domingo, 15 de junho de 2014

Conheço, pois! (e orgulho-me disso)



O Jornal Tribuna de Macau (JTM) publicou na última sexta-feira nas suas páginas centrais uma reportagem da última edição da revista portuguesa Visão que dá destaque a Vitório do Rosário Cardoso, empresário natural de Macau, assessor da CPLP e elemento do Conselho Nacional do PSD. O JTM reproduz na íntegra o artigo da Visão, assinado por um tal Miguel Carvalho, e não penso que terá sido com o único propósito de realçar a notoriedade que Vitório Cardoso vem tendo nos últimos tempos em Portugal, pois o próprio director deste jornal é citado tecendo considerações assaz deselegantes a respeito do empresário - isto para não lhe chamar outra coisa. Sabendo que a Visão é uma revista assumidamente "chuchalista", não me surpreende; fosse Vitório Cardoso um dos "bois" do PS que angaria fundos de Macau para as campanhas eleitorais dos "chuchas", e talvez o tom fosse diferente. O que se vê (ou lê) nesta reportagem, e as conclusões de que ela se tiram, é que há por ali muitos maus fígados, e recomenda-se a visita a um bom hepatologista - ou será apenas inveja? Fosse Vitório Cardoso um "político" na acepção do termo, e tinhamos aqui um caso de tentativa de assassinato político.

Como já referi, o artigo é assinado por Miguel Carvalho, que conheço mal, mas fiquei a saber após uma rápida pesquisa na internet que é jornalista, sediado no Porto, e apesar de o conhecer mal, questiono a sua integridade jornalística. Sinto-me à vontade para fazer esta asserção, da mesma forma com que ele se refere a Vitório Cardoso como se o conhecesse "desde pequenino", e da forma baixa, mesquinha e vil como o menospreza, colocando ainda em cheque a boa imagem de outros "personagens" neste elaborado "conto da carochinha", que mais parece uma notícia do Jornal do Incrível. A maneira como o rebaixa, ridiculariza, citando-o em afirmações polémicas completamente fora de contexto, e emitindo juízos de valor sobre a sua pessoa até me dão a entender que isto é uma "encomenda" vinda da parte de alguém que teria a ganhar qualquer coisa com isso - o quê, sinceramente, não entendo. Escapa-me por completo a quem poderia o Vitório Cardoso representar algum tipo de ameaça. Gostava já agora de saber o que pensam o Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, o presidente do PSD-Macau, Miguel Bailote, e a presidente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), Rita Santos, que vê inclusivamente o nome do seu filho envolvido, de todo este deboche.

Tive contacto pessoal com o Vitório Cardoso apenas uma vez, e posso dizer que me deixou bem impressionado. Posso não gostar da retórica (ou de grande parte dela, pelo menos), posso não partilhar de algumas das sua ideias, mas gosto da pessoa, que aliás sempre se comportou impecavelmente comigo, mesmo quando no princípio me revelei um tanto ou quanto "ácido" nos meus comentários a seu respeito. Que goste de Salazar ou da extrema-direita, isso é lá com ele, e quem estiver muito preocupado com isso, não vote nele caso se candidate a algum alto cargo da nação - afinal vivemos em democracia ou quê? A opinião dele sobre o embaixador Aristides Sousa Mendes não passa disso mesmo: uma opinião. E já vi outras semelhantes ou no mesmo sentido, partindo de muito boa gente tida em boa conta, frequentemente ouvida e achada sobre tudo e mais alguma coisa. Essa do dia 25 de Abril ser "um dia de luto", apesar de eu discordar, parece ser uma espécie de nova "mania" nacional; basta escutar a opinião de tantos cidadãos anónimos quando chega o dia de se comemorar mais um aniversário da Revolução. Em suma, o que o Vitório pensa ou que o Vitório acha é lá com ele, desde que não o imponha pela força, e penso que esta é uma boa altura para citar Voltaire: "Eu desaprovo o que diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo". Agora debaixo de que pedra rastejou este Miguel Carvalho para chamar de "fascistas" às pessoas a torto e a direito, é que ainda estou para saber.

Quanto ao director do JTM, deve-se ter rido a bom rir com mais esta sua, ahem, "delicadeza". Só não sei é se os dois colaboradores que assinam colunas de opinião no seu jornal e vêem-se igualmente metidos nesta "salada russa" - o Dr. Jorge Rangel e o Prof. Luiz Oliveira Dias - partilham deste tipo de "humor". Essa do Vitório ser "simpático e prestável", mas por outro lado "incapaz de vender um salpicão" tem muita piada. Ah, ah, ah. Entra directamente para a galeria da sabujice camuflada de falso paternalismo. Eu preferia comprar um salpicão ao Vitório, que pelo menos recebia em troca um salpicão (se me apetecesse um) do que certos jornais a pessoas que fazem "fretes", e que não me convencem que aquilo que fazem é jornalismo. E aquela do "fura-bolos", não entendi. Consultei vários dicionários "online" e em todos encontrei o mesmo significado para esta expressão: o dedo indicador. Penso que já toda a gente ouviu pelo menos uma vez essa lenga-lenga que se conta às crianças, que o "fura-bolos" fica entre o "pai de todos" (o dedo anelar) e o "mata piolhos" (o polegar). Mas pronto, olhe, se realmente o Vitório é "um dedo indicador" (?), recomendo então que o meta...ah não, não. Não me vou rebaixar ao mesmo nível. Passar bem.


2 comentários:

  1. Também o conheço. É cá dos meus apesar de eu me simpatizar com o CDS e não com o PSD. Partilho a mesma opinião que ele tem acerca do Estado Novo, do Salazar e do 25 de Abril. Vê-se perfeitamente que somos estudantes do mesmo curso (Relações Internacionais) e da mesma universidade (ISCSP).

    Quanto ao director do Tribuna de Macau, não é necessário comentários. O homem é socialista e basta. Tal como esse tal jornalista de meia tigela.

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  2. Li e reli... e este é um vil atentado ao carácter do Vitório e de outras pessoas no seu circulo de amizade. A mentira é qq coisa que fica mal a qualquer jornalista, sobretudo, aos que se dizem puros e sem mácula... os dados aqui constantes são falsos a todos os níveis e visam pessoas que nem sequer foram ouvidas pela revista. Este jornalista tem muito que explicar aos códigos que diz honrar...é um triste ao serviço de desígnios que ele sabe quais são: o da mentira, absolutamente.

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