após ter participado numa rixa de bar. Foi para manter a tradição...
O que foste fazer, Gascoigne...
Quem o viu e quem o vê. Sou um dos que vibrou com as exibições de Paul Gascigne no mundial de 1990 em Itália. Que raça, que estilo, que técnica que aquele rapaz de 23 anos tinha a galgar os relvados de Itália naquele Verão. O futuro era risonho, mas Gascoigne cavou uma cova tão funda que agora dela não consegue sair. Alternou o bom com o muito mau. Ora fazia exibições de encher o olho ou via-se envolvido em problemas com drogas e alcool. Ora divertia miúdos e graúdos com as suas peripécias hilariantes, ou pendiam sobre ele acusações de abuso doméstico. Ora jogava futebol com crianças nas aldeias SOS em África, ora aparecia nos tablóides depois de mais problemas com as autoridades. O seu único filho biológico, Regan Paul, de 12 anos, garante que o pai "vai morrer em breve", e que "não há nada que alguém possa fazer para evitá-lo. O petiz diz ainda que gostava que o pai "o deixasse em paz". O documentário "Surviving Gazza" vai para o ar na BBC no dia de Ano Novo, e além de uma suma dos disparates de Gascoigne ao longo destes últimos anos, podemos ver como conseguiu fazer sofrer os que lhe queriam bem.
Eartha Kitt deixou-nos
Pouca gente reparou, mas Eartha Kitt deixou-nos. E logo no Dia de Natal. Não sei se morrer no Natal é triste ou reservado aos grandes, como Charles Chaplin, Joan Miró ou James Brown. Para morrer é um dia como outro qualquer. Mas a "Kitty" que encantava os homens com o seu ronronar fazia parte do meu imaginário. De um imaginário que muito sinceramente conheço pouco e não gostava de conhecer. Uma América racista, conservadora, desconfiada e absurda. Eartha Kitt era a gatinha preta, a Cat Woman em carne, osso e garras. Orson Welles considerou-a "a mulher mais fascinante do mundo", mas no tempo do preto e branco, Eartha Kitt era só a cores. A sua voz, o seu encanto, a sua fragilidade que ocultava uma fera voraz. Foi célebre o seu pedido ao presidente Lyndon Johnson em plena guerra do Vietname: "brrring our boys home, president Johnson, it's an uniwinnable warrrr". Hmmm...warrrr. Tinha 81 anos. Até breve Eartha.
Papai Noel, Velho Batuta!
Papai Noel Velho Batuta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo
Aquele Porco Capitalista
Presenteia os ricos
Cospe nos pobres
Mas nós vamos sequestrá-lo
E Vamos matá-lo
Por que?
Aqui não existe natal.
Por Que?
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Leocardo vai sayong
Pois é, meus amigos. Como devem ter reparado, este vosso servo não tem propriamente trabalhado na actualidade do território estes últimos tempos. Isto porque tenho andado a proceder a actos preparatórios (oops!) para a minha deslocação a Portugal pelo Natal. Uma jornada que começa amanhã cedo em Hong Kong, que terminará em Lisboa na manhã de Domingo (hora de Macau), se tudo correr bem. Na segunda e terça estarei ocupado com assuntos de pendor burocrático, que espero ver resolvidos com a maior brevidade possível. Depois da consoada e mais dois dias para relaxar, o regresso a Macau no Domingo, enquanto a mulher e os miúdos (sortudos) ficam até dia 3 de Janeiro.
Peço desculpa pela falta de esforço no blogue e já agora queria desejar a todos os leitores do Bairro do Oriente um Natal cheio de alegria e prosperidade junto daqueles que mais amam. Que abocanhem um bacalhau daquele com postas grossas cheio de lascas (que não sejam muito salgadas), e que bebam, bebam muito e festejem, se a saúde vos permitir. E mesmo que não permita, dias não são dias. Aos que passam o Natal longe dos entes queridos, não desanimem, que o próximo ano vai ser melhor, de certeza. Quanto ao blogue, vemo-nos no dia 29! Um grande abraço a todos. Feliz Natal!
Os blogues dos outros
Largo Pequim com notícias de Angola, o acontecimento do momento.
Penso de novo que devia ter uma balança em casa para saber quanto pesam as malas. E volto a repetir que pessoas com o meu peso deviam ter direito a um quilo ou mais de excesso de bagagem sem pagar. Mas eles não me entendem... e tenho vontade de me pôr eu no tapete rolante e dizer - Ora, pese-me lá, ponha a etiqueta e depois embarque-me!
Maria João Belchior, China em Reportagem
Muntazer Al-Zaidi atirou dois sapatos a Bush. O mundo apreciou a técnica de arremesso, sempre disposto a aplaudir manifestações anti-americanas. De tal forma que a Associação Waatassimu decidiu atribuir a "Ordem da Coragem" ao jornalista iraquiano. Trata-se de um prémio atribuído pela associação de caridade presidida por Aicha Kadhafi, filha de Muammar al-Kadafi. Antes do arremesso, o jornalista terá gritado “não à violação dos Direitos Humanos”. Ora, trata-se de uma inovadora forma de defender tais direitos. Tempos houve em que se pensava que a caneta era mais poderosa que a espada. A partir de agora nada vence uma boa sapatada. Jornalista que é jornalista faz uso da alpercata. Aicha, de rosto coberto, foi entrevistada enquanto fazia compras no centro de Bagdade – para aliviar o stress. Revelou-se uma acérrima defensora da caridade e dos direitos humanos. O pai deve estar orgulhoso por saber que há quem lhe siga as pisadas humanitárias.
VICI, MACA(U)quices
Ontem, quando fui comprar um série de livros para futuras leituras, deu para ver bem a verdadeira roubalheira que são os preços praticados na Livraria Portuguesa. Por exemplo, um livro que em Macau custava 370 patacas, custou-me 23 euros! Deu inclusive para ouvir uma senhora requisitar o “Cem anos de Solidão” do José Garcia Marquez.
El Comandante, Hotel Macau
Já tenho pouca pachorra para ler Vasco Pulido Valente. As suas crónicas no 'Público' têm perdido qualidade contrariando a máxima do vinho do Porto "quanto mais velho, melhor". Hoje, o escritor-comentador televisivo lembrou-se de disparatar, a propósito da intervenção de Manuel Alegre no 'Forum das Esquerdas'.
Para Pulido Valente tudo se resume ao dinheiro. Se não há dinheiro, não há palhaços. Parece mentira como um analista do quotidiano político pode resumir a tentativa de qualquer cidadão em alertar para o decadente estado da Nação, para as injustiças, para o desemprego, para a prepotência e arrogância governamentais, para as alternativas, em algo de irresolúvel porque, pergunta VPV, onde é que Manuel Alegre vai buscar dinheiro, "muito dinheiro", para "criar um novo partido, para funcionários, para sedes, para viagens, para material de campanha e por aí fora". E onde é que os outros foram buscar, VPV? E onde é que VPV vai buscar o dinheiro para ter acesso a disparatar tanto?...
João Severino, Pau Para Toda a Obra
Na sua coluna de hoje no Público, Vasco Pulido Valente desvaloriza Manuel Alegre e dedica várias linhas à questão do financiamento do eventual partido/movimento/outra coisa qualquer. Escreve VPV que «É uma ilusão supor que bastam umas centenas de curiosos com um computador». Sucede que, se alguma coisa aprendemos com a recente campanha de Obama, foi a capacidade de umas centenas de apoiantes com computador fazerem acções de campanha de enorme eficácia e, em especial, reunirem grandes somas através de pequenos donativos. A Alegre e aos seus apoiantes a questão dos fundos de campanha só se coloca se não souberem utilizar o potencial da Web x.0 e de redes sociais como o Facebook (onde aliás o Bloco de Esquerda é o único partido a ter uma presença consistente). Vamos supor que Alegre está neste momento longe do tão falado milhão de votos e lhe restam «apenas» 10% desse número como base de partida. E que cada um dos que pertencem a esses 10%, ou seja 100.000, entrega um donativo de 10€ à campanha. Sem grande esforço, salvo o de construir uma estratégia digital mobilizadora, ficam reunidos 1 milhão de euros. O que chega e sobra para um site, blogues e accções no próprio Facebook, no You Tube e outras redes, com um potencial de difusão das mensagens enorme tendo em conta o que imagino seja o perfil do eleitorado de Manuel Alegre. Claro que são necessários os meios tradicionais de propaganda política, bem como o pagamento das deslocações e o «por aí fora» de que fala VPV. Mas o seu peso e alcance é cada vez menor. Se algum obstáculo existe ao eventual partido/movimento, não é certamente aquele que o cronista aponta.
João Villalobos, Corta-Fitas
Manuel Alegre ouvir Sócrates dizer que o PS é um partido “popular e moderado” e, apesar de assegurar que sabia o que o líder do seu partido pretendia dizer, lá sacou das suas banalidades ideológicas para afirmar o seu protesto. Confesso que cada vez me identifico menos com aquilo que por aí se vai dizendo que é ser de esquerda, agora que a direita anda pelas ruas da amargura, multiplicam-se as “correntes” de esquerda, são o PCP e os ex-militantes d PCP, é a constelação de correntes abrigadas no Bloco de Esquerda, destes os antigos dirigentes do extinto PCP(R) aos trotskistas, é Paulo Pedroso e Vera Jardim, é Manuel Alegre e os seus companheiros da “cidadania”, só para referir as opiniões mais visíveis. Há esquerdas para todos os gostos, desde a popular e moderada de Sócrates até à moderna de Louça, passando pela de Manuel Alegres que ninguém sabe muito bem o que é ou quer ser. Mas que propostas vêm de todas estas esquerdas que só mesmo Manuela Alegre poderia sonhar poder unir? O PCP propõe a ditadura do proletariado, ainda que pela via eleitoral, o Bloco de Esquerda não propõe nada porque sendo moderno não pode propor o mesmo que o PCP, Manuel Alegre não sabe bem o que há-de propor, Sócrates propõe que a esquerda seja uma escolha do melhor da direita. Se não fosse o facto de a direita ainda estar pior do que a esquerda até diria que me apetece ser de direita.
Jumento, O Jumento
Sabe tão bem ser foodista. Especialmente por alturas do Natal, com frio, numa cabana, em frente à lareira, hummm… (com frio e frente à lareira?! enfim, talvez se tenha acabado a lenha). Ou de manhã, depois de um sono tranquilo e revigorante, começar o dia a celebrar o foodismo na cama. Ou em cima da mesa da cozinha, a manteiga e a margarina ali mesmo à mão (questão de gosto, resultados cada vez mais parecidos). Ou de pé, encostado à janela ou debruçado na varanda, acenando para os vizinhos. São coisas do caraças, capazes de deixar um gajo (pelo menos, o gajo) satisfeito durante 24 horas. O foodismo nunca falha, prazer que se repete vezes sem conta como se fosse a primeira vez, nalguns casos aumentando de intensidade e refinamento com a idade. Aliás, quão menor a vergonha, maior o proveito que os foodistas obtêm do exercício desta ancestral arte dos sentidos. Já para não falar naquelas ocasiões festivas em que se juntam os familiares, os amigos, até estranhos (sim, pode ser belo ir para o foodismo com uma pessoa estranha – ou mais do que uma, assim duas ou três, vá lá, quatro, prontos – dessa forma estabelecendo laços de súbita e mágica intimidade). São momentos inesquecíveis; esses em que grupos inteiros se entregam à pulsão foodista entre risos e algazarra geral.
Valupi, Aspirina B
Isto da alta finança é uma coisa complicada. Não é por isso fácil explicar os escândalos financeiros aos portugueses. Felizmente os portugueses estão familizarizados com um esquema semelhante ao esquema Madoff. O esquema Madoff era assim como a Segurança Social portuguesa. Os clientes de Madoff eram assim como o jovem de 23 anos que começa a descontar para a segurança social. Os clientes de Madoff faziam um depósito. Isso é parecido com os cerca de 33% que cada trabalhador desconta para a segurança social por mês. Madoff prometia aos clientes uma rentabilidade de cerca de 10% ao ano. O Estado português promete ao jovem de 23 uma reforma valorizada relativamente ao salário actual a pagar daqui a 42 anos. Madoff usava os depósitos dos novos clientes para pagar juros aos antigos. O Estado português usa as contribuições dos novos contribuintes para pagar reformas aos mais antigos. É tudo. Portanto, os dois esquemas são muito semelhantes. Há apenas uma diferença. Bernard Madoff vai preso. Os políticos portugueses que criaram a Segurança Social fizeram leis que tornam o seu esquema perfeitamente legal. Espero ter ajudado Jorge Palinhos a compreender um bocadinho melhor o que é isso do liberalismo económico.
João Miranda, Blasfémias
Faço zapping à procura do jogo dos lampiões induzido pelo bruaaá que escuto do café em baixo da minha casa. Em vão. Só depois me lembrei: dá só no canal Benfica do MEO, que foi a solução encontrada pelo clube para promover alguma discrição e privacidade aos malogros da equipa de futebol.
João Távora, Risco Contínuo
Um casal com mais de 40 anos de casamento, acaba de se deitar. A certa altura, ele passa-lhe a mão pela cabeça, pelos ombros, pelos seios. Ela surpreendida, pois há muito que ele não percorria esses sítios, sentia-se bem, excitada, enquanto ele continuava, passando a mão de uma para a outra das coxas e ela, mais e mais excitada, desejando ardentemente e gozando, ansiosa, o momento supremo. Então ele pára e volta à habitual posição, indiferente, distante, desinteressado.
Ela, suspira, frustrada, e pergunta:
- Porque paraste ?!
- Porque já encontrei o comando da televisão.
Francis, O Dono da Loja
O escândalo do ano
Eliot Spitzer era um homem que parecia ter tudo. Apenas 49 anos, inteligente, um dos mais jovens governadores do estado de Nova Iorque de todos os tempos, parecia ter uma promissora carreira política pela frente. Isto até Março deste ano, quando se descobriu ter gasto mais de 15 mil dólares em 6 meses numa agência de prostitutas nova-iorquinas. A mais célebre uma tal de Ashley Alexandra Dupré, que cobrava a módica quantia de 1000 dólares por hora pela sua "companhia". Spitzer pediu desculpa em público, ao lado de sua mulher, mas demitiu-se do cargo, e a sua carreira política ficou irremediavelmente arruinada. De Dupré sabe-se apenas que os negócios continuam a ir de vento em popa...
O vídeo do ano
O australiano Matt Harding, 32 anos, deixou o seu emprego de designer de jogos de vídeo em Brisbane e resolveu ir dançar à volta do mundo. O vídeo intitulado "Where the hell is Matt" foi visto por mais de 14 milhões de visitantes do YouTube, mostra Matt em 42 países, e demorou 14 meses a ser feito. Um caso de sucesso, bastante original e chega até a ser comovente.
O Zimbabwe é meu
O presidente do Zimbabwe Robert Mugabe terá dito na conferência anual do seu partido ZANU-PF que "o Zimbabwe é meu", que nunca se vai render e não se sente ameaçado por ninguém. "Eu nunca, nunca, nunca me vou render. O Zimbabwe é meu, e eu sou zimbabweano. Zimbabwe para os zimbabweanos. O Zimbabwe não é inglês. A Inglaterra é dos ingleses". Mugabe acusou ainda o Ocidente e as Nações Unidas de "mentirem" sobre o número das vítimas de cólera no país, que ascendem às 1100. Mugabe acusou-os de "mentir, e querer começar uma guerra com o Zimbabwe". Ainda no mesmo tom agressivo e repetitivo disse: "Mesmo que ameaçem cortar-me a cabeça, nada me vai fazer mudar de opinião: o Zimbabwe pertence-nos, não aos ingleses".
Andou à roda
Foi realizado hoje em Nyon, na Suíça, o sorteio dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. A sorte sorriu a Sporting e FC Porto, que podiam ter encontrado adversários mais complicados. O Porto vai defrontar o Atlético de Madrid, com o primeiro jogo em Espanha, e o Sporting vai jogar com os alemães do Bayern de Munique, com o primeiro jogo em Alvalade. Os caprichos do sorteio determinaram que José Mourinho reencontrasse o seu velho rival Alex Ferguson, com o Inter a defrontar o Manchester United. O Liverpool vai ter pela frente o Real Madrid, enquanto o Chelsea de Scolari vai discutir a passagem aos quartos com a Juventus. Outros jogos: Villarreal-Panathinaikos, Lyon-Barcelona, Arsenal-Roma.
Na Taça UEFA o Sporting de Braga também não se pode queixar da sorte. Os bracarenses, terceiros classificados do seu grupo, vão encontrar os belgas do Standard de Liège. Se o Braga vencer joga nos oitavos de final com o vencedor da eliminatória entre os franceses do Paris St. Germain e os alemães do Wolfsburg. Alguns jogos de interesse incluem AC Milan-Werder Bremen, Dinamo Kiev-Valencia ou Fiorentina-Ajax.
Não deu
O Benfica foi afastado da 2ª fase da Taça UEFA, ao perder em casa com os ucranianos do Metallist por uma bola a zero. Os comandados de Quique Flores precisavam de vencer por oito golos de diferença, e esperar que Olympiakos e Hertha Berlin empatassem em Atenas. Nem uma coisa nem outra, pois os gregos esmagaram os alemães por quatro bolas a zero. Fica para a próxima, rapazes. Atentem aos hilariantes comentários da Benfica TV.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Em Pequim
O Chefe do Executivo Edmund Ho está de partida para Pequim, com o objectivo de apelar ao Governo Central, pedindo mais abertura à emissão de vistos a turistas do Continente. A crise tem-se feito sentir também em Macau, e o CE confia que Pequim queira garantir a prosperidade das regiões administrativas especiais. Queremos todos acreditar que Pequim não impôs a restrição aos vistos individuais como forma de "castigar" o executivo da RAEM por alguma má gestão, até porque Edmund Ho leva o trabalho de casa bem feito. Ora na estabilidade e ordem social que reinou no território este ano, ora pela legislação do artº 23, que foi uma dor de cabeça quando proposta para a RAE vizinha de Hong Kong. Pragmáticos que somos, sabemos que a economia de Macau depende do jogo e do turismo, e que sem os turistas (e jogadores) da China continental, nada feito. Isto para o melhor e para o pior. Veja aqui a reportagem da TDM.
Madonna e Gilberto Gil
Madonna está no Brasil e encontrou-se no Rio com Gilberto Gil, ex-ministro da cultura de Lula da Silva e mito da MPB. Só que os resultados não foram muito...hmmm...positivos para Gil. Mais uma pérola da imaginação de Fernando Maurício na Charges Brasil.
Músicas que você não pediu
Todos temos músicas que nos trazem boas memórias. Há clássicos que são eternos, e parecem ainda melhores cada vez que os ouvimos. São exemplos "Stairway to Heaven" dos Led Zeppelin, "Bohemian Rhapsody" dos Queen ou "Kiss from a rose" de Seal. Outras há que, depois de atingida a exaustão, nos fazem mudar de estação de TV ou de rádio. Eis algumas músicas cuja 1875ª vez que ouvi fizeram-me dizer "basta!".
EAGLES - HOTEL CALIFORNIA
Esta é uma referência inevitável de karaokes, amadores armados em cantores e bandas de bar filipinas. Para azar dos Eagles, foi também o seu maior sucesso. "Hotel California" é sinónimo de Eagles. Não que tenham feito qualquer coisa melhorzinha, o que é muito mau. Imaginem um concerto dos Eagles - frequentado na maioria por cinquentões - em que não tocassem o tema. Era o caos.
STEVIE WONDER - I JUST CALLED TO SAY I LOVE YOU
Este é um dos traumas da minha pré-adolescência. Não só "I Just called to say I love you" ficou infinitamente no primeiro lugar do top-disco, como era oferecido entre namorados, pais e filhos, e a vítimas terminais de cancro. A ideia é horripilante, e a versão instrumental é ainda hoje tocada em elevadores de hotéis rasca e em interlúdios da televisão norte-coreana.
BRYAN ADAMS - EVERYTHING I DO (I DO IT FOR YOU)
Esta é daquelas que ouvida duas ou três vezes é aceitável, e levou ao delírio milhares de adolescentes a rebentar de acne. "Everything I Do" é a banda sonora de uma versão de Robin Hood com Kevin Costner, um filme que 99% das pessoas foram ver para segurar a mão da pessoa do lado quando a música aparecesse. O filme em si era sofrível, e a canção massacrou uma geração inteira de tímpanos.
WHITNEY HOUSTON - I WILL ALWAYS LOVE YOU
Uma Whitney Houston muito "soul", vários anos antes dos problemas domésticos. Mas esta música, outra vez uma banda sonora de outro filme com Kevin Costner (só que pior ainda) tem uma mensagem super-original: "Vou amar-te para sempre", que é o que um gajo sempre diz a uma chavala que quer levar para o reboliço. Muito, muito original. Como é que ninguém pensou nisto antes?
CELINE DION - MY HEART WILL GO ON
Ainda hoje a Celine Dion come brie da melhor qualidade graças a esta música. Outra vez a promiscuidade entre o cinema e a pop. "My heart will go on" é a banda sonora de "Titanic", e tal como o filme, insere-se no género drama/desastre. Voltem, Air Supply, estão perdoados.
Bagosora condenado
O assassino Théoneste Bagosora foi condenado a prisão perpétua pelos horrendos massacres que cometeu durante o genocídio no Ruanda em 1994 pelo Tribunal Internacional de Crimes do Ruanda. Bagosora foi acusado de ser responsável pela morte de centenas de milhar de Tutsis e Hutus moderados pela milícia Interahamwe, de que era um dos líderes. Uma história negra para a África e para a humanidade em geral que conheceu um desfecho.
Atleta do ano
A conceituada revista desportiva L'Equipe considerou o jamaicano Usain Bolt o atleta do ano 2008. Nada a dizer. Usain Bolt é simplesmente o homem mais rápio de todos os tempos, um herói, um mito vivo. Bateu três recordes do mundo em velocidade nos Jogos Olímpicos, com uma graça e uma facilidade própria dos predestinados. Enquanto foi preciso inventar mil e uma modalidades na natação para Michael Phelps ganhar oito medalhas, Bolt rompeu o ar de Pequim como um trovão, entusiasmou milhões, e tornou-se um fenómeno a nível mundial. Parabéns e já agora, que bata mais recordes.
Crueldade
O Benfica joga hoje uma cartada decisiva na Taça UEFA. Depois de um empate e duas derrotas, os encarnados precisam agora que Olympiakos e Hertha Berlim empatem, e de bater o Metallist Karkhov por 8-0. Penso que a imprensa tem impedido os benfiquistas de sonhar, o que é uma crueldade. Afinal 8-0 não é o único resultado suficiente para a passagem à segunda fase da Taça UEFA. Têm também o 9-1, o 10-2, ou o 11-3. E por aí fora. Quem disse que não há esperança?
Natal na Chevrolet
A crise atingiu a Chevrolet mas parece não lhes ter afectado a imaginação. Atentem a este comovente anúncio de Natal da multinacional norte-americana.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Criaturas frágeis
1) Mais do que a questão da imputabilidade e da criminalidade juvenil, preocupa-me a tendência recente de aumento do abuso físico a crianças. Esta tendência tem-se acentuado em todo o mundo, não é apenas um problema dos pobres, e não há nada que o justifique. Uma criança não entende a violência, é indefesa, e os castigos corporais não são nem nunca foram uma forma de educação. A violência gera apenas mais violência, uma cadeia que mais cedo ou mais tarde acaba por regressar à sua origem. Faça o que fizer, nunca magoe o seu filho, de nenhuma forma. O que nos parece ser uma palmada inocente ou "disciplinadora" pode vir a ser um trauma que o marca para toda a vida.
2) Leio no Hoje Macau que tem aumentado o número de gatos de toda a China que têm chegado a Cantão para servir de ementa em muitos restaurantes. Isto é inadmissível, meus amigos. Não passa pela cabeça de ninguém comer gatos. Os gatos são animais inteligentes, fiéis, carinhosos e bons companheiros, o nosso "link" com o mundo felino. Se houvesse uma fome tão grave que nada mais me restasse fazer para não sucumbir, comeria antes ratos ou outra peste qualquer. Os gatos têm personalidade. Esta história de que os chineses comem "tudo o que tem quatro pernas, as costas voltadas para o sol e não é mesa" pode ter muita graça, mas é falso, já que a maioria dos chineses condenam este tipo de comida dita "exótica". Deixem lá os gatinhos em paz.
Personalidade do ano 2008
Parabéns, Hitlerzinho
Um exemplo gritante de como as crianças são muitas vezes vítimas da estupidez dos pais. Este casal da Pensilvânia, Estados Unidos, resolveu chamar ao seu filho de 3 anos, aquela adorável criancinha no meio dos dois, Adolf Hitler. Nem mais. O que é mesmo notícia é o facto de uma padaria de Nova Jérsia se ter recusado a fazer um bolo de aniversário à criança onde se lia: "Parabéns, Adolf Hitler". O casal tem ainda mais duas filhas, JoyceLynn Aryan Nation (nação ariana) e Honszlynn Hinler Jeannie.
Árvore ecológica
Uma ideia interessante da cidade de Xangai: uma árvore de Natal amiga do ambiente, inteiramente composta de garrafas de plástico usadas. Pensei como seria se tivessemos uma em Macau. Certamente as corujas que por aí andam com os carrinhos à cata do material reciclável chamava-lhe um figo, e desmontava a árvore enquanto o diabo esfrega um olho...
O velhinho
A perspectiva do humorista Fernando Maurício ao ataque que Bush sofreu no Iraque, em mais uma das suas charges. Uma versão muito especial do clássico natalício "O velhinho". A não perder.
Atire um sapato a Bush
O incidente em que um jornalista iraquiano atirou os sapatos ao presidente George W. Bush já fez puxar pela imaginação de criativos de todo o mundo, como demonstram as imagens. De entre os muitos jogos de "atire um sapato" a Bush que se podem encontrar na internet, destaco este sugerido por um leitor do Bairro do Oriente. Boa sorte.
Porto-Leixões nos quartos
Quem já esperava uma final da Taça de Portugal entre o FC Porto e o Leixões, desengane-se. A equipa sensação da Superliga e da Taça desloca-se ao Estádio do Dragão em jogo dos quartos-de-final da prova, ficou determinado após o sorteio realizado hoje. A única equipa dos escalões inferiores ainda em prova, o Atlético de Valdevez, recebe o Nacional, enquanto V. Guimarães e P. Ferreira jogam também em casa, contra Estrela da Amadora e Naval, respectivamente. Os jogos dos quartos-de-final da Taça realizam-se a 28 de Janeiro.
Salvem os ricos
Uma ideia bem engraçada dos Contemporâneos, uma versão de "Do They Know It's Christmas" adaptada para este Natal e também para a crise na banca. Com as participações de David Fonseca, Sérgio Godinho, Rui Reininho, e muitos, muitos outros. Não perca.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Os últimos continuam os últimos
O programa da RTP “Liga dos últimos” é um verdadeiro caso de sucesso na RTP, e foi mesmo considerado um dos 5 melhores programas da televisão portuguesa. O porquê disto ser assim é o que me faz pensar. Quando ouvi falar do programa congratulei-me. Finalmente um programa desportivo que falava dos campeonatos regionais, habitualmente ofuscados pela sempre-mesmice da Superliga e dos três grandes. Mas a “Liga dos últimos” é sobre tudo menos futebol, ou sobre o esforço que agremiações diminutas e amadoras fazem para sobreviver nessa selva do futebol. A “Liga dos últimos” é um programa humilhante, degradante, que envergonha os seus intérpretes.
A começar pelos próprios apresentadores. O programa é apresentado por Álvaro Costa, que andava em tempos por Londres a falar de discos, assistido pelo professor (?) Hernâni Gonçalves, ex-adjunto do FC Porto. Os diálogos entre ambos são deste calibre:
AC: Prof. Hernâni Gonçalves, o que dizer destes bravos de Pevidém?
HG: São…sem dúvida…gente muita brava, esta de Pevidém.
Ou:
AC: Pode-se dizer que estes são os heróis de Argoncilhe!
HG: Sim…ah…homens e mulheres de fibra! Eh, eh, eh.
Ou ainda:
AC: Professor, e que tal a esta malta de Celorico?
HG: Ahhhh…palavras para quê?
A participação de Hernâni Gonçalves no programa não é tanto uma opinião especializada, mas mais um contributo para a galhofeira generalizada que torna a “Liga dos últimos” um programa de eleição.
Depois os jogos propriamente ditos. A equipa da RTP desloca-se ao Portugal profundo, aos locais mais obscuros, especialmente do interior e do norte, onde as gentes são mais “castiças”, e explora a miséria humana que por lá reina. Procuram os dirigentes dos clubes, gente simples e humilde, que se sente honrada com a visita (em Portugal as câmaras de televisão têm quase um efeito hipnótico), que não é de todos os dias, e alimentam-se do efémero momento em que saem do completamento esquecimento e regionalismo a que estão vetados, para provocar a risada geral de portugueses mais educados (em teoria) que eles. A maioria das vezes o presidente do clube é também o motorista, o dono do café da esquina ou o gajo que grelha as febras que se consomem avidamente no intervalo dos jogos.
Do presidente, que interessa apenas para se tenha uma ideia do que aí vem, procura-se o idiota da aldeia. Um indivíduo normalmente alcoolizado ou que sofre de perturbações mentais, que dança para as audiências, encorajado pelo resto do maranhal de aldeões apoiantes do clube. Em muitos casos não se percebe uma palavra do que estes indivíduos dizem, ora devido à sua condição inebriada, ora devido à falta de dentes.
Na falta de um idiota (ou como complemento), as câmaras focam a atenção nas peixeiras ou nas sopeiras que berram urros de encorajamento (!) da bancada, com uma quantidade de palavrões à mistura, que provocam gargalhadas – que penso serem mais de nervosismo ou medo do que propriamente de vontade de rir – entre o resto dos poucos espectadores. Quando penso que aquela podia ser a minha mãe ou a minha avó ou tia, fico com pele de galinha.
Depois de futebol propriamente dito vê-se muito pouco, a não ser que o árbitro seja um indivíduo “especial” que ajude à palhaçada. É caso para dizer que a “Liga dos últimos”, se se pode fazer um elogio, é um monumento ao primitivismo português, regado com muito tintol. Mas o que sei eu? Vigora por aí uma escola de pensamento que considera que o que é muito visto, apreciado ou elogiado tem necessariamente de ser bom, e que se é obrigado a gostar. Mas eu passo, obrigado.
A diplomacia do sapato
Depois da diplomacia do ping-pong, eis a diplomacia do sapato. O jornalista iraquiano Muntazer Al-Zaidi é hoje um herói para muitos, um louco para muito poucos. Depois de ter atirado ambos os sapatos ao presidente norte-americano George W. Bush durante uma conferência de imprensa, Al-Zaidi é uma espécie de herói no mundo árabe em particular e anti-americano em geral. A filha do presidente líbio Muammar al-Gaddafi, Aisha, anunciou a intenção de condecorar o jornalista com a 'Ordem da Coragem'. Em Gaza milhares de apoiantes saíram à rua em apoio à atitude de Al-Zaidi, e o presidente venezuelano Hugo Chávez considerou a sapatada "um acto de coragem". Os americanos dividem-se entre o rejúbilo e a vergonha. Alguns consideram que foi uma manifestação de "liberdade de expressão", outros consideram um "embaraço" que o seu presidente tenha sido atacado desta forma. Entretanto Muntazer Al-Zaidi encontra-se presentemente detido, e segundo o seu irmão, terá sido brutalmente agredido por elementos da segurança, tendo partido um braço e várias costelas.
Oops, esta corta mesmo
Uma troca de adereços ia custando a via ao actor austríaco Daniel Hövels (na imagem), que cortou o próprio pescoço numa peça teatral, numa cena em que representava o suicídio do seu personagem, tendo utilizado por engano uma lâmina verdadeira. O incidente aconteceu no famoso Burgtheater, em Viena, durante uma representação da peça "Mary Stuart", de Friedrich Schiller. O público aplaudiu efusivamente, julgando tratar-se de um efeito especial, e só se terá apercebido do incidente quando o actor foi retirado do palco, sangando profusamente. A polícia austríaca investiga agora se foi realmente um acidente ou se alguém trocou as facas com intenção de ferir Hövels.
Coro de Natal
Os Gato Fedorento cantam músicas de Natal muito sinceras à porta de Oliveira e Costa, Vítor Constâncio e Manuel Ferreira Leite. É mais um momento do programa Zé Carlos.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Mong Kok on acid
Um crime que está a chocar Hong Kong, e podia ter tido consequências dramáticas. Uma ou mais pessoas atiraram no último Sábado ácido da varanda de um prédio em Mong Kok. Quarenta e seis transeuntes com idades compreendidas entre os 14 e os 53 anos foram atingidos, causando o pânico numa das artérias mais frequentadas da região vizinha. O Chefe do Executivo Donald Tsang esteve hoje no local do crime, debaixo de pesada escolta policial, e prometeu uma investigação sem descanso para encontrar o responsável ou responsáveis por este tremendo acto. Entretanto nos últimos dois dias tem-se realizado uma verdadeira caça ao homem, com mais de 50 agentes da autoridade a vasculhar as redondezas do local, a interrogar vizinhos e a visionar cuidadosamente todos os registos de vídeo dos prédios de habitação da zona. A polícia oferece mesmo uma recompensa para quem tiver informações que levem à captura dos criminosos. Algumas das testemunhas do incidente bem como outros cidadãos dizem agora "ter medo" de circular pela zona de Mong Kok.
Angolano na F1
O piloto angolano Ricardo Teixeira, 26 anos, actualmente a competir na Fórmula 3 britânica, foi convidado pela escuderia de F1 Williams para realizar testes. Teixeira, patrocinado pela poderosa Sonangol, esteve em 2005 em Zhuhai durante seis dias a preparar a temporada, e chegou a ser dado como certo no GP de Macau. Para o pai e manager do piloto, Jorge Teixeira, é uma "agradável surpresa".
SIC na vanguarda
No último "Zé Carlos" do ano, os Gato Fedorento fazem um apanhado de alguns momentos da história da estação de Carnaxide. Alguns chegam mesmo a ser bastante hilariantes.
Sapatos a Bush
George W. Bush deu uma conferência de imprensa durante a sua visita surpresa ao Iraque, quando, maior surpresa ainda, um jornalista iraquiano tirou ambos os sapatos e atirou-os ao presidente norte-americano. Veja as imagens que correram mundo.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Zero estrelas
Foi notícia de primeira página do Ou Mun na passada quinta-feira. Um grupo de cerca de 40 turistas de Shenzhen foi obrigado a chamar a Direcção de Serviços de Turismo (DST) em mais um caso de fraude perpretado por mais um grupo de agentes turísticos sem escrúpulos, que continua a achar que os turistas da China continental continuam a ser um grupo de analfabetos ingénuos. A excursão de 4 dias incluía Hong Kong e Macau. Depois de três dias sem sobressaltos na RAEHK, chegou a vez de visitar a "Macau dos casinos".
Chegados ao território, foi-lhes cobrada a quantia de 150 patacas (100, segundo algumas versões) para ver a árvore da prosperidade no Hotel-casino Wynn, que se pode ver de graça, obviamente. Quando pediram pelo recibo e lhes foi recusado, os turistas suspeitaram e recusaram-se a pagar. Depois o alojamento. Quando compraram o pacote turístico, foi-lhes prometido "hotel de três estrelas ou superior", mas quando chegados ao magnífico Hotel Central, na Av. Almeida Ribeiro, os turistas desconfiaram quando viram algumas meninas no corredor que não eram propriamente relações públicas. As suspeitas confirmaram-se quando constataram a condição dos quartos, sujos e desarrumados. "Isto mal leva uma bola, quanto mais três estrelas", pensaram. Foi aí que o verniz estalou, a DST foi chamada, e recolocou os turistas no Grand Waldo Hotel, na Taipa, costeando as despesas. Isto sem antes ter sido chamada a atenção de curiosos e da própria imprensa, que deu cobertura a mais uma vergonha para a indústria turística de Macau.
Espero bem que depois de tudo isto sejam apurados os responsáveis por este verdadeiro escândalo, e que estes "operadores" de meia tigela sejam banidos de dizer sequer as horas aos transeuntes na via pública. Este é o tipo de extorsão que se justifica em paragens terceiro-mundistas da região, tipo Tailândia, Vietname ou Filipinas, mas que não tem lugar numa região como Macau, onde se quer apostar num turismo de qualidade, e onde a população não necessita de andar a enganar estrangeiros para garantir a sua subsistência. É preciso de uma vez por todas de parar com este tipo de lucro fácil, sustendado pela ideia errónea de que os turistas da China continental são um bando e ignorantes que "por acaso" tem dinheiro para gastar, e que se contenta com pouco.
Macau tem condições para que os turistas venham, gastem muito por serviços de qualidade que realmente existem (já cheguei a ficar em hotéis de cinco estrelas em Macau e o serviço é exemplar), e que, em suma, não sejam enganados. Basta ter dois olhos na cara para perceber o que é mau, falso, de plástico. Temos que acabar com esta mentalidade reinante de malandrecos que esfregam as mãos de contentes sempre que chegam turistas e preparam-se para os virar de pés para o ar para lhes roubar as moedinhas. Episódios como este, ou como em Hac-Sá há exactamente um ano, não ficam nada bem para a imagem de Macau. Ter esta gente a gritar com turistas e acusá-los de querer vir "comer e beber de borla", quando já gastaram dinheiro simplesmente para vir ao território, é mau. É triste e fica-nos mal, a sério.
Miss mundo é russa
A russa Ksenya Sukhinova, 21 anos, conquistou ontem o título de Miss Mundo 2008, em Joanesburgo, na África do Sul. A siberiana natural de Nizhnevartovsk sucede assim à chinesa Zhang Zi Lin, e torna-se a 58ª vencedora deste certame. A primeira dama de honor foi a tobaguenha Gabrielle Walcott, e a segunda foi a indiana Parvathay Omanakuttan.
Bono é da paz, rapaz
Vou confessar uma coisa: não gosto do Bono. Dizer isto já é suficiente para que chovam comentários insultuosos de fãs dos U2 e não só. Também de gente que nunca ouviu um único disco da banda irlandesa, mas acha que o Bono é "fixe". Mas que se lixe, este blogue é um espaço de opiniões e a minha é esta. Nunca fui um fã dos U2, gosto no máximo de duas ou três músicas ("One", por exemplo) e nunca percebi como se tornaram a "maior banda do mundo" mesmo depois de se terem completamente alienado do estilo musical que os tornou famosos, e tendo optado por um tipo de música electrónica, ou lá o que é. Mas o que tem faltado em talento e imaginação tem sobrado em "trabalho humanitário" para Bono.
Aparecendo em reuniões com chapéu de "cowboy" e óculos escuros, ignorando qualquer tipo de protocolo, vai pedindo a presidentes dos países mais desenvolvidos para perdoar a dívida a países do terceiro mundo, dando uns murros na mesa em nome dos direitos humanos, sem no entanto ter resolvido o problema da fome no mundo. Não se pode ter tudo. Bono recebeu ontem o prémio de "Homem da Paz 2008", entregue por dois ex-prémios Nobel, Lech Walesa e Frederik De Klerk. Enquanto não ganha ele próprio um Nobel, o bom do Bono vai-se entretendo com estas coisas, que junta aos Grammys e aos discos de platina. Isto enquanto não ganha também um óscar, e já esteve perto. É um rapaz bestial, o nosso Bono. Pena que não perceba nada de música. Tinha uma namorada lá na terra que adorava duas coisas (além do meu pau): os U2, e touradas. Passava a vida a chamar-lhe a atenção para o facto do Bono ser de certeza contra a festa brava. Se calhar foi por isso que as coisas não deram certo.
Gay não entra
Faltam cinco meses para o Festival da Eurovisão, mas o evento, que se vai realizar pela primeira vez em Moscovo, já faz correr tinta. Isto porque o presidente da câmara moscovita, Juri Lushkov, já veio afirmar que "não vai permitir manifestações de gays e lésbicas". O Festival em si é tradicionalmente marcado pela participação da comunidade homossexual dos países onde se realiza, que aproveita sempre para se manifestar e exibir. Em 2007 a cantora homossexual Marija Serifovic foi a vencedora do Festival, que se realizou em Atenas. Outro problema é a política, como não podia deixar de ser. 44 países já estão pré-inscritos, entre os quais o novel Kosovo, o que já levou a Sérvia a ameaçar com o boicote. A ver vamos.
Reserve já
Mesmo com o mundo mergulhado em crise, há quem continue a procurar formas de ostentar a sua riqueza, e não olhar a despesas, mesmo quando se trata apenas de passar umas férias. E é para isso que existe este Huvafen Fushi resort, nas Maldivas. Localizado no atol de Kaafu, a 30 minutos de barco da capital Malé, o resort é constituído por 50 bungalows, todos com piscina privada, um spa subaquático, um mordomo 24 horas por dia e até um biológo marinho que ajudará o veraneante a explorar as maravilhas oceanográficas da ilha. O preço? Entre 60 e 70 mil patacas diárias. Muito caro? O mais difícil mesmo é conseguir uma reserva. O Huvafen Fushi está sempre completamente lotado. Faça já a sua reserva, portanto...
Há mar e mar
O Leixões escreveu mais um épico capítulo na sua gloriosa época ao eliminar o Benfica da Taça de Portugal, no Estádio do Mar, na marcação de pontapés da marca de grande penalidade. Num jogo em que as melhores oportunidades pertenceram ao Benfica, o guarda-redes Beto foi o herói dos leixonenses, defendendo inclusivamente o último penalty da série, marcado por Reyes. O Leixões já venceu esta época no Dragão e em Alvalade, empatou com o Benfica em casa, e curiosamente nunca perdeu com os encarnados desde que regressou à Superliga, em 2007/08. Nos outros jogos, o Porto foi a Cinfães bater a equipa local por 4-1, enquanto o Naval bateu o Portimonense por três golos sem resposta, e o Estrela da Amadora precisou de prolongamento para bater os vizinhos do Olivais e Moscavide por 1-0.
sábado, 13 de dezembro de 2008
Leituras
- No Hoje Macau, Pinto Fernandes fala do segundo grande escândalo de corrupção em dois anos, em O senhor que se segue.
- Também no Hoje Macau, Carlos Picassinos assina um editorial em que fala dos planos da Fundação Oriente, em Isto é a sério?.
- No JTM grande destaque para o artigo de Nuno Lima Bastos, a que já fiz referência neste espaço, Fazer opinião em Macau.
- Também no JTM, não perca a entrevista com Carlos Monjardino, onde o presidente da FO esclarece (?) alguns dos pontos polémicos da relação com as instituições de Macau por que é responsável.
- Ainda no JTM, e ainda sobre a FO, leia a análise de Rodolfo Ascenso, em Uma questão de imagem (e cifrões).
- N'O Clarim, semanário da Igreja Católica, José Miguel Encarnação fala da situação na Tailândia e estabelece um pararelo com o caso português, e ainda fala das suas expectativas para 2009, em Agir.
- Os cibernautas Tiago Macedo e César da Fonseca levam-nos mais uma vez à quinta dimensão sempre com uma boa dose de humor e ironia, esta semana em O sonho de ser taikonauta…
Bom fim-de-semana!
Globos de Ouro 2009
Eis os nomeados para os Globos de Ouro 2009, aquela que é considerada a antecâmara dos óscares:
Melhor filmes, drama: The Curious Case of Benjamin Button, Frost/Nixon, The Reader, Revolutionary Road, Slumdog Millionaire.
Melhor comédia/musical: Burn After Reading, Happy-Go-Lucky, In Bruges, Mamma Mia!, Vicky Cristina Barcelona.
Melhor actor, drama: Leonardo DiCaprio (Revolutionary Road), Frank Langella (Frost/Nixon), Sean Penn (Milk), Brad Pitt (The Curious Case of Benjamin Button), Mickey Rourke (The Wrestler).
Melhor actor, comédia/musical: Javier Bardem (Vicky Cristina Barcelona), Colin Farrell (In Bruges), James Franco (Pineapple Express), Brendan Gleeson (In Bruges), Dustin Hoffman (Last Chance Harvey).
Melhor actriz, drama: Anne Hathaway (Rachel Getting Married), Angelina Jolie (Changeling), Meryl Streep (Doubt), Kristin Scott Thomas (Il y a longtemps que je t'aime), Kate Winslet (Revolutionary Road).
Melhor actriz, comédia/musical: Rebecca Hall (Vicky Cristina Barcelona), Sally Hawkins (Happy-Go-Lucky), Frances McDormand (Burn After Reading), Meryl Streep (Mamma Mia!), Emma Thompson (Last Chance Harvey).
Melhor actor secundário: Tom Cruise (Tropic Thunder), Robert Downey Jr. (Tropic Thunder), Ralph Fiennes (The Duchess), Philip Seymour Hoffman (Doubt), Heath Ledger (The Dark Knight).
Melhor actriz secundária: Amy Adams (Doubt), Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona), Viola Davis (Doubt), Marisa Tomei (The Wrestler), Kate Winslet (The Reader).
Melhor realizador: Danny Boyle (Slumdog Millionaire), Stephen Daldry (The Reader), David Fincher (The Curious Case of Benjamin Button), Ron Howard (Frost/Nixon), Sam Mendes (Revolutionary Road).
Melhor filme de animação: Bolt, Kung Fu Panda, WALL-E
Melhor filme estrangeiro: Der Baader Meinhof Komplex (Alemanha), Maria Larssons eviga ögonblick (Suécia), Gomorra (Itália), Il y a longtemps que je t'aime (França), Waltz with Bashir (Israel).
Confira aqui a lista completa de candidatos, incluíndo do trabalho feito para televisão.
Duas arábicas
Tenhamos em consideraço estes dois frascos de café. Ambos do mesmo tamanho, ambos da Nestlé, ambos Expresso, ambos "100% arábica" (o da esquerda diz 'pur arabica'). O sabor é idêntico. As diferenças resumem-se ao design, e à língua. O da esquerda é fabricado em França e custa 85 patacas. O da direita é fabricado em Espanha e custa 35 patacas. Não é a Espanha mesmo ao lado da França?
The Curious Case of Benjamin Button
Um dos filmes do ano. Adaptado de um conto de J. Scott Fitzgerald, "The Curious Case of Benjamin Button" conta a história de um homem que nasce com a aparência de um velho, e é abandonado pelo seu pai num hospital em Nova Orleães. À medida que vai crescendo, vai ficando mais jovem, e apaixona-se por uma bailarina que conhece no lar onde esteve internado, que por sua vez, vai ficando mais velha. O filme conta com as participações de Brad Pitt e Cate Blanchett nos papéis principais, e já lhes valeu nomeações para os Globos de Ouro. Pitt é mesmo um dos mais sérios candidatos ao óscar para melhor actor de 2008. Vide o trailer.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
A opinião e as elites
O meu colega e amigo Nuno Lima Bastos escreveu ontem no JTM um artigo em que desabafa sobre a parca condição de opinar em Macau. Nada de novo, o que diz Nuno Lima Bastos. Nós portugueses não gostamos de opiniões opostas à nossa. Somos por natureza um povo habituado a ter alguém a mandar, a ditar as regras do monopensamento, tudo em nome da concordência, da estabilidade e do progresso. Quem ousa discordar de certas ideias ou dos seus autores arrisca-se a ficar marcado, passa a ser “do contra”, isto quando não lhe são chamados nomes piores ou feitas ameaças veladas. É escusado apelar aos amigos, que sinceramente “têm mais que fazer”, e não querem “chatices”.
Começamos desde tenra idade a respeitar quem tem poder, dinheiro ou influência, a temer a ira de Deus e a “respeitar”, porque o respeitinho é muito bonito. Aprendemos a elogiar (ou engraxar) quem nos traz vantagens, a ignorar e mesmo às vezes humilhar quem se atreve a aparecer no caminho das nossas convicções ou das dos nossos amigos. O ditado “não se apanham moscas com vinagre” aplica-se bem ao nosso fatalismo nacional. Dizia a minha avó, “sinceridade a mais é má educação”. Ser sincero é não só pouco recomendável, como pode também ser perigoso.
Aqui em Macau é difícil falar de liberdade de expressão ou de direito à opinião propriamente dito. Somos uma comunidade exígua, heterogénea, de gente que vira as costas aos outros, que se divide em grupinhos, que não quer saber de quem não lhe possa ser útil ou trazer vantagens. Há muita gente boa, de classe média, trabalhadora e agradecida. Há pouca gente crítica, mordaz, com sentido de humor. Somos uns gajos “sérios” à brava.
Somos praticamente obrigados a gostar de tudo o que faz nos campos da arte, do Direito, da escrita, das indústrias criativas em geral. Quem é criticado ou acusado de fazer pouco e mal acena com a aceitação do pouco público que tem, da “falta de alternativas”. E pior que isso, ainda se escuda no facto de vivermos num território da RPC, onde a diversidade de opiniões nunca foi muito agraciada, para o melhor e para o pior.
Funciona a máxima do “quem tem um olho é rei”. Temos gente perfeitamente vulgar e aborrecida com tiques de superestrela, que anda de caneta no bolso para dar autógrafos. Temos gente que se empurra para aparecer na frente das fotografias de grupo, e pior que tudo, temos gente que teima em ser vista e ouvida em tudo. Quando o Nuno diz que existe um grupo de cidadãos que são chamados a opinar sobre quase tudo, o problema não será tanto, como referiu, de não haver quem queira falar.
O que acontece é que são sempre os mesmos a ser chamados a dar opinião, ou por culpa de quem os procura, ou deles próprios, que ficam “tristinhos” se não são tidos nem achados. Macau é farto em episódios de “pedidos de esclarecimento” sobre o facto deste ou daquele senhor especialista nesta ou naquela matéria não ter sido ouvido sobre a mesma. Eu por exemplo, que resido em Macau há quase duas décadas, nunca fui interpelado por absolutamente ninguém para dar opinião sobre o que quer que seja. Nunca apareci nos jornais, na televisão, ou em porra nenhuma.
Assim como eu existem centenas de portugueses inteligentes, sóbrios, com opiniões muito próprias e formadas que nunca tiveram a oportunidade de dizer nada, e que não se importariam de todo. Não compro espaço nos jornais nem tenho intenções de fazê-lo. Existe uma elitezinha, sem dúvida, que gosta de aparecer, mandar os recortes para a santa terrinha, e uns e-mails a dizer “ó pra mim aqui!”.
E o pior é que passam estes ensinamentos para os filhos, as criancinhas, coitadinhas, que são desde cedo chamadas para os papéis principais das peças da escola, da música, das danças, de tudo. E depois lá estão os papás elitistas de câmara de filmar em punho a registar o momento. Não que os putos não tenham talento, nada disso, nem têm a culpa, pobrezinhos. Estão simplesmente a ser amaciadas e preparadas para o mundo hipócrita que os espera.
Daí que me sinta solidário com o Nuno, pois claro. Seja em forma de piropos na rua para quem dá a cara, como ele, ou de comentários neste blogue, para quem opta pelo anonimato, são apenas ossos do ofício. Que tenha a coragem e sobretudo a vontade para continuar a escrever tão bem como escreve. É verdade que há dias em que dá vontade de mandar isto tudo para o tal sítio e pôr em dia as duas ou três horas diárias de sono que perco a escrever neste espaço. Mas sabem uma coisa? A vontade ainda é muita.
Os blogues dos outros
Remuneração anual de Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal: 249.448 euros, o terceiro mais bem pago do mundo com o seu cargo.
Victor Abreu, Jantar das Quartas
Não sou falso moralista e sou até um grande defensor do “strip tease”, “lap-dance” e outras práticas do mesmo jaez. Porém, estou em crer que uma empregada de peitoral ao léu não será o que mais se coaduna com um relaxante jantar na companhia de família e amigos. A não ser que seja uma despedida de solteiro(a). Gajas e gajos em pêlo não se adequam ao conceito de refeição, mais parendo uma grande e valente bandalheira! Ou então trata-se de uma boîte. Não lhe chamem é restaurante, pelas alminhas! Um gajo ou bem que vai a uma boîte ver o gajame ou bem que vai a um restaurante comer uma caldeirada de cabrito! Cabrito de ligas é que não...
VICI, MACA(U)quices
Logo pela manhã abre-se o jornal e fica-se logo "bem" disposto. Não é preciso saber se José Sócrates vai montar a tenda itenerante em mais algum castelo para anunciar que vai assinar uma coisa que irá estar pronta daqui a quatro anos, se Mário Lino vai inaugurar um Cais das Colunas que estava no sítio há séculos, se Maria de Lurdes Rodrigues vai ter mais uma reunião da treta, se Luís Amado vai pedir desculpas ao Bin Laden, se Ana Jorge vai pagar as dívidas aos fornecedores, se Pinto Ribeiro vai financiar a próxima novela de Moita Flores, se Santos Silva vai para director do novo diário da construtora Lena ou se Silva Pereira vai dar mais uma conferência de imprensa para mudos.Para ficar "bem" disposto é suficiente ler este título: "Portugueses são os mais pobres da Zona Euro"...
João Severino, Pau Para Toda a Obra
'Linguado à Paris Hilton', 'Orgia de vitela', 'Viúva carente' ou 'Salada à trois' passaram a fazer parte de certas ementas em restaurantes deste país. Na Póvoa de Varzim, Albufeira, Lisboa ou Almada, você pode desfrutar de um lauto jantar tendo como companhia empregados de mesa quase despidos. Os serviçais masculinos levam os pitéus para as mesas com uma simples tanga no corpo e as empregadas de mesa apresentam-se em roupa interior transparente. É a nova loucura dos novos-ricos. Entre um 'Pastel de bacalhau com todas' e uma 'Musse de chocolate entre pernas' os clientes ainda desfrutam de danças eróticas a cargo dos empregados. Elas e eles dançam na barra, em cima do bar ou ao colo dos clientes. O menu-bailarino servido nas salas é variadíssimo e para todos os gostos: homo e heterossexuais. Dizem que a moda vai estender-se a todo o país. O pior é a congestão...
João Severino, Risco Contínuo
Nos últimos anos, os ambientalistas mais radicais têm centrado a sua atenção nos cientistas que contestam as ideias dominantes sobre o aquecimento global. Chamam-lhes “negacionistas”, por analogia com os neonazis que negam o Holocausto. Trata-se de um termo ofensivo que visa denegrir o cepticismo. Os cépticos são os heróis do processo científico. Apesar dos custos pessoais e profissionais, asseguram o processo de refutação sem o qual não existe actividade científica.
João Miranda, Blasfémias
A BOLA já pode fazer capas de um lampionismo monumental. 6 milhões de portugueses espalhados pelo Mundo já podem marcar almoçaradas, churrascadas, mariscadas, caldeiradas, cabritadas e chispalhadas com ânimo e garbo. A crise acabou, temos o Benfica no 1º lugar. Espero que lá fiquem durante 6 meses – não é preciso mais, de acordo com a Manela – de modo a este país entrar nos eixos, carrilar, avançar para a frente e a direito. Mas só até 17 de Maio, ok?
Valupi, Aspirina B
Um grupo de católicos europeus (devem ser os mesmos de sempre!) entrega hoje à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa uma petição pedindo que não se defina o aborto como um direito. A resolução do Conselho da Europa de 17 de Abril deste ano pede aos países membros que garantam o direito de acesso das mulheres ao aborto para que este "se evite o mais possível". Não entendo. Se o objectivo é reduzir a incidência de uma prática não é bom defini-la como um direito. Tem de haver um esforço para encontrar outros caminhos, como se tem tentado para a violência doméstica, a pornografia infantil, a condução sob o efeito de drogas, etc, etc. Até o direito a fumar foi limitado para que finalmente se reduzissem as taxas de tabagismo!
Isabel Teixeira da Mota, Corta-Fitas
O maior erro de política económica que o governo pode cometer é ceder à tentação de combater a crise com a ilusão da criação de emprego, desbaratando num ano os que se conseguiu com vários anos de sacrifícios. Ultrapassada a crise os governos europeus vão descobrir que os défices orçamentais farão perigar a sustentabilidade do crescimento económico e Portugal mergulhará de novo em políticas de austeridade, quando o resto da Europa voltar a crescer estaremos de novo a suportar os custos da irresponsabilidade. O país nem tem poupanças nem capacidade de recuperar de grandes défices orçamentais, qualquer aumento disparatado da despesa resultará em mais um período de dificuldades, enquanto os nossos parceiros recuperarem estaremos a lamber as feridas. Quando for necessário apostar no investimento e na inovação, como condições para assegurar a competitividade das empresas, estaremos a apertar o cinto para corrigir a situação financeira do Estado. Não estamos perante uma crise típica resultante de um ciclo económico, o problema situa-se nos mercados financeiros e a crise será superada quando esses mercados recuperarem a confiança. Não é possível estabelecer previsões, nem a solução tipicamente keynesiana terá os resultados que poderia ter em circunstâncias normais. A solução passa por rigor, por acudir às situações sociais mais graves e por apoiar a manutenção do emprego das empresas que verifiquem padrões mínimos de competitividade e que cumprem as regras da legislação laboral. Se o Estado não tem meios para superar a crise, que reserve os poucos meios que tem para promover o crescimento quando este for viável, evitando a adopção de medidas que o comprometam. Em ano eleitoral a crise será uma tentação, se o governo optar por gastar tem uma boa desculpa, até Constâncio já defende essa solução. A oposição será contra, da mesma forma que apelará à despesa se o governo optar por uma estratégia de rigor. Como é costume neste país, os políticos colocarão os interesses partidários acima dos nacionais, tenderão a optar por soluções de política económica mais em função dos seus objectivos eleitorais do que dos custos a suportar pelos portugueses. É preciso bom sendo, coisa que os políticos não costumam nem gostam de ter em tempo de eleições.
Jumento, O Jumento
Processo 'Casa Pia'
MP pede penas superiores a cinco anos de prisão para todos os arguidos
E serem enrabados todos os dias, pelo menos 1 vez, antes de irem prá caminha. Só lhes ficava bem. Mário Soares pede justiça «à verdadeira escandaleira nos nossos bancos», até concordo contigo ó palhaço, mas no processo Casa Pia dizias que era uma cabala contra o PS e até escreveste um artigo solidário com o Paulo Pedroso. Não achas que só tinhas a ganhar se te calasses e fosses para o Algarve apanhar sol ?
Francis, O Dono da Loja
o polvo unido revoltou-se contra o presidente lula que se viu obrigado a mandar intervir a polícia de choco.
João Gaspar, Last Breath