domingo, 18 de outubro de 2015

Coutinho não ganhou, mas também não perdeu (e muito menos se pode falar de empate...)


Pronto, deixe lá isso; é que mesmo quando não ganha, deixa uns "cromos" todos lixados do juízo.


José Pereira Coutinho ficou a menos de mil votos de ser eleito deputado para a Assembleia da República Portuguesa no último dia 4 de Outubro, ficando assim de fora da composição do Parlamento, e onde só se saberá que galos cantarão mais alto quando Cavaco, o Apático, presidente eleito e reeleito dos actuais Lusitanos  (apesar destes o desprezarem, como fazem com todos os outros em que acabaram de votar, podendo eventualmente voltar  a votar nos mesmos) escolher qual das minorias formará Governo, que assim será sempre ou 1) minoritário e por isso volátil, ou 2) uma bosta, com os "chuchas" a "levar" com os comunas e com o Bloco, respectivamente o último partido de doutrina Estalinista do Ocidente (e no mundo penso que só resta a Coreia do Norte...), e uns badamecos que andam com  o cu aos pinotes para arranjar um gabinete um S. Bento onde enrolar as ganzas "like a boss", "with style", tão a ver? Aquilo por lá está bonito, está. Mas falando do Cout(ad)inho,  candidato "Made in Macau": contados os votos do círculo eleitoral fora da Europa, a candidatura da plataforma "Nós, cidadãos" uma vitória esclarecedora em Macau, mas que não chegaram para alterar a tendência dominante dos eleitores do Brasil para votarem no PSD. A Coligação elege assim voltou a eleger novamente os dois deputados a que este círculo eleitoral dá direito, e que o PSD mantém desde que concorria sozinho, enquanto na Europa obtêm um dos mandatos, e o outro vai para os "chuchalistas". Isto tem tudo uma explicação, e neste caso o "chucha" eleito deve-o ao facto de apenas na Europa existir aquela espécie de fauna "chucha", que começa depois a "perder gás" à medida que as distâncias aumentam. Aqui por estes lados a malta gosta mais de trabalhar e produzir nota, e não tanto de coçar a sacola, fazendo os outros de parvos, e quanto à nota, pede-se "emprestadada". Trabalhar e pensar e o camano "cansa, provoca tonturas e dores de cabeça, e vá lá, o quê ou quanto é que você quer para me desamparar a loja"? Isso.


Professor Astromar Cavaco Silva

A propósito desse assunto, da "febre laranja" que acomete os emigrantes em geral quando é hora de depositar o voto na urna, gostava de abrir um pequeno parêntesis para dizer que os entendo, sim senhor. Se eu fosse militante ou "adepto ferrenho" de uma das outras forças políticas que discutiram estes lugares, não me restava senão a resignação. E porquê? Bom, como a memória não é curta, recordo-me com nitidez (tinha 10 anos) da primeira legislatura de Cavaco, interrompida dois anos mais tarde pelo PRD, como se sabe, dando lugar a duas maiorias absolutas dos "laranjas", com Cavaco a tornar-se o "campeão das eleições" do pós-25/4, título ainda incontestado. Quem tem a minha idade ou é mais velho, deve-se recordar com toda a certeza como era a relação dos sucessivos governos minoritários pré-cavaqueiros com a diáspora portuguesa no mundo. Não se recordam, é? Exacto: não existia qualquer relação, contacto, intercâmbio ou comunicação frequente e acessível com os nossos "émigrès", cuja única imagem que tinham da política portuguesa era a do Mário Soares e do Álvaro Cunhal. E apenas a preto e branco. Quando os emigrantes na França vinham de férias em Agosto, eram ainda olhados como se tivessem chegado de outro planeta, e na verdade acabavam de vir de um país que comparado com o Portugal da altura era "civilizado". Ponto final.


Em inglês, cáries diz-se "cavities"

Recordo-me que antes de 1986, data da adesão efectiva à então CEE, em Portugal não existiam chocolates Mars, Bounty, Twix ou muitas das coisas que hoje se pronunciam em estrangeiro - já existia contudo o infame detergente para a roupa "Tide", que se pronuncia "taide", mas que os tugas faziam rimar com "pevide". Apesar disso ser apenas um "fait-divers", pois não nos faltava chocolate nacional e mais ou menos decente (havia uma barra de chocolate que se comia dentro de um papo-seco), o consulado do sr. Aníbal trouxe-nos a "civilização irópeida, perdão eu-ro-peia e toma lá que já podemos mandar os franciús para aquele sítio quando no ostentarem o documento de viagem:  agora é tudo a mesma m..., e eles ainda têm o "handicap" de se tornarem mais "apetecíveis" como reféns, para depois decapitar, e isso. Mas não foram apenas os produtos do mercado comum, o acesso mais fácil à cultura continental e das ilhas (britânicas, I'd say) após passar a fazer parte dos países da União, as estradas (sabiam que em 1980 demoravam-se 9 horas para chegar de Lisboa ao Porto? ah pois é...), foram ainda as lâminas de barbear, os suplementos alimentares, a cura para tuberculose, e muito, muito mais. Do que é que eu estou aqui a falar? Disto:


Broa & Vinho United

Esta é a selecção de Portugal que participou no campeonato europeu de 1984, ano também conhecido por I A.C.  - ano 1 Antes de Cavaco. Reparem no ar famélico e desgraçado de Homens das Cavernas. E aqueles bigodes, Deus meu, que seis deles (seis, a maioria!) ostentava com orgulho, ainda em pleno Paleolítico Inferior em termos de bom gosto e sociabilidade. Como a competição foi em França (a primeira qualificação desde o mundial de 1966!), cheguei a pensar que os tipos ficavam lá a bulir nas obras, optando por não regressar após o termo do torneio. Os leitores mais jovens (ou simplesmente "jovens", a este ponto) podem não reconhecer muitas destas tristes figuras, mas deixem-me só dizer que o segundo a contar da direita em baixo não era imitador profissional de Astérix, o gaulês, mas sim um futebolista conhecido pelo nome de "Chalana". À sua direita encontra-se um outro que se celebrizou com o nome de (António) "Sousa", e posso garantir que não era toxicodependente, seropositivo, doente de hepatite B e C, ou todas essas coisas juntas: era um atleta. Imaginem! Esta realidade parece tão longínqua que muitos estarão agora a pensar: "epá estes gajos já devem ter morrido todos, coitados". Por acaso dos onze no "boneco", apenas o guarda-redes Manuel Bento já não se encontra entre os vivos. Os outros continuam por cá, mas com mais 30 anos no lombo. 


Geração "Não me toques que me desafinas"

Agora vejam só a equipa que participou na mesma competição em 1996, ano I D.C. (primeiro DEPOIS de Cavaco), apenas doze anos mais tarde. Doze, não doze mil. Se ignorarmos o adesivo idiota no nariz do João Pinto, ou o Fernando Couto na sua totalidade, parece que estes dez mais um estão três ou quatro degraus acima na escala da evolução dos bárbaros da imagem anterior. Aqui temos exemplares do puro lusitano onde é evidente o cuidado com a imagem, menos troglodita e onde se pratica um saudável respeito pelos parâmetros da moda, e com a forma física, menos terceiro-mundista que a equipa das quinas 12 anos antes. Outro detalhe: na altura deste Euro já Luís Figo representava os espanhóis do FC Barcelona, onde aguardava Vítor Baía, então ainda no FC Porto, e Fernando Couto, que se transferiria dos italianos do Parma. Ainda na Itália pontificavam Paulo Sousa e Dimas, na Juventus, tendo o primeiro conquistado neste período dois títulos consecutivos da Liga dos Campeões, primeiro pelos "rossoneri", e no ano seguinte pelos alemães do Borússia Dortmund. Um luxo! Portanto podem ver como  o período de governação que viria a ficar conhecido por "cavaquismo", dotou o nosso velho e querido montinho de esterco de uma capinha de verniz, pelo menos. Por muito irritante que o homem seja, com aquela voz de ancião que ficou 40 anos isolado numa ilha deserta do Pacífico Sul, foi o que se conseguiu arranjar. Havia outro, mas cometeu um erro de cálculo grave, ao encontrar-se dentro de um avião que se despenhou, provocando-lhe uma morte horrível, no meio de chamas, horror e pânico. Paciência. 


O círculo eleitoral da Europa e de fora dela "vale" apenas dois mandatos cada, num total de quatro, e tal como há quatro anos, três desses mandatos foram para o PSD, enquanto o restante para o PS. Mas este ano no círculo fora da Europa, que aos olhos dos eleitores indígenas estende as eleições domésticas até lugares "esquisitos", como "China, e isso...", tínhamos o factor Pereira Coutinho, que  curiosamente valeu três ou quatro mil votos, o que me deixa meio sem entender a razão porque fez aquele vídeo, que tem 303 visualizações no You Tube. Repito: 303, trezentas e três. Ainda assim deu para fazer estrondo, pois qual Lionel Messi e Cristiano Ronaldo das urnas num só, foi a contratação mais mediática dessa liga sinistra que são as Legislativas portuguesas, e logo por uma equipa com ambições modestas, a saber:


Estes, a plataforma "Nós, Cidadãos", que se nota logo à distância que não se trata de um partido político, mas sim de um "movimento partindo da sociedade civil, blá, blá, blá", no fim querem todos o mesmo poleiro, pá! É que enquanto cavacóis, "chuchalistas", amigos do Estálindo e bloco de notas, ou caderneta de cromos ou lá o que é, é composta por essa espécie ainda por domesticar que dá pelo nome de "políticos", enquanto estes são só "uns tipos quaisquer", com uma aparência banal, que oscila entre o baladeiro revolucionário "à lá" Manuel Freire, na ponta esquerda (claro), até ao sósia do Graeme Souness, em versão "económica", na extremidade oposta. O líder deste grupo é aquele senhor que eu assinalei na imagem com uma seta, e que parece um pinguim albino bebé. Para eles contar com Pereira Coutinho, e assim através de um "jeitinho" nas contas dos votos necessários para conseguir representação parlamentar, pode-se equiparar ao Ermesinde Futebol Clube contratar Mário  Jardel no seu auge: ganhavam vários jogos de goleada, mas podiam esquecer a subida de divisão, podendo quedar-se pelo 3º ou 4º lugar, na melhor das hipóteses - Jardel, ok, mas e os dirigentes corruptos? E em que casa de alterne se fecham os contratos? E que árbitros têm no plantel? Ah bem. Afinal os milhares de eleitores com que a ATFPM contribuiu para um universo eleitoral de menos de 30 mil não chegaram para destronar os deputados do PSD, que contam com um contingente brasileiro no seu plantel. Ao que parece deu-se um erro de cálculo, ou então alguém moveu a piscina e o pobre mergulhador deu com os queixos no cimento quando saltou da prancha - fora de questão está ter-se dado o caso da piscina ter sido mal colocada, lá está, até porque tivemos uma nadadora-salvadora a explicar e-xa-cta-men-te, e tintim por tintim, como colocar devidamente o preservativo voto na urna. Vejam só:


Pois é meninos, hoje vou ensinar como se deve votar correctamente, ok? No candidato Pereira Coutinho. Vão ficar a saber tudo, desde o momento em que recebem no correio a carta do Ministério com o boletim, até ao momento em que enviam o boletim de volta, já com a cruz colocada. No quadrado do partido cujo cabeça de lista é Pereira Coutinho. O momento alto é quando a senhora vos explica onde colocar a cruz: no quadrado onde aparece o partido do Dr. Pereira Coutinho, indicado por uma das suas unhas vermelhas. Vejam lá, não se enganem e metem a cruz noutro quadrado, uh?No do PNR, ou do MRPP, fazendo assim com o vosso voto se torne "inútil". E depois dobrem aquela m... em quatro, uh? Vejam lá se não lixam o esquema à malta.


Mais uma missão cumprida, mais um galope ao pôr-do-sol...

Mas pronto, há gente que só lhes ceifando a vida e arrastando-o até à mesa de voto na condição de cadáver é que aprende a colocar a cruz no lugar certo, e o voto na urna e mais o raio que o parta. Portanto esta imagem é uma que NÃO vamos ver com frequência. Confesso que achava piada se o Pereira Coutinho fosse eleito. Porquê? Porque sim, ora essa. A mim não me faz mossa nenhuma, ao contrário de certas figuras que têm andado com uma comichão que é um caso sério, acusando o candidato de, vejam bem isto, "manipular o sistema eleitoral", usando para isso "os associados da ATFPM, amigos e simpatizantes".  Vejam lá vocês, que o tipo anda a usar "todos os meios legais (mesmo que "chatos", para quem não gosta, lá está) à sua disposição para obter um resultado que lhe garanta a eleição. Ao ponto que isto chegou, que um tipo candidata-se a um sufrágio democrático e completamente dependente da vontade popular, e ainda tem ambições a ser eleito? É de gritos, e vejam lá vocês que um dia destes via na TV um jogo de futebol, e não é que as duas equipas tentavam a todo o custo enfiar uma bola de coro na rede da baliza dos outros? E isto apesar de cada uma das partes ter deixado bem claro que não aprovaria esse tipo de audácia, e que não os conheciam assim tão bem ao ponto de lhes permitir veleidades desse tipo? Mas não havia maneira de se contentarem em ficar ali de calções na relva, a gozar o solinho (o jogo foi de noite, mas deixem lá, são "detalhes"), que tinham que se por ali a tentar ir contra a vontade do adversário, demonstrando sem qualquer pudor vontade de GANHAR! Depois saíram dali todos cagados, mais suados que uma salsicha, alguns com mazelas e outros aparentemente felizes com o desfecho da contenda, mas com o corpo moído de pancada e a pensar que mais valia terem deixado os outros gajos em paz. Quem é que me acende a luz, ai Jesus? Então como é que os candidatos a uma eleição fazem, usam a  psicologia revertida, como se faz com as crianças? 
- "Olha lá, ó palhaço, se te atreves a votar em mim, passas a beber caldinhos por uma palhinha, ó f... da p... do c..." 
- "Ai é? Ai é? Agora é que vou mesmo votar em ti, ó meu ganda c.... Agora é que tás f.... Vais ver, vais ver!"
Assim até era mais fácil e tudo. Isto é o quê? É tudo dor de corno, ou há por aí também apelo ao "colinho" do Coutinho? "Leva-me contigo/Prá onde?/Para a eleição/Eleição?/Siiimmm...rolar no chão, da eleição/leva-me contigo". Mas ela não leva: dá, só que desta vez não deu. Porquê? Porque não, e na realidade não aconteceu aqui nada de extraordinário, uma vez que se previam dois cenários possíveis: 1) Pereira Coutinho ser eleito, e 2) O mesmo não conseguiu ser eleito. Eu sou um analista político do caraças, pá, uma vez que previ "um desses dois cenários". Ah! Quero ver se o Cavaco tem tanta facilidade em indigitar um Governo que não ande um ano à estalada entre si até convocar novas eleições com resultados que façam o mínimo de sentido, ou seja: o partido que obteve mais votos forma Governo. Caso essa força política considere necessário um entendimento com outra ou outras forças que lhe dê garantias de obter a aprovação para fazer tudo o que há para fazer e que não fica feito enquanto andam nestas tricas da treta, procura num ou mais do que um dos outros partidos representados na Assembleia esse entendimento. Simples. Essa da "liga dos últimos", do "somos pequeninos mas muitos", típica do pobrezinho do tuga, que como ficou agora demonstrado com a candidatura do Pereira Coutinho, ODEIA VENCEDORES E REPUGNA-SE COM O SUCESSO DOS OUTROS, ao ponto de SE CONGRATULAR MAIS COM AS DERROTAS ALHEIAS DO QUE COM OS SEUS PRÓPRIOS FEITOS (que são zero, convém referir). Agora têm três "anti-coligação" que nunca se poderiam possivelmente entender, uma vez que são CONTRA TUDO E TODOS QUE NÃO FAÇAM PARTE DA SUA IMUNDA CÁFILA. Já agora, festejaram o insucesso do tipo? Ou ficaram a remoer as iscas com molho de fel enquanto pensavam: "há dias que  só me apetece morrer" - e aposto que isto é recorrente. Quase diário, bem vistas as coisas.


Chitãozinho e Xororó Cônsul-Geral e Dr. Pereira Coutinho

Coutinho, aqui na companhia do Marajá da Penha, também não saiu propriamente resplandecente desta fantochada toda, optando o seu partido por impugnar a eleição devido a "irregularidades e faltas graves, nomeadamente na região de Macau, portanto, da China" - só nós para virmos aqui para à China fazer eleições dos nossos governantes com este estardalhaço todo, e envolvendo individualidades da política local, ou seja, na prática, de políticos chineses. Brrr. A mais irregular e grave de todas estas faltas foi a "falta de votos". Faltam votos? Quer dizer que não foram todos contados ou validados ainda? Não, que parvoíce: faltam votos NELES, votos que eles próprios asseguravam ir obter, e não apareceram. Olha, é assim: quando aparecerem os 7 mil milhões de votos em mim na eleição para "Dono, lorde e mestre de todo o Universo e dos Algarves, quer terráqueos quer cósmicos, inter-galácticos, ou ainda pertencentes à realidade do mundo dos desenhos animados da Disney e todos os demais", não me chateiem os cornos, mas vão-se certificando que o meu pilim bate lá todos os meses, ó c*****o. 


Welcome to the House of Fun, c'mon everyone

Só que quem ficou mesmo com bosta até ao pescoço foi mais uma a AL de cá, que se meteu ao barulho porque "não aceita ingerências nos seus assuntos internos" - perceberam? perceberam? Isto é que é um exemplo de "ironia". O que eu faço é "sátira", e para isso recorro ao "sarcasmo". Não "escrevo ironias", e muito menos sou "irónico", como já me chamaram 700 vezes. "Irónico" é não terem antes ficado caladinhos, aí no deserto da cachola, que quando de lá se atrevem a mandar postas de pescada fica logo no ar o fedor a bacalhau com queijo da serra. Irra. 

Dizia eu, ahem. Pois, a AL vem agora censurar Pereira Coutinho, que é deputado daquela casa, e por isso deve lealdade ao governodaraemdaRemmmúmicaMmmlardaChina e não se pode meter em assuntos desses estrangeiros que ninguém conhece de lado nenhum e não têm nem nunca tiveram nada a ver com Macau, região daRemmmúmicaMmmlardaChina. Isto é ingerência, pá, vi logo que me vieram contar, pois não produz qualquer efeito em coisíssima nenhuma porque no fim Pereira Coutinho NÃO FOI ELEITO, e por isso não vai acumular nada, incompatível ou ditado por Deus, pois já não vai acontecer "essa coisa horrível". O "twist of the tail", ou onde a porca torce o rabo, é na forma infantilóide como estes demonstrar o seu afecto - ou falta dele - pelo presidente da ATFPM. Aquando da notícia da candidatura de Pereira Coutinho à AR portuguesa, ficaram-se por um tácito "ah e tal, isso depois pode ser tema aberto a vasta dissertação, mas por enquanto usemos Confúcio e aguardemos serenamente", só para ficarem a espreitar pela fechadura o decurso dos acontecimentos, para agora virem agitar a bandeira da traição, do adultério que cometem contra a pátria amada, coitadita, ali a fazer de vosso paliteiro, a pobrezinha. Epá, isto até seria considerado "sacanice" se o Coutinho tivesse sido eleito, mas...não sendo, como é? Qualquer dia castigamos os Serviços de Meteorologia por "não ter avisado a população para um feroz e apocalíptico tufão que se aproximava com toda a fúria das "doomsday machines", ou "máquinas do dia do juízo final" - mas que nunca aconteceu. Mas podia ter acontecido! E eles, avisaram?!?!". 

Feitas as contas, pode-se dizer que Coutinho não ganhou, mas também não perdeu, e muito menos empatou. Não foi eleito, mas também não ficou mais baixo, corcunda ou coxo: ficou exactamente como estava antes deste "nada" ter acontecido. O que mais me fascina nele é uma qualidade que ele não tem como sua, mas de que insistem em dotá-lo: por mais triste seja a figura que ele se apresta a fazer, ou megalómanos nos pareça ao almejar certas metas, há sempre por cá quem consiga superar toda e qualquer pantomimice que ele possa produzir. É como um "anjo da guarda". Ai Jesus que lá vou eu...

1 comentário:

  1. Fartei-me de rir com o seu texto, mas fiquei na mesma, ao final.
    Quando parecia que estaria a celebrar o "Nós, Cidadãos!" colocou-o logo na lama. Quanto ao Cavaco, meteu-o no fundo do poço e depois elevou-lhe a moral. Quase todos os outros assuntos, muitos tratou, foram conduzidos numa destas direcções.
    Falta brilho a Portugal e aos Portugueses em geral, mas quando se mascaram dele, não passa disso, de uma mascara, artificial manhosamente prendida, pronta a cair para quem na fusa olhos críticos tenha.
    Tivera Portugal mais brilho que hoje? Nem na reconquista de Lisboa! D. João V ou D. Manuel? Exorbitâncias em pessoa.
    Citando Boxer, o extraordinário dos Portugueses é serem um povo de pessoas simples, mundanas, com inocente e [in]consciente analfabetismo, sem fulgor, destinados a serem insignificantes na história do mundo, mas que se superam, fazem história, continuando não passando disso que sempre foram.
    Portugal é isso, cheio de instituições muito frágeis e incipientes, que a determinado momento surgem do decima da água e depois se desvanecem voltando ao limiar da existência, mas sempre perdurando. A Etiópia é um desses impérios... sempre ma recaída por mais que se levante.
    Mas vamos com calma.
    O Movimento Insternacional Lusófono de 2010 o qual nasce dentro da Sociedade de Língua Portuguesa instituído em 1949, está hoje sediada no Palácio da Independência é uma organização altamente dinâmica com numerosos contactos entre os mais prestigiados intelectuais Portugueses e de toda a Lusofonia. Do MIL e do Instituto de Democracia Portuguesa (2007) surge o "Nós, Cidadãos!". Se é verdade que aos membros do Nós falta o brilho e cuidado dos políticos profissionais, estes não são frangos na vida pública, são gente há muito empenhada na sociedade com trabalho bem reconhecido. Se pesquisar sobre Mendo Castro, Renato Epifânio, Joaquim Palma Pinto ou Jorge Santos, os membros da comissão política verá que são gente de prezo e reconhecida.
    Estas três organizações estão profundamente dedicadas à solidariedade Lusófona, CPLP, a uma alternativa atlântica para Portugal, ao desenvolvimento da cidadania e da sociedade civil. Pereira Coutinho não é o advogado oportunista do MPT no ano passado. Convive e partilha os valores do Nós, MIL e IDP. Todos por mais que não tenham o brilho da política bipolar, são gente que se supera, mas que também não tem o destino do anonimato.

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