É absolutamente nojento, atroz, inominável, o aproveitamento político que tem sido feito das vítimas do incêndio de há um mês em Pedrógão Grande, Portugal, que custou a vida a 64 pessoas. Primeiro quero deixar claro que uma vítima seria demasiado, e 64 são 64 vezes mais que o demasiado, e claro que terão que ser apuradas responsabilidades, e trabalhar-se no sentido de que algo de semelhante não volte a acontecer. Agora, apurar responsabilidades políticas, partidárias e tudo mais é fazer chicana que não interessa a ninguém. Em Portugal não existe um regime de partido único, e se existisse, quem duvidasse dos números oficiais da tragédia não o fazia pela segunda vez. E nestas alturas que olho para a China e dou comigo a suspirar.
Dos abutres que têm sobrevoado esta carniça, destaque para uma tal Isabel Monteiro, uma empresária que diz que lhe disseram, que lhe contaram, que ouviu dizer que "foram 96 mortos". Até considero que para quem se expõe a este tipo de ridículo, mais valia a pena ter dito que foram centenas, ou mesmo milhares. Esta senhora, que muito provavelmente já não tem sequer cara para sair à rua, devia a ser a última pessoa a pronunciar-se em público sobre seja o que for.
Esta empresária era a cara da Dialectus, uma empresa de tradução, dobragem e legendagem para televisão, que foi declarada insolvente em 2014, e que ficou a dever 250 mil euros aos seus funcionários e colaboradores. Não sou de misturar as coisas, mas quem não cuida dos vivos que estão sobre a sua alçada, que autoridade tem para falar dos mortos? E ainda para mais inventá-los, desta forma tão sabuja e nojenta?
Este comentário do blogue "Blasfémias" já tem quase um mês, e é bem demonstrativo daquilo que tem sido o cavalo de batalha da sra. Cristina Miranda. Isto não é mais do que uma forma de prostituição. E não, meu caro Alexandre. O Passos Coelho já veio dizer que aceita a lista dos 64 mortos na tragédia de Pedrógão. Resta saber quem é que paga a esta senhora para insistir nesta pouca vergonha. A mim pouco me interessa, remexer no lixo. Tenham um pingo de decência, e respeitem a dor alheia. Abutres!
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