...falemos dos heróis, e com Usain Bolt à cabeça, quem mais? A imagem de cima, da final dos 200 metros, diz tudo: não há pai para Bolt, que agora com 30 anos anunciou que estes seriam os seus últimos jogos, e que faz planos de se retirar após os mundiais de atletismo de Londres no próximo ano - possivelmente pensando em sair pela "porta grande", antecipando-se à inevitabilidade da decadência que dita as leis da natureza. Mas no Brasil o jamaicano provou mais uma vez que é o homem mais rápido do mundo, e quem sabe ainda um dos mais rápidos animais terrestres vivos, ao voltar a fazer o pleno nas competições destinadas aos velocistas, conquistando o ouro nos 100 e 200 metros, a título individual, e na estafeta 4 x 100 metros, em representação da Jamaica, que parece ser a "fábrica" de "roadrunners" humanos do planeta. Bolt repetiu o feito de 2008 em Pequim e de há quatro anos em Londres, e as contas são fáceis de fazer: três lugares mais altos do pódio em outras tantas edições é igual a nove medalhas de ouro. Pode ficar aquém de Michael "Aquaman" Phelps, que já vai em vinte e não sei quantas, mas é preciso ter em conta que enquanto o norte-americano compete em várias distâncias e estilos, Bolt não tem 150 metros, 250 metros, légua e meia ao pé-coxinho e a fazer o pino para compor ainda mais o seu medalheiro. E ainda com mais uma coisa a jogar a favor do jamaicano: enquanto Bolt é imbatível, Phelps...
...perdeu por algumas vezes, e tem algumas medalhas de bronze e de prata no seu medalheiro olímpico. Uma destas últimas foi obtida na prova de 100 metros mariposa nestas olimpíadas, na única das seis competições em que Phelps entrou que não venceu. O vencedor foi Joseph Schooling, um jovem singaporiano de 21 anos, que ilustrou como ninguém o que representa o ideal olímpico, na sua vertente da superação e da possibilidade de se poder alcançar qualquer sonho. Em cima na imagem da direita vemos o jovem, então com 13 anos, ao lado do seu ídolo, e à esquerda, oito anos depois, com uma medalha de ouro obtida à sua custa. Isto é de levar qualquer um às lágrimas, ou pelo menos a soltar um "auuuu..." de comoção. Esta foi também a primeira medalha de ouro conquistada pela cidade-estado nos Jogos Olímpicos.
A viver o seu próprio conto de fadas está também Simone Biles, esta encantadora moça de 19 anos que vemos na imagem a ostentar uma das quatro medalhas de ouro obtidas na modalidade de Ginástica Artística. Biles, que é natural de Columbus, Ohio, e estuda na Universidade da Califórnia, começou por chamar a atenção por causa da fita que usa na cabeça, inspirada nas "stars and stripes" da bandeira norte-americana, e teve o mérito de bater "no tapete" aquelas pré-adolescentes que a R.P. China envia para "limparem" as medalhas nessas categorias onde se requer uma boa dose de elasticidade. Depois alegam ter 16 anos, e aqueles dentes que lhes faltam foram provavelmente subtraídos numa rixa de bar, "onde foram beber, por terem idade para tal, ora essa". Dentes de leite? Que disparate!
E feitas as contas, os Estados Unidos voltaram a demonstrar que são ainda a maior potência desportiva a nível mundial, sendo o país que conquistou de longe mais medalhas, com 46 de ouro, contra 27 da Grã-Bretanha e 26 da China, de quem os entendidos "esperavam mais". Desconheço os critérios com que se estabelecem as expectativas neste particular, portanto abstenho-me de comentar. A equipa "da casa", o Brasil, obteve um resultado considerado "positivo", e até acima das expectativas, com 19 medalhas no total, sete delas de ouro, e entre elas...
...a do futebol, a "tal" que faltava. Depois de ter perdido nas finais de 1984, 1988 e de há quatro anos em Londres, a "canarinha" conquistou assim o único título que lhe faltava no desporto-rei, apesar de ser considerado o único em que o título olímpico vale menos que o mundial. Seja como for já lá canta, e não foi nada fácil; o finalista vencido foi a Alemanha, que só caiu no desempate nos pontapés da marca de grande penalidade, com a sorte a sorrir desta feita aos brasileiros. Um título com a assinatura de Neymar, que depois de ter sido massacrado com uma chuva de críticas após os empates sem golos frente à África do Sul e Iraque, encontrou a forma ideal para ajudar o seu país a conquistar o ouro. Com o Brasil a ir de goleada em goleada a partir do jogo com a Dinamarca, o avançado do Barcelona apontou 4 golos, incluindo o da final, e ainda marcou o "penalty" decisivo. Uma bofetada de luva branca dada pelo avançado, que acedeu a perder o arranque da liga espanhola para ajudar o seu país num torneio que a maioria das grandes estrelas considera "secundário". Curiosamente foram os alemães derrotados pelo Brasil na final que eliminaram a selecção portuguesa nos quartos-de-final, por expressivos 4-0. Em retrospectiva, um resultado pesado, mas que tem pouco de escandaloso, e que reflecte a participação de Portugal nestes jogos:
Discreta, como quase sempre. As expectativas são sempre elevadas, e este ano muitos pensavam que os nossos atletas olímpicos iriam buscar inspiração na selecção de futebol, que venceu o Euro, mas não deu para evitar ficar na cauda da tabela dos 87 países medalhados, com uma modesta medalha de bronze, que mesmo assim...
...foi um parto difícil. Telma Monteiro, que em outras Olimpíadas prometia bastante e acabava sempre por desiludir, salvou desta feita a honra do convento, e evitou que a delegação lusa voltasse para casa com as mãos a abanar. Está cumprida mais uma olimpíada, com o Brasil a conseguir organizar uns jogos de classe, apesar dos receios levantados pela instabilidade política, e agora só há mais daqui a quatro anos, em Tóquio. Sayonara!
phelps é um atleta muito mais completo que bolt-que so sabe é correr em curtas distancias e de uma unica maneira. Phelps nada de tudo oque é jeito e compete e ganha em provas de velocidade e de resistencia .
ResponderEliminarAcho que o erro de phelps foi ter nascido branco.
Phelps foi á 9 finais olimpicas,bolt chegou em apenas 3.
ResponderEliminar