quinta-feira, 27 de julho de 2017

Parrachona, a salazarenta


Fernando Duarte Rocha, o imbecil que cobardamente usurpou a conta de Facebook da sua mulher, a actriz Maria Vieira, teve um orgasmo salazarento ontem à noite, na véspera da data do 47º aniversário da morte do ditador. Portugal está a arder! - diz a ave capada de mau agoiro, como se isto fosse uma coisa completamente nova. Este novo ataque de verborreia foi dirigido ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que ontem foi capa no jornal i:


Sim, o sr. presidente pode ter vindo de uma família que foi colaboracionista com o Estado Novo, mas tem a largura de horizontes para perceber que hoje estamos melhor - e quem não está melhor, em democracia, em vez de debaixo de um regime opressor e autoritário? Há os saudosistas, pois, onde o Fernando "Parrachona" Duarte Rocha faz questão de se incluir. E ele sabe lá, que não dá uma para a caixa, e não sabe o que é ter que trabalhar para viver? Para ele Marcelo é "cúmplice dos comunistas", que "conduzem os portugueses para a miséria". Acho que a Parrachona nasceu na época e no país errado. Teria muito mais sucesso na América do Macartismo, do anti-comunismo, da caça às bruxas. É um paradoxo temporal, este deplorável careca que um dia ambicionou a ser escritor, sem saber escrever. Claro que para sustentar os seus patéticos argumentos faz uso do incêndio de Pedrógão Grande, e das suas vítimas, que para ele foram "centenas". Para quê ficar apenas por aí, quando podiam ser milhares, ou mesmo milhões? Quem sabe se os portugueses um dia destes passam a ser conhecidos por "aquele povo que sobreviveu ao incêndio de Pedrógão"? Não há limites para o ridículo, e confesso que não consegui deixar de rir com aquela passagem onde o calhordas diz que no tempo de Salazar existia "justiça, ordem, disciplina", e..."conhecimento". Ah ah ah ah ah!!!


Realmente eu não sei se era melhor mesmo viver na ignorância, naqueles tempos. Os portugueses não sabiam ler, e assim aborreciam-se menos com as notícias tristes. Não menos hilariante (no mau sentido, entenda-se) é o conceito de que no tempo do Estado Novo "não aconteciam incêndios florestais". Ora bem, isso é uma meia verdade trágica:


Haver haviam, não existia era uma imprensa "livre" a soldo de alguns que gostam de acrescentar ao número de vítimas por motivos de chicana política. Isso sem dúvida era uma coisa que no tempo de Salazar não acontecia, e quem duvidasse dos números divulgados pelo regime (quando e se eram divulgados) não o fazia uma segunda vez. Claro que hoje há mais fogos e a área ardida é superior à do antigamente, mas isso tem a ver com o significativo aumento da área florestal, e do predomínio do eucaliptal. Mas isso é outra conversa, e quem estiver interessado em saber mais sobre o assunto, recomendo este link, de um estudo sério sobre o tema. Mas voltando à Parrachona.


Ena o que para aqui vai. Até consigo imaginar os cúmplices da Parrachona a espumar pela boca, enquanto chamam ao presidente Marcelo "imbecil", "tarado" (?) e "bandido", enquanto tecem loas a Salazar. A Parrachona concorda em género e grau, e logo a seguir vem um camarada seu a reiterar que "precisamos de um homem como Salazar", para "meter estes comunas no Tarrafal". Claro, é só anexar Cabo Verde, e em menos de um nada estão lá todos metidos outra vez, a fritar ao sol do arquipélago na costa atlântica de África. De todos estes personagens, lamento que se arraste pela lama a memória do pai de Maria Vieira, que foi um combatente anti-fascista. Mas seria demais, pedir à Parrachona que tivesse o mínimo de respeito seja lá pelo que for. Este já nem o mais conceituado dos psiquiatras endireita. Vai ser preciso esperar pelo coveiro.


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