quinta-feira, 21 de março de 2013
Os imbróglios dos monopólios
1) Abstive-me de comentar as declarações de uma vice-presidente da CTM, a concessionária das telecomunicações em Macau. Isto porque da CTM nada de bom pode chegar, e é sem surpresa que uma das suas mais altas responsáveis vem com uma desculpa esfarrapada para justificar a lentidão do serviço de internet. Pois é, os cibernautas macaenses, apesar de pagarem um dos serviços de internet mais caros do mundo, são também eles culpados da sua mediocridade. Ora porque navegam em "sites estrangeiros", ora porque "fazem muitos downloads", e logo de filmes e músicas. A senhora não quis ir tão longe, mas presumo que o facto destes downloads serem na sua maior parte "ilegais", só vem agravar as coisas. Não é culpa da CTM que os utlizadores desbaratem bytes de capacidade em filmes e músicas, ou que naveguem em sites "estrangeiros". Se calhar deviam limitar à navegação às páginas da CTM ou do Governo de Macau, ou outras páginas locais inanas, que apesar de tudo têm notícias, têm "chat" e têm joguinhos. Querem mais o quê? Assim temos um serviço de internet ao nível da Coreia do Norte, quando podíamos estar tão bem ou melhor que mesmo aqui ao lado, em Hong Kong, onde a "net" é uma das mais rápidas e baratas do mundo. Estão de parabéns, estes senhores. Renovem-lhes a concessão mais vinte anos, que eles até merecem, coitados.
2) Recebi a conta da electricidade no início do mês, como é costume, e a data limite de pagamento das 120 patacas referentes a Fevereiro era 14 de Março. Confesso que me desleixo um pouco, e costumo pagar poucos dias antes desse limite, e sempre por serviço ATM. Paguei a 13 de Março ao final da tarde, e não pensei mais nisso. Na terça-feira abri a caixa do correio, e para surpresa total encontrei uma 2ª via da conta, ou "Aviso falta pagamento" (sic), como vem escarrapachado na factura. Já com os azeites, liguei para a "Linha info" (2833912, com atendimento em cantonense, mandarim e inglês, mas sem português) onde me foi explicado que o envio do aviso se deveu ao facto do dinheiro ser depositado apenas na conta da CEM "no dia seguinte à operação bancária". Achei este facto irrelevante, uma vez que efectuei o pagamento um dia antes da data limite, pelo que a justificação é completamente descabida. A mensagem que se transmite aqui pela companhia de electricidade é que uma vez que o consumidor está em vias do incumprimento, vamos já mandar um aviso, "just in case". Isto apesar da primeira factura já conter o aviso da data de suspensão do serviço em caso de falta de pagamento - não precisavam de se repetir. A simpática jovem do outro lado da linha pediu-me para "ignorar" o aviso. Claro, não custa nada. Primeiro chamam-me "ladrão", depois pedem desculpa e fica tudo bem. Aguardo as cenas dos próximos capítulos, quando me cobrarem dez patacas extra na próxima factura por "atraso de pagamento" no mês anterior. E aí, o que devo fazer? "Ignorá-los" e pagar dez patacas a menos? E quem é o ladrão, afinal?
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