domingo, 27 de abril de 2014

Os sons dos 80: os "clássicos"


Com a emergência do "rock-pop", "heavy-metal" e outros géneros nos anos 80, alguns actos populares em anos anteriores começaram a perder o seu público, foram passando de moda, e muitos simplesmente se eclipsaram - como foram os casos do "rock" psicadélico e a "disco". Houve artistas que se adaptaram aos novos tempos, fazendo evoluír o seu reportório, e outros que continuaram a fazer o que sabem, conscientes de que o seu talento é único, e resiste à passagem das gerações. É de alguns desses "imortais" que vou agora falar; o que andavam eles a "tramar" nos anos 80?


E que tal começarmos logo por cima, e "por cima" claro que estou a falar do "maior", "da voz", do "tutti-copi", Frank Sinatra. O "blue eyes" nunca teve problemas em encher estádios e salas de espectáculos com gerações diversas ávidas de escutar o seu riquíssimo reportório, mas de quando em vez lá acrescentava qualquer coisinha à lista de temas selecionáveis. Em 1984 o homem que imortalizou "New York, New York" rendia à sua homenagem a Los Angeles com "L.A. is my Lady", nome de álbum e do respectivo single, para o qual foi gravado este vídeo onde aparecem diversas figuras ligadas à maior cidade da Califórnia. Impagável a introdução, com David Lee Roth e Eddie Van Halen.


Aww! E aí está ele, o padrinho da "soul". Ahhh! Uhhh! Give'it to me! James Brown sempre fez o que quis, e se algo não corria bem, bastava um awwww! uh, whatcha'thinkin', uhhhhh!!! e iam todos dormir satisfeitos. Em 1985 gravou este "Living in America" para a banda sonora do filme "Rocky IV", e obteve um nº 5 no top do Reino Unido e um nº 4 da Billboard. Não é propriamente "I Feel Good", mas awwww! ah! James Brown faleceu em 2006 aos 73 anos. Uhhh....bugger!


Burt Bacharach, actualmente com 85 anos, é um respeitável escritor e compositor que assinou muitos dos maiores clássicos da música ligeira das últimas seis décadas, e teve sempre uma pontaria certeira na hora de encontrar o intérprete ideal para os seus projectos. Em 1986 juntou duas grandes vozes, Patti Labelle e Michael McDonald, e saíu este "On My Own", que foi nº 1 da Billboard e nº 2 no top do Reino Unido. Olhar para a lista de canções da autoria de Bacharach é de ficar de boca aberta - e recomendo que o façam, pois vão encontrar algumas surpresas. Uns anos antes desta que escolhi, em 1981, "Arthur's Theme (Best That You Can Do)", do filme "Arthur" e que contou com a interpretação de Christopher Cross, já lhe tinha valido o Oscar para melhor canção original.


Um dos que mais sofreu com os caprichos da idade e mais dificilmente se adaptou aos tempos modernos foi Tony Bennett. O "loung singer" que gozou de uma popularidade tremenda no período do pós-guerra andou numa "fossa" depois dos anos 70, e só conseguiu "levantar o astral" em 1986 com o seu álbum "The Art of Excellence", o único durante os anos 80. Vemo-lo aqui a interpretar "How Do You Keep The Music Playing?", da autoria de Alan e Michael Bergman, com que teve uma longa colaboração, em Tóquio, no ano de 1987 - com legendas em japonês e tudo. Bennett tem actualmente 87 anos, e casou pela terceira vez em 2007.


Considerado ao lado de Isaac Hayes um dos pioneiros da música "disco" no início dos anos 70, Barry White era uma senhor que tinha uma voz que fazia derreter o mais duro dos corações. Os anos 80 foram também duros em termos de "coming of age", mas com uma voz daquelas, era só preciso encontrar a nota certa para seduzir o mais exigente dos públicos. Assim em 1987 aparece " The Right Night & Barry White", nem de propósito, e em 1989 "The Man is Back!", que continha este "When Will I See You Again?". Barry White viria a falecer aos 58 anos em 2003, devido a doença provocada pela obesidade de que sofreu durante toda a sua vida adulta, uma morte considerada prematura. O preço daquela voz...e que voz!


Quem nunca teve problemas a adaptar-se aos tempos e às modas foi Tom Jones, que hoje aos 73 anos é até conhecido pela malta nova como um dos juízes do concurso de talentos "The Voice UK". O galês que deu a voz a clássicos como "Delilah" e "What's New Pussycat" surge aqui em finais da década de 80 com os Art of Noise interpretando "Kiss", um original de Prince, que lhe valeu um 5º lugar no top do Reino Unido (primeiro lugar em Espanha e Nova Zelândia). E enquanto Tom Jones anda por aí, é caso para perguntar: o que é feito dos Art of Noise?


E para acabar, gostaria de recordar "o nosso" Sinatra, Tony Bennett, James Brown e Tom Jones, todos num só: Tony de Matos. O cantor e actor falecido em 1989 aos 64 anos teve sempre o dom de encantar as senhoras com os seus dotes de romântico, e resumiu isso mesmo nos anos 80 com este "Sou Romântico", aqui ao vivo no Coliseu em 1985. E toda a sua vida foi um cântico...

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