segunda-feira, 15 de março de 2010
Welcome to the jungle
A semana passada um professor foi agredido por um aluno com uma mochila na cara e uma cadeira nas pernas na Escola D. Pedro II, na Moita. O professor voltou ao trabalho no dia seguinte, de muletas, e o aluno também. O anjinho, de 12 anos de idade, não foi temporariamente suspenso, nem expulso, e duvido que venha a sofrer consequências graves pelas suas atitudes. O pequeno terrorista não terá ficado contente com o resultado de um teste, gerou-se a discussão e toca a espetar a mala nas trombas do "sotôr". Os colegas dizem que o jovem "nunca tinha tido comportamentos violentos", e começou logo por dar uma de Charles Manson. Prevê-se que este rapaz tenha um futuro bastante promissor...na luta livre. O que fará quando não for admitido numa universidade? Ou rejeitado depois de uma entrevista de emprego? Pelo menos na prisão não terá problemas com os outros reclusos. Contando que tenha à mão uma mochila e uma cadeira, é claro.
Outro caso intrigante é o do suicídio de um professor em Sintra no mês passado, que originou agora a abertura de um inquérito com carácter urgente. O docente de Música era um "caloiro" nestas andanças, e aparentemente não aguentou a pressão exercida por uma certa turma do 9º ano da Escola Básica 2.3 de Fitares. Um caso alarmante que piora quando se atenta às declarações de um dos encarregados de educação, que afirmou que os alunos não podem ser responsabilizados pelo suicídio do professor, que o senhor se calhar tinha outros problemas e não sei que mais. Se calhar até tinha; tratava-se de um senhor de 51 anos que era recém-licenciado e ainda vivia com os pais, e o caso nem tinha muita importância não fosse a nota de suicídio que deixava bem claro que a razão era exactamente a indisciplina dos alunos do 9º B. A seguir vão dizer que o senhor se suicidou só para fazer a vida negra aos meninos.
Está assumido o divórcio entre a escola e a sociedade. É o tempo da selvajaria, com pais que delegam à escola e aos coitados dos professores a responsabilidade de endireitar os monstrinhos que criaram em casa. Já falta pouco para que as escolas sejam equipadas com detectores de metais à entrada, e policiadas por uma versão nacional do BOPE. Tudo para evitar que esses professores malvados ponham as mãos nos nossos meninos, esses anjinhos. Pensavam o quê?
As palmadinhas nas costas e a demonização dos profs deram nisto. Um pouco de autoridade e disciplina nunca fizeram mal a ninguém.
ResponderEliminarNão se preocupe com esta parte: "O que fará quando não for admitido numa universidade?"
ResponderEliminarAgora toda a gente tem de ir para a universidade, por causa da igualdade de oportunidades e tal. Quando esta linda criancinha, daqui a meia dúzia de anos, acabar o décimo-segundo ano, mesmo que não saiba ler nem escrever, já a universidade fará parte da escolaridade obrigatória.
Pelo que vou percebendo, deveremos ter uma idade muito aproximada.
ResponderEliminarA ser assim, de certeza que o Leocardo, tal como eu, também levou uns tabefes e umas reguadas.
E, em regime de semi-internato num colégio de jesuítas, levam-se uns bons tabefes e uns bons carolos!!
Eu não fiquei traumatizado por causa disso.
E sempre tive um enorme respeito pelos meus professores.
Hoje em dia, infelizmente, o que vejo é que esse respeito desapareceu.
O professor está ali para ser abusado por meia dúzia de selvagens, com o beneplácito dos papás.
Não consigo perceber, muito menos aceitar.
"Respeito" não é palavra compatível com "democracia", pelo que vou vendo.
ResponderEliminarMas o suicida era um bocadinho burro. Se eu chegasse a tal desespero que me levasse ao suicídio, garanto que antes de mim iam aqueles que me fizeram a vida negra.
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