sábado, 24 de agosto de 2013
Santíssima brasa
Por muito que queira resistir a falar aqui do Papa e do Vaticano, ele não me deixa. É uma roda viva de notícias demsaido interessantes para que eu as ignore. Depois de Ratzinger ter anunciado que se demitiu porque "Deus lhe pediu" e do novo Papa Francisco ter telefonado a um crente que lhe escreveu, eis o novo "sumo" vindo direitinho do pontificado: uma mulher fatal, e sem papas na línguai. No enfiamento da cosmética que o Papa Francisco quer dar à Igreja, abandonando a imagem formal e bafienta que as pessoas têm do Vaticano, nomeou como assessora para a comissão de oito elementos encarregue de gerir a estrutura económica e administrativa da Santa Sé uma mulher. Mas não se trata de uma mulher qualquer, ou sequer de uma freira sexagenária mascarada de pinguim, óculos de lentes grossas e verruga com pêlos no queixo. A mulher em causa é Francesca Chaoqui, uma "ragazza" de 27 anos de ascendência marroquina. Marroquina? Valha-nos Deus, que os Mouros nos vão invadir! Mas acalmem-se os fiéis, pois apesar das origens mouriscas, a moça é uma devota dos quatro costados, uma Joana D'Arc desta era, só quem sem as revelações, o êxtase e a bruxaria.
Chaoqui, cujo nome do meio é Immaculata (está tudo ditto) é também uma atrevidota, e uma acérrima crítica da hierarquia do Vaticano abaixo do Papa. Na sua página do Twitter, entretando encerrada, Chaoqui teceu elogios ao jornalista Gianluigi Nuzzi, que publicou no seu livro "Sua Santidade" excertos de documentos roubados do Vaticano por Paolo Gabriele, mordomo do Papa Bento XVI. Ainda a propósito do ex-Papa, aquando da sua demissão Chaoqui publicou no Twitter que Ratzinger sofria de leucemia, e culpou o cardeal Tarcisio Bertone, o nº 2 do Vaticano, de o ter pressionado a abandonar o cargo. Bertone é mesmo o alvo preferencial da nova assessora, que chegou mesmo a chamá-lo de "corrupto". A irreverência da jovem não faz vítimas apenas no Vaticano, e as suas labaredas chegam também ao Governo italiano em Roma. Uma vez disparou na direcção do ministro da Economia do Executivo de Roma, Giulio Trmondi, chegando a afirmar que o político era homossexual. Apesar da escolha do Papa Francisco fazer com que muitos conservadores torçam o nariz, este mantém a sua decisão, e Chaoqui fica. E ainda bem. Basta olhar para ela e perceber que esta é a lufada de ar fresco que o Vaticano bem precisa.
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