sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Perdoem-nos, pais...


Fiquei feliz com esta ideia do Bloco de Esquerda, e não consigo pensar em nenhuma razão para não ficar. A este ponto, quem estiver a pensar no artigo anterior, e nos limites do bom gosto, não creio que aqui se aplique a mesma regra, pois Jesus não é um deficiente inimputável que não se sabe defender. Pode ser que haja quem pense o contrário, mas nesse caso tem um dos seus pais, O Pai, que pode obliterar o cartaz, o BE, os que riram (do quê?), etc., com fogo, lava, brasas e todas as coisas que comprou à concorrência. Mas duvido que o faça. Só um palpite. E se calhar a Igreja e mais o seu coro de indignados com a imagem de Jesus associada a um raciocínio que ELES fizeram, ainda gostava de ter um Deus que cospe fogo, ou em alternativa uma fogueira ou um Sousa Lara qualquer que metesse isto na ordem. Em vez disso choramingam, ai que coisa horrível, a imagem associada a...bem, eles não têm lá muita razão para falar, e aqui trata-se de adopção de crianças, o que me leva também a desconfiar. Adiante.

Ninguém disse que é uma tentativa de humor, nem a imagem de Cristo foi alterada (pelo menos no essencial), e se calhar a sra. do Bloco que explicou os cartazes que vão aparecer amanhã (sábado) um pouco por todo o país recorrendo à designação de "humor" não no sentido de piada, mas eu diria que tem uma certa carga irónica: ofendeu os mesmos que se opunham à razão do cartaz. Como vivemos (ainda) em democracia, quem não gosta pode não olhar, não votar no BE, não casar com uma pessoa do mesmo género e adoptar - então, não é tão bom? A mensagem escrita no cartaz é entendida por toda a gente, mas é possível que uma ou outra velhinha que desconhecendo a nova legislação vá olhar para aquilo e dizer: "Xim xenhor...o Pai do xéu e Jujé, pai de conxideraxão. Dois os abenxoe!". É o que dá quando a Igreja não explica nada, e continuando a usar o medo como seu "combustível", e pelo menos por enquanto vai continuar. Cartaz-1 Igreja-0.


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