sábado, 13 de setembro de 2014

Um mata, outro esfola



Um professor de Geografia do Rio de Janeiro levou o seu apoio à causa palestiniana ao ponto de isto lhe custar o emprego. O professor, cujo nome não foi divulgado, leccionava no conceituado Colégio Andrews, na zona sul da capital carioca, e foi alvo de queixa de alguns dos pais dos alunos de uma turma do 8º ano, por ter colocado num teste aquela questão que vemos acima: quem são piores, os nazis ou os judeus? A pergunta era colocada nestes termos: "Conforme é sabido, os judeus foram perseguidos por Hitler durante o nazismo. Actualmente, um determinado povo é tido como vítima dos israelitas, tendo que viver controlado por Israel. Eles chegaram a invadir terras e a assassinar. Quem será pior, nazis ou judeus?" - ilustrado com um "cartoon" que circula pela net. Uma pergunta pertinente, sim senhor, muito "in the spot", mas que talvez ficasse melhor numa conversa entre os círculos intelectuais que o professor frequenta do que numa prova de Geografia (?) do oitavo ano. Que raio de questão é esta, que além de descabida não há sequer a possibilidade de dar uma resposta objectiva? Pode-se tanto responder: "Os nazis, porque os israelitas não fizeram sabão com os palestinianos", ou "Os judeus, para que se veja como esta peste se reproduz e ataca quando se deixam alguns de fora do forno crematório" - esta seria a resposta do menino Adolfinho, o "sapeca" da turma. O que eu continuo é sem entender esta mania das pessoas que nada têm a ver com o conflito continuarem a puxar por uma das partes, como isto se tratasse de uma partida de futebol. É óbvio que isto só acaba quando os dois lados se aniquilarem mutuamente, e com vocês aí a meterem-se na contenda é que não vai dar. Quanto ao professor, além de ser despedido ainda teve que apresentar um pedido de desculpas. O que vai fazer agora para poder comer e pagar as contas é que não faço ideia, e possivelmente todos os colégios no Rio de Janeiro já têm conhecimento da identidade do autor da "gracinha". Olha, os tipos da ISIS não estão a contratar? Aí está uma boa perspectiva de emprego, e assim junta-se a o inútil ao desagradável.

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