sexta-feira, 28 de março de 2014
Os sons dos 80: Pat Benatar
Pat Benatar é o nome artístico de Patricia Mae Andrzejewski, cantora norte-americana com voz de mezzo-soprano, que durante os anos 80 teve cinco álbums certificados discos de platina, três de ouro, e 14 singles no top-40 da Billboard, quatro deles no top-10. Venceu ainda 4 Grammy, e foi a primeira artista feminina a cantar ao vivo na MTV. Nascida em 1953 em Brooklyn, Nova Iorque, filha de pai polaco e mãe irlandesa, começou a ter aulas de canto no Liceu, onde se especializou em canto clássico. Aderiu à cena "rock" nova-iroquina do início dos anos 70, mas aos 19 anos decidiu casar com o seu namorado Dennis Benatar, um militar na altura estacionado numa guarnição na Carolina do Norte. Arranjou um emprego como empregada de mesa ao mesmo tempo que cantava em restaurants, bares e clubes nocturnos, e a sua grande inspiração era Liza Minelli. De clube em clube, e de bar em bar, chegou aos musicais, foi ganhando notoriedade graças à sua imponente voz, e participou mesmo de anúncios publicitários para radio e para televisão. Em 1978 assinou um contrato de exclusividade com a Chrysalis Records, e em 1979 sai o seu primeiro álbum a solo, "In the Heat of the Night" (não confundir com a canção de Bryan Adams com o mesmo nome, de 1987). O LP chegou a nº 12 da Billboard, e o single "Heartbreaker" a nº 23 da tabela de singles, tornando-se o seu tema de apresentação. Vinham aí os anos 80, uma época muito ocupada para Pat Benatar, e que lhe sairia bastante lucrativa.
No Verão de 1980 sai o segundo trabalho de originais, "Crimes of Passion", que ficou durante cinco semanas no 2º lugar do top da Billboard. Deste trabalho sairam cinco singles, um deles o primeiro top-10 de Benatar, "Hit Me With Your Best Shot", que atingiu o 9º lugar em Junho. O single seguinte, "You Better Run", não foi além do nº 42 na tabela de vendas, mas teve o mérito de ter sido o segundo video a ser exibido no canal MTV, aquando da sua fundação em 1981. O álbum inclui ainda uma versão de "Wuthering Heights", de Kate Bush, e valeu a Benatar o Grammy para melhor intérprete feminina de "rock" em 1981; curiosamente essa seria a primeira das 4 vezes consecutivas que seria galardoada com este prémio. Em Julho de 1981 sai o terceiro álbum, "Precious Time", que chega a nº 1 da Billboard, e é graças ao tema "Fire and Ice" que a cantora leva para casa outro Grammy.
Em 1982 sai o trabalho "Get Nervous", nº 4 da Billboard, e cujo single de apresentação é este "Shadow of the Night", que lhe vale um terceiro Grammy para melhor intérprete feminina. É nesta altura que Benatar faz a sua primeira tournée mundial, e em 1983 lança o primeiro registo ao vivo, precisamente intitulado "Live from Earth", que chega a nº 13 da Billboard, vendendo mais de um milho de cópias, e confirmando-a como a primeira mulher "superstar" da "rock-pop" dos anos 80 - e na altura isto valia uma pipa de massa.
Em 1984 sai "Tropico", o seu sexto trabalho discográfico, e que contém o single que foi o seu maior êxito de sempre: "We Belong", que chegou a nº 5 da Billboard e marcou a estreia de Benatar nos "charts" do Reino Unido, chegando a nº 22 do top-40. Foi ainda nomeada para o Grammy de melhor interpretação feminina nos Grammy, num ano em que venceu Whitney Houston com "Saving All My Love". "Tropico" seria nº 14 na Billboard e ainda daria mais um single top-10 a Benatar, com "Oh Oh Song".
No ano seguinte sai "Seven The Hard Way", que como o nome indica, é o sétimo de Pat Benatar e o último a dar-lhe um single no top-10 da Billboard, "Invincible", que também lhe valeu a última nomeação para os Grammy, na categoria de melhor canção rock. Só três anos depois sairia mais um registo de originais, "Wide Awake in Dreamland", que seria o seu último orientado para a sonoridade "rock". O canto do cisne foi em 1989 com a colectânea "Best Shots", e tal como muitos outros artistas dos anos 80, Pat Benatar "evaporou-se" nas décadas seguintes, e o seu trabalho mais recente foi "Go", de 2003, que vendeu apenas 30 mil cópias.
quarta-feira, 26 de março de 2014
Bayern recordista
O Bayern de Munique sagrou-se ontem pela 24ª vez campeão da Alemanha, e com um novo recorde: a sete jornadas do fim, com ainda 21 pontos por disputar. Os bávaros lideram com mais 25 pontos que o 2º classificado, o Borussia Dortmund, que não foi além de um empate a zero em casa, frente ao Schalke 04. Por seu turno a equipa de Guardiola jogava em Berlim, frente ao Hertha, e sabia que bastava vencer para não ficar a depender de nehum resultado, e aos 14 minutos já vencia por 2-0, com golos de Toni Kroos e Mario Götze. O Hertha reagiu com um golo de Adrian Ramos de "penalty", aos 66 minutos, mas Franck Ribery confirmaria a vitória do Bayern, que tem um impressionante registo de 25 vitórias e 2 empates, em 27 jogos disputados.
O jogo do ano
Real Madrid (3-4) FC Barcelona - HD 发布人 simaotvgolo14
Foi no Domingo no Santiago Bernabéu, o jogo do ano. Frente a frente estavam o líder Real Madrid e o 3º classificado, o Barcelona, separados por 4 pontos. A faltarem apenas nove jornadas depois deste jogo, era quase proibitivo para os catalães perderem a partida, sob o risco de ficarem a sete pontos do seu arqui-rival castelhano, e a equipa de Gerardo Martino puxou dos galões de campeão e venceu por 4-3. Um jogo muito disputado, duro, com incerteza no marcador até ao fim, e muitos casos, como se espera sempre de um "derby" desta natureza. O Barça entrou melhor, e logo aos sete minutos adiantou-se no marcador por Andres Iniesta. O Real sentiu o toque, e em apenas cinco minutos Karim Benzema deu a volta ao marcador, com golos aos 20 e aos 24 minutos. Foi ento a vez de Messi dizer "presente", e empatar a partida antes do descanso. Na etapa complementar tudo se decidiu nos detalhes, e neste caso, nas grandes penalidades; Cristiano Ronaldo marcou a primeira aos 55, e Messi voltava a deixar tudo na mesma dez minutos depois, num lance que valeu a expulsão de Sergio Ramos. Com os "merengues" a jogar com dez, tudo ficou decidido aos 84 minutos, quando Iniesta é derrubado por Xabi Alonso na área, e chamado a converter, Messi no perdoou. Os madrilenos queixaram-se da arbitragem, mas a verdade é que perderam a liderança para o Atletico de Madrid, que tinha vencido no reduto do lanterna-vermelha Betis por 2-0, e está em igualdade pontual com o Real, mas com vantagem no confronto directo. A um ponto está o Barcelona, naquele que é o campeonato espanhol mais equilibrado da história, no que diz respeito à luta pelo título.
O senhor do peixe dourado
Desta vez um pouco mais atrasado que o habitual, aqui está o artigo de quinta-feira do Hoje Macau. De quinta-feira passado, lá está. Tenham uma óptima continuação de semana.
Há alguns anos existia nas ruas de Macau e Hong Kong um tipo de vendedor-ambulante, normalmente um homem de meia-idade ou mais velho, que vendia peixes dourados dentro de um pequeno saco de plástico com água, conhecido por “senhor do peixe dourado”, ou “kam yu lou” (金魚老). Alguns destes comerciantes estiveram envolvidos em casos de abuso de menores nos anos 80, por aliciamento de estudantes menores, meninas a quem acenavam com os peixinhos, prometiam descontos, e depois levavam para casa, ou para um qualquer vão de escada, para satisfazer os seus intentos malévolos. Histórias arrepiantes, de deixar os cabelos em pé. Estes “kam yu lou” eram os pederastas de então, termo que surgiu antes de “pedófilos” para designar os adultos que mantinham práticas sexuais com menores. Desta forma o “kam yu lou”, ou “senhor do peixe dourado”, passou a designar na generalidade o indivíduo que seduz os pequenotes, que lhes faz promessas, que os alicia.
Hoje não se vêm tantos vendedores de peixe dourado – pelo menos na rua – mas o que não falta por aí são os “kam yu lou”, sempre com o proverbial peixinho, seja na forma de emprego, promoção e outros rebuçados, ansiosos por ferrar o dente matreiro e velhaco em carne fresquinha. Os que mais me divertem são aqueles que não vendendo nada, ou não tendo qualquer qualidade de que possam orgulhar (e não, claro que a pederastia não é uma “qualidade”), usam a única coisa que têm, a idade, ou segundo eles, a “experiência”, para chamar a si a atenção de vítimas de pele macia e a cheirar a leite. Dão conselhos às suas vítimas, do tipo “cuidado com quem te metes”, ou “não confies em alguém com tanta facilidade” e ainda “olha que Macau é perigoso”. No fundo o que querem dizer é “não confies em ninguém a não ser em mim, e quando tiveres comichão vem ter comigo”. Alguns deles têm mais um ou dois meses de Macau que a sua “protegida” (ou “protegido”, dependendo da variante), mas acham que conhecem o território como a palma da mão, todo o tipo de fauna, todos os truques e os inúmeros perigos.
Pessoalmente não considero que Macau seja um lugar perigoso. Uma das razões que me fez ficar por cá foi poder andar em qualquer rua, travessa, pátio ou beco a qualquer hora do dia ou da noite sem ser assaltado, agredido ou violentado. Em Portugal há assaltos a ocorrer em plena luz do dia a hora de ponta no centro de Lisboa, e toda a gente finge que não vê. Em Macau saio de casa e volto sempre com a carteira intacta, com excepção, é claro, do uso que lhe dou para as minhas próprias despesas. É claro que é preciso ter os cuidados básicos: não aceitar boleia de estranhos, doces de desconhecidos, atravessar na passadeira, usar o preservativo quando se vai à sauna, enfim, é senso-comum. Mas perigoso no sentido mais restrito da palavra, Macau não é, com toda a certeza.
Sendo para muita gente apenas um local de passagem, é natural que exista por aí muito “artista” que procura facturar à custa da ingenuidade alheia, ora em busca de dinheiro, prazeres furtivos, ou apenas porque sim, porque é da sua natureza, porque é “maluco”. Em Macau há “malucos” a dar com um pau, felizmente poucos deles referenciados como perigosos. Desde a abertura das fronteiras ao milagre dos vistos individuais, têm-se multiplicado os charlatães, os vendedores de bênçãos, os carteiristas, os viciados da jogatina, mas nada que chegue para encher duas páginas de um jornal diário com notícias. Macau já foi mais seguro, é verdade, mas continua seguro q.b. – pelo menos para os meus padrões, que são os que me interessam. Neste departamento, não trocava Macau por qualquer outro país ou território da região, e mais além.
Os “kam yu lou”, os tipos que dão a opinião ou fazem o comentário, crítica ou remoque que ninguém pediu, servem normalmente para proteger os inocentes de outros inocentes, mas raramente os livram dos perigos a sério, que por vezes chegam de onde menos se espera. Para fintar este moderno vendedor de peixinhos tropicais, basta ser discreto, educado, de poucas palavras e gestos pouco largos. Os senhores do peixe dourado notam sobretudo aqueles que se aproximam da sua pinta, os janotas, os bem falantes, os gingões, e sentem a ameaça dos mais novos, a próxima geração dos “kam yu lou” desta terra. Alguns aposentam-se, casam com uma TNR do sudeste asiático vinte ou trinta anos mais nova que eles, e logo são substituídos por uma nova leva de tipos corcundas, carecas, feiosos, com mau hálito e chulé, sempre dispostos a ajudar as novatas e aliciá-las com os “peixes dourados” do dinheiro e do sucesso. “Conheceste um rapaz? Olha, cuidado…ainda não disseste qual rapaz? Não interessa. Cuidado…”
All is well
Eis-me de regresso à blogosfera, depois de uma pausa de dois dias por razões de força maior. E de facto o blogue tem andado a meio-gás desde a semana passada, isto devido a motivos que a seu tempo serão revelados, incidências daquelas do tipo que mudam a vida de um gajo, pá, e pronto, também porque me tenho dedicado a um projecto paralelo (é segredo). Agora com um pouco mais de folga, espero conseguir dedicar mais tempo ao Bairro do Oriente, que para o Leocardo continua (e continuará sempre) a ser a prioridade. Obrigado pela preferência.
domingo, 23 de março de 2014
Liga de Elite - 6ª jornada
Realizou-se este fim-de-semana a sexta ronda da Liga de Elite de Macau, com a primeira partida jogada no Sábado no Estádio da MUST, pelas 14 horas. Frente a frente estavam Monte Carlo e Kei Lun, e como seria de esperar os campeões em título "despacharam" o lanterna-vermelha por 6-1 - escasso, atendendo à diferença entre as duas equipas. O Monte Carlo chegou ao intervalo a vencer por quatro golos de diferença, jogando apenas a velocidade de cruzeiro; Leong Ka Hang, Chan Man, Francisco Medeiros e Falcão assinaram os golos. Na etapa complementar o Monte Carlo baixou ainda mais o ritmo, mas mesmo assim marcou por duas vezes, ambas delas por Francisco Rodrigo. O Kei Lun marcou o seu ponto de honra já ao cair do pano, aos 88 minutos, por Lei Ka Wa.
Às 16:00 jogou-se o desafio mais aguardado desta jornada, e curiosamente entre as duas equipas sensação da prova: o Sporting e o Chao Pak Kei. Os leões ainda não tinham perdido pontos, e o C.P.K. tinha apenas sido derrotado na ronda anterior frente ao poderoso Ka I. As equipas não conseguiram quebrar o enguiçom, e o empate a zero foi o resultado justo para uma partida sem grande história.
Já hoje à tarde o Ka I aproveitou o empate do Chao Pak Kei e a folga do Benfica para subir ao terceiro lugar, e para tal esmagou os Sub-23 por 10-0, um resultado que começa a ser mais comum, agora que as equipas de topo começam a encontrar a sua forma. Adilson Silva apontou três golos,Alison Brito e Gustavo Oliveira dois cada, enquanto Lee Keng Pan, Reginaldo Carlos e Christopher Nwaru marcaram um cada. Esta foi a segunda derrota consecutiva dos Sub-23 por estes números, pois já a semana passada o Monte Carlo tinha brindado os jovens apoiados pela AFM por dez golos sem resposta.
Para finalizar jogaram duas equipas do fundo da tabela classificativa, com a Polícia a derrotar o Lai Chi por duas bolas a uma. William Shek adiantou a formação da PSP aos 50 minutos, mas Tam Kai Hong empatou pra o Lai Chi aos 77, e Leong Lap San resolvia a contenda a favor dos policiais a cinco minutos do fim, de "penalty". A equipa de Ka Li Man continua alérgica aos golos, tendo marcado apenas cinco e sofrido outros tantos, e no mesmo número de jogos. O Lai Chi começou a época com uma goleada por 4-0 sobre o Kei Lun, mas tem perdido todos os jogos desde então.
Classificação:
Sporting-5 4 1 0 11-1 13
Monte Carlo-6 4 1 1 21-6 13
Ka I-5 3 1 1 17-3 10
Benfica-5 3 1 1 16-2 10
Chao Pak Kei-5 3 1 1 15-4 10
Polícia-5 2 1 2 5-5 7
Lai Chi-5 1 0 4 8-15 3
Sub-23-6 1 0 5 1-29 3
Kei Lun-6 0 0 6 4-33 0
Os sons dos 80: Tropicalíssimo
Depois do êxito da telenovela "Gabriela, Cravo e Canela", inspirada na novela homónima de Jorge Amado no Portugal dos anos 70, as portas ficaram abertas para uma "invasão" de produtos da cultura brasileira. Cultura salvo seja, pois algumas dessas telenovelas eram verdadeiros enlatados que pouco ou nada tinham a ver com a nossa realidade ainda um tanto ou quanto cinzentona, mas outro "produto" que chegava do outro lado do Atlântico era a música. A música brasileira, quer na sua vertente da MPB ou da bossanova, era considerada "subversiva" pelo antigo regime, mas começou a ganhar expressão entre nós nos finais da década da revolução, e por meados dos anos 80 era um fenómeno de popularidade. Os artistas brasileiros chegavam à Portela, onde eram recebidos em apoteose, diziam que "adoravam Portugal", e arranjavam sempre um parente português, mesmo que fosse distante, para ganhar ainda mais simpatia entre o público lusitano. Vamos recorder aqui alguns destes artistas do país irmão.
E começamos logo por cima, com o Roberto Carlos, um cantor que - e pasme-se - tem agora 72 anos de idade, e mais de 50 de carreira. Aquele que foi nos anos chamado de "o rei do ié-ié" era nos anos 80 um charmoso quarentão, e tinha o particular de quase todos os seus álbums terem o seu nome: "Roberto Carlos". Só mudava mesmo era o ano, e um dos seus maiores sucessos no nosso país foi o de 1985, que ficou conhecido por "Verde e Amarelo". Neste tempo o cantor gravava praticamente um disco por ano, com a ajuda "do seu querido irmão Erasmo Carlos" a colaborar na composição. Além dos títulos também as capas dos discos pecavam pela falta de imaginação, e onde aparecia apenas uma fotografia de Roberto Carlos, que no fundo nos queria dizer o seguinte: "deixem-se lá de mariquices com capas e títulos e isso e oiçam antes a música". A estética melhorou ligeiramente em 1989 com o disco que ficou conhecido por "Amazônia", onde Roberto Carlos aparece com o cabelo mais comprido, e uma pena pendurada na orelha esquerda.
Ney Matogrosso, um dos mais imaginativos e interessantes cantores brasileiros, merecia um "post" inteirinho dedicado a ele, mas para não ir além das medidas, falemos desta colaboração com Eugénia Melo e Castro, uma das primeiras entre músicos de Portugal e do Brasil. "Dança da Lua", incluído no álbum "Águas de Todo o Ano", da cantora portuguesa, conta com a voz efeminada e a coreografia exótica do antigo vocalista dos Secos e Molhados, e é um êxito de que todos os que andavam com os ouvidos à escuta no ano de 1983 se lembram com toda a certeza. Pena é a qualidade do video, mas não se pode dizer que não tentei: é directo do canal de YouTube da própria Eugénia.
Djavan, de nome completo Djavan Caetano Viana, é um cantor de Maceio, Alagoas, que se afirmou como surpresa em meados dos anos 70 com o se álbum "Fato Consumado", que continha a canção "Flor de Lis", ainda hoje considerada a sua "assinatura". Não seria até já bem dentro da década de 80 que passaria a confirmação, com o seu som muito "tropical", de apelos à paz e amor, a ganhar-lhe o direito de colaborar com outros grandes nomes da música do seu país e outros artistas estrangeiros, como Stevie Wonder. Entre nós ficou mais conhecido o tema "Lilás", do disco de 1984 com o mesmo nome. Quem não se recorda do refrão? "Eu quero ver o pôr do sol/Lindo como ele só/E gente pra ver e viajar/No seu mar de raio". Bom, quem ainda não tinha nascido, com toda a certeza...
É indiscutível que dos artistas brasileiros eram as mulheres que gozavam de mais popularidade entre nós. Curiosamente alguns "monstros sagrados" da música brasileira nunca vingaram entre nós, como por exemplo Milton Nascimento, Ivan Lins, Cazuza ou Braguinha, e mesmo grandes nomes como Chico Buaque ou Gilberto Gil ficavam apenas acessíveis aos verdadeiros conhecedores. Das vozes femininas, uma que chegou a nº 1 foi Simone, que curiosamente também se chama Simone de Oliveira, como a "nossa" Simone, com o seu álbum "Cristal", de 1985. O tema de apresentação era este "Amor no Coração", bem mexido por sinal, com a participação de Carlinhos de Pilares.
Outras mulheres da música com sotaque do Brasil triunfavam em Portugal, tal como Maria Bethânia - mais ainda que o seu irmão Caetano Veloso - Joana, Gal Costa, a já falecida Nara Leão, entre outras. As telenovelas eram um bom veículo para promover a música dos artistas, e neste aspecto uma das que ficou a ganhar foi Elba Ramalho, que interpretou "Aconchego" para a trilha sonora da novella "Roque Santeiro". Aqui a voz delicodoce de Elba é acompanhada pelo acordeonista Dominguingos.
E para acabar, aquele que foi um dos momentos altos dos anos 80: o dueto de Gal Costa e Tim Maia, "Um Dia de Domingo", que foi nº 1 no top de singles em Portugal. A imperatriz Gal, com uma carreira para lá de respeitável, soube sempre gerir o bichinho da fama, mas já a quanto a Tim Maia, senhor de uma voz poderosa, penetrante, viria a ter a sua carreira prejudicada pelo alcoolismo, e faleceu em 1998 aos 55 anos. Fica aqui este registo para nos deixar a pensar: "faz de conta que ainda é cedo".
Chuva de golos em Inglaterra
Realizou-se ontem mais uma ronda da Premier League inglesa, com muitos golos e resultados extravagantes, alguns contra todas as expectativas. A começar logo pelo jogo grande, entre o líder Chelsea, e o terceiro classificado, o Arsenal - um "derby" londrino sempre muito aguardado, e mais um capítulo na rivalidade entre José Mourinho e o Arsene Wenger. Só que desta vez o treinador francês saíu humilhado, perante a vitória por 6-0 (!) do seu rival de Stamford Bridge. Foi tudo muitofácil para os "blues", que aos 17 minutos já venciam por três golos; o camaronês Samuel Eto'o marcou logo aos cinco minutos, dois minutos depois o alemão Andre Schürrle fazia o segundo, e para complicar ainda mais as coisas, Kieran Gibbs faz um "penalty" e é expulso, e Eden Hazard aproveita para fazer o 3-0. O Chelsea ainda fez o quarto antes do intervalo pelo brasileiro Oscar, que viria a bisar aos 66. Como já dava para tudo, Mourinho lançou no jogo o jovem egípcio Mohamed Salah, que aos 71 minutos, 4 depois de ter entrado, faz o 6-0, assistido pelo benfiquista Nemanja Matic. O Chelsea continua na liderança, agora com mais sete pontos que os arsenalistas, que mesmo assim têm menos um jogo.
O Manchester City continua na liderança "virtual" da Premier, pois encontra-se a seis pontos do líder de facto, mas com menos três jogos realizados. Ontem a equipa de Manuel Pellegrini goleou o lanterna-vermelha, o Fulham, por 5-0, mas um resultado com números enganadores, atendendo às incidências do jogo. Yaya Toure foi a grande figura ao apontar um "hat-trick" - dois de "penalty", aos 26 e 54 minutos, este último na sequência de uma falta que valeu a expulsão ao lateral-direito do Fulham Fernando Amorebieta. A jogar contra dez foi tudo ainda mais fácil; Touré fez o terceiro da sua conta pessoal e do jogo aos 65, e nos dez minutos finais Fernandinho e Demichelis fizeram os restantes.
Já o Liverpool foi ao País de Gales vencer o Cardiff City por 6-3, no jogo com mais golos desta ronda, e mesmo sem as estatísticas à mão, é seguro dizer-se que foi um dos jogos com mais golos da competição. E ainda foram os galeses, orientados pela antiga glória do Manchester United, Ole Gunnar Solskajer, a assumir o comando do marcador, com Jordon Mutch a marcar aos 9 minutos, e Frazier Campbell a responder aos 25 ao golo do empate marcado por Luis Suarez aos 16. Foi então a vez do experiente defesa eslovaco Martin Škrtel brilhar, marcando aos 41 e aos 54, invertendo o resultado a favor do Liverpool, e com Suarez e Dean Sturridge a ampliar o placard aos 60 e oas 75. O Cardiff ainda reduziu, com um segundo golo de Mutch, mas Suarez faria o "hat-trick" já em cima dos 90, fazendo o resultado final. O Liverpool é 2º classificado a 4 pontos do Chelsea, e com menos um jogo.
Na última partida de ontem à noite o Manchester United, moralizado pela vitória na Champions League a meio da semana, foi ao reduto do West Ham vencer por duas bolas a zero, mantendo o sétimo lugar com 51 pontos, muito longe de uma pontuação que lhe permita quaisquer ambições em termos domésticos. Deste encontro o momento alto foi aos sete minutos, quando Wayne Rooney marcou um golo do meio-campo, num remate que apanhou o guardião Adrián desprevenido. O mesmo Rooney demonstrou estar em grande forma, marcando o 2-0 aos 33 minutos. Noutras partidas de Sábado deram-se vitórias caseiras, com o Everton a vencer o Swansea por 3-2 no Goodison Park, o Newcastle a vencer o Crystal Palace por 1-0 em St. James, enquanto Norwich e Hull City venciam também em casa por 2-0, contra Sunderland e West Bromwich Albion, respectivamente. Hoje realizam-se as partidas entre o Tottenham e o Southampton, e o Aston Villa e o Stoke City.
Classificação (dez primeiros):
1 Chelsea 31 69
2 Liverpool 30 65
3 Manchester City 28 63
4 Arsenal 30 62
5 Everton 29 54
6 Tottenham Hotspur 30 53
7 Manchester United 30 51
8 Newcastle United 30 46
9 Southampton 30 45
10 Aston Villa 29 34
Sporting "baila" na Madeira
O Sporting foi ontem à Madeira vencer o Marítimo por 3-1, um resultado que aproxima os leões do líder Benfica, agora a quatro pontos, e reforça o 2º lugar, ampliando a vantagem sobre o FC Porto para oito pontos. O jogo começou aberto, rasgado, com as equipas a marcar cedo. Adrien Silva adiantou o Sporting no marcador aos três minutos de "penalty", mas aos seis os insulares empatavam por intermédio do médio liberiano Theo Weeks. O Sporting voltaria a marcar no primeirotempo por William Carvalho, e depois de uma segunda parte de algum sofrimento, Jefferson marcou o terceiro aos 84 minutos, garantindo à equipa de Leonardo Jardim, curiosamente um madeirense "de gema", uma vitória saborosa e 3 pontos importantes. O Benfica joga esta madrugada (hora de Macau) na Luz frente à Académica, e pouco mais de uma hora depois o FC Porto recebe o Belenenses no Dragão.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Socas e sevilhanas
Realizaram-se esta tarde em Nyon, Suíça, os sorteios dos quartos-de-final da Liga dos Campeões e da Liga Europa, cuja totalidade das equipas apuradas ficou conhecida ontem. Na Liga Europa, onde ainda há duas equipas portuguesas, o sorteio ditou que o Benfica viajasse à Holanda para defrontar o AZ Alkmaar, actual sétimo classificado da Eredivisie, com primeira mão no dia 3, e jogo de retorno na Luz uma semana depois. O FC Porto, outro "sobrevivente" luso, defronta os espanhóis do Sevilha, nas mesmas datas, mas com o primeiro jogo no Estádio do Dragão. As outras partidas dos quartos são Basel-Valência e Lyon-Juventus.
Já na Liga dos Campeões, o troféu mais apetecido, e que este ano tem a sua final no Estádio da Luz em Lisboa, a qualidade dos oito restantes competidores só poderia dar em encontros de grande interesse. Assim vamos ter uma reedição da final de 2000, com o Manchester United a defrontar o Bayern de Munique, actual campeão em título, com o primeiro jogo em Old Trafford. Já a outra equipa inglesa, o Chelsea, defronta em França o Paris SG, naquele que será um bom teste às capacidades das duas equipas. O Real Madrid de Cristiano Ronaldo, Fabio Coentrão e Pepe enfrenta os alemães do Borussia Dortmund, e para acabar em grande, uma eliminatória completamente espanhola, com Barcelona e Atletico Madrid, respectivamente terceiro e segundo classificados de La Liga. Os jogos da primeira mão serão a 1 e 2 de Abril, e os de retorno a 8 e 9 de Abril.
Dois-a-dois os dois
Benfica e FC Porto seguiram em frente na Liga Europa, e esto ambos nos quartos-de-final. Ontem as equipas portuguesas, que tinham vencido na primeira mão, obtiveram o mesmo resultado: um empate a duas bolas. O Benfica jogava na Luz com os ingleses do Tottenham, gozando de alguma tranquilidade após a vitória em Londres por 3-1 na semana passada. Tudo parecia bem encaminhado quando Garay marcou aos 34 minutos, dando uma vantagem que se manteve até aos 78 minutos, quando Chadli marcou dois golos de rajada, deixando os ingleses a um golo de empatar a eliminatória. Aí o Benfica sofreu, e só no último lance do encontro chegaria ao empate de "penalty", por Lima. No fim Jorge Jesus respirou de alívio, cumprida uma missão que não se avizinhava tão complicada.
Em Itália o Porto tornou-se a segunda equipa portuguesa a empatar no mítico Estádio San Paolo, em Nápoles, onde em 1988 o Sporting tinha perdido nos "penalties" para a equipa onde então alinhavam Maradona, Careca, Alemão, entre outros. Os dragões levavam o magro resultado de 1-0 da primeira mão, mas contrariaram uma tendência que lhes tem custado caro esta temporada, e recuperaram de uma desvantagem. O macedónio Goran Pandev empatou a eliminatória aos 21 minutos, e a partir daí foi o sufoco para a equipa portuguesa, que parecia completamente dominada. Foi aí que Luís Castro joga um trunfo, com a entrada do avançado Ghilas aos 68 minutos, e no minuto seguinte o argelino marca o golo do empate, deixando os napolitanos a precisar de marcar dois. Só que o Porto estava motivado, e aos 76 ganha mesmo vantagem no marcador, graças a uma obra-prima de Quaresma, que troca os olhos à defesa da casa e "fuzila" a baliza de Pepe Reina. O Nápoles ainda chegaria ao empate já nos descontos, por Duvan Zapata, mas os dragões sairiam de Itália com a qualificação para os quartos-de-final.
Os sons dos 80: Talking Heads
Os Talking Heads foram uma banda de "new wave", e mais tarde parte do movimento neo-romântico, formada em Nova Iorque em 1975. David Byrne, Chris Frantz e Tina Weymouth, três colegas da escola de Design de Rhode Island, em Providence, formaram em 1974 um grupo chamado "The Artistics", mas que duraria poucos meses. Mudaram-se para Nova Iorque, alugaram um apartamento e em Junho de 1975 fizeram a primeira parte de um concerto dos Ramones no clube CGBG, em Manhattan. Em 1977 lançam o seu primeiro álbum, "1977: Talking Heads", de onde não saíu qualquer single, mas onde está incluído o tema "Psycho Killer", considerado o primeiro "hit" do grupo. No seu segundo trabalho, "Songs About Buildings and Food", contam com a participação de Brian Eno, John Cale e David Bowie. O disco chega ao top-30 tanto da tabela de álbums do Reino Unido, como da Billboard. No ano seguinte sai "Fear of Music", que produziu três singles, e que em 1985 acabaria por receber a certificação de disco de ouro nos Estados Unidos.
O ano de 1980 marca o lançamento de "Remain in Light", top-20 da Billboard, e dois anos depois sai o duplo álbum ao vivo "The Name of This Band is Talking Heads". Em 1983 sai "Speaking in Tongues", nº 21 no Reino Unido e nº 15 da Billboard, e de onde sai este single "Burning Down the House", que chega a nº 9 da Billboard, e evidencia o talento da banda para fazer videoclips esteticamente atractivos. A capa do álbum é da autoria de David Byrne, e o artista gráfico Robert Rauschenberg ganhou um Grammy pela capa da edição limitada.
Em 1984 sai o disco ao vivo "Stop Making Sense", que contém nove temas que aparecem no filme com o mesmo nome, realizado por Jonathan Demme, e escrito pelos próprios Talking Heads. A banda sonora "Stop Making Sense" passou mais de dois anos - 118 semanas - no top-200 da Billboard, e projectou o grupo para o estrelato internacional. A versão ao vivo do tema "Heaven", originalmente do álbum "Fear of Music", não aparece no álbum, mas é a segunda faixa da banda sonora. Uma canção lindíssima.
Em 1985 os Talking Heads lançam "Little Creatures", onde começa a ser bem notória a versatibilidade de David Byrne, que aqui opta pela temática rural Americana, introduzindo sonoridades da música "country". O sexto álbum do grupo foi nº 10 no Reino Unido e nº 20 da Billboard, e dos três singles que dele saíram destaca-se este "Road to Nowhere", que foi nº 6 no top do Reino Unido, e cujo video foi nomeado para melhor do ano na MTV.
No ano seguinte David Byrne e o grupo voltam a combinar a música e o cinema em "True Stories", que é ao mesmo tempo título do sétimo álbum dos Talking Heads, e de uma comédia-musical escrita e realizada pelo seu vocalista. O álbum foi nº 7 no Reino Unido e nº 28 da Billboard, e o seu single de apresentação, onde aparecem vários actores que aparecem no filme, é este "Wild Wild Life". Quem conhece o video de "Fim do Mês", dos portugueses Xutos & Pontapés, vai encontrar várias semelhanças com este. Curiosamente a banda britânica Radiohead foi buscar o seu nome à sexta faixa de "True Stories", que é intitulada "Radio Head".
Em 1988 os Talking Heads gravam o seu último disco de originais, "Naked", e depois disso David Byrne anuncia a dissolução da banda para prosseguir uma carreira a solo. "Blind" é um dos singles deste álbum, que chega até nº 3 no top do Reino Unido e nº 19 da Billboard. O cantor africano Mory Kanté e a cantora britânica Kirsty McColl encontram-se entre os músicos convidados de "Naked". Depois do fim do grupo, os Talking Heads lançariam várias colectâneas, com os temas mais conhecidos e algumas raridades, sendo a primeira "Sand in the Vaseline: Popular Favorites", que inclui dois "demos" nunca antes editados. David Byrne, que já ganhou um Globo de Ouro, um Grammy e um Oscar, lançou até 2012 oito álbums a solo, e colaborou em diversos outros projectos.
quinta-feira, 20 de março de 2014
O que há numa salsicha?
Como se faz a Coca-Cola? Qual é a composição de um hamburguer? O que há numa salsicha? Estas são algumas da perguntas que se calhar é melhor nem fazer. No caso das salsichas correntes, ou "hot dog", o que podemos estar a ingerir no meio do pão, dos molhos e dos pickles? Bem, do estado de carne dos animais que habitualmente compõe as salsichas ao produto final vai uma grande distância. Normalmente são usados restos de carne bovina, suína e aves, e quando digo "restos", quero mesmo dizer restos. Na cultura popular, tudo entra na composição das salsichas, desde ratos, a solas de sapato e lixo varrido do chão. À mistura de "seja lá o que for" é adicionado xarope de milho para dar um sabor adoçicado, e a filtragem torna a mistela semelhante ao cocó de bebé. O ar é aspirado e o que sobra é bombeado para invólucros de celulose, ganhando a forma das salsichas que chegam às prateleiras dos supermercados. Agora é só comprar, e tentar identificar o sabor. Bom apetite!
A revolta dos "diabos"
Esta temporada tem corrido muito mal ao Manchester United, no primeiro ano após o fim do reinado de Alex Ferguson, que teve início em 1986, e da entrada de David Moyes, que tem sido bastante contestado. Eliminados das taças de Inglaterra e da Liga, afastados do título e de um dos lugares de acesso à Champions do próximo ano, resta aos "red devils" a Liga dos Campeões deste ano. A situação estava tremida após a derrota em Atenas há quinze dias por 0-2, e seria preciso os campeões ingleses fazer o melhor que sabem, e que este ano não têm conseguido com a habitual frequência. Só que ontem foi uma noite em que a classe que ainda resta em Old Trafford veio ao de cima, e o ManU venceu os campeões gregos por 3-0, e seguiu em frente. Robbie Van Persie foi o homem do jogo, ao apontar os três golos, e apesar de estarem longe de serem favoritos à conquista do troféu, os "diabos" mantêm agora uma réstia de esperança em salvar a época desastrosa.
Já na Alemanha o Borussia Dortmund ainda tremeu, mas qualificou-se para os quartos-de-final, mesmo perdendo por 1-2 com o Zenit S. Petersburgo. Os finalistas da edição anterior da prova tinham vencido por 4-2 na Rússia, mas o Zenit, agora com o português André Villas-Boas ao leme, vieram discutir o resultado, e marcaram aos 16 minutos por Hulk. Os da casa chegaram à igualdade por Kehl aos 38, e só aos 76 o Zenit voltou a ganhar vantagem, por Rondón. Ficaram a faltar ainda dois golos aos russos, que ainda assim saem de cabeça erguida desta eliminatória.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Pai(xão)
Hoje comemora-se em alguns países do Ocidente Cristão o Dia do Pai, dedicado a S. José, marido da Virgem Maria, e pai "adoptivo" de Jesus Cristo. "Comemora-se" é como quem diz, pois ao contrário de outras efemérides como o Dia da Mulher, o Dia da Mãe ou o Dia da Criança, ninguém liga muito a isso do dia do Pai. As floristas não inflacionam os preços porque os pais não recebem flores (se calhar até gostariam de receber, mas fica "esquisito"), não são publicados relatórios da ONU sobre os abusos cometidos aos pais durante o ano civil anterior, nem se recorda qualquer Declaração Universal dos Direitos do Pai - porque não existe tal coisa. Os pais que têm filhos ainda no ensino primário ainda se dão ao luxo de receber um cartão de rolo de papel higiénico pintado e decorado com fios de lã a fazer de cabelo onde se lê em letras tortas "amo-te, pai". O espírito do Dia do Pai de antigamente foi arruinado pelos higienistas do anti-tabagismo, que determinaram que era errado oferecer cachimbos aos pais, que depois od fumavam enquanto liam o jornal em frente à lareira com o cão aos pés, os chinelos calçados e os óculos na ponta do nariz.
Tive pai e fui pai, cumprindo assim o caracol em forma de provérbio: "filho és, pai serás, assim como fizeres, assim acharás". Não tenho mais pai, infelizmente, mas sou já pai, e espero que um dia - de preferência daqui a muitos e muitos anos - o meu filho possa dizer o mesmo. "Morrer por morrer que morra o meu pai, que é mais velho", já que estamos numa de provérbios, e por um lado ainda bem que não sou rico, senão lá dizia ele: "Nem o pai more, nem a gente almoça". Uma das vantagens dos pobres vivos sobre os ricos mortos é estar vivo, e só isso já vale tudo. Os filhos, pais do futuro, procuram sempre não repetir os mesmos erros dos seus pais, e para tal cometem erros novos. Não existe o pai perfeito, e mesmo os que o são (ou aparentam ser), levam dos filhos em jeito de epitáfio: "o meu pai era demasiado perfeito". Não há pai que seja digno desse nome sem pelo menos um defeito, ou algo que nos leve a sentir dele algum ressentimento; o segredo é não fazer um asneira tão grossa que leve um filho, tendo o seu pai ainda vivo, berrar aos soluços: "eu...na-não tenho pai!!!".
Pai tirano ou pai herói, um pai é sempre um pai, e quando alguém usa aquela expressão to curiosa, "não há pai", estará certamente a exagerar. Há sempre um pai para todos, nem que seja um indivíduo sisudo, beberrão, a quem foi posta uma providência cautelar para impedir que se descalçe em locais públicos. Para os rapazes o pai é o seu primeiro amigo, para as meninas o primeiro homem das suas vidas, para os dois o primeiro professor. Apesar de não se ter empenhado tanto quanto a mãe na fabricação da nossa pessoa, o pai é assim como o capataz da gestação, que trabalhou "um bocadinho", mas foi essencial na conclusão da obra. No fundo foi como Deus fez com S. José, mas no expoente máximo: mandou um tal Espírito Santo para fazer o trabalho por ele. Pudera, que estes tipos dos bancos têm tanta massa que uma virgem para eles é café da manhã. O pai carrega o código genético, põe a massa nesse forno que é a mãe, e dali sai o produto de cinco ou dez minutos de queca e mais de meio ano de sofrimento, culminando com dores das mais horríveis de todas. Foi golo da mãe, está bem, mas o passe foi do pai, e que grande passé! Ninguém diz que foi a mãe que marcou um grande golo; foi o pai que decidiu o jogo.
Gosto de ser chamado "pai", que era o que eu chamava ao meu pai. Não papá, paizinho ou senhor pai - pai, somente. "Pai" é uma das sílabas mais sólidas, mais firmes, mais masculinas. Com três letrinhas apenas, se escreve a palavra pai, que é das palavras pequenas, aquela que...melhor vai...com pai? Ah fiz porcaria. Os pais não ligam muito a isso da poesia. Os pais têm barba, e a poesia não tem barba. Lembro-me de beijar o meu pai na face neste dia, e a sua barba, mesmo que apenas de um dia, "picava". Era a barba de pai, que no meu caso tinha um "musk" de cigarro. Era a alternativa mais natural ao "tabac". Hoje e sempre, para todos os pais do mundo, um feliz dia. E já agora não exagerem, que isso de ter filhos não são tudo rosas, e nem ter o prazer de lghes dizer "filho és, pai serás" chega para pagar as contas. E os pais que levam a sério a tradição, o que ganharam hoje? Um cachimbo, uns chinelos, ou um cão?
Os sons dos 80: Marillion
Os Marillion foram uma banda inglesa de Aylesbury, Buckinghamshire, fundada em 1979, uma das maiores do "rock" neo-progressivo dos anos 80. O grupo gravou 17 álbums de originais desde 1982, e a sua existência pode-se divir em duas épocas distintas: entre 1982 e 1988, com o vocalista Fish, e entre 1989 e os dias de hoje, com Steve Hogarth. Como esta é uma rubrica dedicada à década de 80, é normal que nos debruçemos principalmente sobre os Marillion de Fish.
Os Marillion lançaram o seu primeiro single, "Market Square Heroes", em 1982, e em Dezembro entra em studio para gravar o seu primeiro longa-duração, "Script for a Jester's Tear". O álbum de estreia teve uma boa recepção, chegando ao nº 7 do top do Reino Unido, onde permaneceu durante 31 semanas. Para promover o disco sairam dois singles: este "He Knows You Know", que chegou a nº 35 da tabela de singles do Reino Unido, e "Garden Party", que foi nº 16. No ano seguinte sai o álbumi "Fugazi", que chega a nº 5 do top britânico, melhorando a marca do anterior, e também em 1984 sai o primeiro registo ao vivo dos Marillion, "Real to Reel", que chega a nº 8.
Foi no ano de 1985 que os Marillion gravaram o seu "magnum opus", o LP "Misplaced Childhood", que foi nº 1 no Reino Unido e permaneceu no top-40 durante 41 semanas. É de "Misplaced Childhood" que saíram os maiores "hit singles" do grupo, e o primeiro foi este "Kayleigh", que chegou a nº 2 da tabela de singles do Reino Unido e da França, e marcou a estreia dos Marillion no top-200 da Billboard. Uma canção de amor, "Kayleigh" é inspirada numa numa ex-namorada de Fish chamada Kay Lee. A 24 de Outubro de 2012 os Marillion anunciaram na sua página do Facebook que a inspiração para o tema tinha falecido - Kay Lee morreu, ficou a música.
O segundo single de "Misplaced Childhood" é este "Lavender", que foi nº 5 da tabela de singles do Reino Unido, e seria o último dos Marillion a chegar ao top-5. O refrão do tema é inspirado - copiado mesmo - de uma canção de embalar do século XVII: "Lavender's blue, dilly dilly, lavender's green, When I am king, dilly, dilly, you shall be queen. Who told you so, dilly, dilly, who told you so? 'Twas my own heart, dilly, dilly, that told me so".O terceiro single do álbum mais conhecido do grupo foi "Heart of Lothian", que não passou de um modesto nº 29 do top de signles do Reino Unido.
Em 1986 os Marillion lançam a compilação "Brief Encounter", que contém apenas cinco faixas, sendo uma delas o original "Lady Nina". Em 1987 sai "Clutching at Straws", que seria o último de Fish como vocalista. Uma desilusão, comparado com "Misplaced Childhood", mas mesmo assim nº 2 no top de álbums britânico. O single de apresentação foi "Incommunicado", que foi nº 6 na tabela de singles. Em 1987 o vocalista e carismático líder Fish decide abdandonar a banda, descontente com a comissão recebida pelo "manager", na ordem dos 20%. Enquanto não encontravam um novo "frontman", o grupo lança um disco de lados B, "B'sides Themselves", e mais um disco ao vivo, este duplo, "The Thieving Magpie". Em 1989 entra o vocalista Steve Hogarth.
Os Marillion não perderam tempo, e já com Hogarth gravam em 1989 "Season's End", que é nº 7 no top de álbums do Reino Unido. O primeiro single sem Fish é este "Hooks in You", de Agosto de 89, que chega a nº 30 nos singles. Os fãs não pareciam notar a diferença, e desde 1990 os Marillion lançaram mais 12 trabalhos de originais, sendo o mais recente "Sounds That Can't Be Made", de Setembro de 2012. Quanto a Fish, a solo, tem um registo de 10 discos de originais, nada que mereça grande destaque. Foram os anos 80, o "ninho" dos Marillion.
Chelsea e Real estão lá
O Chelsea venceu ontem em Stamford Bridge os turcos do Galatasaray por duas bolas a zero, depois de um empate a uma bola em Istambul na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Sem deslumbrar, os londrinos "despacharam" o adversário com golos no primeiro tempo, por Eto'o aos 4 minutos, e por Tim Cahill aos 42. O Chelsea junta-se assim a Barcelona, Bayern, Atletico Madrid e Paris St. Germain nos quartos-de-final da liga milionária. Oposição de peso, aquela que pode calhar à formação de José Mourinho.
A seguir juntou-se ao grupo o Real Madrid, que apenas muito dificilmente deixaria escaper a vaga, após a vitória por 6-1 em Gelsenkirchen frente ao Schalke 04. Ontem no Santiago Bernabéu os madrilistas voltaram a vencer, desta vez por 3-1, com dois golos de Cristiano Ronaldo e um de Alvaro Morata, enquanto Hoogland marcou para os alemães. Um total de 9-2 no conjunto das duas mãos, expressando bem o domínio dos merengues.
Benfica de betão na Madeira
O Benfica foi à Madeira vencer o Nacional por 4-2, e ficou mais perto do título, bastando-lhe somar 14 pontos dos 21 ainda em disputa. Os encarnados nem começaram bem, pois aos sete minutos Candeias inaugurou de grande penalidade o marcador para os nacionalistas, mas golos de Lima aos 24, Rodrigo aos 33 e Garay aos 43 levariam o Benfica a chegar ao interval com uma vantagem mais ou menos tranquila. No segundo Daniny reduziu, aos 80, e o Nacional ainda chegou a assustar, mas Garay bisaria a um minute dos noventa, dando tranquilidade ao líder do campeonato. E são já sete os pontos que separam o Benfica do Sporting, 2º classificado, e o FC Porto, 3º, está já a 12.
segunda-feira, 17 de março de 2014
Coitadas das crianças
As autoridades da Arábia Saudita anunciaram que se preparam para banir 50 nomes próprios, que futuramente os pais daquele país islâmico não poderão dar aos seus filhos. Entre estes encontram-se Alice, Elaine, Linda ou Sandy, que contrariam a rígida ordem religiosa do país. Com razões mais ou menos obscuras, há nomes que vão contra a restrita interpretação do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, praticada naquele país árabe. Assim Abdul Nasi, que significa "adorador do profeta", passa a ser proibido, pois "apenas Deus pode ser adorado". Entre outros que deixam também de ser permitidos esto Malika (rainha) ou Amir (príncipe), pois podem ser considerados uma usurpação dos títulos reais, uma instituição muito venerada na Arábia Saudita.
Mas não é apenas nestes países com pancada religiosa ou de outra natureza que se verificam estes problemas com os nomes das criancinhas. Os neo-zelandeses, por exemplo, e talvez por causa do isolamento geográfico a que estão sujeitos que os leva a ser extravagantes, baniram nomes como "4Real", "Lucifer" ou "Anal", usados por pais malandrecos que aproveitaram o vazio legal que existia no país quanto à atribução de nomes. Em 1996 na Suécia, uma casal decidiu chamar ao seu recém-nascido "Brfxxccxxmnpcccclllmmnprxvclmnckssqlbb11116", como forma de protesto contra às regras para dar nomes aos bebés - aquele nome todo pronuncia-se apenas "Albin". Outros nomes proibidos na Suécia incluem IKEA e Metallica. No México entre os nomes banidos recentemente está, por exemplo, "Burguer King", e no Brasil a lista é interminável, mas com uma diferença: não existem nomes banidos.
Os sons dos 80: Alison Moyet
Alison Moyet nasceu em 1961 na pequena cidade de Billericay, no condado inglês de Essex, filha de mãe inglesa e pai francês - daí o seu apelido "not very british". Na adolescência esteve empregada numa loja de afinação de pianos, e envolveu-se em pequenas projectos na área do "punk-rock" em finais dos anos 70. Em 1982, aos 21 anos, formou com Vince Clarke os Yazoo, que gravariam dois álbums e terminariam no ano seguinte. Clarke viria a formar os Erasure com Andy Bell, enquanto Moyet partia para uma carreira a solo que teve o seu apogeu na década de 80. Senhora de uma grande voz, com um alcance invejável, é talvez um dos números mais menosprezados da sua era. Olhemos então para a carreira da grande Alison Moyet.
Nos Yazoo, tanto Vince Clark como Alison Moyet partilhavam dos créditos na escrita e composição dos temas. Em 1982 sai o álbum de estreia, "Upstair's at Eric's", que foi nº 2 no Reino Unido e entrou ainda na tabela do top-100 da Billboard. O single "Only You", escrito por Clarke, não teve grande impacto na versão dos Yazoo, mas no ano seguinte a versão "a capela" dos Flying Pickets foi single nº 1 de Natal no Reino Unido. No ano seguinte sai o segundo o último registo dos Yazoo, "You And Me Both", que foi nº 1 da tabela de LPs do Reino Unido, enquanto este "Nobody's Diary", assinado pela própria Allison, foi nº 3 nos singles.
Dissolvidos os Yazoo, Alison Moyet inicia uma carreira a solo, e logo no ano de 1984 sai "Alf", um título inspirado no nome pelo qual a cantora era conhecida na era do "punk". O disco, esse, tem pouco ou nada de "punk", pautando-se pelos temas ligeiros, embalados pela magnífica voz de Moyet. O álbum foi nº 1 no Reino Unido, provando que o impacto que os Yazoo tiveram não foi ligeiro, e este single "All Cried Out" - nº 8 na tabela de singles - é um dos melhores exemplos da grande voz e interpretação de Moyet. Por esta altura a artista já tinha ganho uns quilinhos a mais, ela que sempre foi rechonchudinha.
Em 1985 Alison Moyet lança este single, "That Ole Devil Called Love", que tinha ficado de fora do alinhamento de "Alf". Um original de Billie Holiday, uma das inspirações da cantora, numa nota jazzística que dá asas ao seu alcance vocal. O tema é ainda suportado por um video interessante (pelo menos para a época...), mas não teve relevância nos "charts".
Em 1987 sai "Raindancing", o primeiro disco de originais em 3 anos. O primeiro single é este "Is This Love?", nº 3 no Reino Unido, enquanto o álbum chegou a nº 2. "Raindancing" inclui ainda outros clássicos de Moyet, como "Weak in the Presence of Beauty", "Ordinary Girl" ou "Sleep Like Breathing". Seguiu-se o albúm "Hoodoo", em 1991, e mais quatro de originais até "The Minutes", no ano passado. Alison Moyet teve o mérito de colocar todos os seus álbums - os sete de originais e mais as três compilações no top-30 do Reino Unido.
Chelsea perde, rivais aproximam-se
O Chelsea perdeu este Sábado em Birmingham frente ao Aston Villa por 1-0, e permitiu a aproximação dos restantes candidatos ao 1º lugar. Mais uma vez Mourinho voltou a ser infeliz no Villa Park, e sofreu o único golo do encontro aos 82 minutos, numa altura em que jogava com dez elementos, por expulsão do brasileiro Willian aos 68. Fabian Delph foi o autor do tento que valeu ao Aston Villa os três pontos, e os londrinos ainda viram outro brasileiro, Ramires, a ser expulso já nos descontos, por acumulação de cartões amarelos. O Chelsea mantém a liderança, agora com a proximidade de Arsenal e Liverpool, que estão a quatro pontos mas com um jogo a menos cada, e com a ameaça virtual do Manchester City, que está a seis, mas com menos três jogos realizados.
Já nessa tarde o Manchester City foi ao terreno do Hull vencer por duas bolas a zero, mesmo jogando apenas com dez durante quase todo o encontro. Vincent Kompany foi expulso logo no décimo minuto, mas cinco minutos depois o espanhol David Silva marcou, e foi preciso esperar até aos 90 para ver mais um do City, cortesia de Edin Džeko. Noutras partidas de Sábado o Everton bateu O Cardiff City por 2-1 em Goodison Park, enquanto o aflito Fulham ganhou três preciosos pontos graças ao triunfo caseiro por 1-0 frente ao Newcastle. Também entre aflitos, Sunderland e Crystal Palace empataram sem golos, e o West Bromwich obteve uma vitória importante no País de Gales, frente ao Swansea, por 2-1. O tranquilo Southampton bateu o Norwich por 4-2, e também o Stoke City passa a respirar muito melhor, após vencer em casa o West Ham por 3-1.
Manchester United 0 - 3 Liverpool 发布人 warrant
Já no Domingo tivemos dois jogos "grandes", dois clássicos, com as hostilidades a serem abertas em Old Trafford por Manchester United e Liverpool. David Moyes já vinha sendo muito contestado no leme dos ainda campeões ingleses, e ontem conheceu um novo revés, ao perder frente ao grande rival de Merseyside por 3-0. O resultado é algo enganador, pois os dois primeiros golos do Liverpool foram marcados de "penalty" por Steven Gerrard, e o terceiro por Luis Suarez, numa altura que o ManU jogava com dez, por expulsão de Vidic aos 77 minutos, curiosamente num lance que originou outra grande penalidade, mas desta vez Gerrard desperdiçou. Esta foi a nona derrota do ManU na liga, e a distância de um lugar na Champions da próxima época é já de 12 pontos. O Liverpool somou a sexta vitória consecutiva, e encontra-se apenas a quatro pontos do líder, e com um jogo a menos.
Hull City 0-2 Manchester City 15-03-14 发布人 zaball-com
Finalmente o "derby" londrino, colocando frente-a-frente Tottenham e Arsenal. Os da casa estavam com os níveis de motivação em baixo, abalados pela derrota frente ao Chelsea por 4-0 para o campeonato, e contra o Benfica por 1-3 a meio da semana, para a Liga Europa. O conjunto de Wenger vinha de uma eliminação da Champions aos pés do poderoso Bayern, mas a nível interno tinha a oportunidade de ficar mais perto do líder Chelsea, e que não desperdiçou. O internacional checo Thomas Rosicky foi o autor do golo que deu a vitória aos "gunners", marcado logo aos 2 minutos do encontro. O Tottenham está em quinto lugar a sete pontos do Manchester City, e portanto muito mais longe dos lugares de acesso à Liga dos Campeões.
Classificação (dez primeiros):
1 Chelsea 30 66
2 Liverpool 29 62
3 Arsenal 29 62
4 Manchester City 27 60
5 Tottenham Hotspur 30 53
6 Everton 28 51
7 Manchester United 29 48
8 Southampton 30 45
9 Newcastle United 29 43
10 Aston Villa 29 34
Barcelona com chapa sete contra a crise
FC Barcelona 7-0 Osasuna - HD 发布人 simaotvgolo14
O Barcelona regressou ontem às vitórias na liga espanhola, e em grande estilo, goleando o Osasuna no Nou Campo por 7-0. Os catalães deram uma resposta cabal aos que consideravam o clube em crise, e o treinador Gerardo Martino "incapaz" de gerir um plantel com tantas estrelas. E por falar em estrelas, Lionel Messi disse "presente", ao apontar um "hat-trick", com os restantes golos a serem assinados por Iniesta, Tello, Alexis Sanchez e Pedro Rodriguez. Com esta vitória o Barcelona fica com 66 pontos, a um do Atletico de Madrid, e a quatro do líder, o Real Madrid.
Sporting vence Porto, com mais polémica
O Sporting venceu o FC Porto esta noite, em partida da 23ª jornada da Liga ZON Sagres, numa partida que muitos consideram decisiva para a atribuição do 2º lugar. o único golo foi marcado por Islam Sulimani, correspondendo com eficácia a um cruzamento de André Martins, mas o médio leonino estava em fora-de-jogo quando iniciou o lance. Mais polémica numa semana onde a troca de palavras entre representantes dos dois clubes. Com esta vitória o Sporting soma 51 pontos, mais cinco que o seu adversário de ontem e menos 4 que o líder Benfica, que só joga hoje na Madeira frente ao Nacional. O Porto pode ficar hoje a 12 pontos dos encarnados, e volta a ter o Estoril a 4 pontos, depois da vitória dos "canarinhos" sobre o Marítimo por 1-0, no Sábado.
domingo, 16 de março de 2014
Namecarded
Houve quem não tivesse entendido muito bem o artigo do Hoje Macau desta quinta-feira, e houve quem tivesse pensado que se trata de um caso particular. "Namecarded" é apenas um ensaio sobre a dificuldade de socialização dos "oumunyan", dos chineses de Macau, que em muitos casos passam por um processo educacional rígido que os leva a super-proteger o seu espaço pessoal e privado, causando-lhes dificuldades de socialização, e de se relacionarem com pessoas que conhecem pela primeira vez. Aqui está a explicação, para quem não entendeu.
Olga Chan, 30 anos, chinesa de Macau. Solteira e boa rapariga, emprego estável e menina de bem, o seu sonho é encontrar alguém como ela, um “oumunyan” discreto, obediente e previsível, com quem possa partilhar os pontos do cartão de crédito e inscrever-se num concurso para a aquisição de uma moradia económica. Um dia, numa das suas raríssimas saídas, bebia um café numa loja perto de casa, enquanto lia uma revista, quando foi subitamente abordada por um estrangeiro, um americano. Trocaram dois dedos de conversa, menos de cinco minutos, e já de saída o misterioso desconhecido deixou-lhe o seu cartão de visita, com nome, profissão, contacto profissional, número de telemóvel e endereço electrónico, aquilo que em inglês se chama “calling card”, ou apenas “name card”. Pediu-lhe que “o contactasse em breve”, e meio sem jeito, Olga disse-lhe que “sim, que ia tentar”. Naquele momento, a jovem sentiu que havia sido cometido um atentado ao seu pudor. Olga tinha acabado de ser “namecarded”.
Sem coragem para contar aos pais, e temendo a vergonha de uma denúncia às autoridades, Olga decidiu desabafar com as três melhores amigas, outras “oumunyan” como ela:
- “Enlouqueceste? Como foste capaz de estabelecer contacto visual e verbal com um estranho?” – perguntava uma delas.
- “Isto nem parece vindo de uma menina educada num colégio católico feminino” – acrescentou outra.
- “Olha que tiveste sorte…fosse isto na Índia e tinhas sido “namecarded em grupo” – concluiu a terceira.
- “Pelo menos ele usou protecção…o cartão estava laminado” – desabafou Olga, cabisbaixa.
Olga andava deprimida, e a censura das amigas em nada contribuiu para a sua angústia. Cada vez que abria a carteira, lá estava ele, o maldito cartão, e não eram poucas as vezes em que sentia tentada a entrar em contacto com o desconhecido que teve o desplante de se meter consigo naquele dia, apesar de se conhecerem há menos de seis meses. Resistia sempre – afinal podia ser um tarado, apesar do cartão dizer que era gestor executivo de uma conhecida multinacional. Tinha pesadelos recorrentes, onde dezenas de desconhecidos lhe ofereciam cartões de visita, ao ponto de já não poder guardar mais nenhum na carteira. Decidiu então procurar ajuda, e aderiu ao grupo “Namecarded anónimas”, onde conheceu outras vítimas de “namecarding”, que assim a ajudaram a lidar melhor com o seu trauma.
Calcula-se que sejam milhares por ano, as vítimas de “namecarding” na Ásia, na sua grande maioria mulheres, vítimas de indivíduos que teimam em partilhar a sua informação pessoal com pessoas que considerem interessantes, e que valham a pena conhecer. Muitas chegam mesmo a entrar em contacto com o agressor, como é o caso recente de uma jovem em Taiwan que foi “namecarded”, mandou um e-mail para o endereço no cartão, e obteve resposta no dia seguinte. O “namecarder” adicionou-a à sua lista numa conhecida rede social, e contacta-a numa média de duas ou três vezes por semana. Se foi vítima de “namecarding”, não fique em silêncio, e visite-nos na página dos “Namecarded Sem Fronteiras”, em www.namecarded.org. O seu contributo pode fazer toda a diferença.
Liga de Elite - 5ª jornada
Regressou este fim-de-semana a Liga de Elite de Macau, depois de uma interrupção devido à utilização do Estádio da Taipa para outros efeitos, realizando-se a quinta jornada. A ronda começou com o aquele que pode ser considerado o seu jogo grande, entre o Ka I, candidato ao título, e o Chao Pak Kei, equipa sensação da prova, líder invicto depois das quatro primeiras jornadas. O Ka I confirmou o seu favoritismo, mas tal como se previa não foi nada fácil, e Vernon Wong marcou o único golo do encontro já em cima dos 90 minutos. Azar para a formação do Chao Pak Kei, pois um empate seria um excelente resultado que poderia deixar a equipa motivada, e desmentir que as vitórias dos primeiros jogos contra equipas mais fracas foram apenas do "seu" campeonato.
A seguir jogou-se a partida entre outro candidato ao título, o actual campeão Monte Carlo, e os Sub-23, apoiados pela AFM. Os "canarinhos" era favoritos, claro, mas não fizeram a coisa por menos 10 (dez)-0, com seis golos na primeira metade, e os restantes quatro na etapa complementar. Francisco Rodrigo e o internacional macaense Leong Ka Hang fizeram um "hat-trick" cada, Júlio César marcou dois, Chao Wai Fong e Francisco Medeiros um cada. Pode-se dizer que os homens de Firmino Mendonça deram uma verdadeira lição aos "catraios" dos sub-23.
Já esta tarde disputou-se o Sporting-Lai Chi, com os leões a saberem que se isolariam na liderança da Liga caso vencessem (ou empatassem), devido à derrota do Chao Pak Kei um dia antes. A equipa de João Maria Pegado não desperdiçou o ensejo, e venceu de forma convincente por 4-1, com Jardel e Bruno Lobo a dividirem a autoria dos golos. Pang Chi Hang marcou para o Lai Chi, um golo que teve a particularidade de ser o primeiro consentido pelo Sporting esta época.
Finalmente o Benfica, agora orientado pelo regressado Bruno Álvares, que teve pela frente o Kei Lun, provavelmente a equipa mais fraca da prova. Os encarnados quiseram imitar o Monte Carlo no dia anterior, e fizeram ainda melhor, vencendo por 11 (onze)-0. William Gomes marcou quatro, Bruno Martinho três, Chan Pak Chun, Lei Kam Hung, Edgar Teixeira e Fabrício Lima um cada. Nesta ronda a formação da Polícia folgou.
Classificação:
Sporting-4 4 0 0 11-1 12
Monte Carlo-5 3 1 1 15-5 10
Benfica-5 3 1 1 16-2 10
Chao Pak Kei-4 3 0 1 15-4 9
Ka I-4 2 1 1 7-3 7
Polícia-4 1 1 2 3-4 4
Lai Chi-4 1 0 3 7-13 3
Sub-23-5 1 0 4 1-19 3
Kei Lun-5 0 0 5 3-27 0
Rosberg entra com o pé direito
Nico Rosberg, em Mercedes, venceu esta tarde o GP da Austrália, prova inaugural do mundial de Fórmula 1, edição 2014. O outro Mercedes, o de Lewis Hamilton, até partiu da "pole-position", mas logo na primeira curva foi "colhido" por um acidente envolvendo Kamui Kobayashi e Felipe Massa, e foi obrigado a abandonar pouco depois. Também o tetra-campeão Sebastian Vettel viu-se obrigado a desistir à 7ª volta, devido a problemas mecânicos. O outro Red-Bull, de Daniel Ricciardo, terminou no 2º lugar. O australiano contratado para o lugar do seu compatriota Mark Webber fez a sua estreia nos pódios, assim como Kevin Magnussen, em McLaren, que aos 21 anos se torna o primeiro dinamarquês a terminar num pódio da F1. O outro McLaren, o de Jenson Button, terminou em quarto, e Fernando Alonso em quinto, com o seu companheiro na Ferrari, Kimi Raikkonen, a quedar-se pelo oitavo - uma estreia morna da marca do "cavalinho rampante". Valtteri Bottas, em Williams, foi sexto, seguido do Force-India de Nico Hülkenberg, enquanto o francês Jean-Éric Vergne e o russo Daniil Kvyat, ambos da Scuderia Toro Rosso, terminaram também nos pontos, no nono e décimo posto, respectivamente.
Os sons dos 80: divas
O termo "diva", que é originário do pronome italiano que designava uma divindade feminina, foi inicialmente exclusivo da ópera para definir algumas cantoras líricas, mas rapidamente se extendeu ao teatro, cinema, e à música popular, ou ligeira. Basicamente a diva é a estrela, o destaque, a grande atracção, aquela para a qual o espectador pagou bom dinheiro para ver, e sem ela nada feito. Dotadas de um talento especial, as divas requerem um tratamento especial, e nada pode ficar aquém das suas exigências. Por isso mesmo, a expressão "diva" tem também uma conotação negativa, dizendo-se de quem tem uma qualidade apenas acima da média mas revela um temperamento caprichoso, que tem "tiques de diva". No caso da música, a diva destaca-se pela sua voz, ou pela interpretação excepcional que dá aos temas que executa. No século XX tivemos Maria Callas, a diva por excelência, e cada país pode-se orgulhar de ter a sua, aos mais diferentes níveis; os franceses tiveram Edith Piaf, nós tivemos Amália, e Cabo Verde teve Cesária Évora, para citar alguns exemplos. Os anos 80 a música ligeira, a "soul", a clássica e a adulta-contemporânea, sem esquecer a "world music", tiveram as suas divas, quer as que surgiram pela primeira vez, quer aquelas que foram dando continuidade a um trabalho de décadas anteriores. Eis algumas delas.
Bette Middler é uma daquelas artistas que consegue conciliar a carreira de cantora com a de actriz de forma mais equilibrada, e foi já vencedora de três Grammy, três Emmys e quatro Globos de Ouro. Na Europa é talvez mais conhecida pela sua faceta de actriz, mas na América destaca-se no campo da música, tendo obtido 13 discos de ouro, 8 de platina e 4 de multi-platina. Quando combina as duas facetas o sucesso é praticamente garantido: o seu filme "The Rose", de 1979, um drama-musical inspirado em Janis Joplin, e para o qual foi nomeada para o Oscar de Melhor Actriz, foi acompanhado no ano seguinte de uma Banda Sonora Original de onde se destaca este "The Rose", o tema que dá nome ao filme. Better Middler tem 13 discos de originais gravados em mais de 40 anos de carreira.
E esta é a terceira vez que falo de Barbra Streisand nesta rubrica, depois do "post" dedicado a Jim Steinman, e o outro ao Dia da Mulher. Tal como Better Midler, Streisand concilia as carreiras de actriz com a de cantora, mas apesar de ter ganho um Oscar na sua estreia cinematográfica com "Funny Girl", de 1968, é na música que tem um currículo mais extenso, com 31 álbums gravados, 51 discos de ouro, 30 de platina e 13 de multi-platina. Um dos seus maiores êxitos dos anos 80 foi "The Way He Makes Me Feel", de 1983, do filme "Yentl", onde Streisand actua, e também realiza, produz e escreve. Barbra Streisand é uma das poucas artistas a ganhar um Oscar, Emmy, Grammy, e um Tony Award.
São inúmeras as divas da música negra norte-americana, que da "jazz", dos R&B ou da "soul", e de entre nomes como Diana Ross, Ella Fitzgerald, Patti Labelle ou Dionne Warwick, prefiro falar de Aretha Frankin, uma actriz com uma carreira de quase 60 anos (!), 38 álbums, 131 singles, 18 Grammys e 75 milhões de discos vendidos. Um dos seus discos platinados é "Who's Zoomin' Who", de 1985, que contém este "Freeway of Love". Actualmente com 71 anos, Aretha tem ultimamente passado por problemas de saúde derivados dos muitos excessos. Foram várias as vezes que ganhou e perdeu peso, e só deixou de fumar em 1992 - e quem a conhece diz que era um autêntica chaminé, se bem que isso nunca chegou a afectar a sua magnífica voz.
Nana Mouskori, cantora grega de renome, e provavelmente a maior de pois de Maria Callas, teve uma vida que se pode considerar cheia e diversa. Actualmente com 79 anos, nasceu na ilha de Creta, e a sua infância foi marcada pela ocupação Nazi da Grécia, com o seu pai a ser elemento da resistência grega. Iniciou-se no canto pouco depois disso, e nos anos 50 cantava em clubes de "jazz". Em 1960 gravou o seu primeiro disco, e em 1962 viajou para Nova Iorque pela mão de Quincy Jones, para gravar um disco de "jazz". No ano seguinte foi viver para Paris, a participou no Festival da Eurovisão pelo Luxemburgo, com o tema "À force de prier". Gravou mais de cem álbums em 14 línguas, incluíndo o português; um dos temas que interpretou em mais línguas foi "Liberdade", que originalmente gravou em francês no ano de 1981, com o título "Je Chante Pour Toi, Liberté". A malodia é de "Va, Pensiero", da opera "Nabucco", de Giuseppe Verdi. Mouskouri foi embaixadora da UNICEF e deputada no Parlamento Europeu pela Grécia entre 1994 e 1999. Retirou-se da música em 2008, ano em que celebrou 50 anos de carreira, mas regressaria aos palcos três anos depois,
Linda Ronstadt é uma cantora de "rock", "pop", "folk" e "country" nascida em Tucson, no estado norte-americano do Arizona, de ascendência mexicana, inglesa e alemã - é desta última que tem origem o seu apelido. Rondstadt é originária de uma família com grande história no Arizona, tendo os seus ancestrais sido responsáveis pelo desenvolvimento daquele estado, quer no comércio, fabrico de carruagens, música e farmacêutica. Linda iniciou-se na carreira musical nos anos 60, e desde aí já ganhou 11 Grammy e vários outros prémios, que na área do "rock", como no "country", onde ganhou dois Academy Country Music Awards, o galardão máximo para o género. Em 1987 Linda abre o livro do lado mexicano da sua família com "Canciones de Mi Padre", com temas completamente em espanhol, e que vendeu 2 milhões e meio de discos nos Estados Unidos, e mais de dez milhões em todo o mundo.
E finalmente Sarah Brightman, soprano inglesa, outra poliglota com um registo musical invejável. Estreou-se no canto aos 12 anos, e a sua primeira grande oportunidade surgiu em 1981 no musical "Cats", de Andrew Lloyd Webber, que terá ficado tão impressionado com o seu desempenho que casou com ela e tudo, três anos depois, num matrimónio que duraria até 1990. Durante esse tempo participou noutros musicais de Webber, como "Starlight Express" ou "Phantom of the Opera", onde aparece neste dueto com Michael Crawford. Nos anos 90, depois do divórcio com Webber, iniciou uma carreira a solo, onde foi só somar e seguir: 30 milhões de discos vendidos, mais de 2 milhões de DVDs, tornando-a na soprano mais vendida da história. Em 1992 gravou com Jose Carreras o tema "Amigos para Siempre", para os Jogos Olímpicos de Barcelona, e outros duetos famosos com artistas como Andrea Bocelli, Placido Domingo, Jackie Cheung, Ofra Haza e Richard Marx. Em 2013 grava o álbum "Harem", onde o tema de abertura, com o mesmo nome, tem a música de "Canção do Mar", de Frederico de Brito e Ferrer Trindade.
Suzy vence Festival RTP da Canção
Portugal volta a participar este ano no Festival da Eurovisão, e para escolher o seu representante realizou-se ontem a final do Festival RTP da Canção. O processo de selecção foi rigoroso, com meias-finais no fim-de-semana passado, mas no fim ganhou Suzy, com o tema "Quero Ser Tua", uma canção escrita e composta por Emanuel. O Festival Eurovisão 2014 realiza-se entre 6 e 10 de Maio em Copenhaga, na Dinamarca.
Bayern a 5 pontos
Bayern Munich 2-1 Bayer Leverkusen All Goals 发布人 all-goals
O Bayern de Munique soma e segue na Bundesliga, onde a nove jornadas do fim, está a apenas cinco pontos de revalidar o título de campeão. Ontem os bávaros bateram na Allianz Arena um rival directo - se é que se pode falar disso - o Bayer Leverkusen, por duas bolas a uma. Mario Mandžukić e Bastian Schweinsteiger marcaram para o Bayern, enquanto Stefan Kießling fez o golo dos visitantes, já no tempo de descontos. Para ajudar à festa, o Borussia Dortmund foi surpreendido em casa frente ao Borussia Moenchengladbach por 2-1, e desceu ao quarto posto por troca com o Schalke 04, que venceu fora o Augsburg, também pelo mesmo resultado. O Bayern tem 71 pontos contra 48 do Leverkusen, 47 do Schalke e 44 do Dortmund.
Madrilistas palmo a palmo
Málaga CF 0-1 Real Madrid - HD 发布人 simaotvgolo14
O Real Madrid venceu ontem no Rosaleda, o sempre complicado reduto do Malaga, por uma bola a zero. O golo foi apontado por Cristiano Ronaldo - o seu 25º da temporada para a liga - numa partida onde estiveram em campo vários jogadores portugueses. Além do CR7, Pepe foi titular nos "merengues", e do lado dos malaguenhos Duda, Antunes e Flávio fizeram parte do onze inicial.
Atlético de Madrid 1-0 RCD Espanyol - HD 发布人 simaotvgolo14
O Atletico não quis ficara atrás, e venceu em casa o Espanyol pela margem minima, com golo do artilheiro da equipa, Diego Costa. O Atletico continua a três pontos do Real, e tem mais quatro que o terceiro, o Barcelona, que joga hoje no Nou Campo frente ao Osasuna.
sexta-feira, 14 de março de 2014
Aves fora nada
Macau está desde ontem sem galinhas. Não, não é dessas, mas dos galináceos destinados ao consumo humano como alimento. Não esse tipo de "consumo" nem de "alimento"...epá galinhas-aves, com penas e bico, porra. Bem, portanto, o IACM mandou ordenar o abate de 7500 galinhas em todos os mercados de Macau, decretando um period de quarentena de 21 dias, até ao próximo dia 3 de Abril. Isto porque foi detectada a presença do virus H7N1, vulgo "gripe das aves", e como já é complicado fazer com que os humanos em Macau tenham uma consulta médica, mais difícil é ainda que sete milhares e meio de aves possam ser devidamente consultadas para identificar os sintomas de uma eventual constipação. O melhor mesmo é não arriscar, e lá se deu um autêntico holocausto aviário, bem como a desinfecção completa do espaço dos mercados. Há males que vêm por bem, pois o cheiro que emana a secção das aves vivas nos mercados é insuportável. Quem ficou no prejuízo foram os comerciantes - pode-se dizer mesmo que foram "depenados". Só que os vendedores de galinhas querem ser subsidiados pelo Governo (quem mais?), alertando para o facto desta paragem afectar cerca de 200 trabalhadores. O nosso mui generoso Executivo certamente que providenciará três semanas de férias pagas aos rapazes.
Creio que já disse isto aqui, mas não aprecio a carne destas galinhas dos mercados, que é bastante dura e fibrosa, e sempre preferi a congelada. Já me disseram à conta disto que "não sei comer galinha" (garanto que sei: trinca-se, mastiga-se e engole-se), mas já se sabe: esta gente pela-se pela frescura do produto, e de querem preferência comer um bicho que viram ainda vivo. Com as bancas vazias, quem faz questão de comer galinha terá que optar pela opção congelada, onde imperam as marcas brasileiras da Sadia e da Perdigão, com o seu frango hermeticamente "entalado" de asas e pernas, de carne mastigável, digerível e sem aquelos resíduos amarelos de gordura que se encontra na versão "fresca" local. Além disso o produto é inspecionado e controlado a preceito, e ainda "de acordo com os rituais islâmicos", e isto deve-se sobretudo ao facto da Arábia Saudita ser o principal importador da galinha brasileira, com 70% do total das exportações. E pronto, qual é o problema? Para começar os preços, pois a procura levará a que um frango médio congelado, que antes custava a módica quantia de 25 ou 30 patacas a ser inflacionado, e o maior problema de todos: o frango congelado não tem cabeça! Como se sabe, os chineses gostam de ver o prato de galinha na sua versão integral, desde os pés à cabeça. Porquê? Sei lá...porque gostam de ver o seu semblante de angústia na hora em que é degolado? Agora habituem-se a não ter um cadáver a olhar para vocês à mesa. Pelo menos durante três semanas.
Foi-se embora, fugiu
A Polícia Judiciária (PJ) deixou ontem fugir um suspeito, quando este era escoltado por três homens, pelas 11:30 da manhã, perto do casino Rio, no NAPE. O indivíduo na imagem, oriundo do continente e de 33 anos de idade, era acusado de crime de roubo, que cometeu em 2006, e foi agora detido quando entrou novamente do território. Segundo a PJ, o suspeito "não é perigoso", e terá fugido quando "tentou tirar a arma de um dos agentes", aproveitando a confusão para pôr-se em fuga. Repito: "não é perigoso", e "tentou tirar a arma de um dos agentes" - devia ser apenas uma brincadeira de Carnaval atrasada. Um agente ainda correu atrás dele, mas "torceu um pé" (partiu o salto, coitado), e outro "disparou para o ar", mas como no acertou em nenhuma gaivota que caísse em cima do suspeito, este continuou a corer, e agora quem sabe quando voltar a entrar no território, lá para 2025, consigam deitar-lhe as mãos em cima. A PJ desvaloriza o caso, e diz que o suspeito não algemado "porque o crime não era grave", e que "não existem provas" do roubo de que é acusado, que terão lesado a vítima em 4 mil patacas - se calhar só pediu emprestado, e foi tudo um mal-entendido. Penso mesmo que a PJ nem queria prender o rapaz, que como se vê na foto da ficha tem cara de anjinho e tudo. Não tinham mais nada para fazer antes da hora de almoço, pronto...
Vídeo da semana
Devia ser antes "videos da semana", mas temos o mesmo protagonista, Jorge Jesus, e os seus três dedos, que não estavam a segurar nenum fatoche mas ainda assim protagonizaram um momento de palhaçada. O Benfica venceu na quinta em White Hart Lane o Tottenham por 3-1, e na altura do terceiro golo dos encarnados, da autoria de Luisão - que marcou dois - o treinador do Benfica foi até à linha junto de Tim Sherwood e mostrou-lhe três dedos. O técnico da equipa da casa, que por razões óbvias já não estava lá muito bem disposto, repreendeu o português (é pena que não dá para ouvir o que ele diz), e acusou-o de "falta de classe" - vê-se logo que Tim Sherwood não conhece Jorge Jesus. Na conferência de imprensa, e questionado sobre esta mini-polémica, Jesus justificou o atrito com o colega inglês pela "proximidade" de ambos no espaço que é reservado aos bancos de cada equipa, "o que não acontece em Portugal", afirmou. Aos jornalistas ingleses explicou que o gesto significava "o número da camisole de Luisão", portanto, "sree..une, tu, sree". E se tal como o treinador do Tottenham, não conhecem Jorge Jesus, ainda pensam que ele estava mesmo a falar a sério.
Os sons dos 80: rap/hip-hop
A história do "rap", ou de como é mais conhecido hoje em dia, "hip-hop", reporta-se aos anos 70, e terá nascido no bairro nova-iorquino do Bronx (onde mais?), criação da comunidade afro-americana (quem mais), como forma de protestar contra a sociedade que lhes come a pinha (o que mais?). Seria fastidioso estar aqui a falar das raízes do "hip-hop", da evolução, dos seus estilos e das suas metamorfoses, mas só para não deixar isto insonso, posso dizer que o termo "hip-hop" foi utilizado pela primeira vez em 1978 por Keith Cowboy, elemento dos Grandmaster Flash and the Furious Five, um grupo de...adivinharam: "hip-hop". Já a palavra "rap", a primeira forma pela qual ficou conhecido o "hip-hop", tem qualquer coisa a ver com tornar o que seria uma música com pés e cabeça numa confusão de discos mexidos para trás e para a frente, "beatboxes", sintetizadores e indivíduos que em vez de cantar, rezam, enquanto mexem muito as mãos, como quem vai dar um enxerto de porrada em alguém, mas no fim é só conversa. Portanto, o que é preciso para ser um artista de "rap" ou de "hip hop"? Fácil: ter uma parafernália de equipamentos de som, não saber cantar, e ter uma imaginação muito fértil, juntando a isso a capacidade de ler 100 palavras por minuto, ao ponto de não ser possível entender uma palavra sem recorrer ao livro com as letras. Mas isto é para ser levado a sério ou quê? Bem, agora sim, há alguns anos sem dúvida, mas no início nem por isso. Só para ilustrar isto que acabei de dizer, saibam que o primeiro single do género a chegar ao nº 1 da Billboard foi "Ice Ice Baby", de Vanilla Ice. Tudo dito. Agora antes do "hip-hop" se ter tornado um enorme êxito nos anos 90 nas suas variantes de "gangsta rap" e etcetera? De que forma nos chegava este som tão interessante, sem que fosse preciso viver no Bronx? Vamos até à auto-estrada da memória que nos leva aos anos 80.
Kick it! Ooops, desculpem, mas é o que dá quando se recorda o início dos Beastie Boys, que são actualmente uma respeitável banda de "hip-hop", mas que no início mais pareciam uma brincadeira. Ou não...? Formados em Nova Iorque em 1981, lançaram o seu primeiro EP, "Polly Wog Stew" em 1982, e em 1984/85 faziam a primeira parte dos concertos de Madonna. Em 1985 gravaram o seu primeiro álbum, "Licensed to Ill", que só sairia em Novembro de 1986. Os Beastie Boys até pareciam que se estavam a divertir, como é possível constatar no "videoclip" deste single, "(You Gotta) Fight for Your Right (To Party!)", mas a brincar, a brincar, foram o primeiro LP de "hip-hop" a chegar ao nº 1 da Billboard, e vendeu nove milhões de cópias. O disco ouve-se muito bem do início ao fim, mesmo para quem não é apreciador do género, e outros temas fortes incluem "Girls", "No Sleep Till Brooklyn" ou "Brass Monkey". Os Beastie Boys mantêm-se em actividade ao fim de mais de 30 anos, apesar da morte de Adam "MCA" Yauch, em Maio de 2012.
Em meados dos anos 80, dizia-se que bastava falar enquanto outro tipo fazia barulhos esquisitos para se fazer um "rap", mas quem levasse isto a sério, juntando um pouco de profissionalismo, podia ser recompensado. Foi o caso dos DJs holandeses MC Miker G & DJ Sven, que pegaram nos já existentes "Summer Holiday", de Cliff Richard, e "Holiday", de Madonna, misturaram os dois e fizeram este "Holiday Rap". O sucesso foi instantâneo, e a juntar ao nº 6 no top do Reino Unidos chegaram a nº 1 na sua Holanda natal, na Suíça, Alemanha e França.
Basta de falar de gente branca, agora. Aqui está o pioneiro do mais parecido com "gangsta rap" que existia em 1987: LL Cool J. James Todd Smith tinha apenas 17 anos quando adoptou o pseudónimo LL Cool J, literalmente "Ladies Love Cool James". Se o rapaz já tinha jeito para as "ladies" (mais tarde conhecidas por "bitches", ou "biatches"), também não era estranho ao "rap", e com este "I Need Love", do seu segundo album, chegou a nº 14 da Billboard, e foi top-10 em vários países europeus. Diz-se que para este video o James usava um colar de ouro com o peso de cinco quilos ao pescoço.
E começamos a subir de tom. Chuck D na voz, Flavour Flave nos gritinhos histéricos, equipado com óculos escuros de morcego e um relógio da sala pendurado ao pescoço, eis os Public Enemy. Formados em 1982 mas sem que ninguém lhes desse muita importância, os Public Enemy terão sido a primeira super-banda de "hip-hop" da história, e lançaram o seu primeiro álbum em 1987, "Yo! Bum Rush the Show", com um impacto significativo, seguido de "It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back", em 1988, que continha este "Bring the Noise", e "Fear of a Black Planet" no ano seguinte deixavam o grupo com o cognome de "mauzões do rap".
E pronto, queriam "gangsta"? Aqui está ele, com os Niggaz With Attitudes, ou N.W.A., um grupo de "hip-hop" californiano activo entre 1986 e 1991, e que foi uma espécie de universidade para alguns dos actuais grandes nomes do género. Assim tinhamos nem mais nem menos que Ice Cube, Dr. Dre e Eazy-E na formação inicial destes N.W.A., que tinham até um single intitulado "Gangsta, Gangsta", além do infame "Fuck tha Police", ambos de 1988. Sim, de facto alguém tinha que dizer isto qualquer dia no título de uma canção, provavelmente...
Outro Ice que também mandou a polícia ao mesmo sítio foi Ice T, cujo album "Rhyme Pays", de 1987, foi o primeiro do género a conter a etiqueta avisando para o conteúdo explícito. Nisto Ice T foi um pioneiro, e depois dele foi um ver-se-te-avias. A sua carreira nos anos 80 foi em tudo semelhante aos restantes dos primórdios dos "hip-hop", com três álbums na recta final da década, num crescendo em termos de sucesso. Depois de "Rhyme Pays" seguiu-se "Power", e em 1989 "The Iceberg/Freedom of Speech...Just Watch What You Say", de onde saíu este "Lethal Weapon". Em 1991 Ice T formou os BodyCount, um grupo de "hardcore hip-hop" que então mandou a polícia ir-se f... com "Cop Killer". Tenho uma dúvida: como era o policiamento nos concertos desta malta? Não deve ser nada agradável andar ali a garantir a segurança de uns gajos que nos estão a mandar f... .
E para acabar os 2 Live Crew, um grupo de "hip-hop" de Miami que gerou controvérsia em 1989 com o álbum "As Nasty As They Wanna Be". O disco continha tantas obscenidades e um teor sexual que houve mesmo quem achasse que a etiqueta de "conteúdo explícito" seria pouco, o que levantou um debate sobre a censura nos Estados Unidos. A faixa mais conhecida deste disco é "Me So Horny", que já tinha referido aqui a propósito dos filmes sobre a Guerra do Vietname. Oh yeah, mudafucka!