quinta-feira, 9 de julho de 2015
Cotação da vida humana: em queda acentuada
Uma tragédia como tantas outras, que demonstra a tragédia em que se vai tornando o ser humano, para quem tudo vale para ter cinco minutos de "adrelina", e qualquer coisa de diferente para contar aos outros. Na semana passada uma mulher de Shenyang, na província chinesa de Liaoning, sentou-se no parapeito da janela do seu apartamento do prédio onde vivia, situado no 10º andar, e ameaçou saltar. Cá em baixo a multidão deteve-se a observar, mas em vez de chamarem as autoridades, a maioria encorajava a mulher a saltar. Entre algumas das vozes dos curiosos ouviam-se frases como "salta, do que estás à espera?" ou "salta, não tenho o dia todo". A mulher acabaria mesmo por saltar, de nada valendo a chegada das autoridades, que identificaram um homem que se encontrava no apartamento na mesma altura, e que alega "ter ficado junto da vítima, pedindo-lhe para que não saltasse". Pouco mais se sabe do caso, ou dos motivos que levaram a mulher a cometer este acto desesperado, mas o comportamento de quem assistia mereceu a censura pública, bem expressa nos comentários deixados à notícia por cibernautas de todo o país. Piores devem ser mesmo os que não comentam, pois já no ano passado aconteceu um episódio semelhante em Shaanxi, onde um grupo de estudantes adolescentes incentivou uma mulher a saltar da janela, dizendo-lhe "salta, salta para nós vermos". Assim vai a cotação de uma vida na China, independente de qualquer crise dos mercados.
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