segunda-feira, 13 de março de 2017

DomiNando Maria Vieira


Tem sido um tema transversal desde o final da última semana, as declarações de personalidades próximas da actriz Maria Vieira, que "estão quase certas" que não é a própria que actualiza a sua página no Facebook. Eu vou mais longe; tenho a certeza absoluta que não é ela a autora dos posts que têm causado celeuma, e deixam o grande público a torcer o nariz e a interrogar-se de espanto: "A Maria Vieira?" Não, nada disso. O presidente do PNR disse uma vez a propósito da polémica com Ana Bola que "a Maria Vieira pensa pela própria cabeça". Tenho a certeza que sim, bem como toda a gente, uns bem, outros menos bem, mas a cabeça da Maria Vieira não pensa assim - e ainda bem.


O que está aqui a acontecer é um "Tootsie" arraçado de trissomia, e que em vez de concorrer aos Oscares, limpa os "razzies" todos. Num programa do "Cinco para a Meia Noite" aqui há uns anos, Maria Vieira confidenciou que era o marido que escrevia os livros sobre as viagens dos dois, e não em co-autoria, como consta da versão oficial dos factos - "eu sou actriz, apenas", referiu inclusivamente Maria Vieira. E disso nós sabemos muito bem, e desde sempre. O problema é que ninguém está a ver a Rosa de "A Gaiola Dourada" a debitar impropérios contra imigrantes, nem a frágil Dona Coisinha a impor-se de peito cheio contra o mundo islâmico, como se vê em muitas entradas da sua página do Facebook. Há um narcisismo latente que levou a que este enredo não tivesse sido levado a bom porto: um homem de 50 e tal anos a fazer de homem de 50 e tal anos com o nome da Maria Vieira. Acusações graves? Não são acusações nenhumas, são constatações. Grave aqui só se for o prejuízo que isto vai tendo para a carreira da própria Maria Vieira. E de mais que se especula não falo, porque não sou mosca. Mas vou ficando atento.


A entrada de ontem na página do Facebook de Maria Vieira; o comentário a um artigo da página Embaixada da Resistência, um entreposto de xenofobia de extrema-direita. Nunca li nenhum livro escrito pelo Nando - assim se chama o tal marido da Maria Vieira - nem tenho curiosidade em fazê-lo. Reparo contudo que o cavalheiro tem imenso jeito para encher chouriços, como se vê naquela ultra-adjectivação positiva feita à protagonista do vídeo. Ali para o fim é que temos uma salada russa à moda dos pretendentes a escritor fracassados. Olha lá, ó Nando, eu também sei a diferença entre legal e ilegal, e sei a diferença entre ilegal e crime. Sei mais que tu, tás a ver? Quanto aos que "insistem em não saber distinguir uma coisa da outra", reparo que tens uma certa dificuldade em distinguir o moral do imoral, bem como o real do ilusório:


É preciso ser-se muito pretensioso, e especialmente burro para tentar iludir desta forma as pessoas que conhecem a Maria Vieira há 30 anos, e saberiam que uma coisa destas nunca sairia da sua cabeça - e ainda bem, repito. Isto é o tipo de coisas que se vêem ditas e escritas por pessoas seguidoras de ideologias de dar a volta ao estômago, e que curiosamente têm sido presença frequente na página de Facebook da Maria Vieira:


Ainda em relação ao post de ontem, e na secção de comentários, vemos uma conversa muito animada entre "Maria Vieira" e uma conhecida militante do PNR. Nada contra a pessoa, mas de onde é que se conhecem tão bem? Do teatro de revista? Da televisão? Do Brasil não é com toda a certeza, e estou a cingir-me a localizações que Maria Vieira frequenta quase na totalidade durante o seu trabalho, e que torna públicas para que toda a gente saiba. Ahhh..."da internet", dizem vocês. E bem, e deve ter sido também na internet que Maria Vieira desenvolveu a sua paixão pelo hard-rock nacionalista alemão. Bate certo, portanto. Sou só eu a especular, claro. 


Recuemos mais um pouco no tempo, para o início do mês, mais concretamente 2 de Março, data do 60º aniversário de Maria Vieira. A revista Nova Gente dá-lhe destaque, com a sessão de fotografias in loco, mas com a entrevista (ou pelo menos parte dela, confirmado) dada "de casa, a partir de e-mail". Ora bem, o que é que a Maria Vieira tem para dizer em casa que não possa dizer em pessoa? Aquilo não é um filme. São estas evidências que levadas ao lume do mero senso comum identificam que não é a Maria Vieira a escrever na sua página, e que as tentativas de encerrar o assunto com textos dessa mesma página garantindo que é ela mesma são de um amadorismo inacreditável. Patéticas, até. Essa de tentar intimidar a Ana Bola "e todas as pessoas públicas" com o caso "entregue a um advogado" é de bradar aos céus. E matéria de facto? E a Maria Vieira deixou de ter boca para falar, agora? Dá um tempo, ó Nando. Tens a mania que tens a mania. 


Eu não sei a que ponto está a situação familiar de Maria Vieira, e que ?, deus dos agnósticos me livre de querer meter a colher entre marido e mulher. Só que os factos inclinam para algo nada de salutar, e o pior é que não se ouve da própria Maria Vieira qualquer esclarecimento sobre aquilo que, enfim, faz parte da vida de qualquer figura pública. Quem conhece a Maria Vieira há muito tempo, e não consegue reconhecê-la naqueles devaneios nas redes sociais está preocupado, com razão e com legitimidade. E não vai ser a ostentar com perdizes no forno com castanhas e cogumelos regados com um tal de "Chateneuf" que vais atirar areia para os olhos de alguém, ó Nando. Esta verdade é um azeite para o qual nunca tiveste água que chegasse. Azar. 

2 comentários:

  1. Supimpa, Leocardo! ! Está de uma clareza que dá gosto. Soubesse eu escrever assim e diria exactamente isto.
    O Nando há -de pagá-las nem que seja em popularidade negativa. O pior é que pode estar a prejudicar a carreira da MV.
    Maria Ralha

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  2. Já muita gente sabia disto faz algum tempo. Ver se agora alguém mexe um dedo, ou se isto fica pelo falatório do costume.

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