quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Macau hoje teve "Hoje Macau"
O Hoje Macau saíu para as bancas hoje com um visual um pouco modificado, mas com a direcção do inimitável Carlos Morais José, que abriu com um dos seus editoriais de excelência que dão outro elan ao jornal. Não é que eu não gostasse do Picassinos ou do João Costeira Varela, mas o problema é que não os conheço e nunca privei com eles, enquanto que quando leio o CMJ imagino-o a dizer aquilo, e divirto-me imenso.
O CMJ não só diz as coisas que devem ser ditas, como ainda as diz como devem ser ditas. Quando comprei os seus livros "Coluna da Saudade" e "Porto Interior" fiquei um pouco desiludido, pois esperava qualquer coisa da envergadura daquele interessante argumento sobre "Fátima, Futebol e Fado" que teve como palco o Ponto Final há mais de dez anos. Foi nesse período que CMJ cativou-me como leitor, e fico emocionado sempre que leio qualquer coisa nova assinada por ele.
Tenho pena que ele gaste muito do seu tempo às voltas com Camilo Pessanha, Wenceslau de Morais e outros empreendimentos tais que lhe tirem mais tempo para escrever material original. Ainda me lembro de ter lido "Kaze - Um caso de ópio" e ter ficado alucinado. É disto que a malta precisa, ó CMJ. Pelo menos temos-te a ti para produzir cultura, e em português, por terras do Oriente.
Quanto ao jornal sob a direcção do CMJ, tenho a certeza que vai ser tão ou mais frontal e directa como foi até aqui, e sempre se vai mantendo como uma forma decentemente independente de informação e opinião.
Quando se tem opinadores do calibre de Pinto Fernandes, Paul Chan Wai Chi ou Arnaldo Gonçalves (o Boi Luxo também é excelente!), aliados a jornalistas competentíssimos (Marco Carvalho excelente no desporto!), só se pode esperar elevados padrões de qualidade.
É o único jornal que tem palavras cruzadas decentes, e ainda os melhores designers e ilustradores (...e Stephh, o cartoonista!). São tempos radiosos no futuro próximo do Hoje Macau, sem qualquer nuvem no horizonte.
PS: Se houve ou não pressões, puxões ou empurrões que ditaram a saída do último director, sinceramente não ouvi nada de ninguém. Sei que o assunto foi mais ou menos comentado no post abaixo sobre os óculos sem lentes, mas sinceramente não sei de nada, nem a edição de hoje do jornal adiantou fosse o que fosse.
os seus elogios estão certos até ao ponto em que não reparou que o novo director e dono do jornal nem sequer se dignou deixar uma palavrinha ao director que saiu.
ResponderEliminarO que tramou o Picassinhos foi o "secagandismo"...
ResponderEliminarFoi ou não saneado o Picassinhos? A verdade tem que ser dita. Macau como nos velhos tempos.
ResponderEliminarAA
Gosto dos textos do Morais Jose, do Paul Chan Wai Chi e sobretudo dos cartoons da Stepphi.
ResponderEliminarE espero que nao se lembrem de meter outra vez aquele Ring Joid que tinha uns textos perfeitamente execraveis a tentar imitar o James Joyce.