Esta é parte de uma conversa no Facebook, que assumo se ter passado no Sábado ou Domingo à noite, e que uma leitora teve a gentileza de partilhar. Por não me ter consultado com ela antes de fazer este artigo optei por não revelar a sua identidade nem dos restantes participantes neste aceso debate, mas isso é o que menos importa, e perder-se em questões deste tipo só pode ser entendido como manobra de diversão para fugir do essencial. E o que é aquilo que defino aqui por "essencial"? Bem, sou o tipo de pessoa que admira a honestidade a toda a prova, e tenho respeito por quem chama os bois pelos nomes ou defende com argumentos sólidos as suas convicções, mesmo que não partilhe delas. Quando a "honestidade" se transforma em despeito e argumentação começa a resvalar para a arrogância e o pedantismo, aí é que não dá para ficar calado perante a passagem do corso da patetice no Carnaval da pouca-vergonha. Se quiserem chamar-me de "polícia dos bons costumes" ou acusarem-me de "dar uma opinião que ninguém pediu" e de "prosseguir uma senda destrutiva" (essa fica para os anais de...tudo!), são livres de o fazer, e só me resta assumir que aprovam o dislate e a verborreia aqui exibidos - diria até que pactuam, ou que se reservam ao direito de poder fazer o mesmo (ou pior) com a despreocupação natural do "tassekagandismo" vigente em Macau, mas nesse caso, e se quiserem mesmo a minha atenção, primem pela bacoquice do mais fino recorte, como no caso deste nosso amigo que vou passar a apresentar.
Simon Gascoigne, cuja existência desconhecia por completo até visualizar este registo, é aparentemente um cidadão de origem britânica a residir em Macau. Depois deste "temperada" troca de argumentos, o indivíduo em questão, talvez ciente da fabulosa imagem que transmitiu durante o debate, accionou a privacidade da sua conta do Facebook, e ainda deixou uma mensagem simpática (e hipócrita) que dá a entender que esta é uma prática que adoptou desde sempre, mas é a mentira, pois quando li esta entrada ontem à tarde era possível aceder à maior parte do conteúdo da sua conta, e de noite já não era possível ver porra nenhuma - até a fotografia de perfil o fulano alterou. Deve ter sido uma reacção às inúmeras mensagens de felicitações que recebeu nesse dia, elogiando-o pela sua capacidade argumentativa única, pela retórica ímpar, e tudo isto afirmo com a maior das sinceridades: quando digo "única" e "ímpar", é com a convicção de que dificilmente alguém conseguirá igualar o nível de idiotice deste senhor. Escondeu-se, coitado, mas tal como o diabo, neste caso um "pobre diabo", pode-se esconder, mas deixa sempre a cauda de fora (salvo seja, que não quero saber da cauda do gajo para nada), e podem ver aqui no LinkedIn o perfil completo do camarada, com a fotografia da respectiva cara de parvo e tudo. É um truque baixo, eu sei, mas "delate" rima com "chocolate", e eu ADORO chocolate. Como é que devo dizer em inglês...ah sim, "take that, and call it lunch" (toma lá que já almoçaste).
Aparentemente a conversa teve origem numa discussão sobre os preços da habitação em Macau, e onde o Simon fazia uma dissertação em forma de, hmmm...como explicar melhor para que ele também entenda? Ah pois, "he was burping slices of haddock" (ele arrotava postas de pescada), e se há alguma coisa que toda a gente aprendeu com esta história dos preços da aquisição de imóveis, e das rendas e do "thunder that will shatter them" (o raio que os parta), foi que neste ramo é impossível fazer futurologia - fosse isso uma possibilidade, e "toda a gente" tinha comprado duas ou três lojas em 2003 e hoje vivia dos rendimentos, bastando para isso que "toda a gente" arrendasse o espaço que "toda a gente" tinha inflacionado para lá dos limites do razoável. Por alturas do Ano Novo Lunar houve um
Como se pode ver, a renda já começou a descair, e qualquer cavalheiro que se preze fica na expectativa para que a "bolha" rebente e se dê a falência total do mercado imobiliário. Mas aqui o Simãozinho, "little Simon", exibe não só aquela típica arrogância tão própria dos bifes, com aquela patética tentativa de dar um tom paternalista tratando toda por "my dear", ou "darling" (até os homens tratam assim, os rabetas), como comete o ultraje de dizer que Macau é "uma cidade do terceiro mundo". E é aqui que "the she-pig twists its tale", a porca torce o rabo, pois se existe um requisito "sine qua non" para se falar mal de Macau é amar-se Macau. Quem é que dá o trabalho de desdenhar o que não quer comprar? Isso é só despejar verbatim em orelhas moucas , e ainda se leva com um "what you want I know pretty well" (o que tu queres sei eu muito bem) que até se fica de "mouth on the band" (de boca à banda). O Simon não só deixa bem claro que Macau para ele é "bollocks" (sem tradução) como ainda, e perante a indignação dos restantes comentadores da "thread" em causa, elabora sobre aquilo que ele acha mal, que não pode ser, e "re-woof, woof, sparrows to the nest" - rebéubéu pardais ao ninho. E depois vai por ali fora, "one blackbird at every shot" (cada tiro, cada melro), convencido que era "the king of the black coconut candy" (rei da cocada preta). Então foi assim, a modos que...
A partir deste ponto, gostava de referir que não tenho a certeza quando à ordem de entrada destas "pérolas" da autoria do bifónio, mas tanto faz, que na hora de se puxar o autoclismo não importa qual a póia que vai primeiro ou qual a que vai no fim: descem todas na mesma. Aqui o rapaz faz uma divagação a respeito do progresso da Taipa em termos urbanísticos, e tal, "who fucking cares", e depois diz que, e isto é precioso, "em Macau há dinheiro e ferraris ao mesmo tempo que velhotas empurram carrinhos de mão na rua e os velhos ficam à porta das lojas com os pés descalços esticados". Esta imagem que nos remete ao clássico de Mark Twain, "Huckleberry Finn", com a diferença que...uhh...bem, muitas diferenças, mas a maior de todas é o facto do Simon ter imaginado este idílico cenário. Para mim seria ouro sobre azul que os velhos estivessem com os presuntos esticados no fumeiro, em vez de os locomoverem pelas ruas e a esbarrarem comigo quando estou com pressa. Aliás "villagers" era o que fazia cá mais falta, porque de espertalhões como este Simon já temos nós aqui de sobra. "Hear that, oh hunchback?" ('Tás a ouvir, ó marreco?).
Aqui o Simon faz-se de caro, como aquelas pêgas que reclamam ter qualidades como "classe", "elegância" ou outras que para quem procura uma pêga não valem um pintelho. "Ai Macau é uma caca, e tal, mas eu farto-me de ganhar massa" - a este ponto, e para quem ainda não sabe, o Simon trabalha para uma seguradora. Prossegue ainda com um "se" daqueles muito grandes, enormes: "SE eu tivesse uma proposta de emprego fora daqui a ganhar metade do salário, metia-me no primeiro avião daqui para fora". Três delirantes devaneios deste bife, que deve estar a apurar num molho de vinho branco do mais carrascão depois de ter levado uma sessão de martelada: 1) Não ganhas nenhuma fortuna, e cá para mim a única coisa "huge" que te deve entrar pelas calças não deve ser "money". Quem ganha muito dinheiro EM MACAU não tem por hábito vir ostentar esse facto nas redes sociais, especialmente a desconhecidos. 2) A julgar pela estampa, a única forma de fazeres dinheiro "decente" em Macau seria vendendo os orgãos - menos o cérebro. 3) A ideia de te meter daqui para fora no primeira avião é tentadora, mas sugiro que se substitua essa parte de "no primeiro avião" para "à biqueirada". "You are no more" - já foste, e tarde.
Reparem aqui na tentativa desesperada de recolher apoio junto do "eleitorado". Depois de perceber que a maioria dos seguidores da "thread" eram portugueses, dá-lhes uma "esmolinha", dizendo que Portugal "tem cultura", ao que se segue um arraial de insultos desbocados à região onde vive, e aparentemente vai fazendo pela vidinha e ainda se queixa. Sim, é mais dos que fala de boca cheia, pois tenho a certeza que se o Simon pudesse voltar para Statford-Upon-Aven ou Meltig-Baboon-Stools-in-a-Pine-Cone ou outra dessas cidades da velha e desdentada Albion com nomes hilariantes para exibir a massa bruta em todo o seu esplendor, e ainda lhe pagassem para isso, "goodbye, oh you go away" - adeus, ó vai-te embora, que ele já lá estava com as trombas todas besuntadas de quiche e a tresandar a "pub" inglês. Irónico como se refere aos locais como "uneducated" durante esta dissertação, mais pertinente quanto uma cana de pesca no Saara e tão erudita como um discurso do Dr. Alberto João Jardim após a ingestão involutária de Poncha onde foi deitado um poderoso alucinogénico, enquanto lamenta que em Macau "só se pense em dinheiro", depois de ele próprio admitir que é o dinheiro que o faz ficar por cá. "Don't spit on the plate where you eat, Simon boy" - não cuspas no prato onde comes, apesar de te parecer uma boa ideia. Vê lá se um dia destes também não te vemos por aí a "bater a pala", afirmando de pés juntos que és Macau "desde pequenino".
O Simon Gascoigne que meteste no link para o Linked In e' outra pessoa. O Simon da conversa e' o Simon Lam.
ResponderEliminarAdoptou o apelido da mulher...
Abraco