quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
O mistério do presépio
Enternecedor, o presépio junto à Igreja da Sé. Ao contrário do presépio da Praia Grande, ali atirado no meio da estrada em frente ao New Yaohan, quase inacessível, o presépio da Sé surpreende os transeuntes, que ali se detêm a fotografar ou simplesmente a contemplar. Uma vez na escola fizemos um presépio, e eu trouxe uma ovelha, assim como a maioria dos meus colegas. Existiam umas vinte ovelhas, já que quem trazia o Menino, o José ou a Maria eram os meninos betinhos. (Trouxe também uma pedra com musgo que encontrei no chão. A professora pediu-nos para trazer "musgo", mas não havia nenhum na mercearia lá da rua). Mas pronto, fiquei farto de presépios logo ali, mas admiro sempre a arte natalícia quando é bem feita.
O burrinho e a vaquinha, por exemplo, são personagens de que muito pouco se sabe. Primeiro nem percebo porque se chamam "vaquinha" e "burrinho" em vez de simplesmente "vaca" e "burro", mas há mesmo que escreva Vaquinha e Burrinho, assim com maiúsculas, da mesma forma que se referem a Ele (vocês sabem quem). Mas quem eram este burro e esta vaca? Como se chamavam? O que faziam ali, no nascimento do Salvador? Eram propriedade de José e Maria? Ou eram "da casa"? Isto dava matéria para um novo Código Da Vinci.
O Menino Jesus, referido a partir de agora apenas por Jesus, é sempre representado por um querubim, um anjinho loirinho, coitadinho. Isto apesar de José e Maria serem judeus do Oriente médio. Seria Jesus afinal sueco ou alemão? Porquê esta obsessão pelo Jesus ariano? Seria menos comercial ou mais assustador se tivesse cabelos pretos e tez escura? Provavelmente sai ao Pai. Não a José (aqui envelhecido e careca), mas AO PAI! Reparem como a Maria é também loira (apesar de ser, repito, judia da Palestina). Seria de linhagem Viking? Chamem já o prof. Robert Langdon!
Um cenário que nos transporta até aos verdejantes prados holandeses ou até aos alpes suíços. Em cima vemos a Dutch Lady, de olhos azulíssimos, mas que leva fruta em vez de baldes de leite fresquinho. Em baixo temos a Heidi e o Pedro, tal como Johanna Spyri os idealizou. Falta só o avô (será um dos reis magos?). Não se entende muito bem que papel desempenham estes personagens no presépio clássico.
O camelo, aqui a destoar um pouco da cena pastoril. Talvez um lembrete de que estávamos em Belém, na Judia, em pleno deserto, e enfim, há presépios que têm até neve! Cai neve na terra prometida.
And finally, Snoop Dogg as Melchior, the Magi. Desculpem mas não consegui resistir a fazer esta piada. Os três magos zoroastras que visitaram Jesus (a data difere, mas é muito provável que não estivessem lá quando Jesus nasceu) são normalmente representados por dois velhinhos brancos e um negro, todos com coroas na cabeça, o que deu erradamente a entender que se tratavam de três reis. Mas este Belchior está mesmo muito parecido com o Snoop Dogg.
Recomendo que visitem este presépio, e também o do Edifício do IACM, cujas fotografias prometo trazer aqui um dia destes.
E boas festas!
Bah. O Buda também é indiano e nos templos aí de Macau ele tem os olhos em bico...
ResponderEliminarO Buda não era indiano, anónimo das 17:09. O Buda nasceu no que é hoje o Nepal.
ResponderEliminarA isto se chama profiling, mas rasteirinho ao nível de quem não sabe para mais.
ResponderEliminarSeguindo esta lógica leocardiana, quando o Leocardo passa na Amadora e vê um negro pensa logo: olha um turista! Pois um negro não pode habitar ali na Amadora. Não faz sentido.
Quando o Leocardo viu reportagens do Mundial na África do Sul e viu loirinhos lá no fundo pensou: olha turistas! Pois ali só podia estar negros.
Mais do mesmo a ver se subimos as audiências.
Claro, e há dois mil anos era comum encontrar loiros de olhos azuis na Judeia. Foram lá ver o campeonato do mundo de 200 b.C. e por lá foram ficando.
ResponderEliminaraqui há uns aninhos havia o ladrão dos presépios na baixa de Coimbra.
ResponderEliminarFodeu-se.
Olha,ontem em Lisboa roubaram a virgem do presépio,ano passado foi o burro,só espero que não roubem esta semana o jesus porque se roubarem a P.J já sabe que foram os benfiquistas que roubaram :)
ResponderEliminarO anónimo das 17:29 não fez mais do que mostrar a sua ignorância. Talvez até pense que há 2000 anos também já havia macaenses...
ResponderEliminarQuem não sabe o que é 1 macaense,das duas uma,ou é burro ou então nunca esteve em Macau.
ResponderEliminarem Portugal um macaense é um "macauense"...
ResponderEliminarnão subestimem a ignorância do povão....
Pachorra para a burrice deste gajo...
ResponderEliminarEntão a origem europeia ou traços europeus em quem nasceu nesta zona era impossível?
Só para quem ignora que a zona da Galileia era a principal zona de acesso a África aos comerciantes da zona nomeadamente árabes, arameus, africanos, persas, indianos, ROMANOS e GREGOS. E só para quem ignora que as origens dos persas e dos indianos remontam aos arianos, um subgrupo de indo-EUROPEUS, que se estabeleceu no planalto iraniano desde o final do terceiro milénio a.C., e por volta de 1500 a. C., disseminou-se pela Índia, Pérsia e regiões adjacentes, nomeadamente Israel.
Está explicada a presença de povos com traços europeus na zona ou você, burro, vai continuar a insistir que as migrações de raças só aconteceram quando os aviões começaram a descolar dos aeroportos?
está a falar para quem, camarada??
ResponderEliminarLeocardo poupe-me:
ResponderEliminarrecuso-me a votar no seu inquérito ridículo e machista, é realmente lamentável ver o seu nível pessoal.
perdeu uma leitora.
Comerciantes era gente que ia e voltava. O preconceito em relação a outras raças, há 2000 anos, era grande, e não havia miscigenação. Essa só começaria 1400 anos depois, com os portugueses (talvez a única coisa - ou pelo menos a maior - que os portugueses se podem orgulhar de ter ensinado ao resto do mundo). Por isso, não, também não havia ainda brancos na África do Sul nem pretos na Amadora. Já vi que sabe história, esquece-se é dos pormenores. Obviamente que o Menino Jesus e respectivos pais branquinhos são uma invenção europeia. Na altura, figuras de tão alta importância, nas cabeças europeias, só podiam ter aspecto europeu.
ResponderEliminarÓ Leocardo, ponha aqui a seguir um inquérito sobre as preferências das leitoras, que vai ver que a leitora perdida volta num instantinho. Para certas mulheres, sobretudo portuguesas, até gostar de gajas e admitir preferências é uma coisa machista. Não há paciência para as aturar. E depois ainda se queixam que muitos homens prefiram as asiáticas...
ResponderEliminarEste Leocardo quando se poê a inventar é um palerma: então se a manjedoura não era deles, OBVIAMENTE que a vaca e o burro... também não.
ResponderEliminare é vaquinha e burrinho porque parecia mal ás beatas da Igreja dizerem vaca e burro, que são, na verdade, "palavrões".
ó anónimo das 7:16: penso que se isso acontecesse, os homens portugueses não íam gostar do resultado....
ResponderEliminar"o presépio da Praia Grande, ali atirado no meio da estrada em frente ao New Yaohan" esta' dentro e virado pro jardim, se tirares a peida de casa poderas' ver que ate' esta' + completo que o da Se'
ResponderEliminarAnónimo das 17:23, Buda era um príncipe, Siddharta Gautama, que de facto nasceu naquilo que é actualmente o Nepal, mas pertencia àquilo que era a Índia. Buda nasceu na "parte setentrional" da Índia.
ResponderEliminarO que não faz dele um indiano escuro como a maioria. Na zona em que nasceu, é muito natural que não fosse parecido com a maioria dos indianos e que tivesse os olhos mais rasgados do que estes.
ResponderEliminarestou a gostar do tom Ateu da conversa.
ResponderEliminarTer olhos rasgados não quer dizer que seja chines,há muitos ocidentais com olhos rasgados.O Deco não é chines que eu saiba.
ResponderEliminarE o que é que isso tem a ver com o que se está aqui a discutir, anónimo das 19:54? Sabe ler?
ResponderEliminaré um cristão-palerma, o das 19:54....
ResponderEliminaré triste ver que não há argumentação para ele....
a sorte da "santa" Sé, é que 90% dos cristãos nunca leram a bíblia... especialmente as mulheres, se a lesse.... ui! então as feministas....
ResponderEliminara profissão em que me faz mais confusão haver fiéis, ( além de médicos ), é a advocacia...
enfim... quando não se sabe, deve ter sido deus...
Eheh. Boa, essa.
ResponderEliminare mais, Deus SABIA que que a Eva e o Adão íam comer a maça... logo, ele é que tem a culpa.
ResponderEliminare como é sacrifício a crucificação de Jesus quando ele ressuscitou?
esta é para os advogados e similares....
inspectores da jota, também....
há que reflectir Sociedade.... a ONU acaba de "discriminalizar" execuções sumárias para gays e lésbicas nos países Islâmicos por causa do Corão...
é isto que queremos?
Eu não. A única coisa que eu quero é que a ONU se foda.
ResponderEliminarsó a ONU?
ResponderEliminarA ONU, a UE, a NATO, os EUA e quase tudo quanto é sigla.
ResponderEliminarAnónimo das 13:45, não sabia que você trabalha para o serviço nacional (melhor, internacional) da estatística.
ResponderEliminarQuanto à Bíblia, lê-a melhor, que é melhor (passe a redundância).
lá está a táctica do costume no das 14:38...
ResponderEliminarmandar ler "melhor"....
amigo, essa comigo não cola.... o que está lá escrito é muito claro..
por ex: morte aos gays, ás crianças reguilas e ás mulheres adúlteras e que casem já "rotas"....
também podemos falar da arca de noé, é interessante, quer?
e já agora: 25 de Dezembro é uma data inventada, até os estudiosos do Santo livro o admitem.
há que acordar.
Anónimo das 16:08, a data não é inventada, ela já existia. Os romanos festejavam o solstício de Inverno invocando Natalis Solis Invictis, o deus romano do sol. A Igreja cristianizou essa data por não saber quando foi que Jesus, o "Sol da Justiça" como está escrito, nasceu. E graças a isso temos agora o Natal, um feriado para todos, crentes ou não crentes.
ResponderEliminarQuanto aos seus conhecimentos bíblicos, a sua aplicação deriva da interpretação. Também está escrito de forma muita clara que quem não acredita será condenado e não é por aí que as pessoas vão passar acreditar. Portanto, não vale a pena pegar nos exemplos que deu, porque se serve para umas coisas, também têm de servir para outras.
Quanto à Arca de Noé, tal como muita coisa escrita, tem simbologismo. Não deixa no entanto de ser curioso haver pessoas que tentam explicar cientificamente que tal dilúvio terá mesmo acontecido (talvez correspondente à época do degelo).
Que grande táctica.
o anónimo das 16:21 é um apologista profissional....
ResponderEliminarLeiam antes o Alcorão, é mais sensacionalista.
ResponderEliminarmuito bom, anónimo das 21:27...
ResponderEliminarLeiam é tudo de empreitada: Bíblia, Alcorão, Tora e o que mais houver. Ficam a perceber o mesmo, mas pelo menos podem dizer que lêem.
ResponderEliminarO Alcorão é mais fixe mesmo, sobretudo para quem é machista.
ResponderEliminarO Antigo Testamento também é jeitoso...
ResponderEliminarO Antigo Testamento é a Torá judaica, portanto isso é com os judeus.
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