Papismos

1) O Papa Bento XVI terminou a sua visita de 3 dias a Portugal, e mais uma vez nada de novo. O Papa voltou a reiterar os ideais retrógrados da Igreja Católica: não ao aborto, não ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, não ao sacerdócio das mulheres, não à eutanásia, não, não e não, tudo não. Tudo é pecado, e a igreja, garantem, não alinha nessas coisas do progressismo. A Europa vive hoje "uma crise" de fé; em Portugal há apenas 18% de praticantes, e parece que as pessoas interessam-se por outras coisas mais mundanas - como o futebol por exemplo. Sinais dos tempos. A cobertura dada pela RTP à visita do Papa foi algo de extraordinário, faltando outras palavras. Tivemos a oportunidade de seguir os passos do Santo Padre desde que aterrou na Portela até que o avião da TAP o levou de volta para o seu luxurioso palácio no Vaticano. Como disse muito bem Fátima Campos Ferreira, os portugueses "ficam de coração cheio". E agora voltam a pensar nos bolsos vazios, claro.

2) Fico satisfeito ao aperceber-me que há mais alguém que acha pelo menos estranho todas estas últimas soluções encontradas pelo Governo para resolver alguns dos problemas de Macau. Ontem no JTM, Jorge Silva comentava o tal terreno em Guangdong que servirá para albergar idosos, deficientes e toxicodependentes, apelidando a ideia de "limpeza". Já hoje no programa "Contraponto" da Rádio Macau, Carlos Morais José ironizava sobre a possibilidade da habitação social mudar para a Ilha da Montanha, onde já vai ficar, como se sabe, a nova Universidade. CMJ sugeria que se demolisse toda a zona norte da cidade, onde se construíriam casinos, dando assim a Macau um aspecto estilo "Bladerunner", com casinos de um lado e do outro, e um centro rico. Esta cidade não é para velhos. Nem para deficientes, toxicodependentes, ou pobres.