domingo, 22 de novembro de 2009
Fui ao Festival. E que tal?
Hoje tive finalmente a oportunidade de visitar o Festival de Gastronomia, que se realiza entre 13 e 27 deste mês junto à Torre de Macau, e vai este ano na 9ª edição. Gostava de poder dizer que gostei, que me diverti, que comi bem, mas a consciência impede-me de fazê-lo. Na verdade o Festival está cada vez mais concorrido, o que seria boa notícia, caso houvesse capacidade para meter lá tanta gente.
O Festival de Gastronomia está a tornar-se uma espécie de piquenique no Parque de Hac-Sá: as famílias mandam lá um ou dois elementos da sua família à frente horas antes da abertura da feira, e ocupam a mesa a noite toda. Em alguns casos os elementos da família revesam-se: quando chegam alguns, vão-se embora os outros. Nem a abertura da parte inferior do pavilhão onde se realiza o evento – perto das casas-de-banho – melhorou a situação. Quanto mais mesas e bancos, mais pessoas se sentam ainda mais tempo. Quem insiste mesmo assim em comer ali, procura sentar-se junto das escadas, ou come de pé. Sinceramente não percebo o gozo de se comer um min ou uma caixa de arroz de pé.
Quanto ao Festival propriamente dito, este ano repetiu-se o bazar de Taiwan, com a novidade de conviver lado a lado com um bazar da região de Penang, da Malásia. Mais uma vez o Festival fica a perder em qualidade. Falta o encanto dos últimos anos, trazido pelas províncias chinesas de Xinjiang, Sichuan ou Hainan, entre outras, que não foram mais uma vez convidadas. E isso fez-se sentir no palco improvisado onde se realizam espectáculos. Em vez de artistas dessas províncias, temos uma banda filipina qualquer a decalcar aqueles êxitos que se ouvem tantas vezes nos bares dos hotéis mais chungosos. Com a vontade que há em correr com os trabalhadores não-residentes, qualquer dia vamos ter no palco...ar. Ar de Macau, não gostam?
Quanto aos feirantes locais, o Fernando do Ou Mun continua a vender muitas tigeladas e pães com chouriço, a Aruna também está lá com a sua comida indiana, e o resto varia entre o arroz frito com dentes, os dumplings e as massas deprimidas. Não consigo compreender como é que há pessoas que se sujeitam a comprar algo que podem comer no restaurante propriamente dito, mais bem preparado, mais bem servido, e sobretudo mais barato. Gostei da tal comida de Penang, mas como tive que levar para casa, chegou tudo mole, frio e sem graça nenhuma. Amanhã publico as fotografias.
Concordo com tudo menos uma coisa. Artistas de Xinjiang, Sichuan ou Hainan no palco???
ResponderEliminarSem desprezo pelas ditas províncias, mas não me parece que fosse uma boa ideia... a não ser para afugentar as pessoas que passam o dia sentadas a ocupar as mesas.
Acham que estou a exagerar? Então vejam aqui o correspondente ao Roberto Carlos cá do sítio:
http://www.youtube.com/watch?v=0WtsHjDR0AE
Nos anos em que cá estiveram tivemos exibições de ginastas, acrobatas, bailarinas, contorcionistas, e danças em trajes regionais. E tinham muito mais público do que aquele que para junto do palco agora. Se prefere os filipinos a cantar "Making love (out of nothing at all)" três vezes por noite, você é que sabe.
ResponderEliminarCumprimentos.
HAHAHAHAHAHAHAHAHA... até me doeu a barriga de tanto rir!!!
ResponderEliminarO Leocardo pode estar farto dos filipinos, mas olhe que acho que para a maioria do pessoal local que não frequenta hoteis com tanta frequência como você, prefere mil vezes ouvir boa musica que todos conhecem, bem cantada e tocada às constantes danças tradicionais, contorcionistas e equilibristas de pratos que estão fartos de ver no Leal do Senado, nos Três Candeeiros ou noutros locais para celebrar tudo e mais alguma coisa, desde o Dia da China ao dia do trabalhador, dia da criança, do idoso, do ambiente, do desporto e sei lá mais o quê...
ResponderEliminarTudo nesta terra é pretexto para ter danças da China num palco improvisado. Eu que trabalho perto do Leal Senado já devo ter visto umas 50 vezes.
Devia haver era strip-tease. Assim, as famelgas iam embora e o resto da cambada ficava a comer a comida com a boca e as gajas com os olhos. E aí as actuações eram todas boas, fossem chinesas, filipinas ou de outra nacionalidade qualquer. Falta alguém na organização que tenha ideias assim tão boas.
ResponderEliminarisso há no paddock, ninguem lá vai pelos carros..
ResponderEliminarNão estou farto dos filipinos, pensei que isso tinha ficado bem claro, até neste texto. O que se passa é que temos aqui um Festival que se limita a muito pouca escolha (local, Taiwan e este ano Penang), e por acaso nem sequer há ali comida filipina. "Tudo nesta terra é pretexto para ter danças da China num palco improvisado". Isso é a mesma coisa que dizer que "em Portugal qualquer coisa é pretexto para ranchos folclóricos". Guess what: você está na China.
ResponderEliminarCumprimentos.
e lá comprei um livro no stand da direcção serviços de turismo chamado "culinária macaense" muito "ilustrado" com fotos que não tem nada a ver com as receitas...
ResponderEliminarParvo é ainda quem lá vai!!!!
ResponderEliminarLOOOOOOOOOL aquele video do primeiro comentário é de partir o côco a rir
ResponderEliminarO Zé Cabra conseguia fazer concorrência, podiam convidá-lo para o próximo ano
ResponderEliminarO chinês é que fazia um bom dueto com o Emanuel a cantarem "se elas querem um abraço ou um beijinho, nós pimba!!!"
ResponderEliminarIsso sim era um exemplo do tão falado encontro de culturas!
E o Leocardo arranjava logo lugares sentados para ele e para toda a familia num instante.