quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Pastéis de Chaves & Cia.
Ano Novo Lunar. Nada que fazer. Ruas repletas de gente. Gente feia. Onde ir, então? Que tédio...Ah! Se ainda não conhece, que tal dar um salto até à Barra, ao Supermercado Tai Cheong? Não confundam com o mais pequeno, situado na Travessa do Soriano, junto ao Largo do Senado; este de que falo fica ali escondido, junto à Ponte Cais nº 6, por detrás do Edifício Riviera, na Rua do Almirante Sérgio. Sei que não é muito coerente da minha parte mandar lá alguém depois de ter dito cobras e lagartos do sítio, mas vá lá, foi há mais de quatro anos, e entretanto as pessoas e coisas evoluem, ou não? Ou será que se esqueceram do tempo em que c*&%vam a roupa toda de comida e borravam à fralda? Ah, bem. Em todo o caso, entrai, entrai. Vinde ver o que o Tai Cheong tende para oferecer.
Ah...reparem como a quadra não lhes escapou nem nada. O Ano Novo Lunar é um bocado como aqueles cães vadios com um aspecto mais ou menos salúbre a que damos uma festinha: segue-nos para toda a parte. Fora isso, reparem no detalhe dos enchidos pendurados no tecto, que fica sempre bem - apesar dos enchidos serem meras imitações em plástico com fim decorativo. O meu avô sempre dizia: "confia apenas em supermercados que tenha enchidos pendurados no tecto" (não disse nada, mas achei bem escrever isto aqui).
Aqui temos um estaminé completo de loiça de barro para os mais diversos efeitos, desde pratos, canecas, travessas, terrinas, e não falta o "tipicamente característico" assador de chouriço em forma de porquinho. Acho estas coisas todas uma saloiice pegada, e uma vez comprei um daqueles tachos de barro, pensando em fazer ali açorda, e aquela m... demora um eternidade a cozinhar seja o que for lá dentro. Mas tudo bem, até pode encher as medidas a quem goste deste tipo de parolice.
Oh, oh! O que é isto, o que é isto...Uma versão dos Irmãos Marx feita nas Caldas ou quê? E aquele charuto tem um formato um tanto suspeito, eh, eh. Bem, mas deixemos o acessório e passemos ao essencial: a paparoca.
Achei a imagem dos presuntos muito catita, pois parece que estão a tentar fazer um biquinho de pato com a unhaca cadavérica e fumada. Mas pata negra ou pata branca, tanto faz, que eu não sou racista. Passemos mas é aos congelados, pá.
E aqui é que está o ouro, meus amigos! Reparem nestas belezas, requintadas especialidades da nossa gastronomia congelada: rissóis de pescada, mini-pastéis de Chaves, empadas de galinha, e para a sobremesa folhados de chila! É só fritar ou assar, conforme o caso (sem descongelar), e ficam ressuscitados os petiscos, prontos para fazer as delícias dos "gourmets" mais exigentes! Acham pouco? Como se atrevem?!?! Mas se é assim, está bem, tomem lá disto:
Aí está, para os mais conservadores, rissóis de queijo e fiambre, e para os mais audazes que gostam de uma boa carilada (atenção, eu disse "ca-ri-la-da", de "caril"), rissóis de galinha com caril e chamuças. Yum, yum. E se na imagem anterior tivemos os pastéis de Chaves em miniatura, aqui no quadrado inferior direito temos os originais. E por falar em Chaves, é da bonita cidade flaviense, de Trás-dos-Montes lá de Portugal que nos chegam estas múmias em forma de pastel, em boa hora importadas por ideia de um gajo de uma companhia qualquer. Que o Santo Buda lhe acrescente.
Para apagar o fogo que tão temperados quitutes poderão eventualmente provocar, recomendo um bombeiro italiano: a marca San Pellegrino, que nunca me deixa de surpreender. Ele é a Aranciata, a rossa e a outra, Limonata, o Pompelo, lo formaggio e importante, pero lo ma importante é la massa, Mamma Mia, che pizza...e outras tantas formas de saciar a sua sede nesta Fontana di Trevi de sabores em tons agrestes.
Lá também há vinhaça, mas não vou fazer aqui propaganda de bebidas alcoólicas (seus bêbados), por isso para quem não gosta da San Pellegrino, tem aguinha. E logo a nossa Água das Pedras, imaginem, com a sua gama de sabores framboesa e limão, ou seja, que não sabe a água. Mas tem borbulhas, ih, ih. Me gusta!
E pronto, para terminar o nosso leite Mimosa, vindo direitinho da teta das vaquinhas de Oliveira de Azeméis, sendo pelo meio esterilizado, pasteurizado e empacotado em embalagens normalizadas e tudo isso. Imbatível na relação preço qualidade, muito melhor que essas zurrapas da Austrália e da Nova Zelândia que se encontram por aí, e que além de saberem a cartão ainda custam os olhos da cara.
E não vou revelar mais nada (até porque não tenho mais fotografias), e agora só me resta convidar o leitor a visitar o Tai Cheong ali na Barra, e vai ver que não se arrepende. E continuação de bons feriados, que é uma das poucas (senão a única) coisas boas que se aproveitam do festival.
Sem comentários:
Enviar um comentário