sábado, 28 de setembro de 2013
Vespas...gigantes...assassinas...é o fim
Quando se fala de picadas de abelhas e de vespas, sinto calafrios a percorrerem-me a espinha, pelo que esta notícia assume para mim contornos especialmente assustadores. O facto de estar a menos de dez mil quilómetros da acção preocupa-me, e temo que isto me venha a tirar o sono. Aliás, já cuidei que todas as janelas que dão para a rua estão hermeticamente fechadas, e renovei o meu estoque de Raid Max, de modo a poder responder a ataques de criaturas aladas proveninentes do reino dos insectos, o mais nojento à face da Terra. Acontece que na China, aqui mesmo ao lado, a menos de vinte minutos de carro ou de táxi da minha casa e da casa do prezado leitor, há pessoas A MORRER devido à picada de VESPAS GIGANTES! Repito: VESPAS GIGANTES!
Se ainda não foi a correr esconder-se debaixo da cama com o telemóvel para ligar à Protecção Civil (era igual ao litro, estes só querem saber de tufões), para perguntar em voz sumida o que fazer perante o ataque destes insectos do demo, não vão eles escutar a voz e perceber a presença de humanos através das vibrações do som, acalme-se: não é assim tão grave. Estas "vespas gigantes", ao contrário do que o nome sugere, não são do tamanho de helicópteros. No reino dos insectos considera-se "gigante" qualquer coisa maior que uma moeda de uma pataca, e estas vespas tem no máximo cinco centimetros de comprimento, e a medida de uma extremidade à outra das asas, quando abertas, não ultrapassa os seis centímetros. O ferrão que deixam na sua vítima terá qualquer coisa como seis milímetros, mas possui uma potente neurotoxina capaz de matar, ou de deixar um humano adulto em muito mau estado. É no veneno que estas vespas são realmente "gigantes". São assassinos de asas às riscas pretas e amarelas.
Esta espécie de vespa tropical é comum em países e regiões como a Russia, Coreia, Taiwan, Indochina, Nepal, India, Sri Lanka, Japão e, lá está, China. Normalmente atacam abelhas ou outros insectos mais pequenos e inofensivos, mas nos últimos três meses têm-se intensificado os casos de ataques a humanos. Só na província de Shaanxi foram registadas 28 mortes e centenas de feridos desde o início do Verão! A neurotoxina, que como já referi é ultra-potente, e provoca não só anafilaxia imediata - a reacção alérgica ao veneno dos insectos, caracterizada por inchaço dos músculos e da região facial - como também nos dias seguintes pode levar a alterações drásticas no metabolismo, causando insuficiência em alguns orgãos vitais, como os rins, podendo mesmo levar à morte! E ninguém se pode dizer imune a este cenário dantesco; entre as fatalidades estão os mais resistentes, que não são alérgicos a porra nenhuma. Quem for picado deve dirigir-se de imediato ao hospital, ou à casa mortuária, conforme o que sentir no minuto seguinte à ferroada. E mesmo que opte pelo primeiro, as chances são de 50/50.
As vespas gigantes têm atacado sobretudo as populações das regiões rurais, e mesmo alguns cidadãos oriundos das cidades que se aventuram pelos bosques onde as malditas fazem os seus ninhos, alguns deles capazes de albergar centenas de residentes. O insecto é sensível aos cheiros da comida e dos cosméticos, pelo que embrenhar-se numa mata onde existam vespas gigantes mastigando uma sandes de presunto a caminho de uma "performance" de ópera chinesa, tendo optado por vir previamente maquilhado de casa, é como uma sentence de morte. Os cientistas dizem que o aumento da agressividade se poderá dever a uma mutação genética, própria da evolução de todas as espécies, desde as amoebas à baleia azul. No caso destas vespas, resolveram evoluír para pior, para nos chatear, como se já não tivessemos pragas, pestes e outras porcarias que chegassem. É um aviso da mãe natureza, meu caro leitor. A humanidade já podia contar com ela própria para se auto-destruír, mas tudo indica que nesta luta contra nós próprios, os reforços vêm a caminho.
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