quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Benfica de Macau despede Dani


É a notícia do momento no futebol do território: a direcção do Benfica de Macau dispensou os serviços do treinador Daniel Pinto, mais conhecido por "Dani", aparentemente devido aos resultados desportivos das equipa de futebol de 11 sénior, que na Liga de Elite soma uma vitória, um empate e uma derrota nos três jogos disputados até ao momento. Dani assumiu o comando técnico dos encarnados a 15 de Janeiro, substituíndo então Paulo Bento, que tinha regressado no final do ano passado para substituir Bruno Álvares, o técnico que na temporada passada levou o emblem da águia ao 2º lugar do campeonato. Dani, com um currículo que o precede, tanto como jogador e como treinador, orientou a equipa do FC Porto de Macau na Liga de Elite durante três épocas, obtendo um meritoso 2º lugar em 2011, apesar de um orçamento de contenção. Esta "chicotada psicológica" - fenómeno raro em Macau, quer pela dimensão da divisão principal, quer pelas evidentes diferenças que existem entre os plantéis do topo e os restantes - aparece depois do Benfica ter vencido a Polícia por 1-0, empatado a zero com o Ka I, e perdendo 1-2 com o Monte Carlo na jornada passada. Apesar da exibição pouco convincente frente à formação da PSP na ronda inaugural, os homens de Dani conquistaram os três pontos, e nos jogos seguintes defrontaram outros dois candidatos ao título - em teoria, pelo menos. Um empate com o Ka I e o resultado negativo frente aos actuais campeões por apenas um golo são resultados facilmente rectificáveis na segunda volta, e o próprio Monte Carlo desperdiçou também cinco pontos na jornada inaugural. Em retrospectiva, uma decisão um tanto ou quanto precipitada dos responsáveis da filial do clube da Luz em Macau.

Muito se tem falado de um certo mal-estar interno no Benfica de Macau, de dirigentes sem experiência, e e de egos inflamados. O clube insere-se num projecto ambicioso, e que em apenas poucos anos desde o seu arranque conseguiu ser vice-campeão da divisão principal, ficando apenas um ponto do título, e fazendo uma segunda parte do campeonato totalmente vitoriosa. Faltou apenas uma escorregadela do Monte Carlo. Este ano com uma liga mais equilibrada, não seriam de esperar as mesmas facilidades, pois apareçeram outras equipas que investiram no seu plantel, como é o caso do Sporting, e até agora do Chao Pak Kei, que até ver, são as duas equipas sensação da prova, ocupando os dois primeiros lugares da tabela classificativa. Os numeros não mentem. Despedir alguém do calibre de Dani, uma das maiores autoridades do futebol de Macau, e que o conhece por dentro e por fora, só pode ser entendido como uma arrogância de quem anda a brincar aos futebóis e aos presidentes de clubes de futebol. O pior é que os próprios adeptos do Benfica, do original, o da Luz, voltam as costas a este "júnior" macaense, e quando é assim, o propósito deste projecto perde muito do seu sentido. Benfica, Sporting e o extinto FC Porto de Macau tinham sobre equipas como o Lam Pak (também extinto), Monte Carlo, Ka I e outros a vantagem de ostentarem na camisola um emblema querido de muita gente, e que apenas por isso fica a torcer para que ganhe. Separar a instituição Benfica, com uma capacidade agremiadora histórica de um projecto chamado "Benfica" é deitar a perder uma excelente oportunidade, até de elevar a qualidade da liga do território, onde a fracas assistências são um dos motivos que a impedem de evoluir. Talvez seja a hora dos tais "dirigentes" abrirem os olhos, e como dizia um certo presidente da sede lisboeta (por acaso este de má memória para os adeptos): "Com o Benfica ninguém brinca".

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