sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Toma lá do CR7, o maior


A derrota do Sporting em Madrid teve um momento digno de nota, e que terá mais a ver com um aspecto que passou ao lado dos adeptos do desporto-rei que não seguem zangas de comadres e outras peixeiradas. O "caso Talisca" no dia anterior criou uma expectativa à volta do desempenho de C. Ronaldo pelo Real Madrid: e se o internacional português marcasse ao seu colega de selecção que se sagrou com ele campeão europeu este Verão, e que ainda por cima contra o clube onde "nasceu" para o futebol? A resposta foi dada depois do infame "minuto oitchentcheoito" - Ronaldo marcou e não festejou. Ficou feliz por marcar um golo que não só evitou a derrota da sua equipa, como ainda a levou à reviravolta no resultado, e para mais no seu jogo nº 350 com a camisola merengue, mas ainda foi pedir desculpa aos adeptos do seu ex-clube, e depois disso...


...ainda foi ao balneário matar saudades da camisola, como se pode ver neste registo, ao lado de Adrien Silva e Elias. É um absurdo pensar-se que C. Ronaldo fosse fazer igual ao brasileiro que passou pelo Benfica um ano e meio, e passou de "diamante em bruto" a simplesmente "bruto" e dispensável. Eu não entendo o problema que muitos adeptos do Benfica têm com o melhor jogador do mundo, só porque se formou no Sporting. Afinal só jogou lá uma época como sénior - será que os golos marcados nos "derbies" dos escalões juvenis causaram assim tanto ressentimento, ao ponto de se chegar a criticar o jogador quando representa a selecção, que diga-se de passagem tem "carregado às costas" em muitas ocasiões decisivas? O Ronaldo já me "lixou a vida" umas poucas vezes também; foi naquele jogo no Dragão em Abril de 2009, ainda no Manchester United, quando marcou o golo que ditou o afastamento do Porto dos quartos-de-final da Champions nessa época (e  que golo, e só podia ter sido mesmo o melhor golo do ano), e ainda no Sábado abriu as hostilidades contra o "meu" Osasuna, logo aos seis minutos, escolhendo exactamente esse jogo para regressar da lesão que contraiu na final do Euro 2016. Mas isto é o que ele faz, e que parvoíce seria pedir-lhe que não me "ferisse os sentimentos", ou os de qualquer outro tarolas. Haverá sempre quem festeje, e haverá também quem lhe rogue pragas quando marca, mas os que estão do outro lado já não deviam estar habituados? Só nas tais três centenas e meia de vezes que jogou pelo Real Madrid marcou 366 vezes, um recorde do clube, em tudo. E que tal irem ver a ENORME lista de recordes que C. Ronaldo tem em seu nome?


E isto é "só" pelo Real Madrid, que é "apenas" o maior clube do mundo, ou pelo menos o mais titulado - e sem sequer jogar na posição de ponta-de-lança, como faziam Puskas, Di Stefano ou Raúl! A maioria dos recordes que ele não bateu são em competições que já não existem, ou pelas quais nunca jogou com a camisola do clube.  Epá se calhar é melhor o Real Madrid acabar esta época em quinto ou sexto lugar na La Liga, e falhar a revalidação do título da Champions, que isto em matéria de recordes de golos na Liga Europa anda a zeros para o CR7 - e ainda dizem que é o melhor do mundo oinc oinc oinc. Mas se quiserem, C. Ronaldo ainda é o melhor marcador de sempre nas competições europeias, só jogando na mais exigente de todas, e ainda o melhor marcador de sempre da selecção portuguesa, e de qualificações para o Euro! E aqui as comparações com Eusébio só podem ser entendidas de uma forma: produto de retardação mental profunda. Se calhar vem de gente que não conhecia o Eusébio, e pensa que o Pantera Negra queria eternizar-se como o maior artilheiro com a camisola das quinas. Eu acho que ele amava a selecção do seu país, que sentiu como nenhum outro, para ficar a torcer para que aqueles que vieram depois dele fracassassem. Quer dizer, quando começam com merdas e a atacar o C. Ronaldo quando atira o microfone daquele palerma à água, ou lhe caem em cima quando falha um "penalty", ou falam do que não sabem e arrotam postas do género "pela selecção ele nunca joga nada", não reparam na figura que fazem? E que tal gravar primeiro o que dizem, e depois ver enquanto olham para aqueles números, e a seguir tentam por um segundo raciocinar desta forma: "é isto que as pessoas me vêem a fazer"? Eu sei que é complicado, mas tentem lá que pode ser que cheguem lá "sem querer".

É por estas e por outras que aqueles reparos imbecis que adeptos de certos clubes fazem quando os seus rivais lhes mandam umas "bocas" depois da sua equipa ter perdido nas competições internacionais passam-me completamente ao lado. Na quarta, ainda atordoados com a inserção anal forçada daquele melão chamado Talisca, que nem uma nota de rodapé ocupa na história do seu clube, vieram uns trombudos fazer comentários de uma tez atroz: "Quero ver logo quando o Ronaldo marcar ao Sporting, como vai festejar", insinuando que ia fazer como o Futre quando marcou um golo ao clube de Alvalade durante os três ou quatro meses que jogou no clube deles, depois de rescindir com o Atletico de Madrid (a propósito, sabiam que estive há um mês no Vicente Calderón e o Futre não consta de nenhum mural, e nem vi qualquer referência feita a ele, quer no museu, quer na "gift-shop"?). Mas o Futre tem a quarta classe, qual é a vossa desculpa? Estes são os mesmos que depois vêm EXIGIR que os adeptos dos outros clubes os congratulem pelas vitórias na Europa (nada que se traduza em troféus, diga-se de passagem), caso contrário são "maus portugueses". Bardamerda, pá! E ainda há tansos que vão na conversa. Olha, eu por acaso a-do-rei quando três valentes compatriotas,  Beto, Diogo Figueiras e Daniel Carriço, conquistaram a Liga Europa em 2014 pelo Sevilha, vencendo na final em Turim um misto de argentinos, brasileiros e uruguaios trajando de papoilas. Um destes nobres lusitanos, o Beto, foi mesmo o herói do encontro. Como eu vibrei nesse dia, pá, até me vieram lágrimas de regozijo aos meus olhinhos de querubim. Vêem como sou grande "patrioteiro"? Pois, de vez em quando também sei ser parvinho, mas pelo menos não vou chatear ninguém com isso.

E estes nem são uma excepção, note-se, pois todos têm a sua quota de culpa no cartório. O último Europeu de futebol, aquele que finalmente ganhámos, foi uma fogueira de vaidades, com uns a sugerir que os seleccionados do seu clube deviam ser titulares, montando um "11 ideal", onde se fosse necessário metiam o guarda-redes suplente a jogar a extremo, enquanto para outros o Renato Sanches era "a melhor coisa que apareceu desde Pelé e Maradona juntos cobertos com chantilly e com uma cereja no topo", outros diziam que não, que o rapaz tinha 18 anos sim, mas em cada perna, uma vergonha! Chegava-se ao ponto de se mencionar o clube onde fulano e outrano "foram formados", apesar de representarem emblemas dos campeonatos inglês, espanhol ou outro qualquer no estrangeiro, como se isso fosse alguma manifestação inequívoca de realeza. Cum caraças, aquilo era "a selecção de todos nós", como dizem, ou o vosso tocador, onde guardam a escovinha do pêlo do caniche? Foi mesmo "contra tudo e contra todos" que Portugal ganhou. Vejam isto:


Então, encontram ali o vosso clubezeco naquela lista de 33 que tiveram pelo menos cinco jogadores seleccionados para o Euro? E não me façam a mim essa pergunta, porque a mim NÃO INTERESSA PARA NADA. Ui, o Fenerbahçe, o Plzen, o Basel, o Krasnodar...todos gigantes, maiores que qualquer clube português - por essa lógica, obviamente. Ah mas o "Sótampton" tem lá este e o outro que jogaram no meu clube, e tal, nhé nhé, e depois? Agora não jogam, e pode ser que isso tenha contribuído para que fossem escolhidos, em vez de ficarem na pasmaceira, a aquecer o banco enquanto o seu lugar era preenchido por um brasileiro, argentino ou sérvio. O André Gomes, por exemplo, "foi formado no Benfica", diziam. Primeiro isso é mentira, que o rapaz começou com 11 anos no Porto, passou pelo Pasteleira e ainda pelo Boavista, antes de chegar ao Benfica com 18 anos, e só se demorou por lá até aos 20. Durante o defeso protagonizou uma das mais caras transferências  de sempre do futebol espanhol, quando o Barcelona o comprou ao Valência. E depois? Mas os clubes têm alguma "varinha mágica" que transforme cepos em "craques" ou quê? Acham que os ingleses saíram do Euro de peito feito, depois de serem eliminados por uns esquimós vindos de uma ilha com menos habitantes que Bristol, só porque tinham 134 jogadores da liga inglesa na competição (a liga alemã, italiana e espanhola juntas tinham 156, pouco mais do que a inglesa)? Foram com o rabinho entre as pernas, isso sim. Só os campónios é que se vão lembrar de um "motivo de orgulho" desta estirpe. Lamentável. 

Portugal ganhou o Euro. Portugal, não os jogadores deste e daquele clube, que isso só interessa é agora que a nova temporada já arrancou, e é cada um por si. A selecção foi a semana passada, e vejam como sem o "atirador de microfones para o lago" naufragámos que foi uma beleza. Para quê aquela discussão dos 11 milhões que afinal são 15, ou talvez 14 331 258, pois seja que número for, é depois dividido pelo grupo de cada adepto com a ranheta clubista que leva para o momento em que é a NAÇÃO que está a ser representada? E o C. Ronaldo festeja os golos da maneira que quiser - não é ele que os marca? Se calhar como é "português", e por isso um "vivaço" e um "espertalhão", dá-lhe para gamar os golos dos outros e depois diz que "não foi ele", mesmo que lhe mostrem imagens do momento em que foi apanhado em flagrante delito. E como se conteve, atendendo à importância que o golo que marcou teve para o seu clube. Não deve ter aprendido a virtude da humildade naquele clube a que chegou mesmo a pedir desculpas, com toda a certeza. Se calhar foi no Andorinhas do Funchal, ou no Nacional da Madeira. Por mim podia ter marcado aquele golo ao Sporting, ao Kyoto ou ao Cascalheira FC. Foi bom saber que ainda se pode contar com o seu génio na hora em que o seu génio me pode dar alegrias. O resto é catarro, meus amigos.


Sem comentários:

Enviar um comentário