quarta-feira, 18 de março de 2015

Com um pé na Rússia



Ao contrário de Macau, outras selecções do continente asiático não precisam de cancelar as reservas que fizeram - se as fizeram - em hotéis russos para o Verão de daqui a três anos. (Isto não faz muito sentido; como iam fazer reservas sem nem sabem onde vão ficar situados? Deixem para lá). Timor-Leste, por exemplo, confirmou a vitória da semana passada no Stadiu Nasional (eh, eh) em Díli frente à Mongólia por 4-1, e foi ao Football Centre da Federação Mongolóide Mongol (lindo estádio, cheio de lindos prédios à volta) vencer por uma bola a zero, seguindo para a fase de grupos com um agregado de 5-1. O único golo do encontro de ontem foi apontado aos nove minutos por Patrick Alves, esse timorense que por acaso nasceu em S. Paulo, no Brasil, e que até há dois anos tinha feito toda a sua carreira no Brasil e no México, sendo o Atlético Paranaense o último clube que representou. É muito possível que até recentemente este atleta nem fizesse ideia de que existe um lugar no planeta chamado "Timor-Leste", mas vê-se que a naturalização incutiu-lhe o espírito "mauber"; reparem no golo, uma combinação de futebol e "jiu-jitsu", com o guardião Batsarkhan Ariunbold (este de certeza que não nasceu em S. Paulo) a "provar" um pouco da receita de Patrick, já depois da bola anichada no fundo das suas redes. Toma lá que já almoçaste, e se tivesses almoçado antes, regurgitavas a comida, com toda a certeza. Ouch!



Lembram-se do Butão, selecção que ocupa o último lugar do "ranking" da FIFA, mas foi ao Sri Lanka vencer por 1-0 causando assim grande sensação no...uh, Butão? Pois é, e se pensaram que aquilo foi uma daquelas coisas que acontece uma em cada cem mil, mudem a equação para duas em cada cem mil (ou uma em cada cinquenta mil, tanto faz). É que o Butão voltou a vencer no jogo da segunda mão, e desta feita por 2-1, com dois golos de...adivinharam: Chencho Gyeltshen, esse mesmo. Não conhecem?!?! Então jogou no Manchester United e...ah esperem lá, esse é o Chicharito, e é mexicano. Bom, adiante que para o Butão é que é caminho. Quem tiver paciência para ver o resumo da partida vai perceber pela voz do comentador quão emocionante foi o encontro entre estas duas formações do sub-género monhé. E foi mesmo, pois com o resultado em 1-1 e o Sri Lanka desesperadamente à procura do segundo golo que os poupasse de mais uma humilhação, eis que surje no último minuto o golo da vitória butanesa, para alegria dos 15 mil adeptos (praticamente toda a população do Butão, julgo eu) que enchiam as bancadas do Estádio Nacional Changlimithang, em Thimpu. O "thimpu" (eh, eh) é agora de festa no Butão, e se o selecionador butanês fosse Jorge Jesus e não um tal de Chokey Nima (?), diria que foi "limpinho, limpinho".



Tal como o Sri Lanka, também a selecção de Taiwan tentava recuperar de uma derrota por 0-1 em casa, e para o efeito tinha como meta vencer no Brunei por dois golos, ou marcando mais um golo que o adversário, podendo valer o desempate por golos obtidos fora de casa. Nem foi preciso fazer grandes contas, pois os nacionalistas foram ao Estádio Sultão Hassanal Bolkiah (na estrada Sultão Hassanal Bolkiah, mesmo em frente ao monumento ao Sultão Hassanal Bolkiah) vencer por 2-0, com golos de Wan Ruei e Chu En-Le. Fica assim registado mais um feito do futebol formosino, mesmo que a China se tenha ficado a interrogar: "como é que aqueles gajos do Brunei perderam, se não estavam a jogar com ninguém". Ah...nada como o humor geopolítico, mesmo que sem piada nenhuma.

Nas outras partidas de ontem a India confirmou a passagem à fase de grupos ao obter um sólido empate fora, depois da brilhante vitória por 2-0 em casa na última quinta-feira frente ao...Nepal. Já o Paquistão tinha perdido por 1-3 no Iémen e procurava agora em casa recuperar da desvantagem, mas como estamos aqui a falar do Paquistão, o jogo não se realizou por "falta de medidas de segurança". Ora essa, medidas de segurança o tanas. As explosões que tiveram lugar um dia antes numa localidade perto de Lahore, onde se iria realizr o encontro, não foi mais que os paquistaneses a praticarem o seu desporto predilecto, os ataques bombistas. A AFC vai procurar outra data para realizar o jogo, mas eu no lugar deles não me incomodoria com a porcaria do Paquistão. Blergh.

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