Adivinhem quem veio para jantar? Isso mesmo, o tal "racismo", e nem a primeira frase deste texto podia ter sido melhor escolhida. Por mim. Genial. Eu. Bom, o "racismo", que sem aspas existe a rodos em locais como os Estados Unidos, onde a tez escura da pele começa por ser um "comportamento suspeito", podendo depois passar a "elemento de prova do crime" em tribunal. Isto quando não dá direito a levar com um "supositório", que sem aspas é uma alternativa preferível a esta, por incrível que pareça - pelo menos continua-se vivo. Na Rússia podem-se verificar inúmeros episódios de "racismo", e se no que toca a muitas outras coisas que fazem destes os antípodas dos "cowboys" americanos, aqui este terrível atentado à dignidade humana também se apresenta na forma gasosa: com aspas, sem correntes nem grilhões, e apesar de se arriscarem a ouvir uma outra boca de quando em vez, os não-russos podem usar os mesmos autocarros e entrar nos lugares pela mesma porta que usam os russos. Na Rússia bem que podiam anunciar o "racismo" como sendo "seguro para diabéticos", ou "indicado para vegans". Só seria mentira se anunciassem tabaco que não fizesse mal à saúde. Vamos lá então ver quão "racistas" são os russos - que eram malvados já todos nós sabíamos, agora isto...parece grave!
Esta é a equipa do FC Rostov, da cidade russa de Rostov-na-Donu, que fica a pouco mais de mil quilómetros a sul de Moscovo, perto da fronteira com a Ucrânia e junto do Mar Negro. Irónico, este detalhe quanto ao nome do mar, uma vez que o clube foi castigado pela UEFA há duas semanas devido ao comportamento dos seus adeptos durante um desafio internacional. Tudo aconteceu durante o jogo da segunda mão do "play-off" de acesso à Liga dos Campeões deste ano, contra os holandeses do Ajax, onde o Rostov fez história ao obter uma qualificação inédita para a elite do futebol europeu. E pode-se dizer que foi em grande estilo, com uma vitória por 4-1 em casa depois de um empate a uma bola em Amesterdão, e contra um adversário com muitas mais "pedigree", e mais variado, também. O Ajax é há muito conhecido por ser um clube que étnica e culturalmente representa muito mais que a sua cidade, e até país, e conta nas suas fileiras com vários jogadores oriundos de ex-colónias holandesas das Caraíbas, como Suriname ou as antigas Antilhas Holandesas, bem como de origens tão diversificadas, que foi lá que se deram a conhecer o finlandês Jari Litmanen, o sul-africano Benny McCarthy, o uruguaio Luis Suárez ou o sueco Zlatan Ibrahimovic, que tem ascendência kosovar - querem mais "global" que isto? Sabemos disto, está à vista de todos, mas talvez fosse uma novidade para os adeptos do Rostov, que no calor da festa entoaram "cânticos racistas", segundo a UEFA, e aparentemente dirigidos aos jogadores do Ajax, apesar de não terem indicado o remetente, ou sequer cantado, que penso que é o que se faz quando se "entoam cânticos": canta-se. O que fizeram foi imitar aquilo é comummente designado por "ruídos da selva", e com maior incidência cada vez que a bola passava por um jogador preto do Ajax. Agora segurem-se bem, que vamos passar por poços de ar e vai haver alguma turbulência.
Pode ser que já tenham reparado na imagem anterior a esta que o plantel do FC Rostov não é propriamente o que pode considerar de "homogéneo". Além dos 16 russos e de alguns "vizinhos" da Europa de leste, contam com dois iranianos, um espanhol, um equatoriano, e dois africanos - um do Mali, e outro do Senegal. O ano passado jogava lá o defesa-esquerdo internacional angolano Bastos, entretanto transferido para a Lazio de Roma. Muito "africanos" portanto, e não "mais ou menos africanos", do tipo egípcios, tunisinos ou esses que são conotados com outras modalidades de preconceito além da cor da pele - ou mais alguns a juntar a esse. Então que "racistas nojentos" são estes, que para uns imitam o ruído de chimpanzés ao mesmo tempo que batem palmas ao Moussa Doumbia e ao Papa Gueye que não são filhos da mãe Rússia nem menos pretos que os pretos do Ajax? E na ronda de qualificação anterior ao "play-off" já tinham defrontado o Anderlecht, que há 400 anos seria confundido com o entreposto de algum negreiro sediado no Congo e na Zâmbia. Serão todos os russos "racistas"? E terão fundamento os receios que se têm levantado quanto à organização do mundial da FIFA daqui a dois anos na Rússia? Vamos lá abrir esta m... e ver porcaria que está lá dentro.
O FC Rostov passou a ter mais visibilidade com este incidente, pois teve lugar debaixo dos holofotes da competição internacional de clubes mais importante do mundo. Mas ainda não sonhavam entrar pela porta de serviço deste exclusivo clube de milionários, e já se falava de um certo mal estar em termos de convivência inter-cultural - se é que cabe um derivado de uma palavra tão nobre como "cultura" nesta intragável salada. Corria o ano de 2014, e o treinador do Rostov era notícia por ter proferido declarações ra...esperem, vou-me manter no personagem, e já vão entender porquê - declarações parvas. Assim sim. Na altura a equipa tinha seis jogadores africanos no plantel principal, e quando questionado sobre rumores que davam conta da contratação de mais um, Igor Gamula respondeu qualquer coisa como "já temos aqui sete pretos, e ainda nos querem mandar mais um"? Este indivíduo é uma besta, sem dúvida, e antes disto já tinha feito um comentário a propósito de uma vaga de lesões no plantel, que coincidiu com a última epidemia do vírus Ébola, e sugeriu que alguns dos jogadores indisponíveis tinham contraído o vírus. Nada me garante que não tenha sido a imprensa a fazer essa associação de ideias, pois na hora de remexer no estrume para cheirar mais mal e vender papel, imaginação é o que não falta na hora de fazer segundas e mais leituras do tipo extensivo e abusivo. Olhem para aquela notícia ali em cima: "Os cinco jogadores africanos do clube recusam-me a treinar porque o treinador fez aquelas declarações". Deixa-me cá pensar qual é a figura de estilo a que os camaradas que se lembraram de escrever aquilo recorreram...ah, afinal não é uma figura de estilo, mas sim aquilo que tecnicamente se designa por MENTIRA.
Este é o grande responsável que pelo sucesso do FC Rostov: Kurban Bardyev, que apesar de aparecer nesta imagem a apelar à divina misericórdia, não se pode dizer que tenha passado por grandes tormentas. A VERDADE, uma coisa cada vez mais rara e preciosa, é que o tal treinador "racista" do Rostov é na realidade treinador das reservas do clube, e digo "é" porque depois de ocupar interinamente o cargo de técnico principal DURANTE DOIS MESES da época de 2014/2015, voltou ao posto que ocupava e ainda ocupa. Após a demissão do montenegrino Miodrag Bozovic, VLveio Gamula, que depois deu o lugar a Bardyev, que reforçou o plantel e foi o que se sabe: garantiu a manutenção nessa época e foi vice-campeão no ano passado. Gamula ocupou o cargo de interino durante um período em que o Rostov estava em risco de declarar insolvência, e os jogadores estavam há meses sem receber - E POR ISSO É QUE SE RECUSARAM A TREINAR. Nada a ver com "comentários racistas" nem nada que se pareça, e é de lamentar que quando o Rostov estava a passar por um momento difícil, viessem o abutres com vontade de depenicar a carniça. Provas do que estou a dizer? E se perguntarmos a uma das "vítimas" do "racismo"?
Este é o sul-africano Siyanda Xulu (não confundir com o cão da Maria Vieira, que se chama "xulo"), que meses depois do incidente regressou ao seu país para jogar pelos Kaiser Chiefs. Naquela entrevista a uma revista de desporto da África do Sul e fez um balanço dos dois anos e meio que passou na Rússia, e diz que a razão da sua saída NADA TEVE A VER COM RACISMO - nem dinheiro, mesmo que esse dê sempre jeito, claro. De facto Xulu, que ainda é um jovem, passou por um período de adaptação na primeira época, jogou regularmente no onze inicial na segunda, e a meio da terceira não se conseguiu impor e decidiu sair. De facto era difícil que os QUATRO africanos da defesa do Rostov fossem todos titulares, mas os dois médios oriundos desse continente entravam sempre nas contas de Gormula, "o racista". Se calhar punha-os a jogar para os humilhar, o malvado. E por falhar em humilhação:
Outra notícia da mesma altura, esta de Dezembro de 2014, durante a "época alta" do "racismo" em Rostov. O ganês Guetor Kanga, um dos tais médios habitualmente titulares, foi "vítima de cânticos racistas" durante um jogo fora contra o Spartak de Moscovo, e respondeu com um "gesto inapropriado". Tradução: os adeptos do Spartak começar a guinchar feitos chimpanzés e o jogador fez-lhes um manguito. E notem novamente aquela notícia, um exemplo de "isenção e rigor"; dão destaque à suspensão do jogador, como se fosse uma coisa surrealista, e ali em baixo em letras miudinhas lemos que o Spartak foi multado pelo "racismo" dos seus adeptos. E seria sempre multado, enquanto que se o jogador tivesse ficado quieto, nada lhe acontecia. Um mal não apaga o outro, e o castigo por conduta imprópria está previsto nos regulamentos. Curiosamente há um episódio semelhante e muito mais recente, que passou mais ou menos despercebido:
Emmanuel Frimpong, médio defensivo também natural do Gana e formado nas escolas do Arsenal de Inglaterra, cansou-se de esperar por um lugar ao sol no clube londrino e foi para o frio russo ganhar rublos - os russos pagam bem, quando pagam, claro. O clube que contratou Frimpong é o FC Ufa, da cidade da Basquíria com o mesmo nome, e não se pode dizer que a sua estreia tenho sido a mais feliz. Logo no jogo da primeira jornada do campeonato russo, o Ufa foi jogar a Moscovo contra o Spartak, que aqui reincide na ofensa, e após os "sons da selva", teve a atitude que se vê na imagem e foi expulso. "Incrível, respondeu a insultos 'racistas' e ainda foi expulso!"- dirão os mais entusiastas do "todos corridos a tiro ainda era pouco". E queriam o quê, que da próxima vez o gajo levasse para lá um AK47 e disparasse uma rajada para a bancada de onde viessem os "cânticos racistas"? E serão os adeptos do Spartak "racistas" militantes, daqueles com quem é impossível jogar xadrez com eles, porque no tabuleiro só querem as peças brancas? Vamos ver a ficha desse jogo em que o Frimpong "não aguentou" trinta minutos de "constante agressão racista".
Ora, então que o Ufa acabou por levar um ponto de Moscovo, mesmo com a jogar 60 minutos com dez unidades? E o que é isto, o Spartak tem lá o holandês Quincy Promes e o nosso conhecido Zé Luís, avançado cabo-verdiano que jogou no Sp. Braga? E vejam como ele marcou o segundo golo da sua equipa e tudo! Os adeptos "racistas" do Spartak devem ter vomitado de nojo, quando "repararam" que o autor do golo era um dos tais com que eles brindam com "cânticos racistas". E até acredito que sim, que quer o Promes quer o Zé Luís "aturam" estes e muitos outros impropérios, e tudo porque...ora bolas, não se vê logo? Como é que os russos vão "pegar" com os seus adversários, se não constatarem o óbvio? Falo "de fora", pois não sendo preto não sei o que sente um quando é presenteado com este...hmm...esta parvoíce, pronto. Mas se fosse, optava por fazer igual ao exemplo que se segue:
Assim. Isto aconteceu com Renato Sanches, a nova coqueluche do futebol português, no final de uma partida do Benfica em Abril último em Vila do Conde. Um bando de energúmenos semi-alfabetizados (possivelmente do bairro das Caxinas ou outro onde as crianças abandonam a escola primária para se dedicar à faina fluvial) apupam o jogador, emitindo os tais "ruídos da selva". E o que faz ele? Responde com um gesto imitando um macaco, como quem responde "macacos são vocês". Podia ter optado por recordá-los que às 5 da matina tinham que tirar o cu da caminha para ir lançar a rede, e que se calhar o melhor era irem comer as papas de sarrabulho e ir dormir, mas foi superior à provocação.
E agora um exemplo de como NÃO se deve reagir: Samuel Eto'o, antigo internacional camaronês e figura de proa do FC Barcelona, aqui a fazer birra e a ameaçar abandonar o terreno de jogo. Só pode ser mesmo muita arrogância, pensar que todo o "racismo" do planeta é dirigido única e exclusivamente a ele, e mais, de que o jogo seria interrompido ou suspenso porque a "prima donna" ficou ofendida.
Ou ainda aqui, quando Yaya Touré resolveu que queria "ir para casa", depois de ouvir "bocas" de um jogador do CSKA Moscovo durante uma partida a contar para a Liga dos Campeões em 2011. E logo com o Manchester City, clube do país onde inventaram esta pantomina que dá pelo nome de "racismo", e com o qual se fartam de facturar. Quer dizer, tanto este como o Eto'o não são pagos quanto basta para aturar coisas destas e muito mais? E o que dizer...
...disto, por exemplo? Portanto, temos aqui uma notícia que dá conta de "cânticos insultuosos" da parte de adeptos do Sevilha dirigidos ao jogador português João Cancelo. Uh?!?! Mas o João Cancelo...é branco?!?! Oh, a humanidade! E no fundo não devia ser assim que os comportamentos menos próprios dos adeptos de um clube deviam ser tratados, fossem eles quais fossem?
Mas então na Rússia, onde se conta também um respeitável historial de incidentes com bananas atiradas a jogadores pretos (Roberto Carlos foi uma das "vítimas", no tempo em que alinhava no Anzhi Makachkala), pode-se dizer que os adeptos são, er, "racistas"?
Bem, alguns têm uma certa dificuldade em escolher as "companhias", optando por aqueles que ostentam uma certa simbologia que pode não ser do agrado de muita gente...
...mas no fim de contas, que problema há se alguns mentecaptos gostam de ir para estádios de futebol carpir as suas frustrações na companhia de outros grunhos como eles? Eu arrisco a prognosticar: a Rússia vai organizar um mundial "às direitas". Já quanto a todo o resto, bem, não ponho as minhas mãos no fogo por ninguém, quanto mais pela Rússia.
Negros da america sao culpados por racismo ,e nao vitimas do mesmo.
ResponderEliminarA policia nao discrimina negros por sua cor de pele ,
negros criminosos que vitimiram nao negros ficam impunes quando sao julgados por jurados tambem negros . o racismo dos negros da america é sistemico.