quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Democracia e subsídios
1) Em Macau sente-se agora mais que nunca a necessidade de democratização do sistema. Esta vontade não é determinada por nada de especial nem por ninguém, mas é um efeito da "evolução das mentalidades". É tão inevitável como a gripe sazonal. Só que neste pequeno enclave à beira-mar plantado bebe-se o chá chinês e comem-se as sopas ocidentais com a mesma vontade, e a democracia é considerada uma "mudança". E para quê mexer em equipa que se ganha? De quando em vez lá aparecem figuras reputadas da nossa sociedade a lembrar que a democracia, as eleições directas e o sufrágio universal encerram um série de incertezas, de sal que pode desiquilibrar o frágil balanço do rio de água doce que aqui corre suavemente por debaixo das pontes. A deputada Angela Leong On Kei, eleita pelo lobby casineiro, é a primeira a considerar que a democracia é uma espécie de caixa de Pandora. Os grandes interesses económicos tremem ao primeiro sinal de mudança: se as coisas estão a "correr bem assim" (muito bem para eles) para que é que precisamos da "democracia"? Angela Leong faz comparações com Hong Kong, onde o processo de democratização se encontra já em marcha. São "realidades diferentes". A sra. deputada já tinha dado provas do seu patriotismo e abnegação (?) a Macau ; já tinha criticado os americanos no passado (pois...) e agora vem dizer que "não se deve avançar só porque Hong Kong já avançou". Com isto a sra deputada eleita está a passar um atestado de burrice à população, deixando entender que "por enquanto" é melhor manter a lei do chicote. Se a população, ou pelo menos parte dela, "não está preparada para a democracia", que tal começar pelos que estão? Certamente existe uma grande franja da população com educação superior, mais ou menos inteligente e com opinião formada. Começava-se por aí, em jeito de experiência, que tal? Um argumento que não é despeciendo é o da "estabilidade". Gostam mais da democracia ou dos bolsos cheios? É que o desenvolvimento do regime político deve ser feito "progressivamente" (leia-se "muito devagar e de preferência parado") de modo a "salvaguardar os interesses económicos dos cidadãos (leia-se "sempre os mesmos"). Somos uns sortudos quando temos estes guardiões e guardiãs da estabilidade e do progresso de Macau que aparecem no hemiciclo usando adereços no valor de milhões de patacas.
2) Na sessão de ontem da AL os democratas voltaram a marcar pontos (na minha opinião). Primeiro numa incursão pelo estado da corrupção, que pode seguir aqui nesta excelente e hilariante reportagem de Hélder Beja no Ponto Final, e depois pela intervenção de Au Kam San sobre o aumento do subsídio de residência dos funcionários públicos. Esta é uma decisão no mínimo estranha, pelo menos em grau e género. Se há funcionários a receber subsídio de residência porque têm hipoteca ou renda de casa para pagar, faz todo o sentido: a administração tem o dever de cuidar dos seus, como fazem também muitas empresas, umas melhor, outras menos bem. Admite-se que se aumente o subsídio de residência das actuais 1000 patacas para as 1500, o que mesmo assim não chega para usufruir de uma habitação digna desse nome. O que não se entende é a decisão da administração de extender o subsídio, repito, de residência a quem nãp tem encargos com a habitação. É verdade que têm outros encargos como o condomínio ou o parque automóvel, mas assim o ideal seria deixar de lhe chamar "subsídio de residência" e chamá-lo outra coisa qualquer. Se 14 mil funcionários vão passar a receber 1500 patacas em "subsídio de residência", isto significa que pelo menos 20 milhões de patacas vão sair dos cofres públicos mensalmente. Mudar o nome do subsídio não ia custar nada.
Conheço uma democracia que, por ser tão democrática, está mais que falida...
ResponderEliminarComo é que a habitação pode não ter encargos?
ResponderEliminarAs casas não caem do céu?
Se não são arrendadas são compradas, mas não deixam de ter encargos.
E que justiça seria pagar subsídio a quem vive em casa arrendada e não pagar a quem comprou casa...
sazonal é com "z".
ResponderEliminarO que Macau precisa é mesmo de democracia, tal o sentido de responsabilidade que têm os votantes. Num cubículo onde os valores democráticos imperam, assim como as sessões de bajulamento público à RPC, gostava de ver o resultado final. Teríamos provavelmente o Au Kam Sam na presidência, sendo o partido da oposição aquela da máfia de Fujian, que será quem mais fotos irá comprar. No dia que houver democracia em Macau, podem bem dizer adeus à Lei Básica.
ResponderEliminarAA
Quem não sonha ver um Fukinense à frente disto?
ResponderEliminarToda a gente fala muito em democracia, porque é bonito e democrático e tal e está na moda... O Leocardo não quer a "lei do chicote", mas seria melhor que explicasse o que é que entende por "chicote". Deve estar a confundir com a Coreia do Norte. Já viu algum "chicote" cá em Macau? É que eu ainda não, e às vezes bem que fazia falta!
ResponderEliminarO que eu vejo em certas democracias é que se pede constantemente sacrifícios a quem trabalha e esbanja-se milhões em circos que só interessam a alguns (nas eleições que existem quase todos os anos, por exemplo). Se calhar em Macau ainda dá para aumentar o subsídio de residência a quem trabalha porque esse dinheiro não é canalizado para constantes eleições da treta. E até parece que nas democracias que conhece não são os grandes interesses económicos que mandam... Eu conheço uma democracia em que ainda ontem despediram mais de 300 trabalhadores alegando dificuldades económicas, mas os mesmos gestores que tinham por obrigação evitar essas dificuldades gerindo bem a empresa não só não o fizeram como ainda tiveram direito a chorudos prémios. Em matéria de justiça e corrupção, tomara muita democracia chegar aos pés de Macau!
Termino dizendo o que menos gosta de ouvir: quer uma democracia? Há muitas no mundo, é só escolher uma.
Ó Leocardo, por falar em democracia: a que sítios é que o Sócrates vai aqui em Macau neste fim-de-semana? Preciso de saber isso que é para ir lá mandá-lo pessoalmente para a puta que o pariu!
ResponderEliminarO gajo deve fazer o habitual jogging junto ao delta e depois deve ir à rotunda do olho do cú para se aliviar.
ResponderEliminarParece que o gang monárquico de Macau está a preparar das suas.
ResponderEliminarAA
Esta porra do Forum tá a tirar muito tempo ao Leocas.
ResponderEliminarÓ AA, e o gang republicano deve estar a preparar uma magnífica recepção ao Sócrates, não é? E está certo, ele bem merece, como todos sabemos. E convém aparecer para a fotografia, que pode ser que ele um dia se lembre de vocês. Não há melhor táctica que o lambe-botismo, e disso percebem vocês melhor do que ninguém.
ResponderEliminaro gang republicano exprimiu todo o seu ódio ás 20:57....
ResponderEliminaralguém percebeu a foto deste post??
O Sócrates como é gay vai aos travestis em Macau.
ResponderEliminarAlguém também viu aquele sujeito da comitiva do Zé Sòcrates à porta da Big Boss às 3.53 da matina?
ResponderEliminarAA
E o Sócrates foi para que sauna?
ResponderEliminarO Sócrates só ia a saunas se tivessem lá empregados com ela bem grande e grossa para satisfazer a clientela.
ResponderEliminarMas se o sócrates é gay vai fazer o que nas saunas?Há prostitutos nas saunas de Macau?
ResponderEliminarLá está o papagaio amestrado a repetir o que outros já disseram antes...
ResponderEliminar???Qual papagaio?
ResponderEliminar...o das 18:53.
ResponderEliminarPode ser papagaio o anónimo das 18h53 mas é verdade o que se diz sobre o sócrates.E as verdades tem que ser ditas.
ResponderEliminarNão é essa a questão, anónimo das 19.21. A questão é que a coisa está dita, por outras palavras, pelo anónimo anterior ao das 18.53. Como não percebeste, é fácil de chegar a uma conclusão, anónimo das 19.21: tu e o anónimo das 18.53 são a mesma pessoa.
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