terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Suécia que é, e o que poderia ter sido


Portugal vai defrontar a Suécia no "play-off" de apuramento para o mundial do próximo ano no Brasil. O sorteio realizado ontem ditou os nórdicos como o ultimo obstáculo da equipa de Paulo Bento rumo ao quarto mundial consecutivo, e a primeira coisa que muitos pensaram foi na ausência de uma de duas grandes estrelas da constelação do futebol mundial na sua prova máxima: C. Ronaldo ou Ibrahimovic, um deles vai ver o mundial da bancada, ou pela televisão. E de facto o avançado sueco de origem Kosovar é o nome a ter em conta nesta selecção sueca; rápido, criativo, forte no um-a-um, imprevisível, pode rematar de qualquer lado quando menos se espera e resolver uma partida. Mas a Suécia vale também pelo seu colectivo, com uma defesa sólida e uma organização exemplar, são "clientes habituais" em mundiais, e terão as mesmas ambições que Portugal. Um adverário contra o qual temos um balanço ligeiro positivo, se bem nas duas últimas partidas, a contar para a qualificação do mundial de 2010, ambas as partidas terminaram empatadas sem golos. Os dois jogos realizam-se a 11 e 15 de Novembro, com Portugal a jogar primeiro em casa. Há quem considere isto mau, mas pessoalmente ficaria mais apreensivo se a nossa selecção precisasse de decidir a qualificação em casa. Portugal tem alguma dificuldade em lidar com a pressão das grandes decisões perante o seu público, especialmente se precisar de recuperar de uma desvantagem. Uma eliminatória de 50-50 para cada lado, mas com um por cento extra para nós, que queremos acreditar na ida ao Brasil.

Antes deste sorteio muito se especulou sobre a possibilidade de nos sair a França, que era de longe o adversário mais indesejável. E os receios eram plenamente justificados. Deixando de parte o aspect da qualidade dos jogadores ou das equipas, existe da parte de quem organiza a competição mais interesse na participação da França do que em qualquer das outras sete selecções do "play-off". Esta "fava" francesa calhou à Ucrânia, que vai precisar de ser muito melhor que os gauleses para chegar ao mundial. Apenas "melhor" pode não chegar. A Suécia é em teoria a segunda formação mais difícil que nos podia ter saído, sendo as mais "apetecíveis" a Roménia e a Islândia, que vão defrontar respectivamente a Grécia e a Croácia. Penso que nunca seria fácil, pois nenhuma das quatro selecções estenderia a passadeira vermelha a Portugal. A Roménia, apesar de estar a anos-luz da grande selecçã que foi nos anos 90, sob a batuta de Hagi, tem um futebol que se "encaixa" no nosso, e a eliminatória seria decidida por não mais que um ou dois golos de diferença. Os islandeses, apesar de teoricamente mais fáceis e sem experiência em mundiais (ou sequer "play-offs") são fisicamente poderosos, e uma deslocação à ilha do Mar do Norte em pleno Novembro pode acarretar uma dificuldade suplementar. Além disso Portugal já teve dissabores com opositores teoricamente inferiores, e o excess de confiança nunca foi bom conselheiro. Veremos no dia 15 de Novembro quão capazes fomos, e se merecemos ir à redescoberta do Brasil.

Sem comentários:

Enviar um comentário