quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Choques com tinta
Não sei se algumas vezes me conseguirei adaptar aos choques culturais que encontramos nesta cidade fantástica que escolhemos para viver, mas penso que vou no bom caminho. Quando cheguei aqui há quase vinte anos a primeira coisa que me chamou a atenção foram as sonoras cuspidelas, que depois até vim a achar alguma piada (desde que não me acertassem, claro).
Uma coisa a que não estava mesmo nada habituado era à forma como toda a gente se descalçava por tudo e por nada, especialmente em transportes públicos e restaurantes, mas nada como visitar outros países do continente asiático (India, Malásia, Filipinas, Indonésia, etc) para perceber que não estamos assim tão mal. Mesmo assim ainda evito olhar para aquelas senhoras que se sentam perto do mercado e começam a mexer nos pés, principalmente se for à hora de almoço.
Passados uns anos habituei-me a quase tudo, mesmo àquele barulhinho que normalmente se ouve depois das refeições e quando faltam palitos, e se “pescam” os pedacinhos de comida entre os dentes com a língua. Das restantes bandas sonoras, até não me importo que sorvam a sopa, que eu até nem como aquele tipo de sopas. Os arrotos é que continuam na minha lista de “not cool”, especialmente se forem senhoras a efectuar o acto à frente de toda a gente.
O que simplesmente me deixa de cabelos em pé é a tendência da malta jovem de comer enquanto anda na rua, especialmente em locais muito frequentados. Compreendo que tenham comprado o min com bolas de peixe e molho de caril na tendinha, onde não há mesas para comer, mas podiam pelo menos encontrar um jardim, um adro ou uma escada onde pudessem ingerir o monoglutimato de sódio à vontade.
Outra coisa que ainda não me habituei muito a ver são aquelas senhoras (e homens) que pegam nos miúdos pequenos e põem-nos a mijar na sarjeta, no meio da rua, às vezes com a “pilinha” ou o “pipi” à mostra, mas tive uma discussão muito simpática com uma mãe chinesa sobre o assunto. Segundo ela, isto choca-nos, mas “é normal”. É que ao contrário dos generosos portugueses, aqui os comerciantes não deixam que se usem as instalações sanitárias “sem que se consuma”. Além disso muitas pessoas não estão habituadas a ir ao McDonald’s "só para usar o lavabo", e portanto trata-se de uma “questão cultural”. Bem, isto é uma discussão que dava pano para mangas.
E qual foi a coisa mais nojenta que alguma vez vi por aqui? Ah sim, um senhor que cuspiu num caixote do lixo daqueles verdes e de metal, mas a “escarra”, também ela verde, ficou suspensa entre a borda do caixote e a boca do senhor, pelo que ficou ele ali a tentar “mastigar” a escarreta para se libertar. Vi isto no meu primeiro ano de Macau, e fiquei logo vacinado.
Os chineses costumam dizer " O que é para comer não deve desperdiçar "
ResponderEliminarUma vez em Macau comi aquelas bolinhas de peixe na rua naqueles carrinhos,uma hora depois deu-me valente diarreia,caguei quase o dia todo e jurei-me nunca mais comer aquelas coisas dos carrinhos da rua em Macau.
ResponderEliminarQuem nao tem estomago para isso va comer para a Venetian.
ResponderEliminarVenetian é para ricos e eu não sou rico.
ResponderEliminarE o assoar o nariz ao guardanapo?
ResponderEliminarAA
Olha que aqui em PORTUGAL não é muito diferente.
ResponderEliminarLá estão comparar os chineses com os portugueses,os chineses são muito mais porcos que os portugueses.Se Macau existisse a ASAE,aposto que 80% dos restaurantes estavam fechados.
ResponderEliminarEu sou português e só digo uma coisa: ainda bem que a merda da ASAE não existe por cá! Não gosto de gente pidesca.
ResponderEliminarA merda da ASAE? Exageros à parte, ainda bem que há entidades que zelam com rigor pela saúde pública, mesmo com um ou outro excesso. Você só os insulta porque talvez nunca tenha sofrido na pele o incumprimento das regras mais elementares de higiene. Se fosse uma daquelas inúmeras vítimas de envenenamento alimentar que morrem todos os anos na China, já cá não estaria para pensar assim.
ResponderEliminarMas numa coisa tem razão: para quem gosta de sociedades sem regras, ou sem o cumprimento delas, Macau é um óptimo lugar para se viver. Aí, estou totalmente de acordo consigo.
Se não fosse a ASAE os portugueses estavam a comer muita merda no restaurantes sem saber.Obrigado ASAE.A ASAE é uma das melhores coisas que existem em Portugal.
ResponderEliminarDêem lá vivas à ASAE, deitem-se com eles, mas não venham com ideias idiotas para Macau. Macau está muito bem sem essa merda. Quem não gosta assim, não coma.
ResponderEliminarEm Macau pode nao ter ASAE mas tem um departamento que vai inspeccionar os restaurantes e com frequencia, digo eu de experiencia.
ResponderEliminarNao chamem merda a ASAE.
ResponderEliminarA merda, sao os legisladores que fazem as leis e regulamentos que a ASAE faz cumprir.
Se a ASAE nao cumprir, la vira o choradinho de que 'neste pais" nada funciona bem, que as leis nao sao cumpridas, que e tudo uma bandalheira. Afinal o que e que querem?
Bandalheira já esse país é, com ou sem a merda da ASAE. Claro que, como disse o anónimo das 17:16, em Macau há inspectores da área alimentar. Como havia em Portugal antes de existir essa nova pidezinha que dá pelo nome de ASAE. Se não inspeccionavam, bastava pô-los a inspeccionar, não era necessário mais uma "polícia de costumes", como os portugueses tanto gostam.
ResponderEliminarPor Falar em inspectores da área alimentar de Macau,quanto é que recebem de "lai sis" dos restaurantes para não fecharem?Ser inspector de casas,restaurantes,saunas,empresas etc em Macau é muito bom,recebem muitos "lais sis" por baixo da mesa.Tenho 1 amigo em Macau que é inspector de restaurantes em Macau,está sempre a viajar todo o ano,porque sera?Onde que ele arranja tanto dinheiro???
ResponderEliminarNunca vi tantos ratos junto às portas de serviço dos restaurantes como em Macau. Só talvez na Índia fosse parecido.
ResponderEliminarHá muitos restaurantes em Macau onde até se come bem, mas não convém ir ao wc, porque são do mais nojento que pode haver.
A malta acha pitorescas aquelas tascas nojentas onde se comem uns petiscos em conta. Eu até gosto de comer em algumas, mas não gostaria que os restaurantes de Portugal fossem assim.
Sou português, filho de pais portugueses, embora seja natural de Macau e ai tenha vivido a minha infância.
ResponderEliminarLembro-me perfeitamente de "recorrer às sarjetas" quando estava mais aflito (claro que só até a uma certa idade) e, portanto, acabo por achar isso mais ou menos normal.
As diferenças culturais são muitas, é normal. Os chineses são mais porcos? Talvez, mas o que não mata engorda. Muitos de nós sabe que um estrangeiro que coma nos estabelecimentos de comida de Macau se arrisca seriamente a uma boa dose de diarreia ou vómitos, mas para quem é de Macau, já está imune. São, portanto, mais resistentes.
PS: Também me assoo ao guardanapo, mas não o volto a usar depois disso.
Os europeus estão cada vez mais totós, flores de estufa. É só cuidadinhos e tal, depois qualquer coisa lhes faz mal. Estão a ficar como os norte-americanos, que só comem ovos pasteurizados e depois quando saem dos Estados Unidos não podem comer ovos porque lhes fazem mal. Vá, voltem lá à vossa estufazinha, que ninguém vos pediu para comerem fora de casa.
ResponderEliminar" mas o que não mata engorda." isso é realmente verdade,aliás basta dizer que come-se muito bem em Macau em muitas das tascas ou restaurantes ao ar livre.Antigamente havia aquela tasca com mesas e banquinhos na rua ao lado da escola portuguesa,ui era tão boa a comida.
ResponderEliminar" mas o que não mata engorda." Então vais comer merda,já que não mata e por isso deve engordar,oh Paulo39.
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