Não querem, não têm, mas é isto...

Bem vindo ao "Não queremos o Estado Islâmico em Portugal", um grupo que combate o Estado Islâmico chamando-lhe nomes feios e desejando-lhes coisas ruins. Fossem as pragas que estes desocupados rogam, ou os insultos que proferem a quem não lhes liga um pevide balas disparadas contra o Estado Islâmico, já o teriam dizimado todo - e olhem que são praí uns 500 milhões. Só em França, ia-me esquecendo. Este grupo é a prova acabada de que os terroristas conseguiram levar a cabo com sucesso a segunda vaga de atentados após os de sexta-feira, e nem precisaram de dar tiros a ninguém nem rebentar com coisa nenhuma: bastaram uns "recados" para os lingrinhas ficarem todos arrepiados e desatarem à cabeçada uns aos outros. Sim, uns aos outros e não no Estado Islâmico, e a única maneira que esta palhaçada atingiria de alguma forma o EI era provocando-lhes ataques de riso, caso entendessem o que está lá escrito. Mas há muito mais para ver, portanto enfie a chaleira do café pela cabeça e venha ver como NÃO se combate o terrorismo.

O grupo propõe-se a "mostrar o que os média não nos querem deixar saber", e fazem isto num website com o nome de SecretStory Blog", que tal como muitos outros no mesmo diapasão brotaram como cogumelos nesta última semana. Eu diria antes que isto é o que o que a imprensa não quer mostrar, e não é com esse sentido que eles dão: isto não são notícias, porque é que a imprensa devia divulgar? Desde sexta-feira, data dos atentados, este site e outros que tais vêm anunciando na ordem de mais 4 ou 5 idênticos, ou piores, e com informação praticamente nula, ou evasiva. Para quem já está prestes a denunciar-me como cúmplice ou elemento do EI, ou ainda um dos seus líderes, o Rajá Rabat Borragha, ou o Sheik Sheik Sheik Sheik That Booty, é melhor passar aos exemplos.

Uau! Isto promete! Que mensagens serão essas que os terroristas enviaram antes de cometerem o atentado? Certamente que ali se pode encontrar pelo menos alguma informação útil, como nomes, números de telefone, mas claro que não seria muita coisa, nem nada de arrebatador - afinal o indivíduo ia cometer um atentado e em que sabia que muito possivelmente não sobreviveria, quanto mais chegar a casa para jantar e deixar o telemóvel a carregar. Mas o cabeçalho é bem capaz de dar a entender que se vai pelo menos saber alguma coisa que dê para ficar mais revoltado com os terroristas. Aquilo deve ser só jihadismo, desde o screen-saver até aos icons, e o ring-tone é "Allah Akbar". E então, que estamos em pulgas para saber?

"Vamos lá?" As autoridades não sabem a qual dos terroristas pertencia o aparelho? Nem para quem a mensagem foi enviada??? Ah, mas vinha um mapa juntamente com o telemóvel, e isto INDICA que os terroristas estiveram a rever o plano do atentado? MALDITOS! DESUMANOS! A REVER OS PLANOOOOOS BUUUUUUHHH!!! E vá lá que desta vez foi INDICA, e não PROVA, que para estes indivíduos um pressentimento é "prova irrefutável" de coisas GRAVES que espalham na rede , a dar conta de invasões, ataques, atentados, "milhões de mortes", comida e água envenenadas, e tudo com um à vontade de quem diz "Bom dia!" seguido do seu estado de espírito nessa manhã. Esta não-notícia, a que acrescentam a mesma informação que tinham dado nas anteriores e toda a gente sabe, então...isto é para se levar a sério?

Se quiserem ler estas parvoíces ou ver os vídeos, vão à página do Facebook destes gajos que eu não tenho pachorra para publicar sempre a mesma coisa, que "fonte assegurou", "tudo indica que vão atacar em breve" e "encorajaram os seus irmãos na Síria", e tudo para não dizer nada. Um vídeo onde aparecem imagens de Nova Iorque, e um homem-bomba que pode ser de um sítio qualquer no planeta, com musiquinha "pop" francesa não é uma "ameaça directa a Nova Iorque". Ponto. Se acham que é, podem clicar ali no link e ir devorar tudo o que estes gajos põem na net para assustar as velhinhas e agitar os desesperados, que ainda por cima são cada vez mais, como vamos ver à frente. Garanto é que aqui não sou capaz de dizer onde é que o Estado Islâmico vai atacar a seguir, e não sei se é recomendável, ou até legal, fomentar rumores que podem levar uma boa quantidade de gente ao pânico. Ah sim, é verdade, os Estados Unidos já vieram dizer que não receberam qualquer ameaça directa dos terroristas, e penso que os próprios americanos estão menos preocupados do que os portugueses, por exemplo. Acho que se rebentar qualquer coisa daquele lado, ainda temos tanto mar, tanto mar, e os eventuais estilhaços que cheguem mais longe ainda precisam navegar, navegar.

"Para quem tinha dúvidas", vai ficar completamente baralhado. Aqui a Europa é a "estrela" do elenco, com não-sei-quem a anunciar pela enésima vez que "os terrorista já se encontram em Portugal na ordem dos milhares". E isto para quê?

Gostei do último comentário, que apesar de revelar a mesma coisa que os restantes e por isso inserir-se na categoria de "desabafo", vai directo ao assunto: "Comprem armas". É bem menos agressivo aos sentidos do que outros como "EU TENHO O DOBRO DAS ARMAS DESSES GAJOS ELES QUE VENHAM CÁ E VÃO VER", que soam mais a desespero. O que eu queria dizer com "a mesma coisa que os restantes" é a presença de dois factores: o medo e a extrema-direita, e nesta última Israel vai à boleia, mas isto são gajos não-israelitas a ostentar simbologia parva com a intenção ridícula de provocar o "inimigo".

Pois é Suzy Almeida Leite, eu não sei se o bacon tem o mesmo efeito nos islâmicos que  o alho tem nos vampiros, mas penso que esta espertinha não se insere no grupo dos "completamente estúpidos que não sabem o que dizem". Ficamos assim: se não deres com nenhum islâmico onde usar o bacon, podes dá-lo aos teus amiguinhos judeus. Eu agora poderia ser ordinário e insinuar que ali a mocinha gosta mais do recorte da pichota do judeu, e se fosse a do outro não estaria aqui, mas antes com ela na boca. Mas não vou descer a esse nível, e prefiro antes, ahem, "educar", mas sem recorrer ao "politicamente correcto": tanto os judeus como os islâmicos estão proibidos pela sua religião de comer carne de porco, assim como os católicos estão pela sua de praticar relações sexuais antes do casamento. Exacto, pois ao contrário daquilo que aquela carinha laroca está a querer dar a entender, os islâmicos são pessoas, e para este exemplo vou dizer que os judeus também, e não ratos ladrões de moedas, e nós somos também pessoas. E como pessoas todos temos problemas, e coisas para fazer e tratar e ir daqui para ali e coisas que nunca seríamos capazes de fazer se resolvem "fechar as fronteiras". Portanto, eles não podem entrar, nós não podemos sair, mas expliquem-me uma coisa que eu não entendi: eles entram por onde? Se for pela fronteira, então sabem quem eles são, é isso? Em caso afirmativo, que tal ir prender os tipos da próxima vez que entrarem? E depois a prova final:

Sim, João Marques Cruz, 2 ou 3 em 200 ameaças. E que tal, "nenhuma", que eu não me recordo de qualquer grupo terrorista anunciar onde vai cometer atentados, a que horas e quantos são. É que o efeito pretendido, o terror, não é obtido se as pessoas estiverem à espera. E aqui comete-se o maior erro: desconfiar de toda a gente que se possa considera um potencial "terrorista". Parece que aqui o terrorismo ganhou pontos, pois como diz o Rui Manuel Magalhães, que deve estar todo borrado de medo, deve-se proceder da mesma forma que os nazis. Acho que quem beneficia com este tipo de generalizações comportamento segregacionista deve estar radiante; nunca lhe passou pela cabeça obter resultados tão impressionantes, e tão rapidamente. Mas atenção, como reagem as pessoas sensíveis a notícias desta natureza, falando da iminência do terrorismo islâmico? O que é aquilo ali em baixo, no último comentário?

Este senhor era uma pessoa completamente normal - ou mais ou menos, pois completamente não seria - que desde esta crise dos refugiados que se baralhou com atentados e Islão e tudo isso ficou completamente transtornada. A ignorância aqui é assombrosa: esta criatura foi-se vestir de cruzado como se estivéssemos nas cruzadas, e isso é que é trágico. Não sabendo mais nada do que "os islâmicos são mouros", recorre ao que conhece do Islão, que aprendeu na História de Portugal na quarta classe: "a reconquista expulsou os mouros da Península Ibérica". Assim, e tal como todos do seu nível cultural, pensa que os tais islâmicos não são pessoas, e quando "invadirem" ele aparece vestido de espantalho de mouros, e "expulsa-os". Há quem pense que isto "aceita-se". Está bem.

Tenho curiosidade em saber que "livro importantíssimo" é este, que esta quer impingir e que fala das pistas que a Al Jazeera deixa no genérico dos seus serviços informativos, e que são "prova" das ambições do "Islã" em dominar o mundo. Esta menina, que eu não vou acusar de pertencer à extrema-direita ou estar ao serviço do zionismo porque não tenho jeito para teorias da conspiração, deve pensar que Al-Jazeera e a TV oficial da Al-Qaeda. Ou melhor, quer que vocês pensem assim:

Ela que explique essa das bandeiras dos países (deve ser um truque para recrutar crianças do ensino primário para este novel grupo terrorista que vai enfrentar os terroristas do Estado Islâmico), quando a Al-Jazeera já está desde 2013 nos Estados Unidos, e chega a 63 milhões de lares, que a esta hora já devem estar convertidos, e em transe hipnótica, e é assim que falam agora: 

- Hey buddy, 'sup? Allah Akbar
- Yep, that's right pal, Allah Akbar!
- Yo mofos, Allah Fuckin' Akbar...

E era sobre isto que eu gostava também de vos dizer uma coisinha ou duas. Este "Allah Akbar" significa "Deus é grande". E desde quando é que isto é algum insulto à mãe de alguém, ou uma ameaça de morte? "Ah, mas os terroristas disseram...". Ai é? Agora quem disser "Allah Akbar" é  logo terrorista? Esse é o certificado de garantia? E é fabricado aonde, no Quénia? Se não tiverem a alternativa vegan, é pelo menos "fair-trade", correcto? Comecei a achar bastante irregular quando nos noticiários era mencionado este detalhe, e por razões que eu não entendia inicialmente. De tudo o que um terrorista pode dizer antes de se "martirizar", só diz isso? Mais nada? É que eu espero que não vá haver por aí alguma jurisdição que considere a frase "Allah Akbar" uma "prova" de filiação num grupo ou célula terrorista, senão...

...temos aqui o antídoto contra o "bacon repelente de mouros" e o "Espanta Sharias" de cara azul. Eu não consegui ouvir a canção toda não porque transmita mensagens subliminares que mais tarde me levarão a explodir num local qualquer cheio de criancinhas e idosos, ou cânticos religiosos apelando ao martírio, mas porque é o equivalente árabe do pimba. Se fosse "lavagem cerebral", era bom que antes de eu ir pelos ares fossem assegurar que não existiam outros muçulmanos nas imediações, pois nos ataques de  dia 13 em Paris morreram muçulmanos que não eram terroristas, e nem farejaram terrorismo, nem apanharam o terrorismo no seu radar de morcego. Isto encaminha-se cada vez mais para a anarquia, porque a versão de cada um deste medo só lhe vai fazer pensar numa coisa: não morrer. Não vamos ter ninguém a "combater" o estado islâmico, e...espera lá, vamos? E o presidente Hollande? Os ataques foram em solo francês, as vítimas francesas, o estado francês escusa-se a divulgar como vai responder a esta agressão, e faz bem, enquanto em Portugal, zero vítimas e zero atentados, isto?  Para continuar com mais sobre este tema num "post" seguinte.