sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Provedor do Leitor: o idiota



Aqui estou com mais um Provedor do Leitor, rubrica predilecta da criançada, pois normalmente quer dizer que vou debitar mais uma litrada de má língua, vinda de onde já toda a gente me pergunta: "quanto fígado tens nessa tua bílis". E como tenho andado demasiado ocupado para actualizar o blogue com a habitual frequência (ainda para mais estamos em Agosto) só agora posso responder a um comentário que me foi enviado há quase uma semana, e que só no Domingo tive a oportunidade de detectar, Deus meu! Quer dizer, vosso, ou isso. Ainda por cima ou eu muito me engano, ou o tal comentário vem da parte de um pitoresco personagem que tem animado aqui a tasca neste Verão. O "post" em que aparece é "A Guarda não dorme", e nele ladra-se exactamente como vos vou mostrar aqui, agora, ao vivo e a cores:


Ora, se "vele" a pena? Tudo "vele" a pena, quando a alma não é "paquana", já dizia um Pessoa. Agora, posso não poder afirmar categoricamente que este comentário é da autoria do Nuno Miguel Oliveira, mas faço um desconto: tenho 99% de certeza que é. Porquê? Primeiro porque parece que foi escrito por uma criança em processo inicial de alfabetização - e diga-se em abono da verdade que esse processo não está a correr nada bem. Segundo porque só o Nuno Miguel Oliveira seria capaz de se defender contra-atacando, e ainda me chamando de "difamador". Que desplante! Agora levas para não seres parvo. 


Já falei disto aqui uma mão cheia de vezes, mas parece que a teimosia leva a que passe por cima do dicionário, dos códigos jurídicos, e todo o resto, porque o cavalheiro pensa que basta dizer "difamação", e eu ponho-me de joelhos a chorar, implorando por perdão, e que "ai Jesus, que não me acuse de difamação, que eu não quero ser preso". Desta vez decidi elaborar, deixar tudo muito, mas muito bem explicadinho, para que finalmente fique bem claro o que é isso da "difamação". Pode começar ali pelo dicionário, onde se lê o significado de "difamar": basicamente significa imputar em alguém actos e palavras que o possam desacreditar ou colocar em causa o seu bom nome. No caso de desconhecer o significado de "imputar", que possivelmente julga ser uma palavra feia (é mais que possível...), deixo ali na esquerda a definição. Qualquer pessoa normal, que tenha pelo menos uma noção do que estas palavras querem dizer, "difamação" implica que sejam "imputados" delitos, faltas ou responsabilidades que não são da competência de quem os vê a si atribuídos, mas neste caso...


...pela boca morre o peixe. Tudo o que fiz não foi mais do que apresentar o Rei LOL em todo o seu esplendor (não confundir com o "Rei Gob", aquele...yuck). Não fui quem disse que V. Exa. era um orgulhoso republicano às segundas, quartas e sextas, e um saudosista monárquico às terças, quintas e sábados. Se quiser por as coisas nestes termos, pode-se dizer que se "difamou" a si mesmo. Tudo o que fiz - que confesso e reitero - foi chamá-lo de "idiota" - e é preciso dizer porquê? 



Como é possível verificar, ninguém imputa nada ao cavalheiro, o cavalheiro é que se "imputa" todo, dos tornozelos até ao pescoço. Imagine que qualquer coisa deste tipo era usada como prova (outra coisa séria com que o menino gosta de brincar e acha muita graça) de que você era um tremendo idiota, um possível risco para a sociedade, e devia ser considerado inimputável? Ainda por cima de muito fraco gosto, diga-se de passagem:


Bem, não sei se alguém que me está a ler costuma frequentar o tal grupo do Facebook intitulado "Ponto de Encontro da Malta Lusófona", cujo administrador teima em chamar um "blog" (outra "prova" da idiotice, portanto), pois é capaz de ter uma opinião diferente da minha: aquela imagem ali em cima não é normal. Não é normal que se coloque ali sem qualquer tipo de comentário da parte de quem a pôs. É suposto querer dizer o quê, exactamente? É para mim, é? Uh? Aquilo é para mim?!?! - isto é apenas uma das mil e uma reacções que se pode ter deste quadro urbano tão ambíguo. Não confiava o dia do mês ou as horas ao indivíduo que apresentasse este conteúdo, e desta forma, a quem diz ele "entreter" com o seu, ahem, "discurso livre, sem censura e alheio ao politicamente correcto". Deve ser isto de que ele diz eu ter "inveja" (vem-me dizendo isto desde dez segundos depois de ter tido contacto comigo). Mas cães a chuparem as pilas e a sodomizar-me mutuamente à parte, vamos antes ao que interessa.



Isto da difamação, meu caro, não é a professora da primária a quem o menino vai fazer queixinhas quando lhe partem o lápis ou lhe borram o caderno. É uma figura jurídica que existe para proteger as pessoas, não para atacá-las porque a princesa ficou ofendida e fez um bu-bu quando lhe chamaram de tonta. Seria difamação, por exemplo, se alguém andasse a espalhar que  certo bar ou restaurante tem o "stock" fora do prazo, e é um risco para a saúde frequentar o estabelecimento, o que levaria o proprietário a ter fortes razões para defender a sua honra e seu bom nome. Ou se alguém andasse a espalhar que outro tem uma doença contagiosa. E trata-se de um crime privado, pelo que o ofendido tem que encontrar um advogado que patrocine o caso, e nenhum advogado no seu perfeito juízo ia patrocinar um caso onde um idiota se sentisse lesado "na sua honra e bom nome" por lhe terem chamado...idiota. Pelos vistos a melhor forma de aprender seria com o exemplo, não acha? E digo isto porquê? 


Tudo isto porque teima em mexer em coisas que rebentam, ardem e cortam sem saber o que está a fazer. Isto que está aqui é a difamação que o menino pediu. Repare-se nesta prosa delirante: "interesses dos portugueses em Macau são prejudicados em nome da Maçonaria, cujo cabecilha local é...". Eu nem quero terminar aquela frase, Deus me livre. Portanto de quem estamos aqui a falar, e a quem o menino imputa todas aquelas acusações? Penso que pelo perfil que descreve, não vai ser difícil deduzir-se de quem está a falar. Eu é que não estou aqui para me chatear com isso, não é problema meu, mas isto tudo era para lhe demonstrar mais uma vez que V. Exa. é efectivamente um idiota, e quanto menos estrebuchasse quando eu chamo a atenção para esse facto, melhor era para si. Capisce? Pense nisso, tenha um bom fim-de-semana, e não se esqueça que estou de olho em si. Idiota...


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