quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Natal multicultural
Noite de Natal, Consoada. Estas são imagens recolhidas no centro de Kuala Lumpur, capital da Malásia, entre as 23:30 do dia 24 e as 00:30 do dia 25, já na madrugada do Dia de Natal. É possível verificar a animação, muita alegria, diversão, "sprays" de espuma e de confeitos, muita roupa e muitos cabelos sujos. Saí do centro comercial na zona comercial a cerca de 200 metros das torres Petronas, paredes meias com o Hotel Grand Hyatt, e voltei a pé até ao hotel onde fiquei estes últimos 3 dias, passeando durante quase uma hora pela "acção" da noite de Consoada. Apesar dos barretes de Pai Natal e das decorações alusivas à época, dava-me mais a sensação de estar na noite de passagem de ano. O ambiente era em tudo semelhante ao do "reveillon", com um cheirinho a Carnaval, e para quem conhece, a noite de S. João, no Porto - a temperatura estava acima dos 20 graus, também.
A Malásia é um país com mais de 30 milhões de habitantes, mais de milhão e meio destes na sua capital. Uma população heterogénea, com 50% de malaios, mais de 20% de chineses e 10% de indianos. A religião maioritária é o Islão, com mais de 60% de seguidores, muitos deles presentes nesta noite natalícia de Kuala Lumpur, tal como alguns dos mais de 20% de budistas e dos 7% de hindus, e não terão faltado ainda os cristãos, que representam menos de 10% da população total do país, mas estou em crer que a grande maioria destes estaria em casa, com a família, comemorando o Natal como qualquer cristão que compreende o significado da quadra. É possível que há alguns anos o Natal fosse apenas comemorado pelos cristãos, e apenas timidamente pelos restantes malaios, que agora se deixam seduzir mais pelo lado festivo e comercial do que propriamente pela vertente espiritual. Pode ser que esteja a fazer a leitura errada da situação - só falo daquilo que vi, e não fiz qualquer entrevista - mas há pessoas que ainda precisam aprender sobre a liberdade, sobre os limites da sua e o início da liberdade dos outros. E sobretudo sobre o respeito por algo que, quando toca a eles próprios, são capazes de defender com a vida.
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