sábado, 24 de maio de 2014

Crueldade intolerável



Esta na imagem é Alyssa Funke, uma jovem de 19 anos que pôs termo à vida após ter sido exposta à crueldade do "bullying", e à constante humilhação a que a facilidade e a rapidez de como vamos tendo cada vez mais acesso à informação e menos direito à privacidade nos vai expondo nos dias que correm. Alyssa era uma estudante exemplar que teve uma infância difícil; o pai foi preso for fraude, e a mãe voltou a casar, mas seria detida juntamente com o segundo marido por tráfico de droga. Isto nunca a desmotivou em prosseguir os estudos, e depois de terminar o ensino secundário o ano passado, concorreu a uma vaga na Universidade do Winsconsin, que aceitou a sua candidatura, mas a dependência da segurança e da generosidade sasonal de alguns parentes mais próximos não eram suficientes para financiar essa ambição. Foi aí que Alyssa ouviu falar do "website" Casting Couch-X (precisam de ter mais de 18 anos para entrar), que paga "à cabeça" por vídeos de apresentação de jovens que pretendam enveredar pela carreira de actor pornográfico, e promete divulgá-los na perspectiva de uma lucrativa carreira na indústria. Junto com o vídeo, a jovem usou um nome falso e apresentou-se desta forma: "Sou Stella Ann. Tenho 18 anos, sou do Minnesota, e eu estou realmente ansiosa para começar. Quero ser uma grande bióloga, com especialização em química, e também desejo ser uma anestesista". O problema é que os ex-colegas do liceu onde estudou até ao ano passado encontraram o vídeo, divulgaram-no, e Alyssa passou a ser alvo de chacota, recebendo constantemente mensagens insultuosas nas redes sociais. Em alguns casos recebia convites de estranhos a quem tinha sido dito que "era uma prostituta", e "aceitava dinheiro em troca de sexo". Não foi preciso muito tempo para Alyssa começar a sofrer de depressão, e duas semanas depois dos insultos começarem, foi dar um passeio de barco com os seus tios em Stillwater, Minnesota, onde colocou o cano de uma caçadeira na boca e disparou. A polícia está a investigar o caso, e tem esperanças de usar as mensagens insultuosas como prova de "assédio criminal". Espero que sim, que se castiguem estes engraçadinhos que não entendem que este tipo de brincadeiras terão graça no máximo uma vez - e neste caso nem isso.

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