sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Caestu Die! Trazei-me o borrego, e esfolá-lo-ei-o-lei-o-ei...!
Hoje foi o "Boxing Day"! Hooray! Porrada! O Manny Pacquiao vai bater em quem desta vez? Em que assalto vão os gajos lá em Las Vegas dar o "toque" para o outro "presunto" se mandar para o chão? Vamos lá ver é se faz de maneira a que dê a impressão que aquilo é real, e não coreografado ao ponto de deixar o Filipe La Féria e o elenco completo do "ballet" Bolshoi a salivar de inveja. E realmente, agora pensando bem, todos os dias que não são Natal são dias para se andar à chapada, e da grossa, daquela que aleija:
- Feliz Natal, irmão!
*POC* (efeito sonoro semelhante ao de uma couve-galega a ser passada por debaixo da roda duma camioneta)
- Mas...mas...porquê? Porque me dás tu um soco quando te desejo "Feliz Natal", deixando-me a escorrer sangue do nariz e com a escoriações visíveis ao nível da face? O facto de estar a cuspir sangue revela ainda a possibilidade de um ou mais dentes terem partido, ou pelo menos o segundo molar superior direito ficou lascado, que o sinto, por Deus". (peço desculpa mas não deu para fazer um vídeo e o único actor disponível é de uma companhia muito mázinha que anda agora na estrada a representar Gil Vicente).
- Ah! Isso foi ontem! Hoje é "Boxing Day"!
Pois é, muito engraçado, mas na verdade o "boxing day" - feriado nos países da Commonwealth mas para nós dia de trabalho; sacanas cheios de sorte e nós os patetas do costume, e a culpa é do maldito Tratado de Windsor, claro - é consagrado a Santo Estevão, ou como diz o povo, "santestevam". Por tradição, neste dia os patrões ingleses ofereçem a prenda aos seus assalariados, a que chamam "Christmas Box", portanto aqui "box" quer dizer "caixa" e não se refere ao desporto olímpico que consiste em dois indivíduos que mal ou nada se conhecem a andarem ali ao soco um ao outro até um deles ficar contundido, arriscando-se a lesões do crâneo com efeitos a médio ou longo prazo no córtex cerebral, em suma, aqueles que ganham muitas vezes mas também acontece perderem de vez em quando, ao fim de meia dúzia de anos estão ainda mais imbecis do que estavam quando decidiram abraçar esta fabulosa carreira - quando não estão a dar e a levar, estão abraçados a outro gajo qualquer e a chupar com o suor dele em cima. E depois Las Vegas, etc., enfim merda para esses gajos, digo eu.
Mas certamente já muitos leitores assistiram uma vez ou outra a cenas de pancadaria NO Natal, ou pelo menos POR CAUSA do Natal. Sim, não acontece só nos filmes, pois como se sabe "a arte imita a vida" (menos em alguns filmes do Tim Burton, David Lynch, Terry Gilliam e outros que tais, mas esses são malucos ou metem-se na droga, não liguem), e deve haver por aí muito boa gente a quem o espírito natalício provoca alergia. Agora que já passou o Natal, e não tarda nem meia dúzia de meses depois de saltar das palhinhas para Jesus ser traído, pisado, chicoteado, espetado, assado, cuspido, arrastado pelos cabelos, amarrotado e humilhado de mil e uma formas, todas aquelas imagens lindas sem as quais os seus seguidores não o adorariam, vou antecipar a minha orgia carnavalesca, e no mesmo dia fazer a Páscoa, sacrificar o cordeiro e besuntar esta merda toda de sangue, pá. E quando me apetecer, seja Ano Novo, Quaresma, Simão Sabrosa, ou 30 de Fevereiro, faço outra vez, pá, e as vezes que me apetecer, tónis. Esta embrulham vocês que o Pai Natal precisava do papel para limpar o cu à rena.
Recordo-me no Natal de 1991 de ter sido testemunha de um incidente, que foi um exemplo não de briga no dia de Natal propriamente dito, mas de uma discussão sobre o local onde iria decorrer a noite de paz, noite de amor, ai que me mijo todo com tanto azevinho pelo rabiosque acima. As protagonistas foram duas irmãs, uma delas vocês já conhecem de outras vindimas: Maria Cascagrossa, essa 'ganda lambisgóia escanifobética aguda, oblíqua, radical e horizontal. O que teria ela aprontado nesse ano de 1991, quando era menos velha, mas tanto ou mais relha? Certamente mais uma das suas garraiadas astrais, próprias de quem não passou por um processo de socialização e alfabetização contínuos, e encontrou a estabilidade emocional numa fase já adiantada da vida (chama-se a isto "resignação"), assim como um desaperto financeiro e algum conforto (dentro do mais "brega" que se pode imaginar, mas vindo de quem vem...), e tudo graças a um daqueles cursos "chave-mestra" - não servem para nada, não se aprende nada com eles, mas "abrem algumas portas" - que tirou a toque de cábulas e de copianço, em suma, tudo o que é permitido nesses cursos em horário pós-laboral que não são medicina nem engenharia, portanto ninguém vai morrer na mesa da cirurgia, nem lhe vai cair a casa em cima - do curso de Direito prefiro não falar, de tão "abstracto" que é o critério que distingue o circunspecto do vulgar chico-esperto.
Desta vez, numa tentativa desesperada de tentar endireitar a sua sempre (e até hoje assim continua) desmazelada vida, decide ir passar a Consoada a casa da sua nova sogra, com quem vinha mantendo uma relação de saudável desprezo mútuo. No processo opta por mandar a restante família à fava, independente de já ter tudo combinado com a mesma a menos de um mês (seriam duas semanas, ou nem tanto) do Natal. A súbita demonstração de afecto à até então sogra desavinda, qual declaração de amor à matriarca dos Montéquio feita de um balcão veronês, provocava-lhe uma descontração muscular excepcional ao nível do abdomén, tendo como consequência um relaxamento da musculatura (ou neste caso "celulitura") do esfíncter, descendo até ao períneo e provocando uma doce e cândida inércia do nervo pudendo, podendo este assim (f...-se, façam lá igual se forem capazes, c...) aliviar uma carga fecal monstra, lembrando um mamífero artiodáctilo - não tivesse a taxonomia de Cascagrossa degenerado numa sub-espécie suíniforme, e teria a graça de um hipopótamo adulto - não dava para fazer cábulas, pronto, paciência. Por baixo daquela fertilização não encomendada e fora de época estavam os Capuleto, família de Cascagrossa, apanhados de surpresa pela carga de trampa que vinha acompanhada da mensagem: "Montéquio e vai p'ra Cacilhas!" - e nem era preciso tanto, pois Cacilhas ficava a cinco minutos a pé desta Verona da pouca-vergonha.
Porta-voz da indignação estava a irmã de Cascagrossa, que expressou a sua indignação...esperem, não é esta a palavra...grunhiu a sua indignação...baliu a indignação...bramiu, carpiu? Urrou, ululou? Bem, seja o que for, levou resposta na mesma moeda. Atendendo a factores como velocidade, intensidade, acústica, pressão, frequência e amplitude, digamos que o verbatim, que durou uns respeitáveis 10 minutos, mediu-se a uma média de 500/600 decibéis por emissão - e informo os leitores que uma onda de choque produz 194 decibéis. Os gritos histéricos a que cada uma ia respondendo a cada desaforo da outra trazia a memória o fado vadio, na sua versão ao desafio. Só que aqui não era bem fado, era mais qualquer coisa entre uma banda norueguesa de "death-metal" cujos elementos, além de não saberem tocar uma única nota, tinham dormido mal, estavam com torcicolo e calçavam sapatos dois números abaixo do seu - em vez de Severa e Marceneiro, tinhamos Severos Mercenários. A Quercus anunciou no dia seguinte a migração inesperada e massiva das poucas espécies de aves que restaram após a sinfonia de horror que foi o choque da fominha negra com a tentativa de imposição forçada do fastio, com Cascagrossa a defender com unhas e dentes o seu desejo de badalhoquice naquela quadra, enquanto esbracejava ensandecida feita uma lula, tamanho era desaforo, e logo ali mesmo em frente ao J.R. da sua prospeção vulvária, o Miles Davis das suas trompetas de falópio, mestre do orgão de consola que só ele consola como um Jean Guillot, e quando aquilo assobia já cá não está quem falou. Se Mário Soares pejou pelo "direito à indignação", Cascagrossa defendia de olhos esbugalhados o "direito à esfoliação...clitorial".
No fim Cascagrossa saíu de cauda a abanar satisfeita por ter levado a sua rata a bom porno, perdão, a sua barca a bom porto (mesma coisa), prosseguindo na boa tradição leviana de quem pensa com os ovários e tem um zigoto onde deveria estar o cérebro. A cadela lá de casa (sim, estou a falar agora de um canídeo em concreto) aprendeu truques novos, em alternativa aos já mais que vistos "trepar pelas paredes" ou "uivar à lua", mas considerava estes "de difícil execução, tal é o grau de cio exigido". A irmã de Cascagrossa, que se dispôs ao papel ingrato de empata-fodas, de Torquemada da pinocada, de inquisitora-mór do amor com ardor, saíu com dois prémios: uma "merdalha ó-limpa-me" na modalidade de "a-cor-da-bacia e com-torto-é-se-o-mesmo", na sempre complicada disciplina de "meter o bedelho onde não é chamada", e ainda uma "menção horrorosa" do júri do Festival Regional de Cinema Ama-a-Dor de Canas de Senhorim. Em conjunto, as duas irmãs entraram para o Guindaste Búque dos recordes irrelevantes por terem vendido mais peixe em menos tempo; na verdade não foi nenhum apetite súbito e voraz por peixe que levou a freguesia a este mercado improvisado, mas a necessidade urgente de enfiar algo nos ouvidos para aliviar o ecoar maldito daquele chinfrim - houve mesmo quem indiferente às espinhas aguçadas tivesse perfurado os tímpanos, provocando surdez total e permanente, algo sempre posto como "preferível à alternativa, um mal menor". Os restantes participantes - mesmo que passivos e involuntários - nesta palhaçada, também ficaram a ganhar, pois aperfeiçoaram uma técnica de ioga que muitos julgam impossível de executar, e só deram por isso enquanto saíram pela porta...cagando e andando.
E foi assim que Maria Cascagrossa regorgitou em papel higiénico usado mais uma gosmenta página a cheirar a bedum da marcha infinita a caminho do clímax orgasmal da hipocrisia, da falsidade, da forma mais baixa, reles e repugnante de vida à face da Terra desde o aparecimento do primeiro microorganismo eucariótico, unicelular e heterotrófico; se existe um Deus, já terá vazados as vistas com um ferro em brasa após ter consciência do mal que criou, que faz do pecado original, dos últimos dias de Sodoma temperados com dilúvio e levados a lume brando com os Sete Cavaleiros do Apocalipse parecer uma passeio na praia com o amor da nossa vida ao som da nossa música favorita. Mas escutai, ó infiéis, que Leocardo, qual Fernão Lopes dos danados, cuidará de deixar escrito, nem que em sangue sobre a sua clavícula cortada em finas lâminas a servir de papiro, as desventuras de Cascagrossa, e nem todo o enxofre dos infernos me vai deter. Ahahahah! Aguardai em breve a fábula do 1 de Maio, ocorrida no Estádio com o mesmo nome. E vós, Cascagrossa, garante que seguirás rigorosamente a receita aviada, e não é "comer caldinhos" que está lá escrito, mas sim "comer caladinha". É que este "post" é a versão "softcore" do original. Uahahahahah!!!
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