segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Os Oscares à lupa


Foi uma cerimónia dos Oscares interessante, aquela que se realizou ontem à noite (esta manhã em Macau), no Kodak Theatre em Los Angeles. Mais uma vez acertei em quase todas as previsões (9 em 11), e errei apenas no melhor realizador, que foi mesmo Tom Hooper em “The King’s Speech” e no melhor filme estrangeiro. "The King's Speech" foi o grande vencedor da noite, com os Oscares para melhor filme, realizador, actor principal e melhor argumento original. "Inception" ganhou igualmente quatro estatuetas, mas em categorias técnicas (som, efeitos visuais, etc.) e "The Social Network" ficou apenas com o prémio para melhor argumento adaptado como prémio de consolação. O grande derrotado da noite foi o filme "True Grit", que não venceu em qualquer das 10 categorias para que estava nomeado.


Quanto à cerimónia propriamente dita, foi cheia de humor, boa disposição e até um incidente de linguagem. Melissa Leo foi aceitar o Oscar de melhor actriz secundária em “The Fighter” das mãos de Kirk Douglas (ainda vivo), e disse aquilo que os americanos se referem à “F-word”, que é muito mal visto uma transmissão em directo para centenas de milhões de telespectadores no mundo inteiro. David Seidler brincou com o incidente quando foi receber o Oscar para melhor argumento original em “The King’s Speech”.


O vencedor do Oscar para melhor documentário, “Inside Job”, recordou que três anos depois do colapso da economia, provocado por “fraudes massivas”, ainda não há um único executivo financeiro preso. Uma mensagem forte, que foi talvez o propósito de atribuir este Oscar a um filme sobre a crise financeira de 2007-2010. São os americanos novamente com aquela mania de mostrar que são os maiores a denunciar fraudes ou injustiças, mas depois são às vezes os primeiros a cometê-las (ou no cu metê-las).


Na categoria de filme estrangeiro, “In a better world”, da Dinamarca - o terceiro filme deste país nórdico a ser distinguido, depois de "A Festa de Babette" em 1987 e "Pelle o Conquistador" no ano seguinte. Este filme conta a história de um médico que passa o seu tempo entre a sua cidade natal, na Dinamarca, e o seus conflitos interiores, que os leva a precisar de escolher entre a vingança e perdão, um filme forte e melodramático. São estes temas que normalmente a Academia reconhece nos filmes estrangeiros, que tenham um carácter humano, humanitário ou humanista. “Fala com Ela” de Almodôvar e “Mar Adentro” de Alejandro Amenabár são outros bons exemplos. Isto pode ser óptimo, pois dá-nos a oportunidade de conhecer bons filmes que estão fora do circuito normal (“As vidas dos outros”, de 2006, foi um delírio), mas é ao mesmo tempo um pouco redutor. Qualquer filme que não seja sobre uma desgraça qualquer tem poucas ou nenhumas hipóteses de ganhar.


O único momento que fica para a história de 83 anos da Academia foi quando Natalie Portman subiu ao palco para receber o Oscar para melhor actriz (uma das grandes certezas da noite, aliás). Se estivesse lá o Carlos Mendes cantava “Natalie dos Olhos Doces”, uma vez que a actriz judia vinha “grávida de esperança”. Pena que está apenas grávida de seis meses, pois tivesse entrado ali em trabalho de parto e era a cereja no topo do bolo: no mesmo dia um Oscar e um filho. Podia chamá-lo Oscar, se fosse rapaz. E depois vergonha para a Academia! Fez um grávida chorar! (Estou só a brincar, antes que chovam comentários parvos).


James Franco e Anne Hathaway foram excelentes como apresentadores, e Franco (que brilhou num vestido de Marilyn Monroe) parece ter muito jeito para a coisa. É jovem, bem parecido e bem mais engraçado que, por exemplo, o Billy Cystal, de quem o Álvaro Costa diz ter saudades. Sinceramente é refrescante ter alguém que faça um humor ligeiro e ao mesmo tempo incisivo, moderno, sem precisar de recorrer a expedientes parvos ou anedotas de psicanalistas. Veja aqui a lista completa dos vencedores.

6 comentários:

  1. Lá está,o Leocardo é especialista em cinema,já podia trabalhar como crítico de cinema como aqueles gajos do jornal expresso.

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  2. Mas a dizer que filmes como "Chariots of Fire" ou "The English Patient" são filmes chatos era capaz de não ir longe. No fundo, o Leocardo gosta mesmo é de filmes de porrada.

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  3. Como se os gostos e opiniões deste Leocas fossem Lei.
    Bela merda

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  4. É quase impossível discutir o que quer que seja neste blog sem que apareça alguém aos palavrões ou a dizer disparates. Assim não vale a pena. E é pena (passe o pleonasmo), porque o Bairro do Oriente é uma óptima fonte de informação sobre o que se passa em Macau e não só. Mas era capaz de ser boa ideia começar a limpar todos os comentários sem nível que aqui aparecem, sob pena de só aparecerem aqui comentários abaixo de cão.

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  5. Concordo e não concordo com o anómimo das 21h24,concordo em apagar todos os comentários insultuosos e com palavrões aqui no blog mas por outro lado também não concordo em tirar em apagar estes comentários se eu fosse o leocardo,é que são precisamente estes comentários de merda que alimentam os blogs e os jornais online,um começa a insultar,o outro responde na mesma moeda,depois todos a "molhada" online e assim há cada vez mais audiencia.Muitos que estão a insultar online são pessoas frustadas que não tem nada oara fazer na vida e então insultam online e passama vida online.Basta ver os jornais online de portugal,tantos comentários online,a maioria deles são desempregados de certeza e por isso passam a vida online,é um vicio.

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