quarta-feira, 1 de junho de 2016

Paranóico?!?! Que ideia! (O caracol da Quintinha do Poçeirão)



Nota introdutória: com este post não quero demonstrar que sou "dono da razão" e nem afirmo nada de modo peremptório, ou fecho qualquer porta à refutação dos factos que apresento. Também não é a minha intenção menorizar os conceitos expostos ou as ideias defendidas pelo principal visado, mas é isto que ele espera de mim, portanto não o quero desiludir. Acreditem no que quiserem, e divirtam-se!

Paranóia: uma fixação persistente, resistente às evidências (ou à falta delas) e que vai ganhando uma intensidade crescente. Crescente?!?! Nãããoo!!!! Ah ah ah. Que piada tão bem elaborada, esta, e com um "timing" de se lhe tirar o chapéu. Queria aqui deixar uma "instalação bloguística", recorrendo para tal não a um pato amarelo, mas a um exemplo acabado de paranóia "à distância", e tendo como fundo um aspecto cultural, que de cultura tem muito pouco: a religião, esse compêndio de contos da bruxa má e do papão, e que serve de pretexto para que pessoas se matem, esfolem e odeiem - mesmo as que tecnicamente adoram a mesma divindade! Vá-se lá entender a religião. O voluntário que não sabe que é voluntário (eu assumo estas coisas e sou dono da razão) que vou usar como exemplo é...ah, já devem saber de quem se trata, mas primeiro uma pequena resenha histérica histórica:


Quando na origem da paranóia estão receios da invasão de um país por parte de outro, ou a imposição de outro cultura ou ideologia sobre a vigente (que normalmente é tida como o paradigma da "liberdade"), não posso de me deixar de recordar da paranóia com que cresci e vivi até à adolescência, e que de tão enraizada que estava foi até difícil de me adaptar ao seu término: o medo ocidental do "perigo vermelho", o comunismo. Estávamos no fim da Guerra Fria, um conflito em que as partes beligerantes eram os Estados Unidos da América (EUA) e a União Soviética (URSS), mas que tolhia vidas humanas, recursos e a dignidade em geral a outros países, e não sabíamos disso. Em 1986, três antes da dissolução da URSS (foi tão rápido quem até me custou a acreditar), o Ocidente em geral e especialmente os EUA temiam um conflito termo-nuclear, e claro que a acontecer tal coisa, seria sempre por iniciativa da URSS. Era mesmo com alguma resignação que se fala da inevitabilidade deste conflito, com os mais pessimistas a agirem como realistas, vaticinando "o fim do mundo" como se não houvesse volta a dar. Como podem imaginar, isto causava-me um certo desconforto, e já aqui me detinha a pensar que "se estes gajos sabem disto e não fazem nada para impedir que aconteça, ou são cobardes ou palerminhas - ou as duas coisas". 


Os sovietes e os seus aliados (o "bloco de leste") estavam isolados do Ocidente por uma fronteira física chamada "cortina de ferro", mas ainda mais por uma fronteira ideológica: o comunismo, que queriam "impor" ao resto do mundo. E isto não está muito longe da verdade, se bem que o principal motivo que movia os soviéticos e hoje move ainda os russos, parte de leão dessa extinta união, é o domínio global. Hoje as duas potências conhecem um novo período de animosidade mútua, e fala-se mesmo de uma nova "guerra fria", mas sem a ideologia como pano de fundo. O poster ali em cima é um resquício desse período, em que os Estados Unidos ainda olhavam para o "inimigo" com muita desconfiança, apesar dos aparentes ventos de mudança que iam soprando de leste e das boas intenções do presidente Gorbachev, que introduziu reformas no sentido de uma maior abertura (ou "glasnost") no contexto de uma restruturação do regime ("perestroika"), que no fim veio a revelar que na verdade os russos e o seu ideal igualitário socialista estavam falidos. Sem cheta. Kaputz. Mas filmes como "Invasion USA", "Rocky IV" ou "Red Heat", além dos incontáveis relatos, ora fictícios, ora verídicos mas "maquilhados", sobre a guerra do Vietname, eram um bocado estúpidos, e em poucos anos tornaram-se datados. Os russos eram sempre representados como uns tipos frios, duros, de cara quadrada, expressões rígidas, vazios de sentimentos como a compaixão e com um evidente desprezo pela vida humana - em suma, eram os americanos a reinar com a malta. Mas nem sempre foi assim...


...pois nos tempos remotos do início da Guerra Fria, decorriam ainda os anos 50, a coisa era levada mesmo a sério. Não era para menos, e parte do "pânico" e do alarmismo criados tinha uma razão de ser, como ficou comprovado com a crise dos mísseis de Cuba em 1962, e onde durante 13 dias, o mundo esteve a 13 dias de acabar. Bem, podia ter sido assim, mas a verdade é que os americanos levaram uma "lavagem" tal, que chegavam a acreditar que o inimigo lhes ia "envenenar os mantimentos", como a água, ou convertê-los ao comunismo através de "hipnose". Isto sem não esquecer os mitos que foram criados, em parte exagero, noutra parte disparate, como o facto dos comunistas "comerem criancinhas", ou na Rússia "odiar-se a liberdade". Uma retórica que curiosamente tem um paralelo com a actual situação, e que aqui vou descrever já a seguir. No entanto a América conseguiu com relativo sucesso deixar o comunismo para lá do estreito de Bering, mormente através de "caças às bruxas", e por meio da educação oficial, que incutiu nos jovens "yankees" um sentimento anti-soviete, que no limite transformava-os em adultos "programados" a tocar sempre a mesma cassete: "A América assenta nos princípios da Liberdade e democracia, e é nação fundada sob Deus" - e sob os cadáveres dos nativos, deixem lá. Mas ao contrário da Guerra Fria, onde um dos blocos, o do leste, não deixava saber grande parte do que por lá se passava, e apesar de se passarem coisas da breca, os factos propriamente ditos ficavam à imaginação dos americanos, de um lado, enquanto na Europa, onde o comunismo nunca foi reprimido, criou-se uma contra-corrente de apoio a Moscovo. Ambos uma corja de imbecis, se me permitem. E agora passemos à nossa "feature presentation".


Deparei com este comentário da autoria do impagável FireHead no blogue da treta da autoria do blá blá blá, o tanas se aquele é o nome daquele palerma, e que me chamou a atenção, especialmente por reforçar a ideia de que o moço mais o outro imbecil estão em sintonia islamófobica plena, mas "descarrilam" quando a hora é de falar de judeus e Igreja Católica. Quer dizer, "descarrilam" salvo seja, pois como vou demonstrar na terceira parte da série dedicada ao lorpa, o gajo embirra com tudo e mais alguma coisa. Bah, fezes. Se forem ao artigo aqui vão confirmar que o FireHead está a ser sarcástico, e nem é necessário, vendo bem, uma vez que ele não perde uma oportunidade para "malhar na mourama". Incêndios florestais? "Olha que os muçulmanos isto e aquilo". Passado belicista dos japoneses? "Por acaso os muçulmanos não sei quê". E a jogar à defesa é a mesma coisa: "Pedofilia na Igreja Católica? Grande coisa, até parece que nunca ouviram falar do Bibi". É falso que ele tenha recorrido a este exemplo, mas não é exagero que recorre amiúde a este tipo de comparações. Mas então vamos lá ver, uma vez que ele fala ali em "paranóicos" e o camandro. Terá ele razão, e nós é que andamos a bater com a mona nos minaretes, de tão ceguinhos que andamos? Não e não, respectivamente, e com "claro que sim, és parvo ou quê?" como resposta à pergunta: "é o Firehead paranóico"? Mas atenção, não é uma paranóia qualquer, daquelas de andar com a língua de fora a falar sozinho na rua. É mais "matreirice" da parte do rapaz. Vamos então à parte que ele detesta: as evidências,  e as respectivas provas.


Evidência nº 1: o FireHead vê islâmicos em toda a parte. Até no Festival da Eurovisão, pasme-se! O mediatismo foi todo para o braço-de-ferro entre a Ucrânia e a Rússia devido à situação da Crimeia, mas isso é "o que os média mostram", porque "querem esconder a verdade". Viram a moça de rabo para o ar a rezar a Alá quando ganhou? Nem eu, mas isto é porque andamos cegos, ao ponto de nem sequer termos visto aquela prova cabal de que Israel não financia o Estado Islâmico (não me consta que o faça, mas reconheço que teria interesse em fazê-lo): a canção de Israel "gozava com o EI!". Não, não foi o Netanyau o intérprete. 


Evidência nº 2: todos os islâmicos são demoníacos e assassinos. Para uns o auto-proclamado Estado Islâmico é assim mesmo - auto-proclamado Estado, e auto-proclamado Islâmicos. Isto deve-se talvez ao facto de serem os próprios que se descrevem como possuindo ambas as valências, algo que a generalidade não reconhece. Mas alto lá, que aqui para o "eye in the sky" o EI pode não ser Estado, mas é com toda a certeza Islâmico. Porquê? Porque assim dá jeito na hora de propagar o preconceito e o ódio religioso - just telling it how it is, no harm intended. Agora, não sei de onde é que ele conhece Maomé, ou quanto tempo se juntou à "troupe" para saber o que faziam, mas com toda a certeza sabe mais que os próprios islâmicos. Se encontrar um islâmico que esteja a agir como uma pessoa normal - que é o que a esmagadora maioria deles faz, por serem também pessoas, por muito que ele garanta que não são - o FireHead entra em parafuso e pergunta-lhe porque é que ele não a estar a violar alguém ou a rebentar pelos ares aos bocadinhos. De seguida dá-lhe um cartão de visita do EI. Não sou eu quem diz que esse é o "verdadeiro rosto do Islão", atenção, e salvaguardo o facto de ele ter afirmado que "não tem nada contra muçulmanos, desde que não pratiquem o Islão". Isso deve ser mais ou menos como "pilotos de F1 que não sabem conduzir", mas deixem lá, porque além disso é..."uma afirmação que em nada corresponde à verdade" - para ser simpático.



Evidência nº 3: os muçulmanos são sempre os carrascos, e os cristãos as vítimas. Um muçulmano a matar outro muçulmano? Impossível, pois há mil e não sei quantos anos Maomé não sei quê e então os seus seguidores ficaram "programados". Lembram-se do Robocop? Mais ou menos dentro dessa linha, com "directivas". E como é que ele sabe se são cristãos, estas vítimas? Bem, como não creio que ele os tenha baptizado, estivesse lá na hora em que foram recolhidas estas imagens de péssimo gosto, e não vejo ninguém ali com um crucifixo. Portanto deve ser qualquer outra entre "palpite" e "wishful thinking". Ah, mas querem uma prova, é? Uma prova, uh? Uh? 


Aqui está. Quer dizer, aqui está o ponto péssimo do ridículo e do mau gosto, mas o que quer dizer aquela imagem de Cristo por cima destes pobres...de Cristo??? Se for como a "marca do Zorro", então quer dizer que foram cristãos que os mataram, e daí a "assinatura" dos autores da chacina, não? Ah, já sei: é para que até os atrasadinhos mentais liguem os pontos e façam a associação "mortos num país islâmico/imagem de Cristo/só podem ser cristãos". Eu disse "até"? Queria dizer "apenas". Faltou foi ali um barbudo com um ar de mau a segurar uma semi-automática numa mão e uma cabeça decepada na outra, e com um balãozinho a sair-lhe da boca e onde se lê "Allah Akbar". Mas sabem o que mais? Eu estou a "enganar-vos", e a "atirar-vos areia para os olhos". Se o FireHead já não soubesse quem eu sou, chamava-me logo de "esquerdalhada", que é o que todos os FireHeads desta vida fazem com quem ousa expor as enormidades que eles "denunciam". Preocupante é conseguir compor estes tenebrosos enredos, por Juno. Além de mim, sabem quem mais vos anda a enganar?


Evidência nº 4: os média "ocultam" a verdade. Isso mesmo, pois assim como "a esquerdalhada" e outros que levam com epítetos exóticos que nem sabiam existir, quanto mais ser aquilo, os média são cúmplices do poder político num plano para levar a cabo uma "substituição demográfica", isto é, acabando com a raça dos europeus brancos, substituindo-os por pretos e árabes - aposto que esta vos escapou, quando leram o programa político do Costa, ah? Que sorte termos aqui o FireHead para nos mostrar "o que os média se recusam a mostrar", como um puto de quatro anos que se recusa a comer a sopa de nabiça. E porque carga de água mostram o puto muslo que deu à costa depois de ter ido ter com Alá no Inferno, e não mostram as crianças cristãs assassinadas, ah? Não há? Procurem, ou matem algumas, porra! Faxavôr de mostrar dez crianças cristãs mortas por cada criatura demoníaca dessas. Pedofilia na Igreja? Sempre a mesma coisa!! E do Adam Johnson, ninguém fala (n.d.: Adam Johnson é um futebolista do Sunderland de 28 anos, condenado há meses a seis anos de prisão por se ter envolvido com uma jovem  de 15, a poucos meses de atingir a idade do consentimento, e aparentemente não terá propriamente sido 'violada', uma vez que contou às amigas todas umas vinte vezes enquanto não cabia em si de contente).


Evidência nº 5: a crise dos refugiados é parte de um plano para islamizar a Europa e torná-la em "Eurábia". Isto é "heavy-metal", e o mais intrigante é que o FireHead nem quer saber, ver ou ouvir qualquer prova em contrário: isto TEM QUE ACONTECER. Ele que diga que não é assim. Pois, mas lá está; eu não sou flor que se cheire, pois se até ali o  Khadafi, que tudo o que dizia é merda menos nisto, onde tinha toda a razão e acreditem nele já, diz que os muçulmanos "vão tornar a Europa num continente muçulmano", só pode ser verdade! E vai acontecer com a complacência da "Maçónica" UE - as coisas que este rapaz sabe e mais ninguém sabe. Chega para lá, ó Snowden: eis o FireHead. E quando é que isto vai acontecer? Já está a acontecer, e são como coelhos, estes tipos, temos que os travar já, já, antes que seja tarde demais! Temos que nos despachar, pois só nos resta...


...mais uns anos a aturar a mesma conversa? Eu admiro o FireHead por este serviço que presta, de anunciar o apocalipse repetidamente, vezes sem conta, todos os dias há vários anos, mas por esta lógica, já tinha crescido uma mesquita em cima da cabeça de cada europeu. Ah esperem, serão 4% em 2008, depois 8% em 2020, 15% em 2030 e por aí fora, até serem em números "muito superiores a 100%" lá pelo último quartel deste século. E isto não é paranóia, claro. Está a acontecer, e é só abrirem a janela e confirmar...


...que têm um "cavalo de Tróia islâmico" à porta. Nem vou incluir na lista de evidências essa brilhante asserção de que para se ser refugiado exige-se que o país "esteja em guerra". Já agora podiam chegar já mortos, ou sem pés nem cabeça, para "não violar ninguém", ou "não se detonarem". Em suma, tomates. Só que perante essa "iminência" de "invasão", eu não lhe chamaria "Cavalo de Tróia", mas antes...


...um "Caracol da Quintinha do Poceirão Islâmico". Sim, que é ali para o Poceirão, ao pé de Pegões, que a malta apanhava os melhores "carcanhóis" - isto é, os que não conseguiam fugir. E reparem como este caracol é...HALAL! Uma coisa horrível! Ora os caracóis não são "halal", portanto isto só pode querer dizer que é um...FALSO CARACOL. E vejam como ele está a dizer "Allahu Akbar". Está mesmo, como ousam negar o que está ali mesmo à frente dos olhos? Só pode querer dizer que "é terrorista", pois só os terroristas islâmicos sabem dizer "Allahu Akbar". Quem não é, engasga-se. Estas bem que podiam ser as evidências nºs 6, 7 e 8, e há tantas que fariam a Constituição da República parecer um folheto do Pizza Hut. Mas há uma que me chamou a atenção:


Pois, o profeta não é profeta e é assassino e pedófilo, e ele pode provar, bastando para tal mandar qualquer coisa como "claro que não era, era eu, e tu sabes tudo, é o dono da razão". "Prova" do que afirma, portanto. Anda a dar no Sarcasmol que é uma loucura. Mas essas "baldrocas" que nem uma criança de 5 anos convencem são "peanuts", pois o que me interessa mesmo é desmontar esta parvoíce que é andar a usar o facto da Arábia Saudita não receber refugiados, para mais ninguém os receber também. Só por isto já dá para perceber quão imbecil é ideia, mas eu, Leocardo o dono da razão da Silva Santos Montanelas, vou demonstrar num próximo post (talvez amanhã) que até isto que se diz da Arábia Saudita não receber sírios que fogem ao conflito que já fez muitos milhares de mortos, é...bem, não diria mentira, mas também não é verdade. Se fosse não era preciso "decorá-la" com tanta besteira, como depois vou demonstrar no tal artigo. Aguardem.


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